quarta-feira, 25 de setembro de 2013
HIPERLEXIA E O AUTISMO
Relato de Caso
Baldaçara, L.; Nóbrega, L.P.C.; Tengan, S.K.; Maia, A.K. Rev. Psiq. Clín. 33 (5); 268-271, 2006
Hiperlexia em um caso de autismo
e suas hipóteses
Hyperlexia in a patient with autistic disorder and its hypothesis
LEONARDO BALDAÇARA1
LUCIANA P. C. NÓBREGA2
SÉRGIO K. TENGAN3
ANNE K. MAIA4
1 Psiquiatra do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM) - Santa Casa de São Paulo.
2 Médica residente em psiquiatria da Universidade de São Paulo.
3 Psiquiatra do setor de Psiquiatria Infantil do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM)
- Santa Casa de São Paulo.
4 Psiquiatra do Setor de Psiquiatria Infantil do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM)
- Santa Casa de São Paulo.
Endereço para correspondência: Leonardo Baldaçara. Rua Domingos de Moraes, 1.457 –ap. 74 – 04009-003
– São Paulo, SP. Fone: (11) 5579-8849 / Fax: (11) 5087-7000. E-mail: leonardobaldassara@terra.com.br
Resumo
Contexto: Pouco se sabe sobre os mecanismos neurais precoces da leitura. Crianças com
doenças do espectro do autismo, em raras ocasiões, apresentam avançadas habilidades de leitura. Apesar de suas sérias dificuldades na expressão e recepção da linguagem, essas crianças
podem identificar palavras impressas tão jovens quanto aos 18 meses de idade sem nenhuma
instrução explícita. Relato de caso: Relatamos aqui um caso de uma criança de seis anos com
história de autismo e que embora apresentasse dificuldades na comunicação, começou a ler
aos três anos. Em seguida, discutimos algumas teorias sobre essa associação. Conclusão:
Deficiências no desenvolvimento da linguagem e na comunicação são critérios definidores
do autismo; já a hiperlexia, apesar de incomum, quando presente deve ser levada em conta
para o diagnóstico. Seus mecanismos ainda são pouco compreendidos, mas diversos estudos
feitos associados a outros que estão em andamento poderão elucidar melhor esse sintoma.
Palavras-chave: Transtorno autístico, hiperlexia, leitura, comunicação, neuropsicologia.
Abstract
Background: Little is known about the early neural mechanisms of the reading ability.
Children with autism spectrum, in rare occasions, present advanced reading abilities. In
spite of their severe difficulties in language reception and expression, those children can
identify words printed as young as for the 18 months of age without any explicit instruction.
Case report: We report a case of a six year-old child with history of autism who, in spite of
severe difficulties in communication, began to read at the age of three. We discuss some
theories supporting this association. Conclusion: Deficiencies in the development of language and communication are definition criteria for autism. Hyperlexia is uncommon, but
when present should be taken into account for the diagnosis. The underlying mechanisms
are not completely understood and there is a limited number of studies that in addition to
other studies in progress, will help to ellucidate the neurobiology of this symptom.
Key-words: Autistic disorder, hyperlexia, reading, communication.
Recebido: 22/01/2006 - Aceito: 08/05/2006
Rev Psiq Clin 33 5.indd 268 23/10/2006 19:21:01269
Baldaçara, L.; Nóbrega, L.P.C.; Tengan, S.K.; Maia, A.K. Rev. Psiq. Clín. 33 (5); 268-271, 2006
Introdução
Segundo as classificações atuais da Organização Mundial da Saúde (Caetano, 1993) – CID-10 – e Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Dornelles, 2002) – DSM-IV-TR –, o autismo é um transtorno
global do desenvolvimento caracterizado pela perturba-
ção de três domínios: interação social, comunicação e
comportamento (normalmente focalizado, repetitivo e
estereotipado). De maneira mais inespecífica, também
envolve fobias, perturbações da alimentação, crises de
birra ou agressividade, entre outros. Apesar de a linguagem e a comunicação serem aspectos centrais para
o diagnóstico, ainda são pouco abordados nas pesquisas
sobre os transtornos desse espectro.
As bases neurobiológicas da leitura têm sido
estudadas em crianças com desenvolvimento normal
(Schlaggar et al., 2002; Turkeltaub et al., 2003) e naquelas com deficiências, como a dislexia (Georgiewa
et al., 2002; Shaywitz et al., 2002). Entretanto, pouco se
sabe sobre os mecanismos neurais precoces da leitura.
Crianças com doenças do espectro do autismo em raras
ocasiões apresentam avançadas habilidades de leitura.
Apesar de suas dificuldades severas na expressão e na
recepção da linguagem, essas crianças podem identifi-
car palavras impressas tão jovens quanto aos 18 meses
de idade sem nenhuma instrução explícita (Sparks,
1995). Essa habilidade, que pode surpreender qualquer
familiar, é ainda mais extraordinária considerando que
muitas dessas crianças começam a ler antes de dominar
a linguagem falada, e, às vezes, antes de falar qualquer
coisa (Cobrinik, 1982; Healy et al., 1982).
Neste artigo, relatamos o caso de uma criança com
diagnóstico de autismo e hiperlexia. Em seguida, discutimos sobre as principais teorias dessa associação.
Relato de caso
Uma criança do sexo masculino, filha de pais consangüí-
neos, nascida de parto normal e sem intercorrências,
cuja gravidez não havia sido planejada. Durante seu
desenvolvimento, tinha habilidades motoras normais,
mas apresentou interação social prejudicada: não olhava
seus pais nos olhos, não permitia ser abraçada e não
correspondia ao afeto dos pais. Preferia brincar com
objetos simples, como pedaços de madeira, folhas de
papel e revistas, a brincar com brinquedos. Fazia movimentos repetitivos e sem sentido no ar, principalmente
com as mãos. Preferia brincar sozinha em apenas dois
cômodos da casa (sala e cozinha). Quando algum membro entrava no local onde estava, mudava-se para outro
cômodo. Se insistissem para que ficasse, irritava-se e
chorava. Até os 2 anos de idade não havia apresentado
qualquer habilidade em comunicar-se verbalmente.
Nessa idade passou a assistir à TV, com preferência
por programas de alfabetização (Telecurso 1o
grau).
Com 2,5 anos, os pais notaram preferência restrita
por brincar apenas com revistas. Aos 3,5 anos, passou
a ler, de início, placas de propaganda na rua, depois
revistas. Repetia as palavras em voz alta várias vezes
e não relacionava os significados. Gostava de repetir
certas frases, geralmente pequenas (de três a quatro
palavras), não relacionadas ao contexto. Seu isolamento
social foi piorando e mesmo assim, pensando tratar-se
de uma criança superdotada, os pais colocaram-na em
uma escola aos 4 anos de idade.
Nessa escola, não participava das atividades,
não escrevia nem desenhava nos cadernos. Notando
a pouca evolução, os pais a mudaram para uma nova
escola; estava então com 5 anos. Entretanto, manteve-se
isolada, recusando-se a entrar na sala de aula. Persistia
com dificuldade em desempenhar as atividades e tinha
fixação por “leitura”, o que fez com que a pedagoga
sugerisse a procura por um serviço de saúde. Durante
entrevista inicial na psiquiatria, não foi constatada história psiquiátrica familiar prévia de transtorno global do
desenvolvimento. A família era estruturada e sem con-
flitos, apesar de ser o segundo casamento do pai. Tinha
um irmão de 4 anos, que sempre tentou brincar com o
paciente, mas sem contato recíproco. Os pais contaram
que, quando contrariado, fazia “birra” e chorava muito.
Tinha preferência por certos tipos de roupa (principalmente vermelhas) e não gostava de roupas e alimentos
de cor verde. Costumava procurar pelo alimento quando
queria e não pedia aos pais.
Foi realizada hipótese de autismo e iniciadas atividades no hospital-dia. De início, a comunicação era
estabelecida por meio de palavras escritas em cartões,
pois a criança apresentava dificuldade em identificar
outros símbolos que não fossem letras. Mesmo as palavras, apesar de lê-las corretamente, não identificava
o significado. Após seis meses, já era capaz de iniciar e
concluir algumas atividades, pedir para ir ao banheiro
e por alimento. Abraçava membros da equipe quando
solicitada, porém, sem demonstrar afeto. Passou a
identificar alguns objetos, mesmo com dificuldade. Até
a conclusão desse artigo, mantinha o treinamento há
oito meses.
Discussão
O caso em questão trata de uma criança com diagnóstico
de autismo e hiperlexia associada. Kanner (1943) percebeu a presença desse fenômeno quando primeiramente
descreveu e definiu o autismo, e Silberberg e Silberberg
(1967) definiram o termo “hiperlexia” para descrever
crianças que liam em níveis além daqueles esperados
para sua idade na presença de comunicação oral desordenada. Após décadas de pesquisa, três características
da hiperlexia emergiram: presença de desordem do
desenvolvimento da comunicação, mais comum nas
doenças do espectro do autismo (Healy et al., 1982);
aquisição da habilidade da leitura antes dos 5 anos sem
instrução explícita (Nation, 1999); relativa habilidade
Rev Psiq Clin 33 5.indd 269 23/10/2006 19:21:01270
Baldaçara, L.; Nóbrega, L.P.C.; Tengan, S.K.; Maia, A.K. Rev. Psiq. Clín. 33 (5); 268-271, 2006
para o reconhecimento avançado das palavras para a
idade mental (Temple et al., 2001; Welsh et al., 1987). A
verdadeira prevalência para a hiperlexia não é totalmente disponível, mas um estudo encontrou a prevalência
de 2,2/10.000 para esse transtorno na população geral
(Yeargin-Allsopp et al., 2003).
O primeiro passo a ser dado diante desses casos
seria a diferenciação com o transtorno de Asperger.
Segundo o DSM-IV-TR, o autismo apresenta-se com
anormalidades significativas nas áreas de interação social, linguagem e brincadeiras, enquanto, no transtorno
de Asperger, as habilidades cognitivas e lingüísticas não
sofrem significativo atraso. No autismo, as atividades e
os interesses são restritos, repetitivos e estereotipados,
além de apresentar maneirismos motores, preocupação
com partes de objetos, rituais e perturbações relacionadas a mudanças do ambiente. No transtorno de Asperger,
essas características manifestam-se principalmente pela
insistência em interesse circunscrito, com dedicação de
uma grande parcela de tempo reunindo informações e
fatos. O autismo ainda é marcado por isolamento ou
abordagens sociais restritas e rígidas. Já no transtorno
de Asperger, há aproximação dos outros, mesmo que
de modo excêntrico e insensível (American Psychiatric
Association, 2005). Na prática clínica, a diferenciação
entre os dois transtornos pode ser difícil.
Apesar de as crianças com hiperlexia não compreenderem tudo que lêem, as letras impressas podem se tornar um importante meio de comunicação, porque sua
atenção ao texto é maior do que à voz (Tager-Flusberg,
2004). Na verdade, os resultados para a habilidade verbal
e o quociente de inteligência são maiores para crianças
autistas com hiperlexia do que para as outras crianças
com autismo (Charman, 2004), possivelmente porque
a leitura possibilita uma ferramenta adicional na comunicação e na socialização (Kistner et al., 1988).
Investigações neuropsicológicas da leitura na hiperlexia têm explorado várias hipóteses para justificar
a leitura precoce e alcançaram diversas conclusões.
Algumas das discrepâncias são em parte devidas à
ausência de controles e diferenças nos critérios de
inclusão (Temple et al., 2001). Uma teoria prevalente
diz que a leitura precoce pode ser explicada por uma
vantajosa configuração visual analítica. Esse mecanismo
foi primeiramente proposto por Cobrinik (1982) baseado
na evidência de que crianças hiperléxicas reconhecem
visualmente palavras degradadas mais facilmente do que
os controles. Cohen et al. (1997) também encontraram
evidências em uma teoria de padrão de reconhecimento
visual, demonstrando que o grupo de crianças com prejuízos específicos da linguagem e hiperlexia foi melhor
em testes de habilidades da percepção visual do que o
de crianças com prejuízos específicos da linguagem sem
hiperlexia. Por outro lado, Goldberg (1987) propôs que
a hiperlexia é um exemplo de habilidade sábia, baseada
no avantajado sistema de memória de procedimento.
Igualmente, Sparks (1995) concluiu que a hiperlexia
em crianças envolve o caminho da memória ortográfica
para a leitura.
Entretanto, Turkeltaub et al. (2004) acreditam que
nem a teoria visual nem a teoria da rota da memória
podem explicar a habilidade de muitas crianças com
hiperlexia de decifrar símbolos que não sejam palavras,
um processo que necessita da construção fonológica,
além de analogia para palavras verdadeiras ou aplicação
de regras para a aplicação de símbolos. Contrastando a hipótese não fonológica, Welsh et al. (1987) concluíram que
a hiperlexia era baseada em uma capacidade fonológica
avançada utilizada para decodificar símbolos de fonemas,
ou melhor, para o acesso léxico direto. Healy et al. (1982)
e Temple et al. (2001) concordaram que a leitura hiperlé-
xica apresenta modificação no processo fonológico, mas
sugeriram que estratégias não usuais são adaptadas e
que as habilidades na aquisição da leitura provavelmente
seguem um caminho típico e seqüenciado, incluindo o
reconhecimento de ícones para a decodificação fonológica
do alfabeto por meio do processo léxico direto.
Crianças que exibem boa sensibilidade fonética
antes de ir à escola tornam-se bons leitores (Bradley e
Bryant, 1983) e continuam a realçar suas habilidades
fonéticas conscientes pela sua experiência de leitura
(Wagner et al., 1993). Tem sido proposto que boa linguagem expressiva e receptiva é um importante quesito para
o desenvolvimento da habilidade fonética consciente.
Entretanto, uma alteração na emergência da linguagem
oral e da habilidade fonética consciente nas crianças com
hiperlexia sugere que a fonética consciente pode operar
independentemente da habilidade geral da linguagem.
Dados neuropsicológicos podem ajudar a reconciliar as teorias discrepantes da hiperlexia apresentadas
anteriormente. Além disso, as bases neurais da leitura
na hiperlexia permanecem inexploradas. Alguns casos
de hiperlexia têm apresentado padrões anormais no
eletroencefalograma (EEG), segundo Glosser et al.
(1996), mas os padrões anormais de atividade elétrica
têm se demonstrado diferentes nos estudos (Goldberg,
1987; Aaron et al., 1990). Além disso, Goldberg (1987)
relatou casos com EEG normal.
Alguns modelos neurais da hiperlexia têm seguido
achados neuropsicológicos. Baseado na explicação da
leitura na hiperlexia por meio do padrão de reconhecimento visual, Cobrinik (1982) propôs que há uma avantajada configuração do hemisfério visual medial direito
na leitura precoce (Patti e Lupinetti, 1993).
Por outro lado, Welsh et al. (1987) demonstraram
uma preferência pela decodificação fonológica sob o
acesso léxico direto e propuseram que sistemas cerebrais para a decodificação fonológica se hipertrofiam
para compensar deficiências nos outros sistemas de
comunicação. Baseado nos modelos atuais neuroanatô-
micos da leitura, essa teoria poderia predizer o hiperdesenvolvimento do giro hemisférico frontal inferior e do
córtex temporal póstero-superior (Pugh et al., 2001).
Richman e Wood (2002) reconheceram a hipótese do
Rev Psiq Clin 33 5.indd 270 23/10/2006 19:21:01271
Baldaçara, L.; Nóbrega, L.P.C.; Tengan, S.K.; Maia, A.K. Rev. Psiq. Clín. 33 (5); 268-271, 2006
hemisfério direito e esquerdo, afirmando que as crian-
ças hiperléxicas com desordens verbais dependem das
associações corticais do hemisfério visual direito para a
leitura, enquanto hiperléxicas com desordens na leitura
não-verbal dependem da hipertrofia dos sistemas de
linguagem do hemisfério esquerdo para a leitura.
Por fim, um estudo recente testou essas últimas
hipóteses. Turkeltaub et al. (2004), por meio da ressonância magnética funcional, estudaram a habilidade da
leitura precoce em um garoto com hiperlexia e encontraram maior atividade no córtex frontal inferior esquerdo,
no córtex temporal superior e no sulco temporal inferior
direito do que nos controles. Eles sugeriram que a leitura
precoce está associada a essas áreas, diferenciando-se da
dislexia, que apresenta hipoatividade no córtex temporal
superior esquerdo. Outro estudo semelhante sugeriu o
envolvimento do lobo temporal (Cardy et al., 2005).
As deficiências no desenvolvimento da linguagem
e na comunicação são critérios definidores do autismo,
sendo a hiperlexia incomum, mas presente e que deve
ser levada em conta para o diagnóstico. Seus mecanismos ainda são pouco compreendidos, porém, diversos
estudos feitos associados a outros que estão em andamento poderão elucidar melhor esse sintoma.
Referências bibliográficas
AARON, P.G.; FRANTZ, S.S.; MANGES, A.R. - Dissociation between comphrehension na pronunciation in dyslexic and hyperlexic children. Reading and
Writting 2: 243-264, 1990.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION: Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (2000). Dornelles C (tradutor). Artmed, Porto Alegre, pp.
71-156, 2005.
BRADLEY, L.; BRYANTP. - Categorising sounds and learning to read – a causual
connection. Nature 301: 419-421, 1983.
CAETANO, D. - Transtornos globais do desenvolvimento. In: Caetano, D.
- Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento 10a
edição. Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Artes Médicas,
São Paulo, 103p., 1993.
CARDY, J.E.O.; FLAGG, E.J.; ROBERTS, W.; BRIAN, J.; ROBERTS, T.P.L. - Magnetoencephalography identifies rapid temporal processing deficit in autism
and language impairment. Neuroreport 16 (4): 329-332, 2005.
CHARMAN, T. - Matching preschool children with autism spectrum disorders
and comparison children for language ability: methodological challenges.
Journal of Autism and Developmental Disorder 34 (1): 59-64, 2004.
COBRINIK, L. - The performance of hyperlexic children on an “incomplete
words” task. Neuropsychologia 20: 569-577, 1982.
COHEN, M.J.; HALL, J.; RICCIO, C.A. - Neuropsychological profiles of children
diagnosed as specific language impaired with and without hyperlexia.
Arch Clin Neuropsychol 12: 223-229, 1997.
DORNELLES, C. - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4a
ed. rev. (DSM-IV-TR). Artes Médicas, São Paulo, 2002.
GEORGIEWA, P.; RZANNY, R.; HOPF, J.M.; KNAB, R.; GLAUCHE, V.; KAISER, W.A. - Phonological processing in dyslexic children: a study combining functional
imaging and event related potentials. Neurosci Lett 318: 5-8, 2002.
GLOSSER, G.; FRIEDMAN, R.; ROELTGEN, D.P. - Clues to the cognitive organization of
reading and writing from developtmental hyperlexia. Neuropsychology
10: 168-175, 1996.
GOLDBERG, T.E. - On Hermetic reading abilities. J Autism Dev Disord 17:
29-44, 1987.
HEALY, J.M.; ARAM, D.M.; HORWITZ, S.J.; KESSLER, J.W. - A study of hyperlexia.
Brain Lang 17: 1-23, 1982.
KANNER, J. - Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child 2:
217-250, 1943.
KISTNER, J.; ROBBINS, F.; HASKETT, M. - Assessment and skill remediation of
hyperlexic children. J Autism Dev Disord 18: 191-205, 1988.
NATION, K. - Reading skills in hyperlexia: a developmental perspective.
Psychol Bull 125: 338-355, 1999.
PATTI, P.J.; LUPINETTI, L. - Brief report: implications of hyperlexia in na autistic
savant. J Autism Dev Disord 23: 397-405, 1993.
PUGH, K.R.; MENCI, W.E.; JENNER, A.R.; KATZ, L.; FROST, S.J.; LEE, J.R. - Neurobiological studies of reading and reading disability. J Commun Disord 34:
479-492, 2001.
RICHMAN, L.C.; WOOD, K.M. Learning disability subtypes: classification of high
functioning hyperlexia. Brain Lang 82: 10-21, 2002.
SCHLAGGAR, B.L.; BROWN, T.T., LUGAR H.M.; VISSCHER, K.M.; MIEZIN, F.M.; PETERSEN,
S.E. - Functional neuroanatomical differences between adults and
school-age children in the processing of single words. Science 296:
1476-1479, 2002.
SHAYWITZ, B.A.; SHAYWITZ, S.E.; PUGH, K.R.; MENCI, W.E.; FULBRIGHT, R.K.; SKIDLARSKI,
P. - Disruption of posterior brain systems for reading in children with
developmental dyslexia. Biol Psychiatry 52: 101-110, 2002.
SILBERBERG, N.; SILBERBERG, M. - Hyperlexia: specific word recognition skills
in young children. Except Child 34: 41-42, 1967.
SPARKS, R.L. - Phonemic awareness in hyperlexic children. Reading and
Writing 7: 217-235, 1995.
TAGER-FLUSBERG, H. - Strategies for conducting research on language in autism.
Journal of Autism and Developmental Disorder 34 (1): 75-80, 2004.
TEMPLE, E.; POLDRACK, R.A.; SALIDIS, J.; DEUTSCH, G.K.; TALLAL, P.; MERZENICH,
M.M. - Disrupted neural responses to phonological and orthographic processing in dyslexic children: na fMRI study.Neuroreport 12:
299-307, 2001.
TURKELTAUB, P.; EDEN, G.; JONES, K.; ZEFFIRO, T.; EDENT, G.F. - Developtment of neural
mechanisms for reading. Nat Neurosci 6: 767-773, 2003.
TURKELTAUB, P.E.; FLOWERS, L.D.; VERBALIS, A.; MIRANDA, M.; GAREAU, L.; EDEN, G.F.
- The neural basis of hyperlexic reading: an fMRI case study. Neuron
41: 11-25, 2004.
WAGNER, R.K.; TORGESEN, J.K.; RASHOTTE, C.A.; HECHT, A.S.; BARKER, T.A.; BURGESS,
S.R. - Development of young readers phonological processing abilities.
J Educ Psycho 85: 83-103, 1993.
WELSH, M.C.; PENNINGTON, B.F.; ROGERS, S. - Word recognition and comprehension skills in hyperlexic children. Brain Lang 32: 76-96, 1987.
YEARGIN-ALLSOPP, M.; RICE, C.; KARAPURKAR, T.; DOEMBERG, N.; BOYLE, C.; MURPHY,
C. - Prevalence of autism in a US metropolitan area. JAMA 289:
49-55, 2003.
Rev Psiq Clin 33 5.indd 271 23/10/2006 19:21:03
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário