sábado, 28 de setembro de 2013
SÍNDROME DE DOWN TRISSOMIA 21
SÍNDROME DE DOWN
* Karina Latorre Castro Damasceno
*Márcia Chaves Cunha
** Carla Streit
Resumo:
A síndrome de Down é uma aneuploidia¹ mais comum em nativivos com uma
incidência de aproximadamente 1 entre 700 indivíduos.
Este trabalho vai tratar sobre a síndrome de Down, uma doença cromossômica²
autossômica, baseado em estudos bibliográficos. Com o estudo, observou-se que existe uma alta
incidência de síndrome de Down, principalmente em mulheres gestantes acima de 35 anos. Com
enfoque na análise do mapeamento cromossômico, caracteriza-se a trissomia do 21 e,
posteriormente, as características fenotípicas do paciente portador desta aneuploidia.
O presente trabalho tem como objetivo explanar e caracterizar a síndrome de Down,
fornecendo subsídios para que biólogos e profissionais da área da saúde possam auxiliar no
diagnóstico da patologia, valendo-se de técnicas específicas de análise cromossômica e
biomolecular.
Palavra-chave: Síndrome de Down
________________________
*Acadêmicas do Curso de Biologia Universidade Luterana do Brasil Campus Guaíba.
** Carla Streit, mestre e doutora em ciências biológicas c/ ênfase em biologia molecular/bioquímica pela UFRGS.INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA
A trissomia do 21, também conhecida como Síndrome de Down, é uma anormalidade
cromossômica caracterizada por uma série de sinais e sintomas. Em 1959, o médico Lejeune e
colegas, além de vários outros grupos, confirmaram que a maioria dos pacientes com a
Síndrome de Down, Possui 47 cromossomos e que o membro extra é um cromossomo
acrocêntrico pequeno, desde então designado cromossomo 21.(THOMPSON,1993).
A síndrome de Down é uma alteração genética que ocorre na formação do feto mais
especificamente no período de divisão celular. A maioria dos casos de portadores da trissomia
do 21 é causada pela não–disjunção, resultando em um cromossomo extra. Os demais pacientes
possuem anormalidades cromossômicas que apresentam um número normal de cromossomo,
porém a alteração é do tipo translocação, e mosaicismo³, o qual, algumas células possuem o
cariótipo normal, contendo aberrações cromossômicas; no entanto este último tipo é raro com
ocorrência aproximada de 1 a 2%.(THOMPSON,1993).
Os pacientes possuem características dismórficas, produzindo um fenótipo distinto,
tais como hipotônia observada em recém-nascido, baixa estatura e braquicefalia com um
occipúcio achatado. O pescoço é curto, apresentando pele redundante na nuca. A ponte nasal é
plana, as orelhas são de implantação baixa e possuem uma aparência dobrada típica, os olhos
exibem manchas de Brushfield ao redor da margem da íris. A boca permanece aberta, muitas
vezes o paciente mostra a língua sulcada e saliente. As mãos são curtas e largas, freqüentemente
com uma única prega palmar transversa (“prega simiesca”) e os quintos dedos defletidos, ou
Clinodctilia. Os pés mostram um amplo espaço entre o primeiro e segundo dedos com um sulco
estendendo-se próximo à face plantar. Os dermatóglifos (padrões das cristas dérmicas) são
altamente típico. ( tabela 1).
1
1
Aneploidia: perda ou ganho de um ou poucos cromossomos
² cromossomo: material nuclear, condensado em uma série de organelas em forma de bastão
³mosaicismo: presença num individuo ou tecido de pelo menos duas linhagens celulares, que diferem genéticamente,
mas provem de um único zigoto A alta percentagem dos casos de trissomia do 21, nos quais o gameta anormal originouse durante a meiose I materna, sugere uma alteração relacionada à idade materna avançada. Uma
possibilidade óbvia é o modelo do “ovócito velho”, pois maior seriam as chances de os
cromossomos não segregarem corretamente. (FRASER,1991).
A idade materna é uma das causas; entretanto, estudos recentes, utilizando técnicas de
bandeamento, mostram que a idade paterna influencia a aneuploidia. A identificação do
cromossomo 21 pelas técnicas referidas demostrou que, em cerca de 1/3 das trissomias, a nãodisjunção ocorreu no pai e, a partir dos 55 anos sua freqüência aumenta com a idade paterna.
Os fatores extrínsecos como as radiações, drogas e vírus possuem particular importância
nas alterações estruturais, uma vez que eles induzem quebras cromossômicas ( OSÓRIO, 2002).
As características comuns da síndrome de Down são maiores que as diferenças raciais, o
aspecto facial é tão típico nos pacientes com trissomia do 21 que, tendem a ter feições mais
semelhantes com outros pacientes com a trissomia do 21 do que às de seus próprios irmãos.
(THOMPSON, 1993).
É possível diagnosticar a síndrome de Down antes do nascimento com a utilização de
exames pré-natais. As principais indicações para o diagnóstico pré-natal são: idade materna,
avançada (acima de 35 anos); histórias com a Síndrome de Down, famílias prévias; um dos pais
portador de translocação cromossômica envolvendo o cromossomo 21; malformações fetais
diagnosticadas pelo ultra-som e testes de triagem pré-natal alterados. Os métodos utilizados são:
Coleta de vilosidades coriônicas, Amniocentese, Cordoncetese e, atualmente, com os avanços da
Biologia Molecular, a utilização da técnica de DNA recombinante. O mapeamento genômico
humano, pode auxiliar preponderantemente no diagnóstico preciso de tal anomalia. O
diagnóstico pós-natal, com base em uma série de sinais e sintomas, pode ser confirmado,
posteriormente, pelo estudo cromossômico.
A alteração cromossômica atualmente é incurável, mas os tratamentos podem auxiliar
no manejo do paciente, levando em consideração os problemas orgânicos, como por exemplo, as
malformações cardíacas. O grau de deficiência mental, também com um adequado prognóstico,
possibilita o paciente, dependendo do grau de deficiência, usufruir de centros especializados
que trabalhem com os portadores desenvolvendo as habilidades que possuem. CARACTERÍSTICAS DE PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN
Tabela 1:
ÁREA SÍNDROME DE DOWN
Cariótipo 47,XX OU XY,+21
Sinonímia Trissomia do 21
Anomalia cromossômica
Aneuploidia: trissomia do cromossomo
21(regiãoq22), translocação e mosaicismo
Freqüência 2/1000 aumentando com a idade materna 35e
paterna 55 para 1/700
Distribuição sexual Igual para ambos os sexos
Expectativa de vida Reduzida; morte por doenças respiratórias ou
cardíacas; risco de morte por leucemia aguda
aumentado 20x.
Neurologia Retardo mental de grau variável; hipotônia.
Cabeça fáceis características
Occípucio e face achatados; fenda palpebral
obliqua, manchas de Brushfield na íris,
problemas oculares; ponte nasal baixa; língua
protusa e fissurada; hipoplasia maxilar, palato
ogival; anomalias dentárias; orelhas pequenas
dismórficas e de baixa implantação.
Pescoço Curto e grosso
Tronco Cardiopatias congênitas; ausência uni ou
bilateral da 12a costela; hérnia umbilical;
genitais externos pouco desenvolvidos; pelve
estreita, índice ilíaco menor do que as pessoas
normais.
Membros Curtos: mãos e dedos curtos e largos;
clinodactilia; linha simiesca
Estatura baixa
Risco teórico de ocorrência
Para trissomia livre: aumenta com as idades
materna e paterna; mulheres com
35anos:1/350; mulheres com mais de 45 anos:
1/25.
Fontes: Thompson & Thompson Genética Médica(1988) CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ocorrência da síndrome de Down, apesar de comum, torna-se inesperada na reação das
famílias, de modo que, muitos integrantes não são capazes de aceitarem o diagnóstico. Alguns
pais verbalizam sua rejeição à criança, alguns rejeitam, embora façam uma grande exibição de
preocupação e aceitação (às vezes telefonando constantemente para o pediatra, cardiologista e
geneticista a cada espirro, resfolego e evacuação) e alguns parecem aceitar o bebê honesta e
abertamente, e torna refazer parte da família. A maioria dos pais e irmãos aceita o bebê com o
decorrer do tempo e desenvolve um amor e interesse genuínos.
O apoio e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar são inquestionavelmente
necessários. A crise dos familiares é superada, na maioria dos casos, e o paciente com síndrome
de Down passa sua infância em casa como um membro da família igual, amado e aceito.
Muitos pais enfatizam o quão afetuosas e agradáveis essas crianças podem ser. Os
recursos do centro médico e da comunidade precisam ser mobilizados para enfrentar os
problemas especiais de pacientes com essa desordem. A avaliação do desenvolvimento e
treinamento especial devem ser fornecidos quando indicados. Muitas crianças com Síndrome de
Down podem ser treinadas e um paciente eventual é educável. Estas são algumas das
informações necessárias para se responder às questões iniciais acerca do prognóstico.
No passado, os pacientes portadores de síndrome de Down não ultrapassavam a
velhice por motivos de doenças que se agravavam com o decorrer da idade, como mal de
Alzheimer ou leucemia aguda.
Atualmente, com o rápido avanço da ciência e a busca incansável de técnicas de
diagnóstico e tratamento, estes pacientes se beneficiam, obtendo uma melhora de vida e,
conseqüentemente, a longevidade.
A alta incidência de Síndrome de Down e o despreparo com relação as identificações
das causas e características da anomalia, ainda hoje exercem um importante e significativo papel
na nossa sociedade. Além disso, o despreparo familiar e a discriminação, infelizmente, perduram
na atualidade. Desta forma, o presente trabalho se propõe caracterizar a síndrome de Down,
habilitando e permitindo discussões acerca das causas e conseqüências da doença, ampliando
conhecimento do mapeamento cromossômico e suas anormalidades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARQUES, Edmundo Kanan(org.). Diagnóstico Genético–Molecular. Canoas: ed. ULBRA,
2003.
CHIARADIA,Adelheid. Biologia. 2a
ed. Rio de Janeiro: Claranto,2004.
THOMPSON,Margaret;MCLNNES,Roderick;WILLARD,Huntingoton.Thompson&Thompson
Genética Médica. 5ªed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A.1993.
OSÓRIO, Maria Regina; ROBINSON, Wanyce. Genética humana.2
a
ed. Porto Alegre: Artmed,
2002.
FRASER, Clarke. Et al. Genética Médica. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1991.
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