quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
VACINA CONTRA HPV PRETEJA QUEM VOCÊ AMA
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74 67
Revisão de Literatura
Vacina contra o HPV: Aspectos Práticos
Artigo submetido em 25/10/10; aceito para publicação em 24/1/11
Vacina contra o HPV e a Prevenção do Câncer do Colo do Útero:
Subsídios para a Prática
HPV Vaccine and the Prevention of Cervical Uterus Cancer: Subsidies to the
Practice
Vacuna contra el HPV y la Prevención de Cáncer del Cuello Uterino: Subsidios
para la Práctica
Alessandra Zanei Borsatto1, Maria Luiza Bernardo Vidal2, Renata Carla Nencetti Pereira Rocha3
Resumo
Introdução: Trata-se de um estudo de revisão de literatura com abordagem descritiva. Objetivo: Descrever os aspectos
relativos à vacina quadrivalente, encontrados na literatura científica nacional e internacional, quanto à sua descrição
química, indicações, esquema vacinal, apresentação e conservação, interação com outras vacinas, duração da proteção,
proteção cruzada, segurança, contraindicações, imunogenicidade, reações adversas, eficácia e impacto epidemiológico
e econômico. Método: Foi realizado um levantamento de produções nas bases de dados eletrônicas Lilacs e Medline,
no período entre 2005 e 2009. Dos 70 documentos encontrados, 35 foram selecionados, pois agregavam informações
sobre os diversos aspectos técnicos e práticos da vacina quadrivalente. De posse desses documentos, foi realizada
leitura analítica com organização por temas e sua apresentação. Resultados: Entre as informações mais relevantes, se
pode citar que está indicada para mulheres entre 9 e 26 anos, antes da iniciação sexual, sendo administrada em três
doses; possui eficácia comprovada contra os sorotipos nela presentes, sendo altamente imunogênica e com garantia
de proteção por cinco anos; é segura, não havendo risco de infecção com a sua administração e com efeitos adversos
locais leves a moderados. Conclusão: O trabalho demonstrou que há importantes lacunas do conhecimento sobre a
vacina que ainda necessitam ser esclarecidas.
Palavras-chave: Literatura de Revisão como Assunto; Prevenção de Câncer de Colo Uterino; Vacinas contra Papillomavirus
1Residência em Enfermagem Oncológica pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Enfermeira do Hospital do Câncer IV/INCA. Rio de
Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: alessandraborsatto@gmail.com
2Mestre em Ciência pelo INCA. Enfermeira da Educação Continuada do Hospital do Câncer II/INCA. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: mvidal@inca.gov.br
3Residência em Enfermagem Oncológica pelo INCA. Enfermeira do Hospital do Câncer IV/INCA. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: rnencetti@yahoo.com.br
Endereço para correspondência: Alessandra Zanei Borsatto. Rua Uruguai, 380 - Bloco D – apto. 807 – Tijuca. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. CEP: 20510-052.
68
Borsatto AZ, Vidal MLB, Rocha RCNP
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74
INTRODUÇÃO
O câncer do colo do útero é um problema de
saúde pública, principalmente nos países mais pobres.
Mundialmente, essa doença foi responsável por
aproximadamente 260 mil mortes em 2005, sendo 80%
delas nos países em desenvolvimento1.
Cerca de 500 mil casos novos são diagnosticados
anualmente no mundo, com disparidades importantes entre
as nações. A incidência é duas vezes maior nos países menos
desenvolvidos, se comparada à dos mais desenvolvidos. Essa
diferença também é verificada em relação à sobrevida, já
que, nos países mais pobres, o diagnóstico é realizado na
maioria das vezes em estádios avançados2.
No Brasil, é o segundo tipo de câncer mais comum
entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de
mama, com uma estimativa de 18.430 casos para 2011.
Seu risco estimado é de 18 casos a cada 100 mil mulheres2.
Sabe-se que o vírus do papiloma humano (HPV), de
transmissão sexual, está relacionado com o desenvolvimento
de aproximadamente 98% dos casos dessa neoplasia. É
condição necessária, apesar de não suficiente para o seu
surgimento3.
Existem aproximadamente 200 tipos de HPV4,
podendo ser classificados como de alto, intermediário e
baixo risco para câncer cervical5. De todos eles, 40 podem
afetar a mucosa genital, sendo que 15 possuem potencial
oncogênico5.
Entre os sorotipos de alto risco, os 16 e 18 são
responsáveis por 70% de todos os cânceres cervicais
e, entre os de baixo risco, os 6 e 11 são os que mais se
relacionam com os condilomas genitais1.
O câncer do colo do útero tem seu controle baseado
na análise microscópica de alterações no esfregaço
cervical (exame de Papanicolaou), que permite detectar
precocemente as lesões precursoras ou o próprio câncer.
Nos países onde esse exame está disponível para a
maior parte da população feminina, houve redução da
incidência e mortalidade por essa doença3.
No Brasil, os últimos dados divulgados pelo Ministério
da Saúde demonstram as disparidades de cobertura do
exame de Papanicolaou entre as capitais do país. As taxas
variam de 69,3% a 95,6% entre as mulheres de 25 a 59
anos que realizaram a citologia oncótica alguma vez na
vida e nos últimos três anos6.
Pensando em prevenção, as vacinas profiláticas contra o
HPV trouxeram a possibilidade de ações em nível primário,
já que até então a prevenção só ocorria em nível secundário.
Trata-se de uma estratégia recente, utilizada em alguns
países a partir da aprovação, em junho de 2006, da vacina
quadrivalente pelo Food and Drug Administration (FDA),
órgão americano responsável pela regulamentação de
alimentos e drogas.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) aprovou a sua comercialização. Contudo, estudos
de prevalência dos sorotipos virais estão em andamento
para avaliar a sua incorporação no Programa Nacional de
Imunizações2.
Devido à relevância do tema, o objetivo desse estudo
é descrever os aspectos relativos à vacina quadrivalente,
encontrados na literatura científica nacional e internacional,
quanto à sua descrição química, indicações, esquema
vacinal, apresentação e conservação, interação com outras
vacinas, duração da proteção, proteção cruzada, segurança,
contraindicações, imunogenicidade, reações adversas,
eficácia e impacto epidemiológico e econômico.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão de literatura com
abordagem descritiva, utilizando as bases de dados
Medline (Literatura Internacional em Ciências da Saúde)
e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde), com os seguintes descritores de
assunto: câncer/neoplasia; vacina; HPV. Para cada um
desses, foram selecionados os descritores padronizados
que se relacionavam ao tema.
Foram utilizados os operadores booleanos or entre
os descritores padronizados e and entre os descritores de
assunto. Inicialmente a pesquisa foi realizada na base de
dados Lilacs e, a partir do DeCS (Descritores em Ciências
da Saúde), os termos foram traduzidos para posterior
inserção no PubMed que fez a busca na base Medline.
O recorte temporal foi de cinco anos, recuperando
documentos a partir de 2005, ano anterior à aprovação
da vacina nos Estados Unidos da América. Publicações
anteriores possuem informações já defasadas a respeito
do tema que é bastante recente.
Foram encontrados 70 documentos disponíveis na
íntegra em meio eletrônico; e, após leitura, 35 foram
selecionados: dez na base Lilacs e 25 na Medline.
Os critérios de inclusão foram: trabalhos que versassem
sobre a vacina quadrivalente nos idiomas português, inglês
e espanhol.
Foram excluídos os artigos que não possuíssem
informação relevante para atingir o objetivo deste artigo.
Os 35 artigos selecionados foram alvo de leitura
analítica com posterior organização e apresentação por
temas, limitando-se à vacina profilática quadrivalente, já
aprovada para uso em seres humanos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Aspectos gerais
As vacinas contra o HPV podem ser profiláticas,
limitando a infecção pelo vírus e as doenças dele
69
Vacina contra o HPV: Aspectos Práticos
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74
decorrentes, sendo consideradas um instrumento de
prevenção primária ou terapêutica, quando induzem a
regressão de lesões precursoras e a remissão do câncer7.
As vacinas profiláticas possuem estudos em fase mais
avançada, sendo utilizadas em seres humanos. Atualmente
estão disponíveis dois tipos: a bivalente, Cervarix®, que
cobre os sorotipos virais 16 e 18 e a quadrivalente,
Gardasil®, que cobre os tipos 6, 11, 16 e 188. Para os outros
sorotipos não existe profilaxia7.
Ambas as vacinas são produzidas a partir da proteína L1
do capsídeo viral por tecnologia de DNA recombinante9
resultando em vírus-like particles (VLP), partículas
semelhantes aos vírus, mas que não possuem DNA e,
portanto, não são infectantes10. São capazes de induzir
a produção de anticorpos contra os tipos específicos de
HPV contidos na vacina9.
A vacina quadrivalente está licenciada pelo FDA e pela
Agência Europeia para a Avaliação de Produtos Medicinais
(EMEA) desde 2006, sendo utilizada em mais de 80
países11. A bivalente ainda não foi licenciada, estando em
fase final de testes clínicos12.
Descrição química
A vacina quadrivalente contém VLPs da proteína L1
dos HPVs 6, 11, 16 e 1812. O gene que codifica a proteína
L1 de cada tipo é expresso na levedura Saccharomyces
cerevisiae. O produto proteico é uma partícula não
infecciosa, o VLP, que é idêntica em forma e tamanho ao
vírus e adsorvida no adjuvante sulfato de hidroxifosfato.
Cada 0,5 ml da vacina contém 20μg da proteína HPV6L1,
40 μg da proteína HPV11L1, 20 μg da proteína HPV18L1
e 20 μg HPV16L1, entre outros adjuvantes como sódio,
cloreto de L-histidina, polisorbato 80, borato de sódio e
água para injeção. O produto não contém conservantes
ou antibióticos, e as embalagens são livres de látex13.
Indicações
A vacina quadrivalente foi aprovada pelo FDA
para mulheres entre 9 e 26 anos4, recomendando que
a vacinação ocorra entre os 11 e 12 anos, podendo ser
ampliada entre 9 e 26 anos, idealmente antes da primeira
relação sexual12.
Essa recomendação baseia-se nos seguintes dados: a
vacina administrada em meninas jovens mostrou 100%
de eficácia sem nenhum evento adverso sério reportado14;
nessa faixa etária, os mais altos níveis de anticorpos foram
encontrados após a vacinação; meninas que não tenham
sido infectadas por nenhum dos quatro sorotipos presentes
na vacina terão maiores benefícios; há alta probabilidade
da aquisição da infecção pelo HPV logo após o primeiro
contato sexual14.
A Sociedade de Ginecologia Oncológica dos Estados
Unidos recomenda ainda5:
- a vacinação pode ser realizada entre os 9 e 26 anos,
mesmo com exame de Papanicolaou anormal, com
verrugas genitais e teste de presença viral positivo, pois
protegerá contra os outros tipos de HPV presentes na
vacina e que a paciente não tenha adquirido;
- pode ser administrada em mulheres imunossuprimidas,
pois elas possuem maior risco de adquirir a infecção.
Contudo, não há evidencia de eficácia nesse grupo.
Esquema vac inal e administração
A vacina quadrivalente é preparada de maneira estéril
para injeção intramuscular de 0,5 ml no seguinte esquema:
mês 0; 2; 6. Esse é o esquema vacinal padrão, porém já
estão definidos os intervalos mínimos. Entre a primeira e
segunda dose, o intervalo mínimo é de um mês; entre a
segunda e terceira, três meses. Em caso de administração
de dose menor do que a recomendada, a dose correta deve
ser readministrada10.
Caso a vacinação seja interrompida, o esquema não
deve ser reiniciado. Se a série for interrompida após a
primeira dose, a segunda deve ser administrada assim
que possível e o intervalo entre a segunda e terceira doses
pode ser reduzido para três meses. Se apenas a terceira
dose estiver atrasada, deve ser administrada assim que
possível10.
Foi testada para administração no músculo deltoide
e vasto lateral15. Nesses sítios, a vacina alcança os vasos
linfáticos locais, ocorrendo produção de anticorpos
neutralizantes em grande quantidade7. A eficácia de
absorção em outros músculos não foi determinada15 e,
portanto, não devem ser utilizados na administração.
Recomenda-se a observação durante 15 minutos após
a administração por risco de síncope, principalmente em
adolescentes e adultos jovens8.
Apresentação e conserva ção
A vacina quadrivalente é uma suspensão branca, turva
e líquida, podendo ser apresentada na forma de frasco de
dose única com 0,5 ml ou já na seringa tipo Luer Lock com
o mesmo volume. Deve ser refrigerada entre 2 e 8 ºC, não
podendo ser congelada. Deve ser homogeneizada antes
da administração15.
Administração simultânea com outras vac inas
A vacinação simultânea com a vacina contra hepatite
B pode ser realizada, desde que sítios e seringas diferentes
sejam utilizadas10, pois não há diferença na resposta imune
para nenhum dos imunobiológicos1.
Já no caso das vacinas contra difteria, tétano,
coqueluche e antimeningocócica, a administração
concomitante não deve ser realizada até que os estudos
sejam concluídos1.
70
Borsatto AZ, Vidal MLB, Rocha RCNP
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74
Duração da proteção
A duração da imunidade após a vacinação e a titulação
mínima de anticorpos protetores para evitar a doença
ainda não estão claras10.
Após a terceira dose, os títulos de anticorpos caem por
dois anos até atingir um platô, apesar de a quantidade de
anticorpos produzidos por estímulo vacinal ser maior do
que por infecção natural16.
Estudos só confirmaram proteção por cinco anos. Um
seguimento de 15 anos nos sujeitos vacinados na Europa
irá prover informações essenciais sobre a durabilidade da
proteção16.
Proteção cruzada
Inicialmente a vacina protege contra os tipos de HPV
nela presentes. Contudo, pode haver proteção cruzada pela
similaridade genética entre alguns sorotipos3. A vacina
quadrivalente parece proporcionar proteção cruzada
parcial (em torno de 59%) contra os sorotipos 31 e 4517.
Apesar de esses dados ainda não estarem confirmados,
também há indícios de proteção cruzada contra os tipos
33, 52 e 58. Os ensaios de fase III em curso sugerem uma
proteção parcial contra dez sorotipos não incluídos na
vacina, inclusive os já mencionados18.
Segurança
As unidades produzidas por engenharia genética, os
VLPs, são unidades proteicas, sem material genético e,
portanto, não infecciosas. Possuem perfil de segurança
similar a outras vacinas como tétano ou hepatite B18. A
recombinação genética é considerada uma técnica que
envolve altos padrões de segurança, e os estudos clínicos
de fases II e III comprovaram esse dado9.
A porcentagem de segurança é próxima aos 100% na
prevenção de lesões pré-cancerosas do colo do útero, vulva
e vagina e para os condilomas genitais4.
Contraindicações
A hipersensibilidade aos componentes da vacina,
principalmente ao Saccharomyces cerevisiae, é uma
contraindicação à vacinação11, apesar de o risco de reação
anafilática nessas pessoas ser pequeno10. Há um risco
teórico de reação alérgica à vacina em pessoas com alergia
ao fungo, contudo não foram documentadas reações
adversas após a vacinação dessas pessoas19.
O uso em gestantes ainda está contraindicado, apesar
de não haver indícios de teratogenicidade9; porém, caso
a mulher engravide após o início da série de vacinação, a
conclusão do esquema deve ser adiada até o término da
gestação. Caso uma dose tenha sido administrada durante
a gravidez, nenhuma intervenção é necessária19.
Bases imunológicas e imunogenicidad e
A vacina contra o HPV gera uma resposta imunológica
específica de memória baseada em anticorpos neutralizantes
contra as proteínas do capsídeo viral4.
A persistência dos níveis de anticorpos a longo prazo
ainda não está clara assim como o nível necessário para
prevenir a infecção ou a doença. A duração real da proteção
conferida só será confirmada quando a vacina for utilizada
por vários anos18.
Estudos clínicos fases II e III randomizados, duplocegos
e controlados por placebo, em homens e mulheres
entre 9 e 15 anos, e mulheres entre 16 e 26 anos, não
expostos aos subtipos de HPV presentes na vacina10,
demonstraram que a vacina é altamente imunogênica,
induzindo a produção de anticorpos genótipos-específicos
em quantidade dez vezes maior do que a encontrada
em infecção naturalmente adquirida num prazo de dois
anos12.
Nos ensaios, um mês após a terceira dose da vacina,
quase 100% das mulheres entre 15 e 26 anos tiveram
detectados no sangue anticorpos para cada sorotipo
presente no imunobiológico. Esses estudos também
demonstraram que a vacina quadrivalente induz melhor
resposta em crianças entre 9 e 15 anos, quando comparadas
a adultos jovens (16 a 23 anos)12.
Nas mulheres entre 9 e 15 anos, a vacina é altamente
imunogênica. Duas doses de Gardasil® em indivíduos nessa
faixa etária produziu títulos de anticorpos equivalentes a
três doses em mulheres entre 16 e 26 anos. Contudo, a
sustentabilidade dessa resposta não foi avaliada20.
Essas taxas de anticorpos foram detectadas após a
vacinação independente do sexo, raça, país de origem,
hábito tabagístico, índice de massa corporal20, uso de
contraceptivo oral ou administração concomitante com
a vacina contra a hepatite B1.
O nível mínimo de anticorpos necessários para proteger
o indivíduo de uma infecção naturalmente adquirida ainda
não é um dado conhecido. Essa informação é fundamental
para a comparação com o nível de anticorpos produzidos
por indução vacinal21.
Estudos de fase III estão em curso para determinar a
duração dos níveis de anticorpos e a sua proteção1, e seus
dados parciais sugerem a necessidade de revacinação após
cinco anos, estimulando a memória imunológica21.
Os efeitos da infecção pelo HIV, malnutrição grave
ou infecção por malária ou helmintos sobre a resposta
imune ainda não foram estudados1. Também não está
claro se a vacina quadrivalente irá impedir a infecção e
suas consequências nos homens21.
Eventos adv ersos
Os eventos adversos decorrentes da vacinação podem
ser classificados em locais ou sistêmicos. Na maioria dos
71
Vacina contra o HPV: Aspectos Práticos
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74
indivíduos, houve uma boa tolerância e os efeitos adversos
mais relatados foram os locais18.
Esses eventos foram 6% a 8% mais frequentes do que
os produzidos pelo placebo20, e a maioria deles (94%) foi
de intensidade leve ou moderada. Os mais comuns foram:
reação no local de aplicação com dor, edema e eritema4.
Em relação aos efeitos sistêmicos, não houve diferença
na frequência entre os que receberam a vacina ou o
placebo20. Os mais observados foram febre, náusea,
diarreia, vômito, tontura, mialgia, dor de dente, infecção
de trato respiratório, indisposição, artalgia, insônia e
congestão nasal15, todos de intensidade leve ou moderada.
Óbitos, Síndrome de Guillain-Barré, formação de
coágulos sanguíneos e outros sintomas graves ocorreram
durante o estudo22, mas não houve nenhuma relação direta
com a vacina19.
Durante o estudo, 2.832 mulheres (1.396 que
receberam a vacina e 1.436 que receberam placebo)
reportaram gravidez. A proporção de gestações com efeitos
indesejáveis foi comparável em ambos os grupos14.
Eficácia
Estudos duplo-cegos, randomizados e placebo-controle
com mulheres têm sido conduzidos em diversos países da
Europa, América do Norte e do Sul, Ásia e Austrália. A
eficácia foi estudada considerando a infecção pelo HPV e
as doenças consequentes, mais especificamente neoplasia
intraepitelial cervical (NIC), neoplasia intraepitelial
vulvar (NIV), neoplasia intraepitelial vaginal (NIVa) e
condilomas genitais18.
Ensaios clínicos de fase III, utilizando como parâmetro
o câncer cervical, não são viáveis, pois o tempo desde a
aquisição da infecção até o desenvolvimento da doença é
longo. Além disso, não poderiam ser aceitos eticamente,
já que as lesões precursoras são tratáveis14.
O estudo FUTURE I (Female United to Unilaterally
Reduce Endo/Ectocervical Disease Study Group) é um estudo
de fase III, randomizado, vacina-placebo, duplo cego com
5.455 mulheres entre 16 e 24 anos5. Um total de 2.723
mulheres foram randomizadas para receber três doses da
vacina quadrivalente e 2.732 para receber placebo21.
Nesse estudo, a vacina foi 100% efetiva na prevenção
de lesões intraepiteliais vaginais, vulvares e perianais e
verrugas genitais associadas aos tipos presentes na vacina.
Também se mostrou 100% efetiva na prevenção de NIC 1,
2 e 3 e adenocarcinoma in situ. Demonstrou que a vacina
é altamente efetiva na prevenção dessas lesões associadas ao
HPV tipos 6, 11, 16 e 18, em mulheres sorologicamente
negativas para esses sorotipos. Não há interferência entre
os quatro tipos presentes na vacina, já que a eficácia foi
de 100% para cada tipo específico5, 21.
O estudo FUTURE II, de fase III, utilizando também
três doses da vacina quadrivalente, randomizou de forma
duplo-cego, vacina-placebo, 12.167 mulheres entre 15 e
26 anos que não apresentavam evidência de infecção viral
pelos sorotipos 16 e 18. O estudo demonstrou eficácia
vacinal de 98% na redução da incidência de NIC 2 e 3, e
adenocarcinoma in situ. Nas pacientes com infecção viral
prévia pelos subtipos 16 e 18, a vacina demonstrou uma
eficácia de 44%. Quando a infecção viral prévia não era
somente pelos sorotipos 16 e 18, a eficácia contra NIC 2
e 3 caiu para 17%5,16.
Esses dados estão confirmados para um seguimento de
cinco anos e ainda necessitam ser estudados a longo prazo4.
A eficácia da vacina profilática foi alta nas quatro
regiões geográficas e em todas as etnias e grupos raciais17,
inclusive no Brasil, que foi incluído nos estudos de fase II
e III1, independente de coinfecção por outros patógenos
sexualmente transmissíveis19.
Cabe ressaltar que as vacinas são profiláticas e não
terapêuticas, não possuindo ação em caso de infecção
preexistente ou doença já instalada17. Entre as mulheres
já infectadas com um ou mais tipos presentes na vacina,
a eficácia limitou-se na prevenção da doença relacionada
aos outros sorotipos14.
Pequenas variações no regime recomendado não
afetaram a eficácia. A única obrigatoriedade foi a
administração de três doses de vacina no prazo de um ano.
Em mulheres com mais de 2613 ou menos de 9 anos19
e em homens, a eficácia ainda não foi avaliada, e estudos
são necessários nessas populações14. Por isso, a vacina não
deve ser administrada nesses grupos.
A eficácia também não foi avaliada em
imunocomprometidos por doenças ou medicações e,
apesar de não ser infecciosa, a resposta imunológica nesse
grupo poderá ser menor do que em imunocompetentes19.
No que se refere à prevenção de condilomas da genitália
masculina, câncer de pênis e de cabeça e pescoço, também
não existem dados que demonstrem a sua eficácia14.
Impac to epidemiológico
Segundo os dados do estudo FUTURE II, a vacinação
não alterou o curso da infecção já instalada, mas protegeu
contra infecções por estirpes de HPV que o indivíduo
ainda não tivesse sido exposto16.
Sendo assim, pode ser possível erradicar os tipos virais
mais oncogênicos e, consequentemente, poderá ocorrer
um desequilíbrio entre os sorotipos, potencializando a
ação dos menos frequentes4.
A eficácia total em termos de saúde pública ainda
não está bem estabelecida, já que a vacina não substitui
os programas de rastreamento. Nos países onde está
implementada, a vacinação ainda não forneceu dados de
redução de incidência e mortalidade pelo câncer do colo
do útero. Apesar disso, a vacina parece ser uma alternativa
promissora para a redução da morbi-mortalidade pelo
câncer cervical23.
Modelos desenvolvidos para avaliar o impacto da
vacina sugerem que a vacinação de mulheres com até 12
72
Borsatto AZ, Vidal MLB, Rocha RCNP
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74
anos de idade reduza o risco de câncer cervical em 20%
a 66%. Contudo, essa doença é rara em mulheres jovens,
e um maior benefício da vacina não foi observado em
mulheres com idade entre 30 e 50 anos24.
Cobertura vacinal de 70% em adolescentes entre 9
e 12 anos reduziria a incidência por câncer entre 34% e
55%. O rastreamento por exame Papanicolaou e teste de
DNA por duas ou três vezes de 70% da população entre
35 e 45 anos parece ser menos efetivo do que a vacinação1.
Os benefícios clínicos da vacinação, comparados com o
rastreamento isolado, devem ser avaliados, levando-se em
consideração a efetividade dos programas de rastreamento
de cada país24.
Esquema vacinal limitado aos indivíduos entre 9 e 14
anos de idade necessitará de mais de 20 anos para reduzir
as taxas da doença. Para as lesões precursoras de alto e
baixo grau, esse impacto seria um pouco mais precoce.
Esses estudos demonstram que o impacto epidemiológico
só será percebido a longo prazo23.
Ainda são necessários ensaios clínicos que determinem
a prevalência dos tipos virais em diferentes populações
vacinadas e não vacinadas para serem incluídos na análise
do impacto epidemiológico4.
Impac to econômico
A política de vacinação deve ser determinada em cada
país e levar em consideração a dimensão da doença, a
estrutura dos sistemas de saúde, a capacidade de iniciar
e manter um programa de vacinação, a acessibilidade
e a relação custo-efetividade comparativamente ao
rastreamento25.
Indubitavelmente, o impacto da vacinação parece
ser maior nos países em desenvolvimento, onde o
rastreamento ainda não está bem organizado e as taxas
de mortalidade por câncer cervical são altas. Contudo, o
custo do imunobiológico pode dificultar o acesso desses
países à vacina24.
Nos Estados Unidos da América, cada dose da vacina
quadrivalente custa aproximadamente 120 dólares11. Na
União Europeia, 96 euros. Esses valores não incluem
outros custos associados à prática da vacinação11. No
Brasil, os valores variam com a taxa de câmbio, tendo os
valores internacionais como base, já que são importadas.
Os custos e benefícios da vacinação necessitam
ser estimados e comparados com outras potenciais
intervenções. Muitos países desenvolvidos obtiveram
grandes reduções nas mortes por câncer cervical como
resultado dos programas de rastreamento pelo exame
Papanicolaou. Nesses países, a expectativa dos benefícios
com a introdução da vacina inclui a redução da
morbidade e dos custos associados com o seguimento de
pacientes com lesões cervicais, tratamento de NIC 2 e 3,
adenocarcinoma in situ e câncer. A situação é bastante
diferente nos países onde o rastreamento não é realizado
ou é de forma limitada. Nesses locais, a potencial redução
das mortes por câncer cervical parece ser o maior benefício
da vacinação1.
Uma análise das opções de controle do câncer cervical
no Brasil, país onde o rastreamento ainda é deficiente e
a cobertura é limitada, constatou que ao preço de 100
dólares por dose, a vacina não parece ser eficaz em termos
de custos, quando comparados com o rastreio por exame
Papanicolaou três vezes na vida. Para os países mais pobres,
com um produto interno bruto menor que 1.000 dólares
per capita, o custo por dose pode precisar ser tão baixo
quanto 1 ou 2 dólares para fazer a vacinação ser custoefetiva25.
O GAVI Alliance (Aliança Global para Vacinas e
Imunização), parceria de governos nacionais, Organização
Mundial da Saúde, Banco Mundial, entre outros, oferece
assistência técnica e apoio financeiro para implementação
de vacinas em países com renda nacional inferior a 1.000
dólares per capita. Assim, com subsídios da GAVI, a vacina
contra HPV pode chegar aos países mais pobres25.
Os benefícios, em cada país, dependem da incidência,
mortalidade e custos do tratamento atribuídos ao HPV
em cada um deles. Esses dados devem ser comparados
com a capacidade protetora das vacinas, eficácia, cobertura
necessária e duração da imunidade1.
No Brasil, o impacto da vacinação na perspectiva do
controle do câncer cervical depende da proporção de casos
da doença atribuíveis aos HPVs 16 e 18 e da cobertura
alcançável1. Estudos para determinar a prevalência desses
sorotipos estão em andamento.
A vacinação contra o HPV possui o potencial de
impactar a morbi-mortalidade associada às infecções por
esse vírus. Entretanto, algumas questões ainda precisam ser
respondidas para que a vacinação possa ser implementada
de maneira custo-efetiva24.
População-alv o
A população-alvo para vacinação são as adolescentes
do sexo feminino nas seguintes situações19:
- entre 9 e 13 anos de idade: a vacinação nesse grupo etário
é altamente recomendada antes do início das relações
sexuais, pois a eficácia é bastante elevada;
- entre 14 e 26 anos: beneficiadas parcialmente mesmo
se já sexualmente ativas, pois provavelmente não estão
infectadas para os quatro tipos contidos na vacina.
- entre 14 e 26 anos que tiveram anormalidades nos exames
anteriores de Papanicolaou, incluindo o câncer cervical,
ou tiveram verrugas genitais ou infecção pelo HPV
diagnosticada: também podem se beneficiar parcialmente
pelo mesmo motivo anteriormente exposto; no entanto,
devem ser aconselhadas de que não existem dados que
sugerem que a vacina terá qualquer efeito terapêutico
sobre as lesões cervicais.
73
Vacina contra o HPV: Aspectos Práticos
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74
CONCLUSÃO
O estudo permitiu a construção de uma ampla revisão
acerca do tema a que se propôs, utilizando a literatura
eletrônica disponível sobre o assunto, prevalecendo os
estudos internacionais.
Com base nos estudos de eficácia e segurança,
vários países já aprovaram a vacinação com a vacina
quadrivalente. No Brasil, o acesso se dá através de meios
próprios, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda
não a disponibilizou para a população e estudos de
prevalência dos tipos virais estão em andamento.
O levantamento realizado demonstrou que importantes
avanços já foram alcançados, porém ainda existem lacunas
do conhecimento que necessitam ser esclarecidas antes
que a vacina quadrivalente seja utilizada em larga escala,
especialmente nos países em desenvolvimento.
Declaração de Conflito de Interesses: Nada a Declarar.
REFERÊNCIAS
1. World Health Organization. Human papillomavirus and
HPV vaccines: technical information for policy-makers
and health professionals [monograph on the Internet].
Geneva (Switzerland): WHO; 2007. [cited 2009 set
15]. Avaiable from: URL: http://whqlibdoc.who.int/
hq/2007/WHO_IVB_07.05_eng.pdf
2. Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Estimativas 2010:
incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA;
2009.
3. Linhares AC, Villa LL. Vaccines against rotavirus and
human papillomavirus (HPV). J Pediatr 2006; 82 (3):
S25-S34.
4. Tejeda MDD, Velasco MS, Gómez-Pastrana Nieto
F. Câncer de cuello uterino: estado actual de las
vacunas frente al vírus del papiloma humano (VPH).
Oncología 2007; 30 (2): 42-59. [citado em 2009
nov 18]. Disponível em: http://scielo.isciii.es/scielo.
php?pid=S0378-48352007000200002&script=sci_arttext
5. Yazigi RI, Rodrigues TA. Vacuna contra el vírus del
papiloma humano (VPH). Rev Med Clin Condes 2007
18(4):400-6.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Vigitel 2009. [citado em 23
jan 2011]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/
portal/arquivos/pdf/prevencao_cancer_16_8_10.pdf
7. Derchain SFM, Sarian LOZ. Vacinas profiláticas para o
HPV. Rev Bras Ginecol Obstet 2007; 29 (6): 281-4.
8. Nadal LRM, Nadal SR. Indicações da vacina contra
o papilomavirus humano. Revista brasileira de
coloproctologia 2008; 28 (1):124-6.
9. Bayas JM, Costas L, Muñoz A. Cervical cancer
vaccination indications, efficacy and side effects. Ginecol
Oncol 2008; 110 (3 suppl 2):11-4.
10. Markowitz LE, Dunne EF, Saraiya M, Lawson
HW, Chesson H, Unger ER. Quadrivalent human
papillomavirus vaccine: recommendations of the
Advisory Committee on Imunization Practices (ACIP).
MMWR Recomm Rep 2007; 56 (RR-2): 1-24.
11. Marti MGL, Irigoyen M, Arbeter A. Nueva vacuna contra
el HPV. Arch Argent Pediatr 2007; 105(3):260-1.
12. Irazabal LC. Vacuna contra el vírus del papiloma humano
(VPH)? Cuál será su impacto en Venezuela? Revista de
la Facultad Ciencias de la Salud 2007; 11(2):3-6.
13. Herbert J, Coffin J. Reducing patient risk for human
papillomavirus infection and cervical cancer. J Am
Osteopath Assoc 2008; 108(2):65-70.
14. Barr E, Tamms G. Quadrivalent human papillomavirus
vaccine. Clin Infect Dis 2007; 45 (5): 609-17.
15. McLemore, MR. Gardasil: introducing the new
human papillomavirus vaccine. Clin J Oncol Nurs
2006; 10 (5): 559-60.
16. The Future II Study Group. Quadrivalent vaccine against
human papillomavirus to prevent high-grade cervical
cancer. N Engl Med 2007; 356 (19):1915-27.
17. Stanley M. HPV vaccines: are they the answer? Br Med
Bull 2008; 88:59–74.
18. Lepique AP, Rabachini T, Villa LL. HPV vaccination: the
begining of the end of cervical câncer? A Review. Mem
Inst Oswaldo Cruz 2009; 104(1):1-10.
19. An Ad v i s o r y Commi t t e e . St a t eme n t o n
humanpapillomavirus vaccine. Canada Comunicable
Disease Report 2007; 33(2):1-32.
20. Dawar M, Deeks S, Dobson S. Human papillomavirus
vaccines launch a new era in cervical cancer prevention.
CMAJ 2007; 177(5): 456-61.
21. Garland SM, Hernandez-Avila M, Wheeler CM, Perez G,
Harper DM, Leodolter CM, et al. Quadrivalent vaccine
against human papillomavirus to prevent anogenital
diseases. N Engl J Med 2007; 356(19): 1928-43.
22. Kuehn BM. CDC Panel Recommends vaccine for
Smokers; Reviews HPV Safety Data. JAMA 2008; 300
(23): 2713-4.
23. Azevedo e Silva G. Cervical cancer control and HPV
vaccine in Latin America. Rev Bras Epidemiol 2008; 11
(3):514-5.
24. Nicolaidou E, Katsambas AD. The burden of human
papillomavirus infections and the expected impact of the
new vaccines. Expert Rev Vaccines 2007; 6 (4):475-7.
25. Agosti JM, Goldie SJ. Introducing HPV vaccine in
developing countries – key challenges and issues. N Engl
J Med 2007; 316(19):1908-10.
74
Borsatto AZ, Vidal MLB, Rocha RCNP
Revista Brasileira de Cancerologia 2011; 57(1): 67-74
Abstract
Introduction: This research is a descriptive bibliographical review. Objective: To describe the aspects related to the
quadrivalent vaccine, found in both national and international scientific literature, as for its chemical description,
indications, vaccination scheme, presentation and conservation, interaction with other vaccines, duration of protection,
cross protection, safety, contraindications, immunogenicity, adverse reactions, efficacy and epidemiological and
economics impact. Method: A search of studies was carried out in the Lilacs and Medline electronic data bases in the
period between 2005 and 2009. Out of the 70 documents found, 35 were selected once they aggregated information
about the several technical and practical aspects of the quadrivalent vaccine. With these documents in hands, an
analytical reading was done and the papers organized by themes and their presentation. Results: Among the more
relevant information it can be mentioned that it is indicated to women between 9 and 26 years old, before sexual
initiation, being administered in three doses; it has confirmed efficacy against the serotypes present in it, being highly
immunogenic and with protection guarantee for 5 years; it is safe, without any risk of infection with its administration
and with mild to moderate local adverse effects. Conclusion: This study showed that there are important knowledge
gaps about this vaccine that still need to be explained.
Key words: Review Literature as Topic; Cervix Neoplasms Prevention; Papillomavirus Vaccines
Resumen
Introducción: Esta investigación es una revisión de literatura, de abordaje descriptivo. Objetivo: Describir los aspectos
relacionados a la vacuna cuadrivalente, encontrados en la literatura científica nacional e internacional, cuanto a su
descripción química, indicaciones, esquema de vacunas, presentación y conservación, interacción con otras vacunas,
duración de la protección, protección cruzada, seguridad, contraindicaciones, inmunogenicidad, reacciones adversas,
eficacia e impacto epidemiológico y económico. Método: Se realizó un levantamiento de producciones en las bases
de datos electrónicas Lilacs y Medline en el período de 2005 a 2009. De los 70 documentos encontrados, 35 fueron
seleccionados pues agregaban informaciones sobre los diversos aspectos técnicos y prácticos de la vacuna cuadrivalente.
De pose de esos documentos, se realizó la lectura analítica con organización por temas y su presentación. Resultados:
Las informaciones más relevantes son las de que la vacuna está indicada para mujeres entre 9 y 26 años, antes de la
iniciación sexual, y debe ministrarse en 3 dosis; se comprueba su eficacia contra los suero tipos existentes en ella,
siendo altamente inmunogénica y con garantía de protección por 5 años; es segura, no existiendo riesgo de infección
con su administración y con efectos adversos locales leves a moderados. Conclusión: El trabajo demostró que existen
importantes vacíos del conocimiento sobre la vacuna que aún necesitan ser esclarecidos.
Palabras clave: Literatura de Revisión como Asunto; Prevención de Cáncer de Cuello Uterino; Vacunas contra
Papillomavirus
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Como me tornei uma mulher feliz novamente
ResponderExcluirCom lágrimas de alegria e felicidade, estou prestando meu testemunho a todos os telespectadores on-line, meu problema com o estágio IB de Câncer de Estômago causou-me muitas dores e tristezas, especialmente em minha família.
Eu estava com tanto medo de perder a vida, sofri o constrangimento de visitar
terapia centenas de vezes, infelizmente eles não encontraram uma solução definitiva para o meu problema, chorei o dia todo e a noite, tenho que viver minha vida dessa maneira? Eu procurei toda a Internet por cuidados, fui enganado por fraudadores da Internet vezes sem números ... até que um amigo meu que fica no Reino Unido me apresentou a um amigo dela que estava curado da mesma doença, e ela me apresentou ao Dr. Itua, que a curou do câncer de mama por este e-mail / WhatsApp +2348149277967, drituaherbalcenter@gmail.com. Entrei em contato com ele e ele prometeu que tudo ficaria bem e que eu tinha fé. Ele me enviou seus medicamentos à base de plantas através do Courier servcie e fui instruído sobre como tomá-lo por três semanas para curar, segui as instruções que me foram dadas e Hoje sou uma mulher feliz novamente. Ele cura todos os tipos de doenças como - câncer no cérebro, doença trofoblástica gestacional, câncer de cabeça e pescoço, câncer de ovário, linfoma de Hodgkin, herpes, câncer de fígado, câncer de garganta,
Síndrome Fibrodisplasia Ossificante Progresesclerose, doença de Alzheimer, diarréia crônica, DPOC, Parkinson, Als, carcinoma adrenocortical Mononucleose infecciosa.
Câncer de intestino, Câncer de tireóide, Câncer de útero, Fibróide, Angiopatia, Ataxia, Artrite, Escoliose lateral amiotrófica, Tumor cerebral, Fibromialgia, Toxicidade por fluoroquinolonaTumor de bexiga Mieloma múltiplo, tumores neuroendócrinos
Linfoma não Hodgkin, Câncer bucal, Câncer de sinusite, Hepatite A, B / C, Câncer de pele, Sarcoma de tecidos moles, Câncer de coluna, Câncer de estômago, Câncer de estômago, Câncer de vagina, Câncer de vulva,
Câncer testicular, Doenças de Tach, Leucemia.