Manual de Normas
Técnicas e Rotinas de
Enfermagem para
Centros de Saúde
Saúde da Família
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Prefeitura de Florianópolis
Angela Regina Heinzen Amin Helou
Prefeita
Secretaria Municipal de Saúde
Manoel Américo Barros Filho
Secretário
Departamento de Saúde Pública
Margarete Fernandes Mendes
Diretora
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FICHA TÉCNICA
Equipe da 1ª Edição - 1995
Texto:
Carmen R. Bonfim Santoro
Célia Jungbluth Becker
Claudete Espíndola Tomaz
Edla Zweiner Gonzales
Eloá Favaretto
Ivonete T. Schulter B. Heidemann
Jezabel Andrade Silva
Margarete Fernandes Mendes
Maria Aparecida Pereira
Maria Brígida Venâncio
Rejane Kriedte
Rosane Assunção de Albuquerque
Solange Alberti Andrzejewski
Sônia Beatriz Daugs
Tânia Regina Turczyn
Vanessa Rosar Mattos Dias
Equipe de Revisão e Atualização - 2003
Carmen Lucia Luiz
Carmen R. Bonfim Santoro
Margarete Fernandes Mendes
Rita de Cássia Machado de Lima
Sandra Regina da Costa
Solange Alberti Andrzejewski
Tânia Regina Turczyn
Ilustração:
Rogério Otto Lohmann
Fotos:
Danísio Silva
3ª Edição revista e atualizada
2003
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APRESENTAÇÃO
O Manual de Normas Técnicas e
Rotinas de Enfermagem foi reeditado
para garantir a homogeneidade e a
qualidade dos serviços prestados nos
Centros de Saúde da Prefeitura de
Florianópolis, como material de
instrução, normatização e instrumento
de consulta para os profissionais da
Estratégia da Saúde da Família.
Dr. Manoel Américo Barros Filho
Secretário de Saúde
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ÍNDICE
1. Normas de biosegurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
2. Controle de infecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
3. Limpeza, desinfecção e esterilização . . . . . . . . . . . . . . . .17
4. Sinais vitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
5. Medidas antropométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
6. Curativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
7. Retirada de bicho-do-pé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
8. Bandagens ou ataduras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57
9. Administração de medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
10. Normas e rotinas de imunização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83
11. Exame preventivo do câncer do colo
do útero e exame de mamas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109
12. Teste do pezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .115
13. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125
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Normas de biosegurança
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PRECAUÇÕES UNIVERSAIS
1.Todo profissional de saúde deve, rotineiramente, usar barreiras
preventivas para impedir a exposição da pele e mucosas ao sangue
e/ou fluidos orgânicos. Usar luvas quando tocar em sangue, fluidos
orgânicos, mucosas ou pele com lesões, quando manusear utensílios
com sangue, quando praticar procedimentos vasculares.Trocar a luva
após contato com cada usuário. Usar máscara, óculos protetor ou
escudo plástico facial quando houver possibilidade do procedimento
gerar gotículas de sangue ou fluido orgânico que possa atingir mucosas
da boca, nariz e olhos. Usar avental, jaleco ou guarda-pó.
2. Lavar as mãos e outras superfícies corpóreas imediatamente, sempre
que entrarem em contato com sangue ou outros fluidos orgânicos. As
mãos devem ser lavadas após a retirada das luvas com água, sabão e
álcool 75º.
3.Tomar precauções no sentido de evitar ferimentos:
• com agulhas, bisturis e outros instrumentos já utilizados;
• com descarte de agulhas já utilizadas;
• com manuseio de instrumentos cortantes já utilizados.
4. Recomenda-se não recapar as agulhas de injeção, não dobrá-las,
não retirá-las das seringas descartáveis. Seringas, agulhas
descartáveis, lâminas de bisturis e outros instrumentos cortantes devem
ser colocados em recipientes resistentes à perfuração e descartáveis.
Agulhas ou instrumentos não descartáveis devem ser colocados em
recipientes resistentes e levados à área de limpeza e esterilização.
5. Recomenda-se o uso de peças bucais intermediárias ou bolsas de
ressuscitação para evitar a prática da respiração direta boca a boca em
situação de emergência (exemplo: policiais e paramédicos).
6. Funcionários da saúde, que apresentem lesões exudativas ou
dermatites úmidas, devem evitar qualquer contato direto com o paciente
(usuário) ou equipamentos usados por ele, até que as lesões estejam
curadas.
7. Os cuidados com a própria proteção dos profissionais devem ser
respeitados, visando a conscientização de não negligenciar as normas
de biosegurança.
RECOMENDAÇÃO PARA ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO
Material usado (gaze, algodão, guardanapo, sugadores descartáveis
etc.) deve ser descartado em saco de lixo hospitalar ou rotulado
“contaminado”.
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Controle de infecção
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Na natureza, é freqüente seres vivos da mesma espécie se associarem
visando benefícios comuns. É o que ocorre entre os seres inferiores,
que se associam formando as colônias. Entre os seres mais
diferenciados como, por exemplo, os homens, estas associações vêm
constituir as sociedades. O que caracteriza, essencialmente, essas
associações, é a defesa de cada um de seus componentes e do
conjunto contra os fatores ambientais e contra certos seres vivos.
Também entre seres de espécies diferentes são freqüentes as
associações. Nesta situação, contudo, não visam sempre os benefícios
comuns ou de cada elemento que as constitui.
Três tipos fundamentais de associações podem acontecer:
• Simbiótica: cada elemento da associação é beneficiado.
• Saprofítica: não há, propriamente, nenhum benefício para os
elementos que se associam.
• Parasitária: há sempre benefício de um dos elementos, com prejuízo
do outro.
INFECÇÃO
Infecção é a penetração e a multiplicação de um microorganismo
patogênico em outro organismo. Para haver infecção, é necessário que
ocorra contato entre os organismos vivos, o que se denomina
contaminação. Muito embora toda infecção se inicie com uma
contaminação, nem toda contaminação produz infecção. Para que esta
ocorra, há necessidade de que o microorganismo se desenvolva,
prolifere e exerça ação parasitária maligna sobre o hospedeiro
(patogenicidade).
CONCEITOS
1. Assepsia: é o conjunto de meios usados para diminuir ou eliminar os
microorganismos patogênicos de uma determinada superfície.
2. Limpeza: é um processo mecânico de remoção da sujidade e detritos,
mediante o uso de água, sabão ou detergente adequado, para manter
em estado de asseio os artigos, pisos, paredes, mobiliários e
equipamentos. A limpeza constitui o primeiro passo nos procedimentos
técnicos de desinfecção e esterilização, pois ao retirar a sujidade, os
microorganismos ficam mais expostos à ação dos agentes desinfetantes
e esterilizantes.
3. Degermação: é a remoção ou redução das bactérias da pele, seja por
meio de limpeza mecânica (sabões, degermantes e escovagens) e/ou
agentes químicos. É aplicada sobre tecidos vivos.
4. Antissepsia: é a remoção parcial de microorganismos da pele por
agentes químicos. É aplicada sobre tecidos vivos.
5. Desinfecção: é a destruição dos germes patogênicos ou a inativação
dos vírus, não matando, necessariamente, os esporos. É aplicada nos
pisos, paredes, superfícies de equipamentos, móveis hospitalares e
utensílios sanitários. É feita por substâncias desinfectantes.
6. Sanificação: é a redução do número de germes a um nível julgado
isento de perigo. Sua aplicação é feita em objetos inanimados.
7. Esterilização: é a eliminação total dos microorganismos, esporos,
fungos, vírus, aplicada nos instrumentos.
8. Desinfestação: é a exterminação ou destruição de insetos, roedores
ou outros animais, que possam transmitir infecções ao homem, aos
animais e ao meio ambiente.
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FONTES DE CONTAMINAÇÃO
De um modo geral, as causas podem ser agrupadas do seguinte modo:
Causas ligadas ao ambiente
• ar - existência de poeira em suspensão, de gotículas, tipos de
ventilação, contaminação com outros ambientes;
• piso - a deposição no piso, de poeira, secreção, sangue, pus, excreta,
vômito etc;
• parede - embora em menor grau, também acumula poeira, secreção,
umidade, aumentando de acordo com a aspereza e reentrâncias da
mesma;
• equipamento - os aparelhos e móveis também acumulam poeira e
secreção etc.
Causas ligadas ao pessoal técnico
• não utilização correta das técnicas que visam diminuição dos riscos de
contaminação (Ver Normas de Biosegurança, pág. 11);
• falta de controle de indício de infecção, como febre, diarréia, vômito e
feridas de qualquer natureza;
• falta de exame médico periódico dos funcionários.
Causas ligadas ao usuário
• falta de higiene;
• falta de cuidado com os ferimentos;
• falta de cuidado com os curativos;
• falta de controle das doenças.
Causas ligadas ao material
• limpeza deficitária;
• esterilização deficitária;
• qualidade e quantidade inferior de material;
• erros na técnica do empacotamento, levando à recontaminação do
material, uso indevido de material que tenha data de esterilização
vencida;
• erro na concentração da diluição de solução e seu período de validade.
Causas ligadas ao meio ambiente
• destino inadequado do lixo comum e lixo contaminado;
• tratamento inadequado da água e do esgoto;
• esgotos ligados clandestinamente à rede pluvial.
PREVENÇÃO E CONTROLE
• exames periódicos bacteriológicos e meios de cultura para controle do
ar, ambiente em geral e superfícies;
• aplicação adequada das técnicas de assepsia: degermação,
esterilização, desinfecção, sanificação e desinfestação;
• controle quantitativo e qualitativo dos produtos empregados;
• pesquisa e tratamento permanente do pessoal;
• criação de uma comissão de controle de infecção nos Centros de
Saúde.
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Limpeza, desinfecção e esterilização
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OBJETIVOS GERAIS
Os objetivos da assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização são
a diminuição do perigo de contaminação, seja através das mãos ou do
material utilizado, proporcionando maior segurança ao usuário e à
equipe de trabalho.
NOÇÕES SOBRE INFECÇÃO E HIGIENE
Em condições normais, os germes se encontram na pele sem produzir
doenças. Em condições de baixa resistência (má higiene, subnutrição,
pessoas que sofreram intervenção cirúrgica etc.) os germes podem
crescer e se desenvolver, ocasionando doenças. A higiene é uma das
principais condições para se evitar a infecção e/ou a contaminação por
germes patogênicos.
COMO REALIZAR ASSEPSIA DAS MÃOS
Antes e depois de qualquer procedimento, devemos lavar as mãos,
diminuindo assim a possibilidade de contaminação. As mãos dos
profissionais de saúde constituem importante veículo na transmissão de
várias doenças.
Material necessário
• água;
• sabão ou sabonete;
• escova;
• toalha de papel ou de pano;
• álcool.
Execução da técnica
• limpar bem as unhas com a escova;
• lavar as mãos, punhos e antebraços com água e sabão;
• ensaboar a torneira da pia;
• enxaguar as mãos com água corrente;
• enxaguar a torneira da pia;
• secar as mãos em toalha de papel ou toalha de pano exclusiva;
• em vez de enxugar as mãos em toalha de pano, na falta de toalha de
papel, pode-se passar álcool nas mãos, pois este possibilita a
secagem rápida.
Para não esquecer
Lavar as mãos:
• antes e após o atendimento de cada usuário;
• antes e após manipulação de curativos;
• antes e após aplicação de medicação injetável e por outras vias;
• antes e após aplicação de vacina;
• antes e após defecar, urinar e assoar o nariz;
• após contato com artigos contaminados com secreções;
• após coleta de fezes, urina e sangue.
ESTERILIZAÇÃO
Definição
É o conjunto de meios empregados para exterminar todos os
microorganismos de uma determinada área.
Meios de esterilização
• estufa ou forno de Pasteur - calor seco;
• autoclave - calor úmido;
• processos físico-químicos;
• processos químicos.
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Estufa
Definição
É um aparelho de forma retangular, com paredes revestidas com
amianto para conservar o calor que se transmite por contato direto.
Importante: A esterilização, na estufa, ocorre pela alta temperatura e
pelo tempo de exposição do material a esta temperatura. Qualquer
alteração na temperatura ou no tempo de exposição do material impede
a esterilização. A estufa somente esteriliza com temperatura de 180°C,
num período mínimo de 60 minutos.
Observações:
• podem ser esterilizados na estufa: vidros, objetos ou instrumentos
metálicos, óleos e pós, sendo indicada para a esterilização de gazes e
panos;
• o material não deve ser retirado de um em um, pois o abre/fecha
constante danifica o seu sistema de vedação;
• nunca abrir a estufa quando ela se encontrar em processo de
estirilização para acrescentar materiais, pois isto provoca alteração da
temperatura apropriada e prejudica a esterilização (não esteriliza);
• a quantidade de material permitida na estufa equivale a 2/3 da sua
capacidade interna;
• os materiais não devem encostar nas paredes da mesma, para não
queimar.
• limpeza da estufa: esponja úmida com água e sabão neutro, uma vez
por semana, por dentro e por fora;
• o teste químico (Bacillus Subtillis) deverá ser feito, no mínimo,
mensalmente.
Autoclave
Definição
É um equipamento para esterilização através de vapor saturado sob
pressão.
O tempo de exposição para esterilização em temperatura de 127°C nas
autoclaves que, atualmente, estão sendo utilizadas nos Centros de
Saúde, é programado pelo fabricante.
Instruções operacionais
Para partida do equipamento, verificar:
• se o disjuntor está ligado;
• se o registro da rede de água está aberto;
• se o registro de descarga está fechado.
1 - abrir a porta do equipamento;
2 - acomodar o material a ser esterilizado adequadamente;
3 - fechar a porta do equipamento;
4 - selecionar o ciclo desejado de acordo com o material a ser
esterilizado (tecla L “seletor de ciclo”);
5 - ligar a chave geral (tecla M “chave geral”);
6 - o ciclo transcorrerá automaticamente, na seqüência;
7 - ao acender a lâmpada “final de ciclo” (F), abrir parcialmente a porta
por dez (10) minutos, aproximadamente, para resfriamento do material.
Para melhor esclarecimento consultar o manual de
instruções que acompanha cada autoclave.
COMO MANTER O CENTRO DE SAÚDE LIMPO
O objetivo do processamento e/ou de artigos médico-hospitalares
constitui ponto crítico dentro de uma instituição, uma vez que deve
oferecer ao paciente e ao profissional de saúde materiais e
equipamentos seguros, efetivos (e com sua integridade mantida), que
não apresentem riscos de causar infecção e danos em sua estrutura
que possam interferir em sua funcionalidade.
É fundamental que este entendimento faça parte da rotina de todos os
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profissionais de saúde e que não é uma técnica isolada; é composta
desde a lavagem das mãos até o processo de esterilização.
O vertiginoso desenvolvimento da tecnologia médica vem impondo
constantes desafios e necessitamos de adaptação e readaptação em
relação aos materiais utilizados, algumas vezes muito onerosos.
Precisamos ter sempre em mente a segurança na prevenção e controle
de doenças infectocontagiosas, com isso mantendo um elevado grau de
qualidade no serviço oferecido. Buscando esta qualidade, faz-se
necessário:
• equipamentos de proteção individual;
• equipamentos adequados (autoclaves, estufas etc);
• padronização dos procedimentos e do material utilizado;
• preparo adequado do material;
• pessoal capacitado e treinado;
• utilização racional de pessoal, material e soluções;
• controle de estoque e qualidade do material;
• maior segurança para o usuário.
As medidas relativas à esterilização e desinfecção devem ser
compreendidas e implementadas de acordo com os graus de risco de
aquisição de infecção implicados no uso destes artigos pelos pacientes.
Pois isto implica a decisão correta e econômica do processo a ser
utilizado, tornando os materiais seguros para uso.
CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS
Artigos não-críticos
São todos aqueles que entram em contato com pele íntegra como, por
exemplo: estetoscópio, termômetro axilar, comadre, talheres, mesa de
raio x, maca e devem sofrer processo de limpeza.
Artigos semi-críticos
São todos aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou
com mucosa com flora própria como, por exemplo: endoscópio,
espéculos vaginal e devem sofrer processo de desinfecção.
Artigos críticos
São todos aqueles que entram em contato com áreas estéreis do corpo
humano como, por exemplo: agulhas, escalpes, catéteres, implantes,
sonda vesical, instrumental cirúrgico e devem sofrer processo de
esterilização.
SELEÇÃO E PREPARO DO MATERIAL
Limpeza
Com o objetivo de impedir que a matéria orgânica seque sobre o
instrumental, é recomendada uma pré-lavagem com água associada a
detergente ou formulação enzimática.
A limpeza consiste na remoção de toda matéria orgânica dos artigos e,
para isto, utiliza-se água, detergente ou produtos enzimáticos. É o
principal fator que reduz a carga bacteriana dos artigos. Quanto mais
limpo estiver um artigo, menor será a chance de haver falha na
esterilização. A falha na limpeza implica em falha na esterilização.
Gorduras e sujeiras atuam como fatores de proteção para o
microorganismo, impedindo o contato do agente esterilizante: no caso
de esterilização por calor, impede a penetração do agente, seja por
condução, seja por convecção e, no caso de processos químicos,
impede a penetração do agente através da barreira física, reagindo
quimicamente com a solução e diminuindo sua atividade germicida.
A limpeza deve ser realizada com auxílio de escova e detergente, com
água quente.Tomar muito cuidado com materiais perfurocortantes, local
apropriado, pessoal com equipamento de proteção individual - EPI.
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Enxágüe e secagem
O enxágüe deve ser feito com água abundante garantindo a retirada do
produto utilizado. Em seguida, os materiais devem ser atenciosamente
secos.
Inspeção do material
Após a limpeza do material, deve ser realizada uma observação
rigorosa de todos os equipamentos e artigos. Deve-se verificar o estado
de limpeza dos materiais e a presença de oxidação (ferrugem), pois
esta agrega sujidades, dificultando a limpeza e sua funcionalidade.
DESINFECÇÃO
É o procedimento de destruição de microorganismos, patogênicos ou
não. Pode ser obtida por processos físicos ou químicos, que deverão
ser escolhidos em função das características dos artigos e dos recursos
existentes.
Processo físico
Seu uso vem sendo ampliado devido aos menores riscos ocupacionais
com melhor custo/benefício, com menor desgaste do material e com
maior eficácia. Apesar de sua crescente utilização, ainda não existe uma
normatização oficial e legislação adequada, precisando de novos critérios
para validar e monitorar o processo de desinfecção e esterilização.
Processo químico
É mais utilizado nos hospitais. É classificado em alto nível, nível
intermediário e baixo nível. O produto químico utilizado deve apresentar
certificado de aprovação de órgãos oficiais competentes, respeitando-se
rigorosamente seu modo de utilização, para garantir a qualidade do
processo, sendo fundamental o uso de EPI na prevenção de riscos
ocupacionais.
ESTERILIZAÇÃO
É o processo que destrói todas as formas microbianas (bactérias,
fungos, vírus e esporos).
Esterilização por meio físico
Compreende a utilização de calor em várias formas e alguns tipos de
radiação. É um dos métodos mais utilizados e conhecidos, mais seguro,
econômico e deve ser sempre escolhido, quando isto for exigível. O
calor é uma forma de energia capaz de transferir-se de um corpo ao
outro, quando existe diferença de temperatura entre eles, através de
três mecanismos:
• condução – o calor passa de um objeto mais quente para um objeto
mais frio, transferência típica entre corpos sólidos;
• convecção - a transferência de calor ocorre quando correntes de ar ou
de água se movimentam, substituindo as moléculas mais quentes por
outras mais frias, típica em casos de fluidos;
• radiação – a transferência do calor dá-se através de ondas
eletromagnéticas, é uma transmissão de energia radiante.
Esterilização por vapor saturado sob pressão
(em autoclave)
É o processo de esterilização realizado por autoclaves, sendo o
procedimento que oferece maior segurança, por destruir todas as
formas de vida em temperaturas entre 121°C e 132°C.
O vapor saturado, como processo de esterilização, possui
características vantajosas e outras limitadas.
Vantagens
• rápido aquecimento;
• rápida penetração em artigos têxteis;
• destruição dos corpos microbianos em curto período de exposição;
• fácil controle de qualidade e letalidade;
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• não deixa resíduos tóxicos nos materiais ;
• é econômico.
Limitações
• incompleta remoção do ar na câmara interna, não permitindo a difusão
do vapor;
• uso incorreto pode levar ao superaquecimento do vapor, com
diminuição do poder microbicida;
• não esteriliza óleos e pós;
Devemos levar em consideração alguns parâmetros, durante o processo
de esterilização pelo vapor:
• tempo
• calor e umidade
• temperatura e pressão
As falhas no processo de esterilização são sinônimos de sobrevivência
de microorganismos nos artigos processados. Estes problemas podem
estar relacionados a erros humanos ou mau funcionamento do
equipamento, como por exemplo:
• limpeza inadequada dos artigos a serem esterilizados;
• utilização de embalagens incompatíveis com o processo;
• drenagem insuficiente do ar dentro da câmara e no interior dos
pacotes;
• secagem do material deficiente;
• pacotes amarrados muito apertados, muito grandes e mal
posicionados, que dificultam a penetração do vapor.
As falhas mecânicas podem ocorrer por problemas relacionados à
válvula de vapor, por obstrução na exaustão, decorrentes de operações
inadequadas ou por falta de manutenção do equipamento.
Esterilização por calor seco (estufa)
Outra forma de destruição de microorganismos é a utilização do calor
seco, gerado com estufas elétricas através da condução térmica.
Requer o uso de altas temperaturas e um longo tempo de exposição,
pois o ar quente propaga-se lentamente no material. O uso da estufa é
limitado, pois o calor seco não é tão penetrante quanto o vapor e a sua
distribuição dentro da câmara não ocorre de maneira uniforme, sendo
recomendado que não se utilize o centro da estufa, pois este concentra
os chamados pontos frios. Devido a tais limitações e a inexistência, até
o momento, de uma solução, a esterilização pelo calor seco vem sendo
gradativamente abandonada e substituída por outros processos.
Processos físico-químicos
Esterilização por gás óxido de etileno (ETO)
Gás tóxico, altamente reativo, devido à sua estrutura química. Exerce
ação esporicida, bactericida, fungicida e vivescida. O Ministério da
Saúde e o Ministério do Trabalho estabelecem normas técnicas para
sua utilização.
Esterilização por equipamento a base de peróxido de hidrogênio
Processo mais recente, que tem se apresentado como alternativa ao
óxido de etileno por ser menos tóxico, não poluindo o meio ambiente.
Estudos mais conclusivos precisam ser realizados por ser ainda um
processo recente.
Esterilização por pastilha de formaldeído
Este método só deve ser utilizado sob determinadas condições e
quando não houver outro método mais adequado. Pastilhas na
concentração de 3% a 56ºC, por quatro (04) horas, sob umidade relativa
máxima.
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Processos químicos
Só devem ser utilizados para artigos que não possam ser esterilizados
pelo calor.
Esterilização por formaldeído
Pode ser utilizado como agente ativo em solução aquosa ou como um
gás. Bastante utilizado em hemodiálise (dialisadores).
Esterilização por glutaldeído
Possui potente ação biocida, podendo ser utilizado para esterilização de
equipamentos termo-sensíveis, que não possam ser esterilizados pelos
métodos físicos tradicionais.
MANUTENÇÃO DA ESTERILIDADE DOS ARTIGOS
As condições para a manutenção da esterilidade dos artigos vinculam-
se ao risco de recontaminação, o qual é determinado por:
• tipo de invólucro;
• condições de estocagem (armazenamento);
• condições de manipulação.
O prazo de validade da esterilização independe do processo ao qual o
artigo foi submetido. Os autores divergem quanto aos prazos, pois os
fatores contaminantes ao ambiente variam entre um serviço e outro.
Devemos avaliar a possibilidade do artigo chegar ao seu usuário seco,
sem sujidade e sem danos, independentemente do invólucro utilizado,
para que não haja a menor possibilidade de um único material
recontaminado ser usado. Na prática, todos os profissionais devem ser
responsáveis pelas condições de esterilização, estocagem e manuseio
do material, antes de utilizá-los.
EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO
As embalagens têm por finalidade a proteção do conteúdo contra uma
possível contaminação, proveniente do meio ambiente e do manuseio.
Se tivéssemos uma embalagem ideal, não teríamos necessidade de
estabelecer o prazo de validade da esterilidade.
Características ideais de uma embalagem para
esterilização
• ser compatível com o artigo e o método de esterilização a ser
utilizado;
• não conter ingredientes tóxicos e não eliminar resíduos durante o
processo;
• permitir fechamento e selagem adequados;
• permitir adequada penetração do agente esterilizante;
• favorecer a eliminação do ar e, ao término do processo, permitir a
eliminação do agente esterilizante;
• ser barreira microbiana eficaz;
• ser hidro-repelente;
• não rasgar, romper ou furar facilmente, quando exposto ao manuseio
necessário, desde o empacotamento até o momento do uso;
• ser flexível, facilitando seu manuseio e permitindo observar os
princípios da técnica asséptica;
• permitir adequada visualização da integridade da embalagem;
• ser economicamente viável e fácil de ser encontrada no mercado.
Tipos de embalagens
Tecido de algodão cru
Indicado para embalagem no processo de esterilização a vapor,
obedecendo a uma textura determinada de quarenta (40) fios por
centímetro e serem campos duplos. Ocorrem alguns problemas que
dificultam sua qualificação como embalagem:
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• dificuldade de monitoração do desgaste do tecido após repetidas
lavagens;
• barreira microbiana;
• repelência ao líquido;
• mais vulneráveis à contaminação.
Papel grau cirúrgico
Deve ser resistente ao calor, tração e perfuração e não pode conter
amido ou corantes. É permeável ao vapor e ao ETO.
Papel kraft
Fabricado visando outros objetivos que não a esterilização. Este tipo de
embalagem está entrando em desuso, em razão da irregularidade e
inconstância na sua gramatura. Contém amido, corantes e outros
produtos tóxicos.
Papel crepado (100% celulose)
É uma das mais recentes tecnologias desenvolvidas como embalagens
para a esterilização, apresentando-se como principal alternativa. O
papel crepado é eficiente à esterilização pelo vapor e ETO e tem alta
eficiência de filtragem, constituindo-se numa barreira efetiva contra a
penetração de microorganismos. É atóxico e flexível. Prolonga o prazo
de validade e é considerado ecologicamente correto do início ao final do
processo.
Outros tipos de embalagens
Filmes transparentes, Tyvec (polietileno de alta qualidade), lâminas de
alumínio e caixas metálicas, vidros refratários, e não-tecido.
Estocagem e manipulação
Um correto processo de esterilização só acontece quando se completa,
com eficácia e segurança, o armazenamento do material.
Condições básicas
• local próprio e limpo;
• local com umidade e temperatura controladas;
• local com porta;
• não é recomendado que os artigos sejam retirados quentes da
autoclave, uma vez que podem conter vapor, o qual, em contato com
superfície fria pode se condensar, ficando úmido o pacote e
favorecendo sua recontaminação.
Validade
Depende de todos os fatores mencionados, porém a média é de 15
dias, se os artigos foram esterilizados em autoclave.
MONITORIZAÇÃO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO
A eficácia da esterilização de cada artigo, processado por qualquer
método, deve ser testada através de constante monitoramento, por meio
de indicadores físicos, químicos e biológicos.Todo artigo esterilizado
deve conter o nome do material, tipo de esterilização, número da carga,
data de validade da esterilização, nome do responsável pelo
empacotamento, assim como devem ser registrados todos os testes
realizados.
Testes físicos
• desempenho do equipamento – observando os parâmetros
apresentados durante o processo;
• leitura da temperatura e pressão durante o processo;
• termopares – instrumentos utilizados após grandes reparos.
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Testes químicos
Indicadores químicos
Tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica, que mudam de cor
quando expostas à temperatura por determinado tempo. O ideal é a
utilização de indicadores de múltiplos parâmetros (tempo, temperatura e
vapor). São elaborados para serem utilizados dentro dos pacotes.
Teste de Bowie and Dick
Indicado para determinar a eficácia do sistema de vácuo na autoclave
de pré-vácuo.
Testes biológicos
Preparação padronizada de esporos bacterianos, de modo a produzir
suspensões usualmente colocadas em ampolas; é o único meio de
assegurar que o conjunto de todas as condições de esterilização está
adequado, porque os microorganismos são diretamente testados quanto
ao seu crescimento ou não após a aplicação do processo; sua
freqüência mínima indicada é semanal.
Validação do processo de esterilização
É a prova de que um determinado processo faz o que se propõe a
fazer. Envolve todas as etapas do processo, desde a limpeza dos
artigos até a liberação da carga para utilização e deve ser vista como
um processo contínuo, incluindo treinamento e reciclagem de pessoal,
além de avaliar a qualificação do equipamento (instalação, controle
rotineiro e manutenção). Apesar da evolução tecnológica disponível no
mercado em benefício do homem, lembramos que o fator mais
importante em relação à segurança dos processos continua sendo o
elemento humano.
LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGOS
Material instrumental
• colocar em solução de água e sabão até o momento da escovação,
sendo que no final de cada turno o material deverá estar limpo,
empacotado e/ou esterilizado;
• calçar luvas de borracha para limpeza;
• escovar o material com sabão e água corrente. Se necessário usar
pasta abrasante ou esponja de aço;
• secar em toalha própria e acondicionar em panos de campo,
preparando o pacote de acordo com sua utilização;
• material odontológico e de pequenas cirurgias, acondicionar em caixas
de metal próprias;
• fixar com fita apropriada, colocando nome do que contém, data e
assinatura;
• colocar o material na estufa a uma distância de, aproximadamente, 2
cm entre os pacotes;
• esterilizar por 60 minutos, a 180°C, em estufa. Colocar o material após
a temperatura da estufa atingir 80°C. Só contar o tempo previsto
depois que o termômetro alcançar 180°C . Após a esterilização,
quando a temperatura retornar a 100°C, abrir a porta da estufa (mais
ou menos dois dedos), para esfriar o material. Quando estiver morno,
estocar em local apropriado (armário tipo vitrine, protegido da luz solar
e da umidade);
• a validade da esterilização é de 7 dias, em locais secos, protegidos do
sol e sem violação do pacote.
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Almotolias
A cada 7 dias deve ser feita a desinfecção das almotolias das soluções
da sala de curativo e dos consultórios ginecológicos:
• desprezar as sobras de solução;
• lavar com água, sabão neutro e escova;
• enxaguar com água corrente;
• preparar, em recipiente exclusivo (balde plástico com tampa), a
seguinte solução: 1 litro d'água para 1 litro de hipoclorito de sódio a
1%; esta solução pode ser aumentada de volume, conforme a
quantidade de almotolias, obedecendo sempre a proporção de 1/1,
como no exemplo a seguir: 2 litros de água para 2 litros de hipoclorito
de sódio a 1%; a solução, após diluída, tem validade por 24 horas;
• colocar as almotolias totalmente submersas por 30 minutos;
• lavar com soro fisiológico;
• deixar secar;
• identificar, datar e assinar.
Ao preparar as almotolias para uso, evitar enchê-las, para não haver
desperdício.
Espéculos de otoscópio
• escovar com água e sabão;
• lavar em água corrente;
• friccionar álcool a 70°;
• secar e guardar em local fechado.
Observação
Os espéculos de otoscópio são de uso individual; fazer a limpeza
diariamente.
Abaixadores de língua e espátulas de Ayres
• acondicionar individualmente, em papel próprio;
• fixar com fita adesiva própria, colocando data da esterilização e
assinatura;
• amarrar com uma gaze a quantidade total de espátulas;
• esterilizar em autoclave ou estufa.
Gazes
• acondicionar em pacote de papel próprio ou campo de brim;
• fixar o pacote com fita adesiva própria;
• colocar o nome do que contém, data de esterilização e assinatura;
• esterilizar em autoclave ou estufa;
• se não forem utilizadas, reesterilizar após 7 dias.
Vidros
• escovar os vidros com água e sabão;
• enxaguar em água corrente;
• secar em toalha exclusiva;
• acondicionar em papel próprio ou campo de brim;
• fixar com fita própria, colocar o nome do que contém, data de
esterilização e assinatura;
• esterilizar em estufa ou autoclave.
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Processo de esterilização
Material com presença de sujidade
Considerar contaminado
Limpar (água e sabão neutro)
Enxaguar
Secar
Embalar, identificar e datar
Esterilizar (estufa 180°C por 60 minutos)
Estocar (validade 7 dias)
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Espéculos ginecológicos e pinças
• colocar em solução de água e sabão líquido (2 litros de água com
30ml de sabão), logo após o uso;
• colocar luvas para a limpeza dos espéculos;
• escovar com sabão e água corrente;
• secar os espéculos em toalha exclusiva;
• colocar uma gaze entre as partes do espéculo (na ponta);
• acondicionar os espéculos para esterilizar em campo de brim, ou
papel próprio;
• o campo de pano deverá ser lavado a cada uso;
• fixar o pacote com fita adesiva própria, colocando: nome do que
contém, número do espéculo, data de esterilização e assinatura.
Para não esquecer
• usar luvas;
• não colocar as mãos sem proteção na solução contaminada;
• o balde utilizado para a desinfecção não deverá ser utilizado para
outros materiais;
• após o uso, lavar o balde com água e sabão.
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Sinais vitais
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DEFINIÇÃO
São os dados que nos permitem avaliar, rapidamente, as condições
físicas de uma pessoa. Referem-se à temperatura, pulso, respiração e
pressão arterial.
OBJETIVOS
• obter informações sobre as condições do usuário;
• auxiliar no estabelecimento do diagnóstico, na observação da
seqüência do tratamento e na evolução da doença.
TEMPERATURA
Definição
A temperatura do corpo é o equilíbrio entre a produção e a perda de
calor.
Febre, hipertermia ou hiperpirexia
É a reação do organismo em resposta a uma agressão. É, também, o
aumento, em condições anormais, da temperatura do organismo.
Cuidados com a febre:
• retirar o excesso de roupas;
• não cobrir a pessoa com cobertores;
• manter o ambiente arejado;
• oferecer bastante líquidos, como água, sucos, leite etc;
• banho ou compressas, com água tépida;
• só agasalhar quando houver calafrios;
• encaminhar para atendimento médico.
Observação
Não usar compressas de álcool, pelo risco de toxidade, se houver
inalação ou absorção cutânea.
Locais de verificação da temperatura
• axila
• região inguinal
• boca
• reto
• vagina
Temperatura axilar
É a mais prática, porém a menos precisa.
Material necessário
• termômetro
• algodão
• álcool a 70º
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Execução da técnica
• explicar ao usuário o que vai ser feito;
• lavar as mãos;
• fazer a antissepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a
70°, secá-lo e sacudí-lo, cuidadosamente, até que a coluna de
mercúrio desça abaixo de 35°C;
CORPO
BULBO
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• secar ou solicitar que o usuário seque a axila;
• verificar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35°C.
• colocar o termômetro na axila, de maneira que o bulbo de mercúrio
fique em contato direto com a pele;
• pedir ao usuário que comprima o braço de encontro ao corpo ou fazê-
lo, caso o mesmo não tenha condições;
• deixar o termômetro durante 8 a 10 minutos na axila;
• retirar o termômetro e proceder a leitura, ao nível dos olhos;
• fazer a antissepsia do termômetro, com algodão embebido em álcool
70° e guardá-lo adequadamente.
mulheres é levemente mais rápido (+7 a 8 bpm); o pulso varia com a
idade, diminuindo, gradualmente, do nascimento à vida adulta e
aumentando um pouco na idade avançada;
• volume: sob condições normais, o volume de cada batimento cardíaco
é igual; o pulso pode ser obliterado com relativa facilidade, ao se
exercer pressão excessiva sobre a artéria, mas permanece perceptível
com pressão moderada;
• pulso limitado: quando o volume do pulso torna difícil obliterar a artéria;
• pulso débil, fraco ou fino: o volume do pulso é pequeno e a artéria
pode ser obliterada facilmente;
• taquicardia: é quando o nível do pulso está acima de 100 bpm, por
exemplo, durante exercícios, se o usuário está em situação de medo
ou sofre surpresas;
• bradicardia: é quando a velocidade do pulso cai abaixo de 60 bpm se,
por exemplo, clientes que têm doenças cardíacas fazem uso de
digitálicos;
• ritmo: normalmente é regular e o intervalo entre os batimentos são
iguais;
- arritmia: ritmo de pulso irregular;
- pulso intermitente: período de ritmo normal interrompido por ritmo
irregular; pode ser uma condição temporária por fator emocional ou
medo, ou por doenças cardíacas;
- pulso dicrótico: se o final da onda de pulso é exagerado; sente-se o
pulso duplo no toque.
Material necessário
• relógio com ponteiro de segundos.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• explicar ao usuário o que vai ser feito;
• colocar o usuário numa posição confortável;
• colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria, fazendo
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PULSO
Definição
É a pressão exercida pelo sangue na parede das artérias,
correspondendo aos batimentos cardíacos (contrações do ventrículo
esquerdo).
Características do pulso
• freqüência: é o número de batimentos cardíacos por unidade de
tempo; ao despertar, pela manhã, a freqüência do pulso do homem
adulto médio, saudável, é de aproximadamente 60 a 65 bpm e nas
TEMPERATURA MÉDIA DO CORPO
Oral
36 a 37.3oC
Retal / Vaginal
36.6 a 37.8oC
Axilar
36 a 36.7oC
Obs.: podem ocorrer variações de 0,5 a 1ºC. Quando
for utilizado termômetro digital, adequar a execução da
técnica conforme recomendado pelo fabricante.
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uma leve pressão (obliteração);
• contar os batimentos durante um minuto;
• anotar o número de batidas, por exemplo, 80 batimentos por minuto =
80 bpm;
• se não tiver certeza na contagem, refazer a verificação.
quantidade de sangue circulante e da elasticidade dos vasos. A pressão
arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg).
Fatores que alteram a pressão arterial
Fisiológicos
• idade;
• sexo: mulher em geral tem pressão arterial mais baixa;
• alimentação;
• esforço: aumenta com atividades físicas;
• emoções: falar, dor, angústia, frio, desconforto;
• obesidade: aumenta pelo depósito de gordura nos vasos.
Patológicos
• hemorragia;
• infecções agudas;
• problemas metabólicos;
• anemias.
Observação
Algumas drogas podem modificar a pressão arterial, aumentando-a ou
diminuindo-a.
Pressão diferencial
A pressão diferencial representa um fator importante em certas
doenças, pois varia diretamente com a quantidade de sangue
bombeado durante a sístole, podendo ser convergente, quando os
valores entre a pressão sistólica (máxima) e diastólica (mínima) são
muito próximos, por exemplo, 100x80 mmHg ou divergente, quando os
valores entre a pressão sistólica e diastólica são muito afastados, por
exemplo, 120x10mmHg.
Para não esquecer
• Não verificar o pulso com mão fria.
• Não fazer muita pressão sobre a artéria.
• Não verificar o pulso após o usuário fazer exercício ou esforço físico,
exceto em caso de emergência.
• Em caso de dúvida, repetir a contagem.
PRESSÃO ARTERIAL
Definição
É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias.
A pressão exercida depende da força de contração do coração, da
VALORES NORMAIS
Idade
Nº de batimentos
Recém-nascido
130 a 140 bpm
Até 1 ano
110 a 140 bpm
De 2 a 5 anos
102 a 112 bpm
De 5 a 10 anos
90 a 110 bpm
De 10 a 20 anos
70 a 90 bpm
De 20 a 60 anos
70 a 80 bpm
Mais de 60 anos
60 a 70 bpm
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Hipertensão
É o aumento da pressão arterial a valores bem acima do normal.
Hipotensão
É a diminuição da pressão arterial a valores bem abaixo do normal.
Material necessário
• esfigmomanômetro;
• estetoscópio.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• deixar o usuário em repouso por 5 a 10 minutos;
• explicar-lhe o que será feito;
• sentá-lo com o braço apoiado sobre uma superfície firme,
preferencialmente o braço direito;
• deixar o braço descoberto, levantando a manga da blusa sem fazer
compressão ou retirando-a, caso necessário;
• colocar o manguito e ajustá-lo 3 cm acima da dobra do cotovelo, sem
que fique muito apertado ou frouxo, colocando os canais de
transmissão (as duas borrachas) sobre a artéria braquial;
• achar a pulsação da artéria braquial;
• palpar o pulso radial;
• adaptar as olivas do estetoscópio nos ouvidos;
• fechar a válvula de ar próxima à pêra, até que o manômetro indique
aproximadamente 200 mmHg;
• colocar a parte achatada do estetoscópio (diafragma) sobre a artéria
braquial do usuário, comprimindo-a suavemente;
• manter o manômetro ao nível dos olhos;
• abrir vagarosamente a válvula de ar e observar:
- logo que se ouçam os primeiros ruídos arteriais, verifica-se o valor
da pressão arterial no manômetro; este é o valor da pressão sistólica
(máxima);
- continua-se abrindo a válvula, até que os ruídos arteriais
desapareçam por completo; tem-se, então, a pressão diastólica
(mínima);
• esvaziar o manguito e repetir o processo para maior segurança ou
confirmação, por duas vezes, sempre que forem obtidos valores
abaixo ou acima do normal;
• retirar todo o ar do manguito e removê-lo do braço do usuário;
• no caso de dúvida, solicitar a outro profissional que verifique a
pressão arterial;
• anotar os valores da pressão arterial no prontuário, por exemplo,
P.A.=120x80 mmHg.
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Para não esquecer
• As olivas do estetoscópio devem ser limpas com um algodão
embebido em álcool, diariamente, e sempre que outra pessoa for
usar o estetoscópio.
• Posicionar as olivas para frente, ao colocá-las no orifício auricular.
MANGUITO
PARAFUSO
PÊRA DE
BORRACHA
MANÔMETRO
ESTETOSCÓPIO
DIAFRAGMA
ARTÉRIA
DO BRAÇO
OLIVAS
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RESPIRAÇÃO
Definição
É a troca de gases entre o organismo e o meio ambiente e consiste na
absorção de oxigênio (O2) - inspiração, e eliminação de gás carbônico
(CO2) - expiração.
Causas que podem alterar a respiração
• exercícios;
• digestão;
• emoções;
• idade;
• repouso;
• banho frio ou quente;
• doenças respiratórias e outras;
• febre.
Execução da técnica
• verificar a respiração com o usuário em posição confortável, de
preferência deitado e em repouso;
• colocar os dedos sobre a artéria radial, como se fosse contar o pulso,
pois a respiração está sujeita a controle voluntário;
• observar o movimento respiratório (inspiração e expiração) no tórax do
usuário, durante 1 minuto;
• em caso de dúvida, faz-se nova contagem;
• anotar o resultado.
Observação
A contagem do movimento deve ser feita logo após término da
contagem do pulso, sem que o usuário perceba.
Modificações da respiração
• eupnéia: respiração normal;
• apnéia: ausência de respiração;
• dispnéia: dificuldade de respirar;
• taquipnéia: aumento anormal da respiração;
• bradipnéia: diminuição anormal da freqüência respiratória;
• ortopnéia: respiração facilitada na posição sentada.
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VALORES NORMAIS
Grupo etário
Nº de movimentos
Recém-nascidos
45 a 45 m/m
Lactentes
25 a 35 m/m
Pré-escolar
20 a 25 m/m
Escolar
18 a 20 m/m
Adultos
16 a 20 m/m
Velhos
14 a 18 m/m
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Medidas antropométricas
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DEFINIÇÃO
É a aferição das dimensões do corpo humano: peso, estatura e
perímetros.
PESO
Definição
É a avaliação da massa do indivíduo.
Objetivo
Acompanhar o desenvolvimento físico.
Observações
• Quando a criança está com o peso abaixo daquele que deveria ter
para sua idade, pode ser um sinal de que ela está desnutrida ou
doente.
• As gestantes também necessitam do controle do peso, porque se
houver um aumento exagerado ou um aumento não proporcional ao
esperado, indica algum problema que exige cuidados especiais.
• Controle de peso também é feito nos casos de hipertensão e diabetes.
Técnica para verificação do peso e estatura para crianças
menores de 2 anos
Material necessário
• balança pediátrica;
• régua antropométrica.
Execução da técnica de pesagem
• destravar e tarar a balança antes de toda e qualquer pesagem;
• lavar as mãos;
• tirar toda a roupa e colocar a criança na balança;
• mover os marcadores, procurando manter o braço da balança em linha
reta com o ponto de referência;
• ler o peso, pela parte do marcador;
• anotar o peso da criança;
• colocar novamente o marcador no ponto zero da escala e travar a
balança.
Registro do peso
• o peso deverá ser registrado no cartão da criança;
• localizar, no gráfico, a idade da criança (em meses) na linha horizontal
e o peso na linha vertical;
• após colocar o ponto referente ao peso, prolongá-lo horizontalmente,
em uma linha imaginária, até encontrar a linha correspondente à idade
da criança; no ponto de encontro, marcar uma bolinha; em consultas
posteriores, unir, com uma linha, o último ponto obtido com o ponto
imediatamente anterior.
Interpretação do registro do peso no gráfico e procedimentos
Posição do peso em relação às curvas do gráfico
• peso entre as curvas superior e inferior: peso satisfatório - seguir o
calendário mínimo de atendimento;
• peso abaixo da curva inferior: criança de risco - agendar para consulta
médica e nutricional.
Inclinação do traçado em pesagens consecutivas
• traçado ascendente com inclinação pelo menos semelhante à curva
inferior do gráfico: crescimento satisfatório - seguir o calendário
mínimo de atendimento;
• traçado descendente ou horizontal: crescimento insatisfatório -
agendar para consulta médica e nutricional.
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Para não esquecer
• A balança deve ser tarada antes de cada pesagem.
• Na impossibilidade de pesar a criança, colocá-la junto com a mãe
na balança de adulto. Após, pesar a mãe sem a criança. Diminuir o
primeiro peso do segundo, para obter o peso da criança.
Exemplo: mãe + criança = 70kg
mãe = 60kg
mãe + criança (70kg) - mãe (60kg)
criança = 10kg
Execução da técnica de verificação da altura
Definição
É a medida, em centímetros, para a verificação da altura do indivíduo.
Material necessário
• régua antropométrica;
• mesa de exames.
Técnica
• tirar os sapatos da criança e deitá-la em decúbito dorsal, encostando a
cabeça no anteparo fixo;
• segurar os joelhos da criança com uma das mãos, forçando-os
levemente de encontro à mesa;
• apoiar a planta dos pés no anteparo móvel (o medidor), de modo que
os pés formem um ângulo reto com as pernas;
• observar a medida exata da criança, da cabeça até a planta dos pés;
• anotar a altura, em centímetros, no cartão da criança, juntamente com
a data da pesagem.
Técnica para verificação do peso e estatura para crianças
maiores de 2 anos
Material necessário
• balança antropométrica para adultos, com haste móvel ou fita métrica,
afixada em parede sem rodapé.
Execução da técnica de pesagem
• pedir para tirar os sapatos e as roupas em excesso;
• o usuário deve ser colocado em pé, no centro da plataforma, com os
braços estendidos ao longo do corpo;
• mover os marcadores procurando manter o braço da balança em linha
reta;
• ler o peso pela parte externa do marcador;
• anotar o peso;
• zerar e travar a balança.
Execução da técnica de verificação de estatura com balança
antropométrica
• pedir para o usuário tirar os sapatos e subir na balança;
• fazer com que o usuário fique em posição ereta, com a cabeça
erguida, os braços pendentes ao lado do corpo, os calcanhares e o
dorso encostados no plano vertical da haste;
• orientar para que o usuário não se encolha, quando a haste encostar
na cabeça;
• apoiar a haste da balança sobre o couro cabeludo e não,
simplesmente, sobre o cabelo, mantendo a cabeça em linha reta;
• ler a medida da haste nesta posição;
• anotar a altura, em centímetros, no cartão do usuário, junto ao espaço
reservado à data e no prontuário.
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Execução da técnica de verificação de estatura com fita métrica
• pedir ao usuário para tirar os sapatos;
• encostar o usuário junto à parede, sobre a fita métrica;
• observar se os calcanhares estão rentes à parede;
• colocar um “triângulo” sobre o couro cabeludo, formando um ângulo
reto com a parede;
• ler a medida na fita métrica;
• anotar a altura.
Limpeza da balança antropométrica
• passar um pano com detergente;
• desinfetar com álcool a 70°, duas vezes ao dia e quando necessário.
PERÍMETRO CEFÁLICO
Definição
É a medida, em centímetros, do crânio da criança.
Objetivo
Refletir o desenvolvimento dos órgãos intracranianos. É importante no
primeiro ano de vida, observando micro e macrocefalia.
Material necessário
• fita métrica.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• colocar a criança em decúbito dorsal;
• elevar a cabeça, suavemente, com uma das mãos e, com a outra,
colocar a fita métrica em volta do crânio, passando pelo occiptal e
parietais, até o frontal;
• fazer a leitura e registrar.
PERÍMETRO TORÁXICO
Definição
É a medida, em centímetros, do tórax da criança, para constatar a
circunferência toráxica.
Objetivo
Auxiliar na avaliação do desenvolvimento físico da criança.
Material necessário
• fita métrica.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• estender a fita métrica sobre a mesa de exames;
• colocar a criança sobre a mesa, em decúbito dorsal;
• circundar a fita no tórax da criança, na altura dos mamilos;
• fazer a leitura e registrar;
• lavar as mãos novamente.
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Curativo
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A capacidade de cicatrização é inerente a todo ser vivo, visando a
reparação do ferimento dos seus tecidos. Existem algumas atitudes que
podem ser tomadas para auxiliar o processo de cicatrização, entre as
quais:
• a utilização de princípios e cuidados de enfermagem no tratamento de
feridas;
• a utilização de assepsia rigorosa nos curativos de todas as feridas.
FERIDAS
Definição
É uma ruptura na continuidade de qualquer estrutura corporal externa ou
interna causada por agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos.
Classificação das feridas
Elas podem ser classificadas de três maneiras:
De acordo com a presença ou ausência de microorganismos
• ferida limpa, como, por exemplo, incisão cirúrgica;
• ferida contaminada, como, por exemplo, feridas decorrentes de
acidentes.
De acordo com a presença ou ausência de ruptura no tecido
superficial
• ferida fechada, como, por exemplo, fratura de um osso;
• ferida aberta, como, por exemplo, cortes e perfurações.
De acordo com a forma com que se produzem
• escoriação - decorre de arranhões ou perdas de pele ou mucosa;
• laceração - causada por um instrumento ou um objeto que corta
tecidos; os tecidos são rasgados, as bordas são recortadas e
irregulares;
• penetrante - resultado da penetração profunda de um instrumento nos
tecidos do corpo, como, por exemplo, bala de revólver;
• perfurante - resultado da penetração de um instrumento pontiagudo,
como, por exemplo, prego ou arame;
• incisão - causada por um instrumento cortante, como, por exemplo,
corte cirúrgico ou corte de faca;
• puntiforme - causada por picada de aranha, mordida de cão etc.
CICATRIZAÇÃO
Definição
É a cura do ferimento, através da formação de novo tecido ou pela
regeneração do tecido lesado.
Tipos de Cicatrização
• primeira intensão - ocorre quando a ferida suturada cicatriza sem
infectar ou sem que se separe os seus bordos como, por exemplo, na
cicatriz cirúrgica.
• segunda intensão - as bordas das feridas não estão juntas; ocorre
geralmente quando a infecção está presente como, por exemplo, na
úlcera.
• terceira intensão - combinação de dois tipos de cicatrização; um
ferimento suturado infecciona, retira-se os pontos, deixa-se a ferida
aberta para cicatrizar em segunda intensão.
CURATIVO
Definição
É o cuidado dispensado a uma região do corpo que apresenta qualquer
tipo de ferimento.
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Objetivos
• impedir a entrada e o crescimento de agentes patogênicos
(microorganismos) no ferimento;
• cobrir áreas desfiguradas;
• evitar a disseminação dos micróbios, através da limpeza e proteção da
ferida;
• facilitar a cicatrização;
• conter hemorragia;
• absorver exudatos;
• remover secreções;
• restringir a movimentação;
• promover conforto e bem-estar ao usuário.
Materiais necessários
• 1 almotolia de vaselina;
• 1 almotolia de soro fisiológico;
• 1 almotolia de água oxigenada;
• 1 almotolia de Povidine™ tópico (frasco escuro);
• pomadas (só com prescrição médica!);
• pote com açúcar cristal;
• esparadrapo;
• ataduras;
• pacote de curativo e/ou retirada de ponto esterilizados;
• 1 tesoura esterilizada;
• espátulas ou abaixadores de língua esterilizados;
• cuba rim esterilizada;
• bacia;
• balde forrado (com papel ou saco plástico) e tampa;
• pacote de gazes esterilizadas.
Execução da técnica
• preparar o ambiente, o material e usuário;
• verificar o tipo de curativo;
• lavar as mãos antes de iniciar o curativo;
• retirar os protetores dos frascos de antissépticos;
• abrir o pacote de curativo com o cuidado para não contaminar;
• remover o esparadrapo utilizando gazes embebidas em soro
fisiológico; para retirar o curativo usa-se a pinça anatômica com dente;
• lavar com água e sabão sempre que necessário;
• fazer a limpeza da ferida com soro fisiológico, obedecendo as regras
a seguir.
Regras para limpeza das feridas
• a parte mais limpa da ferida encontra-se na parte superior, onde existe
menos secreção; faça a limpeza de dentro para fora e da parte
superior para a inferior, usando cada lado da torunda apenas uma vez;
• após a limpeza da ferida, limpe em torno da mesma até uma distância
de aproximadamente cinco centímetros;
• mantenha as extremidades das pinças voltadas para baixo; as mãos
contaminam os cabos das pinças;
• não passe as torundas contaminadas sobre as áreas estéreis do
pacote, pois existe o risco da solução contaminada pingar no material
estéril;
• não passe o braço sobre o campo estéril; existe o risco de que
contaminantes do braço ou uniforme contaminem o campo estéril;
• comprimir suavemente o ferimento, observando se há secreções;
• fazer a antissepsia da ferida com pinça Kelly e com a solução
indicada;
• aplicar o medicamento conforme prescrição médica (pomadas, pós
etc.) utilizando espátulas esterilizadas;
• cobrir a ferida, quando necessário, com gaze, esparadrapo ou atadura.
• deixar o usuário confortável, o ambiente e o material em ordem;
• lavar as mãos;
• fazer os registros necessários;
• colocar o instrumental na solução de água e sabão (ver instruções de
limpeza do material instrumental, pág. 26).
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Para não esquecer
• lavar as mãos sempre antes e depois de cada curativo;
• se o curativo estiver bastante contaminado, lavar as mãos após a
retirada do curativo antigo e utilizar luvas de procedimentos;
• após o procedimento, manter os bicos das bisnagas protegidos;
• o curativo deve ser feito em sala própria;
• em caso de lesões hemorrágicas, fazer compressão no local, aplicar
compressas de gelo e encaminhar ao médico do centro de saúde ou
hospital (emergência);
• quando houver indicação médica para o uso de medicamentos,
seguir à risca a prescrição;
• em caso de queimaduras, irrigá-las com soro fisiológico, não romper
bolhas íntegras, sem pus, retirar bolhas rotas, detritos e tecidos
mortos (necrosados), fazer antissepsia. Cobrir a lesão com gaze
(morim) vaselinada, só no tamanho da lesão, e acrescentar duas
camadas de gaze seca;
• a água oxigenada não deve ser usada em incisão cirúrgica,
queimaduras e úlceras.
Orientar o usuário sobre os seguintes cuidados
• não colocar as mãos sobre a ferida;
• não falar ou soprar sobre a ferida;
• não tocar no material esterilizado;
• orientar retorno para troca de curativo, principalmente se houver
supuração, febre e/ou sinais inflamatórios, tais como edema,
vermelhidão, dor e calor no local.
Cicatrização da ferida sem curativo fechado
Vantagens
• permite uma melhor observação e detecção precoce dos problemas;
• promove a limpeza e facilita a lavagem;
• elimina as condições necessárias para o desenvolvimento de
organismos, como calor, umidade, escuridão;
• evita reações ao esparadrapo;
• facilita a atividade do usuário;
• é econômico.
Desvantagens
• psicologicamente, o usuário pode fazer objeção a uma ferida exposta;
• a ferida fica mais vulnerável aos traumatismos e sujidade;
• a roupa de cama e a roupa do usuário podem prender-se aos pontos
da sutura ou no ferimento.
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A ferida é limpa da área menos suja para a área mais suja.
1
5 3 2 4
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• 1 pinça de dissecação com dentes (usar para retirar o curativo antigo);
• 1 pinça Kelly reta (usar para proceder a limpeza do ferimento);
• 1 pinça de dissecção sem dentes (para a colocação do curativo novo);
• 8 compressas de gaze;
• confeccionar, em separado, um pacote com uma tesoura Mayo reta;
• identificar o pacote com nome do pacote, data de esterilização e
assinatura do funcionário;
• esterilizar em estufa a 180°C, por uma hora ou em autoclave;
• atentar para a validade de esterilização.
PREVENÇÃO DO TÉTANO
• lavar o ferimento com bastante água corrente e sabão;
• usar água oxigenada;
• retirar crostas, pedaços de pele, corpos estranhos;
• observar o estado vacinal do indivíduo e seguir as normas sobre
vacinação com toxóide tetânico (TT);
• uso de calçados para evitar ferimentos dos pés;
• limpar e ter cuidados com estrebarias nas proximidades das casas,
pois o bacilo do tétano permanece no estômago e fezes dos animais,
principalmente de cavalos;
• dar maior atenção para os ferimentos causados por enxadas, latas
enferrujadas e pregos.
PREVENÇÃO DA RAIVA HUMANA
O procedimento mais eficaz de proteção contra a raiva é a eliminação
do vírus rábico no ponto de infecção. Em casos de mordedura,
arranhadura ou contato com saliva animal, deve-se proceder,
imediatamente, uma lavagem prolongada do local com água e sabão.
Em seguida secar bem e aplicar um antisséptico (álcool iodado ou
mercúrio).
O tratamento do ferimento tem eficácia máxima quando é feito
imediatamente após a exposição mas, também deve ser feito, mesmo
que já tenham transcorrido várias horas.
Sempre que ocorrer mordedura, arranhadura, lambedura de animal,
encaminhar a pessoa para os Centros de Saúde.
RETIRADA DE PONTOS
Definição
É a retirada dos fios colocados para aproximar os bordos de uma
incisão (corte ou ferimento), após a sua cicatrização.
Objetivos
Evitar a reação que o organismo possa ter contra o corpo estranho (fio
não absorvível).
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PACOTE DE CURATIVO
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Material necessário
• 1 pacote de retirada de pontos esterilizado;
• 1 almotolia de soro fisiológico;
• 1 almotolia de Povidine™ (frasco escuro);
• 1 rolo de esparadrapo;
• 1 cuba rim esterilizada;
• 1 balde coberto com papel ou saco plástico.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• preparar o usuário, o ambiente e o material;
• iluminar bem o local;
• retirar o curativo, se houver;
• fazer uma leve compressão ao redor da cicatriz para verificar se há
presença de secreção;
• fazer a limpeza da cicatriz, utilizando a pinça Kelly com torundas
embebidas em soro fisiológico, sempre da área onde estão os pontos
para a área que os envolve (de dentro para fora);
• proceder a retirada dos pontos alternados, segurando com a pinça
Adson, o nó do ponto, tracionando (puxando) levemente para trás e
cortando bem rente a pele; puxar o nó que estava preso na pinça
Adson, dessa maneira o fio que está em cima da pele não entrará no
interior do tecido;
• colocar o fio sobre uma gaze (para ver se retirou todos os pontos e se
sairam as 3 pontas);
• observar a cicatriz, se os bordos abrirem, suspender a retirada dos
pontos, cobrir com um curativo e encaminhar ao médico;
• após a retirada de todos os pontos, fazer a antissepsia da cicatriz com
a outra pinça embebida em Povidine™;
• cobrir a cicatriz com gaze esterilizada, quando houver secreção;
• ao terminar, deixar o usuário confortável, o ambiente e o material em
ordem;
• lavar as mãos;
• fazer os registros necessários.
Observação
• a cicatriz só deve ser coberta com curativo caso tenha algum ponto
infeccionado;
• se houver algum ponto infeccionado, retirá-lo, pois os mesmos
começam a agir como corpo estranho e a ferida cicatriza por segunda
intensão;
• a retirada de pontos deve ser intercalada.
PACOTE DE RETIRADA DE PONTOS
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• 1 pinça Adson - para ajudar a retirar os pontos;
• 1 tesoura reta com 2 pontas agudas - para cortar os pontos;
• 1 pinça Kelly reta - para passar solução antisséptica;
• 5 gazes;
• identificar o pacote com o nome, data de esterilização e assinatura do
funcionário;
• esterilizar em estufa a 180°C, por 1 hora;
• atentar para a validade da esterilização.
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CAIXA DE PEQUENA CIRURGIA
PACOTE PARA COLOCAÇÃO DE DIU
• 6 gazes;
• 2 torundas;
• 2 bolinhas de algodão;
• 1 histerômetro;
• 1 tesoura de ponta curva;
• 1 pinça Pozzi;
• 1 pinça Forester.
SOLUÇÕES UTILIZADAS
Água e Sabão
Emolientes, utilizados para a limpeza mecânica.
Água oxigenada
Composto muito instável, que se dissocia facilmente em água e
oxigênio livre. Pouco poder de penetrabilidade, germicida relativamente
fraco. Inativa-se em contato com matéria orgânica. É perigoso injetar
água oxigenada em cavidades fechadas, nas quais o oxigênio
dispendido não tenha saída livre. O uso mais difundido da água
oxigenada é na limpeza de feridas com possibilidade de serem
contaminadas por microorganismos anaeróbios. As almotolias que
contêm água oxigenada deverão ser protegidas da luz solar com papel
escuro, para evitar que ela se decomponha.
Álcool a 70°
Tem ações germicida, bactericida, fungicida e virucidada (para alguns
vírus) quase imediata, mas praticamente sem ação residual. É irritante
para superfícies descobertas e mucosas. Utilizado para degermação
das mãos, antebraços e para limpeza de áreas onde serão aplicadas
injeções, quando usado em fricção com gaze por 30 segundos e para
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• 1 cabo de bisturi nº 4;
• 1 porta-agulha Mayo-Hegar;
• 1 tentacânula;
• 1 tesoura Mayo reta;
• 1 tesoura standard curva;
• 1 pinça de dissecação com dentes;
• 1 pinça de dissecação sem dentes;
• 1 pinça Kelly reta;
• 1 pinça Kelly curva;
• 10 torundas e 10 gazes;
• 1 campo fenestrado.
Para não esquecer
• fechar a caixa com a tampa metálica;
• rotular com a data da esterilização e assinatura;
• esterilizar em estufa a 180°C, por 1 hora, com tampa fechada;
• passar fita adesiva ao redor da tampa após a esterilização;
• manter a caixa sempre fechada;
• atentar para validade de esterilização;
• após o uso, proceder a limpeza e esterilização da mesma forma que
a do pacote de curativo.
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limpeza de diafragmas e olivas de estetoscópios e espéculos
auriculares.
Polivinilpirrolidona
Iodo (PVP-I), solução aquosa a 10% (1% iodo ativo) – PovidineTM.
É bactericida, tuberculicida, fungicida, virucida e tricomonicida; não
queima, raramente provoca reações alérgicas, mantém ação germicida
residual. É utilizado como antisséptico local, podendo ser usado em
feridas, queimaduras, mucosa oral, intestinal e vaginal.
Soro fisiológico
Solução isotônica estéril, utilizada para aplicação externa em curativos,
inalações e outras.
Vaselina
Emoliente, é utilizada para tirar crostas e impermebilizar a pele.
Açúcar cristal
Justificamos a introdução do açúcar cristal neste item, por ter sido
comprovada sua utilização como cicatrizante e indicada para feridas
infectadas, tais como deiscência cirúrgica (abertura da incisão),
escaras, enxertos de pele, queimaduras, úlceras varicosas,
amputações, inclusive em pacientes diabéticos. Em regiões de difícil
aderência dos cristais, como proeminências ósseas, região perineal e
inguinal, utiliza-se gaze ou morim vaselinado.
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Retirada de bicho-do-pé
(Tunga Penetrans)
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PROCEDIMENTOS
• fazer a assepsia do local com soro fisiológico;
• secar com uma pinça e gaze esterilizada;
• utilizar uma agulha esterilizada para perfurar o local - perfurar ao redor
dos ovos (região esbranquiçada), até ser possível extrair toda a bolsa
(material contendo os ovos);
• tomar cuidado ao retirar os ovos para que a Tunga, que apresenta-se
de forma escura, seja retirada em conjunto; caso isto não aconteça,
inserir a agulha com cuidado até que a mesma seja retirada;
• retirada a Tunga Penetrans, fazer limpeza do local com soro fisiológico
e Povidine™;
• não fechar o curativo e solicitar ao usuário que não use sapatos e
meias, até que o local esteja completamente cicatrizado;
• encaminhar, caso o usuário não esteja vacinado, para realizar a vacina
contra o tétano.
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Bandagens ou ataduras
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DEFINIÇÃO
É a manobra de aplicação de ataduras, dando voltas com a mesma, a
fim de cobrir uma parte do corpo.
OBJETIVOS
• conter: manter ou fixar curativos;
• comprimir: apertar determinada parte do corpo, quando houver, por
exemplo, hemorragias;
• corrigir: manter posicionamento funcional do membro e corrigir
deformidades.
TIPOS DE BANDAGENS
• simples: de um rolo só;
• composta: rolo duplo;
• improvisadas.
MATERIAL NECESSÁRIO
Dependendo do tipo de bandagem, pode-se usar o seguinte material:
• gazes:
- malha aberta;
- malha fechada;
• crepom;
• algodão não absorvente;
• atadura de tela adesiva (esparadrapo).
EXECUÇÃO DA TÉCNICA
• lavar as mãos;
• colocar o usuário em posição confortável e fazer a bandagem com o
membro em posição anatômica;
• expor e limpar a região e fazer o curativo, se for necessário;
• escolher o tipo e tamanho adequado de atadura de acordo com o
local;
• cobrir com algodão as pregas naturais do corpo, por exemplo, axilas,
orelhas e espaços interdigitais;
• aplicar no sentido da circulação venosa, com a face externa da
atadura em contato com a pele;
• a fixação é feita próxima à articulação e não sobre o ferimento:
- fixação inicial: com a própria atadura, em volta circular ou oblíqua;
- fixação final: com esparadrapo, fita adesiva ou com a própria atadura;
• correr o rolo da esquerda para a direita, desenrolando de 8 a 12cm,
cobrindo a metade ou 2/3 da volta anterior;
• não deixar a atadura muito frouxa ou muita apertada;
• a bandagem deve ter o menor número de voltas possível;
• sempre que possível deixar as extremidades livres para o controle da
circulação.
FORMAS DE ATADURAS E SUA UTILIZAÇÃO
Circular
É usada para dedos, pescoço, tórax, abdômen, punho, tornozelo. As
voltas da atadura são aplicadas de maneira que se superponham.
Espiral
É usada nas seguintes regiões: pescoço, tórax, abdômen, punho,
tornozelo, dedos, antebraço. Após a fixação, subir com a atadura
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obliquamente de maneira que cada uma das voltas cubra a metade ou
2/3 da volta anterior.
Espica ou Figura 8
É usada em dedos, articulação do punho e do pé, mama, nuca e tórax.
Após a fixação, aplicar uma série de voltas em oito, ascendente.
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Recorrente
É usada na cabeça, em mão e pé, acolchoada com algodão. Após a
fixação da atadura, faz-se uma série de voltas recorrentes.
Reversa
É usada no antebraço, coxas, pernas e mãos. Após a fixação, continuar
com espirais.
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Administração de medicamentos
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DEFINIÇÃO
É toda substância que, introduzida no organismo, atende a uma
finalidade terapêutica.
OBJETIVOS
Ação preventiva
Prevenir o aparecimento de certas doenças. Exemplo: vacinas.
Ação curativa
Curar determinadas doenças. Exemplo: antibióticos.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
Observações gerais
• todo medicamento deve ser prescrito pelo médico ou dentista;
• a prescrição deve ser escrita com letra legível, assinada e carimbada
pelo médico ou dentista, devendo constar o nome do medicamento,
dose, freqüência e via de administração.
Administrar o remédio ao usuário certo
• ler o nome do paciente na receita;
• conferir o nome do paciente na receita.
Administrar o medicamento certo
• verificar o uso correto e os cuidados necessários para todo o
medicamento que vai ser usado;
• verificar a validade do medicamento;
• identificar o medicamento pelo rótulo e não pelo aspecto;
• ter cuidado com os medicamentos de nomes parecidos;
• verificar a dose a ser administrada;
• ler duas vezes no mínimo o rótulo: antes de tirá-lo do armário e antes
de tirar a dose;
• antes de recolocá-lo no local.
Cuidados na administração do medicamento
• administrar o medicamento de acordo com a via indicada;
• ao administrar o medicamento, observar se produz reações;
• ao observar sinais e/ou sintomas de reação alérgica, suspender a
aplicação do medicamento e encaminhar ao médico.
Algumas reações possíveis
• urticária ou erupção com coceira;
• edema, em qualquer lugar (inchaço);
• sinais de choque: face avermelhada, seguida de palidez, tonteira,
agitação, ansiedade, tremores, extremidades arroxeadas;
• tonteiras, com ânsia de vômito;
• dificuldade de enxergar;
• dor intensa nas costas;
• zumbido ou surdez;
• dificuldade de urinar.
Utilize a dose certa
• certificar-se da dose receitada e da quantidade colocada;
• orientar ao usuário quanto à dosagem e horário correto da medicação.
Técnica correta
Observar os seguintes pontos:
• a medicação deve ser preparada na sala de enfermagem;
• não deixar os medicamentos expostos ao sol, umidade e calor;
• examinar o prazo de validade da medicação;
• não colocar o medicamento perto da estufa, do lixo ou de qualquer
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material que esteja contaminado;
• a padronização dos horários facilita a execução da prescrição e
administração dos medicamentos.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Via oral
Definição
É a administração de medicamentos pela boca.
Apresentação
• pílulas;
• comprimidos;
• drágeas;
• cápsulas;
• pastilhas;
• pós;
• líquidos;
• pastas.
Material necessário
• copinhos-medida;
• conta-gotas;
• colher;
• copo comum.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• conferir o nome do medicamento a ser administrado;
• preparar e administrar o medicamento seguindo os princípios
fundamentais:
- usuário certo,
- medicação certa,
- dose certa,
- técnica certa,
- hora certa;
• colocar o medicamento no recipiente adequado;
• se o medicamento for em comprimidos, pílulas, drágeas ou cápsulas,
deve ser colocado na mão do usuário e deglutido (engolido) em nossa
presença, oferecendo algum líquido;
• lavar os recipientes usados com água e sabão, enxaguar e guardar.
Como medir os medicamentos
Comprimidos
• 1/2 comprimido = metade de um comprimido;
• 1 1/2 comprimido = um comprimido mais a metade de outro;
• 1/4 comprimido = um quarto de comprimido (um dos pedaços de um
comprimido que foi dividido em quatro partes).
Observação: Os medicamentos são geralmente medidos em gramas (g)
ou miligramas (mg).
1000mg = 1g
1 mg = 0,001g
Exemplo: Se for receitado um medicamento de 500mg e, no Centro de
Saúde, só tiver de 250mg, a pessoa deverá tomar 2 comprimidos de
250mg. Se for receitado um comprimido de 250mg e, no Centro de
Saúde, só tiver comprimidos de 500mg, a pessoa deverá tomar a
metade de um comprimido. Isto é usado apenas para comprimidos.
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Líquidos
Via sub-lingual
Definição
Consiste em colocar o medicamento sob a língua do usuário, onde é
dissolvido e absorvido.
Vantagens
Evita a ação destrutiva do suco gástrico sobre certos medicamentos e
tem ação mais rápida, porque a droga passa diretamente para a
circulação geral.
Observação
Ao dar este tipo de medicação, fornecer antes, ao usuário, copo com
água para que o mesmo enxágüe a boca. Se necessário, encaminhar
para a higiene oral. Após, colocar o medicamento sob a língua e pedir
colaboração, no sentido do usuário abster-se de engolir a saliva por
alguns minutos, a fim de que a droga seja absorvida.
Via respiratória
Definição
É a administração de medicamentos pelas vias aéreas superiores.
Técnica de nebulização
Definição
É a administração de medicamentos através de um aparelho, chamado
nebulizador, que transforma o medicamento líquido em vapor, que é
inalado com fins terapêuticos.
Objetivos
• tratar infecções respiratórias;
• fluidificar as secreções.
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Observação
Os medicamentos líquidos são medidos em colheres ou copinhos.
Muitos já vêm com a colher ou copinhos graduados.
Vantagens
• forma prática e econômica;
• segura e indolor.
Desvantagens
• relativa incapacidade em avaliar a absorção da droga;
• pode provocar náuseas quando o sabor é desagradável;
• podem fazer mal aos dentes;
• irritação gástrica;
• uso limitado;
• absorção lenta, se comparada com outras vias.
ESPECIFICIDADE
VOLUME (ml)
1 colher de sopa
15 ml
1 colher de sobremesa
10 ml
1 colher de chá
5 ml
1 colher de café
2 ml
1 xícara
120 ml
1 copo grande
250 ml
20 gotas
1 ml
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Material necessário
• aparelho de nebulização (microcompressor);
• nebulizador completo: cachimbo, máscara e intermediário;
• 1 copinho graduado;
• toalha de papel ou pano;
• medicação prescrita pelo médico.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• posicionar e preparar o usuário;
• preparar a medicação, utilizando se necessário uma seringa
esterilizada;
• orientar o usuário para inspirar profundamente o vapor;
• controlar o tempo indicado para nebulização (de 15 a 20 minutos);
• observar o usuário;
• anotar o nome do usuário e idade no Boletim de Atendimento de
Enfermagem.
Procedimento para limpeza e desinfecção
Para máscaras e cachimbos
• escovar máscaras e cachimbos com água e sabão;
• lavar o intermediário em água corrente;
• deixar o material em solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, por 30
minutos no balde com tampa, protegido da luz;
• após 30 minutos, lavar em água corrente tomando cuidado para não
tocar na pia nem na torneira;
• conectar e ligar o intermediário no nebulizador, até que toda a água
tenha saído de dentro do tubo;
• secar com toalha de uso exclusivo das máscaras;
• guardar em local seco e fechado.
Para nebulizadores
• passar um pano, diariamente, para tirar a poeira;
• guardá-los em local apropriado.
Solução utilizada para desinfecção das máscaras
Solução de hipoclorito de sódio
É um desinfetante de baixa toxidade oral e classificado como saneante,
sendo indicado para desinfecção de superfícies que entram em contato
com alimentos. Possui atividade bactericida, tuberculicida, fungicida e
virucida. No que se refere à atividade virucida, as soluções de
hipoclorito são mais eficazes que os fenóis sintéticos para eliminação
de determinados tipos de vírus como HIV, hepatite e poliomelite. Deve
ser aplicada em superfícies previamente limpas, pois não atua em
presença de matéria orgânica (pus, sangue, etc), exceto em
concentrações muito elevadas.
Enxaguar bem antes de colocar em solução de hipoclorito, pois o sabão
e/ou o detergente interferem na ação do produto.
O tempo de exposição vai variar de acordo com a concentração do
produto.
O hipoclorito de sódio deve ser acondicionado em embalagens escuras,
bem fechadas, guardadas em local fresco e ao abrigo da luz solar. Após
diluição, deve ser usado por um período de 24 horas, devido à
instabilidade do cloro nesta solução.
Para não esquecer
• o nebulizador deve permanecer desligado por 10 minutos, após cada
nebulização;
• o uso ininterrupto do nebulizador acarreta danos para o mesmo;
• não use o nebulizador em cima de mesas, balcões e locais altos;
mantenha o nebulizador no chão.
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Técnica de inalação
Definição
É a absorção, pelas vias respiratórias, dos vapores de substâncias
medicamentosas, como, por exemplo, eucalipto, vick vaporub™, mentol
etc.
Objetivos
• combater a inflamação e a irritação das mucosas, nos casos de
bronquite, sinusites, edema de faringe, laringites, gripes e resfriados.
Material necessário
• medicamento indicado;
• água fervente;
• inalador ou outro recipiente (chaleira, panela, jarra, cuba ou caneca) e
um funil, de cartolina ou de jornal, para concentrar a saída do vapor
por um orifício estreito;
• toalha de rosto.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• explicar ao usuário o que vai ser feito;
• colocar água fervente no inalador e cobrir com toalha dobrada ao
meio;
• adicionar o medicamento à água fervente;
• colocar o recipiente próximo ao rosto do usuário, de modo que este
receba o vapor;
• cobrir, com toalha, a cabeça do usuário e o inalador;
• terminando a inalação (quando a água esfriar), descobrir a cabeça,
enxugar o rosto e repousar abrigado e resguardado do ar frio;
• lavar e guardar o material.
Para não esquecer
• nunca dirigir o jato de vapor diretamente para o rosto do usuário;
aproximá-lo lentamente do inalador;
• ter o máximo cuidado para evitar acidentes, tais como o
derramamento de água fervente sobre o usuário e queimaduras pelo
vapor;
• orientar ao usuário que feche os olhos durante a inalação;
• orientar ao usuário para fazer a inalação em casa e à noite.
Via nasal
Definição
É a administração de medicamento líquido na mucosa nasal.
Objetivos
• proteger a mucosa nasal por meio de antisséptico;
• diminuir a irritação da mucosa;
• descongestionar a mucosa;
• fazer anestesia local.
Material necessário
• medicamento prescrito;
• conta-gotas;
• gaze, ou bola de algodão, ou lenço de papel;
• cuba-rim ou saco de papel.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• preparar o usuário, o ambiente e o material;
• preparar o usuário em posição sentada, com a cabeça para trás, com
o pescoço apoiado em um travesseiro;
• retirar, através de conta-gotas, a dosagem prescrita;
• segurar o nariz com o auxílio de gaze, pingando com cuidado a
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medicação nas narinas;
• evitar que o conta-gotas toque a mucosa nasal;
• pedir ao usuário que permaneça nesta posição alguns minutos;
• lavar e guardar o material;
• anotar na ficha de atendimento diário de enfermagem;
• lavar as mãos.
Via ocular
Definição
É a aplicação de medicamentos nos olhos sob a forma de colírio ou
pomada.
Objetivos
• dilatar ou contrair as pupilas;
• estimular a circulação;
• acelerar a cicatrização;
• combater infecções;
• lubrificar os olhos;
• anestesiar a córnea e a conjuntiva.
Material necessário
• medicamento prescrito;
• conta-gotas;
• algodão, gaze ou lenço de papel.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• preparar o material, o ambiente e o usuário;
• manter o usuário deitado ou com a cabeça inclinada para trás;
• separar as pálpebras com o polegar e o indicador, pedindo ao usuário
que olhe para cima;
• pingar o colírio ou a pomada no saco conjuntival (canto interno do
olho), sem encostar o conta-gotas ou a bisnaga no olho;
• solicitar ao usuário que feche os olhos cuidadosamente;
• retirar o excesso com gaze;
• lavar e desinfetar o conta-gotas com água e sabão;
• lavar as mãos;
• anotar na ficha diária de atendimento de enfermagem.
Para não esquecer
• na presença de secreção, retirá-la com gaze, antes de colocar o
medicamento;
• não fazer pressão sobre o globo ocular ao baixar a pálpebra inferior;
• a pomada só será aplicada diretamente com o tubo, caso este seja
individual.
Irrigação dos Olhos
Objetivos:
• remover corpo estranho;
• aplicar antisséptico;
• limpar o saco conjuntival;
• aliviar a dor e a congestão, pelo calor.
Soluções usadas:
• soro fisiológico;
• água boricada.
Material necessário:
• solução prescrita;
• irrigador, pera de borracha, seringa ou cálice esterilizados;
• cuba-rim;
• gazes;
• impermeável coberto;
• saco de papel.
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Execução da técnica:
• lavar as mãos;
• preparar o usuário, o ambiente e o material;
• posicionar o usuário em decúbito lateral, do lado do olho afetado;
• colocar a cuba-rim de modo a receber o fluxo de retorno;
• separar as pálpebras com o polegar e o indicador da mão esquerda;
• proceder a irrigação do olho, dirigindo o jato do ângulo interno para o
externo (prevenir a extenção da contaminação do olho ao saco
lacrimal, ao nariz e ao olho oposto);
• terminada a irrigação, enxugar o rosto do cliente, retirar o material e
deixar o cliente confortável;
• anotar na ficha diária de atendimento de enfermagem;
• lavar as mãos.
Via auricular
Definição
É a introdução de um medicamento diretamente na cavidade auricular
(ouvido).
Objetivos
• aliviar a dor, inflamação e congestão;
• combater infecções;
• amolecer o cerúmen (excesso de cera).
Material necessário
• medicamento prescrito;
• conta-gotas;
• bola de algodão estéril.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• preparo do material, ambiente e cliente;
• colocar a cabeça do usuário em posição lateral;
• pingar a medicação prescrita, colocando, depois, uma bola de algodão
no ouvido;
• se for necessário, instilar (pingar) o medicamento nos dois ouvidos;
esperar 3 minutos entre a instilação de um ouvido e do outro;
• limpar o conta-gotas e secá-lo;
• arrumar o material;
• lavar as mãos;
• anotar na ficha de atendimento de enfermagem.
Para não esquecer
• não tocar o conta-gotas no ouvido (orifício interno);
• se o conta-gotas tocar no ouvido, lavar com água e sabão após
instilar o medicamento, desinfetando por 15 minutos com álcool 70°;
• manter a cabeça do usuário inclinada, para que o medicamento atinja
o local certo, no interior do ouvido;
• ao introduzir o medicamento
- em criança: tracionar o pavilhão auricular (orelha) para baixo e para
trás;
- em adulto: tracionar o pavilhão auricular (orelha) para cima e para
trás.
Via vaginal
Definição
É a introdução de medicamentos na vagina. Esta via é usada por seus
efeitos locais.
Objetivos
• combater infecções;
• diminuir a irritação da mucosa;
• prevenir o aparecimento de certas doenças;
• prevenir a concepção.
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Execução da técnica
• lavar as mãos;
• reunir o material e levá-lo até a usuária;
• explicar o que vai ser feito;
• colocar a usuária em decúbito dorsal, com as pernas afastadas,
mantendo-a coberta;
• colocar a pomada ou óvulo no tubo aplicador;
• fazer a aplicação;
• deixar o usuário em posição confortável;
• lavar as mãos;
• fazer os registros necessários;
• manter o ambiente limpo e em ordem.
Via retal
Diferenças entre enema e clíster
• enema: maior quantidade de líquido (acima de 500ml = 1/2 litro);
tem por objetivo limpar o trajeto intestinal, para realização de exames
ou cirurgias;
• clister: pequena quantidade de líquido (até 200ml); tem por objetivo
auxiliar a evacuação, a fim de aliviar a constipação (intestino preso ou
prisão de ventre).
Observação
Orientar o usuário a permanecer na posição lateral, após a administração
do medicamento, por mais ou menos 15 minutos. No caso de enema, o
usuário deverá reter o líquido tanto tempo quanto puder.
Material necessário
• medicamento prescrito;
• luvas;
• folha de gaze;
• cuba-rim;
• biombo;
• recipiente para a solução e a sonda retal.
Execução da técnica
• preparar o material, o ambiente e o usuário, explicando-lhe o que será
feito;
• lavar as mãos e colocar as luvas;
• posicionar o usuário em decúbito lateral esquerdo, com a perna direita
fletida, em posição de Simens, em discreto trendelemburg;
• com uma das mãos e com o auxílio das folhas de gaze, afastar as
nádegas e com a outra mão introduzir o medicamento no reto.
Via parenteral
Definição
É a administração de medicamentos no organismo, por meio de injeção.
Objetivos
• obter, rapidamente, o efeito do medicamento;
• absorver o medicamento, quase que completamente;
• evitar distúrbios gástricos;
• administrar medicamentos ao usuário que não pode usar a via oral.
Vias utilizadas
• intradérmica – ID;
• subcutânea – SC;
• intramuscular – IM;
• intravenosa – IV ou endovenosa – EV.
Material necessário
• seringas e agulhas: as seringas são constituídas por duas peças - o
corpo ou cilindro, e o êmbolo; podem ser de vidro ou de plástico; o
corpo tem uma extremidade em ponta, onde se encaixa o canhão da
70
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agulha; as agulhas são metálicas e seus comprimentos e calibres
variam segundo as vias utilizadas; as agulhas possuem duas partes -
o canhão, parte dilatada que se encaixa na seringa e a haste, que é a
parte fina que termina no bizel;
Objetivos
• auxiliar no diagnóstico de determinadas doenças, como, por exemplo,
o teste tuberculínico;
• verificar a sensibilidade a alergenos;
• aplicar vacinas, como, por exemplo, a BCG.
Características do material
• seringas com escala de frações em cm3, tipo insulina;
• agulhas pequenas e finas, tais como 13x3,5, 10x5 e 15x5;
• medicamentos com volume máximo de 0,5ml.
Local de aplicação
O local deve ser claro, com pouca pigmentação, poucos pêlos, pouca
vascularização superficial e de fácil acesso para a leitura dos resultados
das reações ao antígeno injetado; a área mais utilizada é a face interna
do antebraço.
Material necessário
• seringa com escala de frações em cm3;
• agulhas hipodérmicas 13x3,5, 10x5 e 15x5;
• recipientes com bolas de algodão seco;
• almotolia com álcool a 70°;
• recipiente para pôr o material usado (cuba-rim coberta com papel);
• medicamento prescrito;
• recipiente para material pérfuro-cortante.
Execução da técnica
• lavar as mãos;
• preparar o usuário, explicando o tipo de dor que sentirá e que sua
duração será curta;
• preparar o material;
• expor a área de aplicação, fazer antissepsia da pele, mantendo o
algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará a pele;
71
• bolas de algodão embebidas em álcool;
• recipiente para colocar o material utilizado (cuba-rim);
• garrote;
• medicamento prescrito.
Condições do material para o uso
• a agulha, a ponta da seringa e o êmbolo devem ser absolutamente
estéreis e mantidas livres de contaminação;
• os componentes da seringa devem apresentar o encaixe perfeito;
• o invólucro da seringa deve estar intacto.
Via intradérmica
Definição
É a introdução do medicamento na derme (pele).
AGULHA
BIZEL
PONTA
CORPO
ÊMBOLO
INTERIOR
DO CORPO
HASTE
CANHÃO
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• espalmar o antebraço e distender a pele do local de aplicação;
• posicionar a seringa e introduzir a agulha com o bizel para cima,
quase paralelamente à pele, num ângulo de 15º e injetar lentamente a
dose indicada;
• retirar a seringa e agulha com movimento rápido;
• aplicar o algodão somente para favorecer a hemostasia quando, no
local da picada, houver sangramento;
• observar a formação de pápula, que é uma característica da injeção
intradérmica;
• arrumar o material;
• lavar as mãos;
• anotar na ficha do usuário.
Via subcutânea ou hipodérmica
Objetivo
O objetivo principal do uso desta via é a absorção lenta e contínua da
droga.
Características do material
Para a aplicação de medicamentos no tecido subcutâneo, existe
material específico: agulha de insulina (13x3,8) e seringa de insulina, na
qual a escala é própria para dosagens de insulina e seu volume é de
1cm3, que também é igual a 1ml. Apesar de serem chamadas de
seringa e agulha de insulina, este material serve para aplicação de
outras medicações. No caso de não haver material específico, podem
ser usadas agulhas e seringas comuns. Neste caso, o ângulo de
introdução e a porção da agulha introduzida variam de acordo com o
local de aplicação e a espessura da camada de gordura do usuário.
Agulha com 25x7 e 25x6:
• segure o local de aplicação fazendo uma prega;
• introduza a agulha, em ângulo de 45°, em um dos seguintes locais:
coxas, braços ou glúteos;
• introduza a agulha, paralelamente à pele, no abdômen.
Agulha de insulina com 13x3,8:
• segure o local de aplicação fazendo uma prega.
• introduza toda a agulha, em ângulo de 90°, em qualquer local de
aplicação.
Locais de aplicação:
• face externa do braço;
• face interna do antebraço;
• face externa da coxa;
• ao redor da cicatriz umbilical;
• todo tecido subcutâneo corporal.
72
EPIDERME
DERME
Definição
É a introdução de medicamento no tecido subcutâneo (gordura). O
máximo de medicação injetada deve ser de 1ml.
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Execução da técnica:
• lavar as mãos;
• preparar o usuário e o material, de acordo com a técnica descrita na
via intramuscular (pág. 74);
• expor a área de aplicação e fazer a antissepsia do local, mantendo o
algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará a pele;
• distender a pele do local de aplicação com os dedos indicador e
polegar, mantendo a região firme;
• posicionar a seringa e introduzir a agulha com rapidez e firmeza;
• soltar a pele e proceder a aspiração, puxando o êmbolo, para verificar
se algum vaso foi atingido; caso isto ocorra, retirar a agulha, trocá-la e
introduzí-la em outro local;
• injetar o líquido lenta e continuamente, observando as condições do
usuário;
• apoiar o dedo do canhão da agulha e retirar a agulha com movimento
único, rápido e firme;
• comprimir o local, por alguns segundos, com algodão;
• cuidar do material;
• lavar as mãos;
• anotar na ficha do usuário.
Acidentes específicos
• É frequente a dor por lesão ou compressão de filetes nervosos,
reações inflamatórias locais, fibrose, lipodestrofia, lipohipertrofia.
• O rodízio constante dos locais de aplicação é o principal método
profilático, nestes casos.
Via intramuscular
Definição
É a introdução de medicamentos no tecido muscular.
Indicações
• a injeção intramuscular é a de mais rápida ação, depois da
endovenosa.
• o músculo, para ser utilizado, deve apresentar as seguintes
características:
- músculo bem desenvolvido;
- ausência de grandes vasos e nervos situados superficialmente;
- fácil acesso.
Condições da droga ou medicamento:
• volume: o volume do líquido a ser injetado varia normalmente de 2 a
5ml, no máximo 10ml.
• características:
- as soluções devem ser isotônicas, sob pena grave de necrose do
tecido muscular;
- a droga deve estar em veículo apropriado, oleoso ou aquoso, em
estado solúvel ou suspensão;
- esta via tolera substâncias irritantes, que deverão ser aplicadas
sempre profundamente;
- o tamanho da seringa deve variar de acordo com o volume injetado;
- o comprimento e o calibre (espessura) das agulhas a serem usadas
variam de acordo com o grupo etário e a espessura subcutânea do
73
45º
SUBCUTÂNEO
90º
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usuário e com as condições de solubilidade da droga;
- o bizel deve ser longo para facilitar a penetração da agulha através
da pele; o bizel deve estar de lado, na hora de injetar.
- manter o usuário em posição confortável.
• preparo do profissional:
- lavar as mãos;
- rever a prescrição;
- separar, selecionar e examinar o material;
- certificar-se da esterilidade do material;
- ler três vezes o rótulo da droga.
• preparo do material:
- reunir o material (seringa, agulha, algodão seco, almotolia com álcool
a 70°, serrinha de esmeril, drogas ou medicamentos);
- serrar a ampola;
- desinfetar a ampola, com algodão embebido em álcool;
- montar a seringa e agulha, obedecendo as normas de assepsia;
- ajustar, firmemente, o canhão no bico da seringa.
• preparo da droga ou medicamento a ser injetado:
- quebrar o gargalo da ampola;
- aspirar seu conteúdo com a seringa que, logo após, deverá ser
mantida em posição vertical, com a agulha voltada para cima, para
que o ar seja expulso;
- evitar a perda do medicamento, tendo, para isso, os cuidados
necessários;
- manter a agulha protegida pela ampola vazia ou pelo protetor
plástico esterilizado.
74
Problemas mais comuns da via intramuscular:
• fenômenos alérgicos;
• fenômeno de Arthus: é provocado por injeções repetidas no mesmo
local, caracterizado pela não absorção do antígeno, ocasionando
infiltração, edema, hemorragia e/ou necrose, no ponto de inoculação;
• nódulos: são provocados por soluções não absorvidas ou precipitadas;
são normalmente transitórios e, após a cura da lesão, parece não
haver efeito residual sobre a reabsorção de substâncias injetadas;
• hematomas: são resultantes de punções e hemorragias de um vaso
sangüíneo, geralmente são transitórios;
• infecções: são consequentes à contaminação da droga ou do material
utilizado e são, igualmente, transitórias;
• tecido fibrótico: é resultante do processo de reparação do tecido lesado.
Execução da técnica
• preparo do usuário:
- explicar o que lhe será injetado e onde receberá a injeção;
Dimensões das agulhas, em relação às soluções e
à espessura da tela subcutânea, na criança e no adulto
Espessura da
tela subcutânea
Adulto
Criança
Soluções
aquosas
Soluções oleosas
em suspensão
magro
normal
obeso
magra
normal
obesa
25x6 ou 7
30x6 ou 7
40x6 ou 7
25x8 ou 9
30x8 ou 9
40x8 ou 9
20x6 ou 7
25x6 ou 7
30x6 ou 7
20x8
25x8
30x8
EPIDERME
DERME
TECIDO SUBCUTÂNEO
MÚSCULO
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Aplicação
• expor a área de aplicação;
• fazer a antissepsia do local com algodão embebido em antisséptico
(álcool); esta medida deve abranger toda a área escolhida, com
movimentos firmes e em sentido único;
• manter o algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará
o músculo;
• distender a pele, no local de aplicação, com os dedos indicador e
polegar, ao mesmo tempo em que se mantém firme o músculo
selecionado;
• empunhar a seringa introduzindo a agulha com o bizel para o lado,
com rapidez e firmeza; na injeção intramuscular, o ângulo para a sua
penetração é 90°, isto é, a agulha é inserida em direção
perpendicular;
• soltar o músculo e, com a mão livre, proceder a aspiração, puxando o
êmbolo para verificar a possibilidade de algum vaso sangüíneo ter
sido atingido; caso isto ocorra, retire a agulha do local, troque a agulha
e introduza em outro local;
• após a aspiração, voltar a apoiar a mão sobre o músculo;
• injetar o líquido lentamente, observando as reações do usuário;
• retirar a seringa e agulha com movimento único, rápido e firme,
apoiando um dedo no canhão;
• comprimir o local com algodão, durante alguns segundos, para
estancar o sangue;
• favorecer a absorção do medicamento com massagem de fricção, por
mais alguns segundos;
• observar as reações do usuário;
• deixar o material em ordem;
• fazer os registros necessários.
Locais de aplicação
• região deltóide
- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada traçando
um retângulo na região lateral do braço, respeitando-se a distância
aproximada de 3 a 5cm abaixo do acrômio ou da articulação do
ombro com o braço e, inferiormente, de 3 a 3,5cm acima da margem
inferior do deltóide;
75
- grupo etário: adultos, como última alternativa;
- volume: no deltóide, o volume máximo introduzido não pode
ultrapassar 3ml e não pode ser utilizado para grande número de
aplicações consecutivas, pois apresenta massa relativamente
pequena;
- postura do usuário: sentado, com o antebraço flexionado, com
exposição do braço e ombro;
- cuidados especiais: a angulação da agulha deverá ser perpendicular
à pele (90°);
- acidentes: poderá haver lesão do nervo radial, por aplicação fora da
área delimitada; são lesões graves, podendo levar à paralisia dos
mais importantes músculos do braço e antebraço; poderá haver
lesão do feixe vásculo-nervoso, devido à variação anatômica
individual ou por aplicação fora da área delimitada;
DELTÓIDE
Terço médio do braço
ÂNGULO 90º
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- contra-indicações: em crianças de 0 a 10 anos; adultos, com
pequeno desenvolvimento muscular; substâncias irritantes; volumes
superiores a 3ml.
• região dorso-glútea
- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada
traçando-se duas linhas, uma horizontal com origem na saliência
mais proeminente da região sacra, e outra vertical, originando-se na
tuberosidade isquiática;
- cuidados especiais: angulação da agulha perpendicular à pele (90°).
- acidentes: além da possibilidade de lesão de vasos e nervos do
local, em geral de pequeno calibre, há o grave problema de atingir o
nervo ciático, se o local exato não for determinado; as lesões deste
nervo, além de dor, podem provocar paralisias graves, dado sua
importância na motricidade dos membros inferiores; outro problema
que pode surgir é o da injeção intramuscular ser aplicada no tecido
subcutâneo e, neste caso, o medicamento será mal absorvido,
provocando dor, nódulos e, às vezes, abcessos;
- contra-indicações: em crianças de 0 a 2 anos; em adultos
excessivamente magros; em usuários com mais de 60 anos.
• região ventro-glútea (ou Hoschtetter)
- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada
colocando a mão esquerda no quadril direito do usuário, colocando o
dedo indicador na espinha ilíaca antero-superior, estendendo o dedo
médio ao longo da crista ilíaca, espalmando a mão sobre a base do
trocanter maior do fêmur, formando um V;
- cuidados especiais: angulação da agulha dirigida à crista ilíaca (90°);
- contra-indicações: Hoschtetter fez um estudo pormenorizado da
região ventro-glútea, concluindo ser esta a região mais indicada, por
estar livre de estruturas importantes, não havendo nervos e vasos
significativos.
• região face-lateral da coxa
- dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada traçando
um retângulo pela linha média anterior da coxa do lado da perna, 12
a 15cm abaixo do trocanter do fêmur e 9 a 12cm acima do joelho,
numa faixa de 7 a 10cm de largura, com ângulo de 45° em direção
ao pé (podálico); em crianças, a delimitação se dá no terço médio da
coxa; é a segunda região mais indicada;
76
- grupo etário: crianças com mais de 2 anos de idade e com bom
desenvolvimento dos músculos glúteos; em adolescentes e adultos,
é o terceiro local indicado;
- volume: local apropriado para administração de volumes superiores a
1,5ml até, no máximo, 5ml;
- postura do cliente: deitado, em decúbito ventral, com os braços ao
longo do corpo e os pés virados para dentro; se for criança, colocá-la
de bruços, no colo da mãe ou responsável, firmando com as pernas
e braços;
QUADRANTE SUPERIOR
EXTERNO DO GLÚTEO
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- grupo etário: indicada em lactentes e infantes (29 dias a 10 anos),
adolescentes e adultos; é contra-indicada em neonatos (0-28 dias);
- postura do usuário: deitado com o ombro inferior em extensão ou
sentado com flexão da perna; expor a área do joelho e da coxa.
Acidentes
A lesão acidental do nervo femural cutâneo causa dor momentânea,
razão pela qual muitos usuários recusam injeção nesta região. No
entanto, excluída a dor, a única conseqüência adicional mais séria é a
anestesia da pele na região inervada.
Via endovenosa
Definição
É a introdução do medicamento diretamente na corrente sanguínea.
Objetivos
• obter rapidez no efeito do medicamento, que é imediato;
• administrar grande quantidade de líquidos;
• administrar drogas contra-indicadas para outras vias.
Condições do medicamento para administração
As drogas, para serem injetadas no sangue devem apresentar-se:
• límpidas;
• perfeitamente diluídas (em 5ml de água destilada);
• com pH próximo ao do sangue, em torno de 7,4;
• é a única via que tolera soluções hiper ou hipotônicas;
• as drogas em suspensão, soluções oleosas ou ar são contra-
indicados, por causarem embolias.
Locais de aplicação
As vias mais utilizadas são as da face ventral do antebraço e as do
dorso da mão. A escolha do local é feita observando-se os seguintes
aspectos:
• acessibilidade;
• mobilidade reduzida;
• localização sobre base mais ou menos dura;
• ausência de nervos importantes;
• estase sanguínea fácil.
77
GLÚTEO MÁXIMO
TROCANTER MAIOR
TRACTO ILEOTIBIAL
DA FASCIA LATA
ÁREA DE INJEÇÃO
PATELA
DELTÓIDE
VEIA CEFÁLICA
VEIA BASÍLICA
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Execução da técnica de aplicação na face anticubital
• preparo do usuário
- explicar o que lhe será injetado;
- o usuário deverá estar deitado ou sentado, jamais de pé; se estiver
sentado, apoiar o braço numa braçadeira ou mesa com auxílio de
um coxim (suporte).
• material necessário
- seringa e agulha;
- serrinha de esmeril;
- algodão embebido em álcool a 70°;
- garrote;
- braçadeira ou suporte forrado;
- medicação prescrita.
• aplicação
- lavar as mãos;
- expor a área onde deverá ser feita a aplicação;
- garrotear;
- fazer o usuário abrir e fechar a mão várias vezes e conservá-la
fechada, até segundo aviso;
- colocar o braço em hiperextensão;
- fazer a antissepsia do local onde deverá ser feita a aplicação e do
dedo com o qual o profissional fará a palpação da veia;
- expulsar todo o ar que se encontra dentro da seringa, com a ponta
da agulha voltada para cima (bizel para cima);
- esticar a pele, manter a veia fixa com o polegar de uma das mãos e,
com a outra mão, introduzir a agulha aproximadamente 1cm aquém
do local onde a veia deverá ser alcançada;
- a confirmação de que a agulha ganhou a luz do vaso se faz pela
aspiração de sangue para o interior da seringa e pela sensação tátil;
- retirar o garrote e pedir ao usuário que abra a mão;
- injetar lentamente, evitando sobrecarga circulatória e sensações
desagradáveis ao usuário;
- retirar a agulha em movimento único, comprimindo o local com
algodão, para facilitar a hemostasia;
- lavar as mãos;
- anotar os dados na ficha.
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Manobras para achar a veia
Quando for muito difícil a visualização do vaso no qual se quer injetar o
medicamento, poderemos utilizar as seguintes manobras:
• conversar com o usuário, procurando deixá-lo à vontade, pois o medo
faz com que as veias desapareçam;
• pedir para o usuário deixar o braço caído ao longo do corpo e abrir e
fechar a mão algumas vezes;
• realizar massagem, do pulso até antes do local de aplicação;
• utilizar compressas mornas na região que se deseja aplicar a injeção;
• se a agulha não estiver dentro da veia, pode permitir a passagem do
líquido para o tecido subcutâneo, provocando edema (inchaço),
palidez, sensação de frio ou dor no local; este escape de líquido no
tecido subcutâneo é conhecido como infiltração.
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• às vezes, é apenas a ponta da agulha que está na parede da veia,
ocasionando dor ou ardência, mas o teste de aspirar mostra sangue, o
que quer dizer que a agulha está na veia; neste caso, empurra-se ou
puxa-se a agulha.
• sabe-se que a agulha está:
- dentro da veia, quando não apresenta sinais de desconforto;
- fora da veia, quando apresenta dor, ardência e edema no local.
• se os sintomas não desaparecerem, retire a agulha da veia, deite o
usuário onde estiver, até mesmo no chão e chame a enfermeira ou o
médico;
• choque: é uma reação rápida do organismo a uma agressão externa;
• choque pirogênico: é uma reação causada por injeção de solução
contaminada;
• choque anafilático: é uma reação causada por injeção de substâncias
alérgicas ao indivíduo;
• choque periférico: é uma reação causada por fatores emocionais.
Alergia medicamentosa
Deve-se pesar, constantemente, os perigos dos agentes terapêuticos.
As reações de hipersensibilidade devem ser distinguidas dos efeitos
indesejáveis dos medicamentos. Qualquer droga pode produzir uma
reação de hipersensibilidade, mas alguns medicamentos têm maior
tendência que outros.Tal reação não depende de uma exposição prévia
ao medicamento, não tem relação com a dose e não se parece com as
manifestações farmacológicas da droga. A reação anafilática é uma
reação sistêmica e aguda de hipersensibilidade que ocorre dentro de
segundos a minutos após exposição a substâncias estranhas,
medicamentos ou venenos de insetos. A administração repetida de
agentes terapêuticos parenterais ou orais pode desencadear uma
reação anafilática, que é o resultado de uma interação antígeno-
anticorpo, num indivíduo sensibilizado previamente. A idiossincrasia, ou
seja, a reação da própria pessoa, é qualitativa e a hipersensibilidade é
quantitativa. A idiossincrasia não é reação alérgica.
Manifestações clínicas
• sinais respiratórios:
- angústia respiratória, que evolui rapidamente e é causada por
broncoespasmo ou edema de laringe;
- espirros e tosse;
- sensação de aperto no tórax;
- outras dificuldades, tais como respiração ofegante, dispnéia e cianose.
79
Complicações possíveis
• a ansiedade e o medo podem causar mal-estar, por isso, é muito
importante o preparo psicológico do usuário, explicando o que vai ser
feito e com que finalidade (objetivo); deve-se pedir que avise, se sentir
qualquer tipo de reação;
• se a solução for injetada ou o sangue for retirado com muita rapidez, o
usuário pode apresentar palidez, suor e calor; se isso ocorrer, pare
imediatamente de injetar a solução ou retirar o sangue, sem, contudo,
retirar a agulha da veia; faça o usuário baixar a cabeça sobre os joelhos,
se estiver sentado ou, se estiver deitado, retire o seu travesseiro;
• se os sintomas desaparecerem, teste se a agulha continua na veia,
aspirando um pouco de sangue; se o resultado for positivo, continue
injetando a solução ou retirando o sangue, lentamente; na dúvida,
retire a agulha e puncione outra veia;
AGULHA
NO VASO
AGULHA NA
PAREDE DO VASO
AGULHA FORA
DO VASO
PAREDE DO VASO
LUZ DO VASO
A injeção intravenosa é um procedimento indolor,
sente-se somente a picada da agulha.
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• sinais cutâneos:
- rubor com sensação de calor e eritema difuso;
- prurido generalizado (indica o surgimento de uma reação sistêmica)
principalmente palmar e plantar;
- sudorese.
• sinais cardiovasculares:
- taquicardia ou bradicardia e colapso vascular periférico, indicado por
palidez, pulso imperceptível, queda na pressão arterial, insuficiência
circulatória, que pode resultar em coma e morte.
• desconforto gastrointestinal:
- náuseas, vômitos;
- dores abdominais em cólica ou diarréia;
- relaxamento dos esfíncteres.
Assistência de emergência
• deitar o paciente;
• estabelecer uma via aérea permeável;
• virar a face para um dos lados;
• administrar adrenalina aquosa quando prescrita:
- subcutânea (SC), para sintomas ligeiros e generalizados;
- intra-muscular (IM), quando a reação é mais intensa e progressiva;
- endovenosa (EV), diluída em solução salina, lentamente, em casos
raros, quando existe perda completa da consciência e profundo
colapso cardiovascular;
• infiltrar o local da injeção com adrenalina.
Medidas preventivas
• estar ciente do perigo das reações anafiláticas e conhecer os sinais
precoces de anafilaxia;
• perguntar acerca de reações alérgicas prévias do usuário a
medicamentos e, se positivas, não dar medicação ou injeção;
• não administrar drogas nos usuários com febre, asma e outros
distúrbios alérgicos, a menos que o médico esteja presente;
• manter o cliente no Centro de Saúde por, pelo menos, 30 minutos
após a injeção de qualquer agente;
• indivíduos alérgicos devem trazer, na sua carteira de identidade, a
advertência “alérgico a ....................”
Exemplos de substâncias que podem causar o choque anafilático
• antibióticos, especialmente penicilina;
• anestésicos locais, analgésicos, meios de contraste, hormônios, soros
heterólogos, como anti-tetânico, antidiftérico, antiaracnídeo,
antiescorpiônico, venenos de abelhas, de vespas, de cobras;
• não por reação tóxica, mas por reação imunológica, extratos
alergênicos, como pó domiciliar, dermatophagoides e alimentos;
• o acidente é mais comum em pessoas entre 20 e 40 anos;
• os indivíduos mais susceptíveis são os portadores de manifestações
alérgicas ou que apresentam história de alergia em seus antecedentes.
Para não esquecer
• Em casos de dúvidas ou de nunca ter usado penicilina, administrá-la
no Centro de Saúde em presença de médico e com medicação para
emergência (anti-choque).
Acidentes de via parenteral
Os acidentes mais comuns que podem ocorrer, quando usada a via
parenteral, são: infecções gerais ou locais, por contaminação do
material e/ou do medicamento; nódulos e abcessos, que resultam da
aplicação do medicamento em local incorreto e/ou do uso da técnica
errada; reação alérgica ao medicamento injetado, podendo provocar
reações locais ou sistêmicas, como o choque anafilático; embolias, que
resultam da introdução acidental, direta ou indireta, de ar, coágulos,
cristais de droga em suspensão etc, na circulação sanguínea. Podem,
também, estar relacionadas à má execução da técnica, como não
aspirar antes de injetar a droga.
80
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Acidentes específicos, segundo Horta e Teixeira
A injeção endovenosa apresenta um pouco mais de dificuldade para o
aprendizado do iniciante, sobretudo se as veias são delgadas ou pouco
visíveis. Desta maneira, pequenos acidentes poderão ocorrer, enquanto
o clínico não estiver dominando bem a técnica de aplicação e a
anatomia topográfica da região.
• acidentes locais:
- injeção paravascular - quando a posição do bizel da agulha é
inadequada, o líquido é injetado fora do vaso, ocasionando dor e,
dependendo do medicamento, até mesmo área de necrose;
- hematoma - a lesão da parede vascular, devido à falta de técnica,
ocasiona um extravasamento de sangue, produzindo hematoma;
neste momento, deve-se interromper a estase venosa e recomeçar o
processo de aplicação no outro braço, caso contrário, o hematoma
tenderá a aumentar rapidamente;
- flebite - pode ocorrer quando o líquido é irritante para o endotélio ou
em casos de inflamação ou infecção local;
- esclerose - irritação crônica do endotélio, por injeções contínuas na
mesma veia, levando a diminuição de sua luz e endurecimento das
paredes;
- tromboflebite - provocada por introdução de coágulos ou substância
irritante ao endotélio.
• acidentes gerais:
- superdosagem - provocada pela rápida aplicação da injeção,
podendo levar à morte; um exemplo deste caso é o da aplicação da
papaverina que, introduzida nestas circunstâncias, compromete a
condutibilidade cardíaca.
- choques - pirogênico, resultante da aplicação de drogas contendo
substâncias pirogênicas; anafilático, resultante da reação antígeno-
anticorpo, que ocorre em indivíduos alérgicos à droga; lipotímia,
devido a fatores emocionais relacionados ao medo de injeções ou à
hemofilia.
Para não esquecer
• Só aplique injeções com prescrição médica.
• Nunca use a mesma seringa e/ou agulha em mais de um usuário.
• Usar sempre material descartável.
• Ao manipular seringa e agulha esterilizadas, tenha cuidado para não
tocar na agulha e no êmbolo da seringa com os dedos ou encostá-la
em algum objeto.
• Em caso de qualquer reação anormal, encaminhe o usuário ao
médico ou ao hospital mais próximo.
• Quando a medicação for acondicionada em frascos, fazer a
antissepsia da tampa de borracha com algodão embebido em álcool a
70°. Após a aspiração do conteúdo, trocar a agulha para a aplicação.
• Procurar fazer injeção intramuscular com o usuário sentado ou deitado.
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AGULHA EM BOA
POSIÇÃO
COM GARROTE
SEM GARROTE
HEMATOMA
TRANSFIXAÇÃO
AGULHA EM BOA
POSIÇÃO
A injeção intravenosa é um procedimento indolor,
sente-se somente a picada da agulha.
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Normas e rotinas de imunização
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• 15 dias entre a vacina anti-sarampo ou a tríplice viral e a vacina
contra febre amarela.
5. As crianças desnutridas devem ser consideradas como prioridade
nos programas de vacinação. De um modo geral, a desnutrição grave
é considerada imunodepressiva, respondendo com baixa produção
de anticorpos, quando recebe certos antígenos. No entanto, além de
infectar-se facilmente, o desnutrido costuma apresentar processos
infecciosos mais graves e de controle mais difícil.
6. Se a criança interromper o Esquema de Vacinação, não será preciso
reiniciá-lo, devendo-se apenas completar as doses que faltam,
aprazando, na Caderneta de Saúde, os próximos retornos. Devemos
sempre levar em consideração o estado vacinal, não importando o
tempo decorrido desde sua aplicação.
7.Toda a mãe que leva o filho para vacinar deve receber explicações
sobre:
• as doenças que a vacina protege;
• quais as reações que a vacina pode causar e o que fazer;
• quando deve trazer o filho para nova dose.
8. Obter informações sobre o estado de saúde da criança e proceder da
seguinte forma:
• adiar a vacinação, em caso de doença febril aguda, com
temperatura acima de 38,5°C;
• crianças em tratamento com imunossupressores (corticoterapia,
quimioterapia antineoplásica, radioterapia etc): nestes casos é
recomendado o adiamento da vacinação para 90 dias após a
suspensão do tratamento, mesmo que a vacina seja de
componentes com organismos mortos ou inativados, devido a
inadequação da resposta.
9.Na aplicação de vacinas injetáveis, não é necessária a antissepsia da
pele com álcool. Quando a pele estiver muito suja, limpá-la com água
e sabão. Após a aplicação, usar algodão seco, sem massagear.
10. Mesmo que já tenha tido doenças como sarampo, coqueluche,
difteria, tétano ou poliomielite, a criança deverá completar o
Existe uma série de doenças que podem ser evitadas através de vacinas.
As vacinas são substâncias capazes de tornar um indivíduo resistente a
determinadas doenças. Elas são constituídas de vírus vivos atenuados
ou mortos ou produtos bacterianos modificados. Quando inoculados
num indivíduo, fazem com que este produza anticorpos. Os anticorpos
produzidos pelo indivíduo, a partir do contato com a vacina, neutralizam
as toxinas e bloqueiam a capacidade infectante dos microorganismos,
agentes causadores das doenças. Os microorganismos, ao penetrarem
no indivíduo, liberam uma substância chamada antígeno. O antígeno
pode provocar a doença, se o indivíduo está debilitado, ou estimular o
organismo a produzir anticorpos. Os anticorpos têm a função de impedir
a ação dos antígenos, evitando assim a doença.
Vacina é uma droga composta de um antígeno de uma determinada
doença ou do próprio microorganismo atenuado, ou seja, enfraquecido
que, introduzido no organismo do indivíduo, estimula a formação de
anticorpos.
PRINCÍPIOS GERAIS PARA APLICAÇÃO DE VACINAS
1.Tornar acessível a todas as crianças com idade até 5 anos
completos, priorizando crianças menores de 1 ano, a vacinação com
as vacinas Tríplice, Sabin, BCG, Hepatite B, Tríplice Viral,
Heamophilus Influenza tipo B, Varicela e Tetravalente.
2.Vacinar todas as gestantes com a vacina Dupla Adulto ou Anatóxi
Tetânico, para evitar o tétano neo-natal, mesmo que a gestante tenha
acesso ao parto hospitalar.
3. A aplicação, no mesmo dia, de várias vacinas não oferece risco à
criança ou ao adulto.
4. Estabelecer intervalo de:
• 30 dias, entre a vacina anti-sarampo e a vacina tríplice viral;
• 30 dias, entre a vacina anti-sarampo ou tríplice viral e a vacina
contra varicela;
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esquema com todas as vacinas, pelas seguintes razões:
• sarampo e coqueluche, apesar de determinarem imunidade
permanente, podem ser confundidas com outras doenças; desta
forma, sem comprovação laboratorial, não é justificável dispensar
a aplicação da vacina;
• a poliomielite produz imunidade permanente apenas para o tipo
específico de vírus que a causou; assim, a criança poderia ter
novamente a doença, ocasionada por um dos outros dois tipos de
vírus.
11. O registro das vacinas aplicadas é fundamental para a avaliação da
cobertura vacinal nos municípios. Para o conhecimento desses
dados, utilizam-se os boletins de imunização.
12. A vacinação anti-rábica deve estar de acordo com o esquema
preventivo da raiva humana e ser aplicada somente com a avaliação
do profissional responsável pelo setor.
13. A vacina dupla tipo adulto é indicada, a partir dos 7 anos de idade,
para pessoas que não receberam nenhuma dose da vacina tríplice
ou da vacina dupla tipo infantil ou da tríplice acelular, ou não
completaram o esquema básico com uma dessas vacinas, ou cujo
estado vacinal não seja conhecido, ou ainda como reforço da
vacinação efetuada com a tríplice ou com a dupla tipo adulto.
14. São contra-indicações gerais à vacinação:
• reação anafilática pós-vacinação;
• história de hipersensibilidade ao componente da vacina;
• presença de neoplasia maligna;
• tratamento com corticóides, em dose imunosupressora;
• tratamento com outras terapêuticas imunossupressoras.
POLIOMIELITE
A Poliomielite ou Paralisia Infantil é uma doença infecciosa, causada por
um vírus que pode ocorrer sob a forma inaparente (a mais comum) ou
sob a forma paralítica, que pode levar à morte. O vírus se instala e se
multiplica no tubo digestivo e logo pode apresentar viremia, com
invasão do SNC e ataque seletivo às células motoras. A doença existe
em todo o mundo, se transmite de pessoa a pessoa, através das
secreções nasofaríngeas (cerca de 1 semana após a infecção), pela
água e pelos alimentos contaminados com fezes de doentes ou
portadores (até 6 semanas após a infecção). Pode ocorrer, também, por
contato com objetos contaminados com secreções. Em locais onde as
condições de higiene e saneamento básico são precárias, a maioria das
crianças se infectam em idade precoce. Seus sintomas mais freqüentes
são:
• dor de cabeça
• febre
• diarréia
• rigidez da nuca
• paralisia dos membros inferiores
O período de incubação varia de 2 a 30 dias, sendo, em média, de 7 a
12 dias.
O período de transmissão se dá entre 7 a 10 dias antes do início dos
sintomas, até 6 semanas após - em geral, 1 semana antes e 1 semana
após.
A vacina utilizada contra os três tipos de vírus é a trivalente, mas a
infecção natural pelo vírus selvagem só confere imunidade contra
aquele que causou a doença.
Vacina Anti-Poliomielite Oral
• tipo de vacina: vírus vivo atenuado dos três sorotipos (vacina
trivalente);
• proteção contra: Poliomielite (paralisia infantil);
• número de doses: 3 doses mais uma dose de reforço;
• intervalo entre as doses:
- mínimo de 45 dias,
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- recomendado: 60 dias (2 meses),
- em casos excepcionais, pode ser utilizado intervalo de 30 dias;
• idade para o início da vacinação:
- mínima: 2 meses (em campanhas, a partir do nascimento),
- máxima: 4 anos, 11 meses e 29 dias;
• conservação: em nível local, entre + 2°C e + 8°C, ao abrigo da luz
solar direta;
• validade após abertura do frasco: 5 dias (anotar no frasco data e hora
da abertura);
• via de administração: oral;
• dose: duas (2) gotas;
• eficácia esperada: após a 3ª dose, a eficácia esperada é de 90 a 95%
para os 3 sorotipos;
• duração da imunidade: prolongada;
• efeitos adversos mais comuns: não há.
Indicações
• toda criança acima de 2 meses de idade;
• em campanhas, a partir do nascimento.
Contra-indicações
• febre acima de 38° C;
• diarréias severas e/ou vômitos intensos (estas contra-indicações são
apenas para a vacinação de rotina);
• contra-indicações de caráter geral.
Cuidados especiais na administração
• não tocar a boca da criança com o conta gotas; caso isso ocorra,
desprezar o frasco;
• se houver regurgitação ou vômito da vacina, aplicar nova dose, em
seguida;
• não há necessidade de intervalo entre a aplicação da vacina e as
mamadas.
DIFTERIA, TÉTANO, COQUELUCHE E DOENÇAS
CAUSADAS POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B
Difteria
Doença infecciosa aguda, causada pela toxina de uma bactéria que se
localiza nas amígdalas, faringe, laringe ou na pele. Quando se instala
nas vias respiratórias superiores, caracteriza-se pelo aparecimento de
uma ou várias placas acinzentadas, circundadas por uma zona
inflamatória de cor vermelho-mate, que podem obstruir a passagem do
ar, provocando asfixia e morte. É causada pelo bacilo gram positivo
Corynebacterium diphteriae. Doença conhecida popularmente por
“crupe”, o reservatório é o homem, que com freqüência é portador
assintomático.
A doença se transmite através do contato direto com o exudato e
secreções nasofaríngeas ou através das lesões cutâneas do doente ou
portador. Pode ocorrer também através de objetos contaminados por
suas secreções.
De dois a cinco dias após seu período de incubação, podem aparecer
sintomas como:
• abatimento com prostração
• anorexia
• palidez
• taquicardia
• febre pouco intensa
• pontos brancos nas amígdalas, que posteriormente se transformam
em uma membrana acinzentada
• tosse seca
• dificuldade para falar.
Transmite-se enquanto houver bacilos nas secreções e lesões, em geral
de 2 a 4 semanas. Com a quimioterapia adequada, a transmissibilidade
cessa 24 a 48 horas após iniciado o tratamento do doente ou portador.
A doença pode ou não conferir imunidade permanente e, por isso, deve-
se administrar a vacina após a cura.
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Tétano
Doença infecciosa causada pela toxina do bacilo tetânico (Clostridium
tetani), que se desenvolve anaerobicamente ou seja, na ausência de
oxigênio, no interior de um ferimento. É caracterizada pela hipertonia da
musculatura estriada, generalizada ou não. Atinge, de preferência, os
seguintes músculos estriados: masseteres (trismo), musculatura
paravertebral (opistótono), músculo da nuca (rigidez da nuca), músculo
da parede anterior do abdômen (rigidez abdominal), musculatura dos
membros (a dos inferiores predominando sobre os superiores). Essa
contratura permanente, que se denomina de espasmo ou convulsão
tônica, é o mais temível sintoma da doença, pois é o responsável pela
maioria dos óbitos em tetânicos e se intensifica paroxisticamente, em
conseqüência de estímulos luminosos, manuseio do paciente,
secreções, tosses, micção etc.
O reservatório do bacilo é o solo e o trato intestinal dos animais,
especialmente do cavalo, onde o agente existe normalmente.
Transmite-se através da introdução dos esporos em uma ferida, que se
contamina com terra ou fezes de animais. A presença de tecidos
necrosados ou corpos estranhos favorece o desenvolvimento dos
agentes anaeróbicos, mesmo quando insignificantes. O tétano neonatal
ocorre pela contaminação do coto umbilical com esporos do bacilo, até
o 28º dia de vida do recém-nascido.
O período de incubação é de 3 dias a 4 semanas, variando de acordo
com a natureza, a extensão e a localização da ferida. Quanto menor o
tempo de incubação, mais grave é o prognóstico.
Os sintomas, nos recém-nascidos, são:
• a criança deixa de mamar 3 a 10 dias após o parto e apresenta um
“riso sardônico”, ocasionado pela saturação dos músculos da face.
• as pernas ficam estiradas, os braços dobrados junto ao peito, os
dedos fechados e é difícil abrir as mãos (posição de boxeador).
• aparecem os espasmos ou convulsões, em conseqüência de
estímulos (luz, barulho, movimentação etc).
Na prevenção do tétano, é importante que todos os ferimentos, mesmo
os mais insignificantes, sejam tratados adequadamente e, já que a
doença não confere imunidade, manter a vacinação sempre em dia.
Coqueluche
Também conhecida em nosso meio como “tosse comprida”, é uma
doença infecciosa aguda, transmissível, causada pela bactéria
Bordetella pertussis, que afeta a traquéia e os pulmões, fazendo que
ocorram acessos paroxísticos de tosse.
É caracterizada por 3 fases: a catarral, a paroxística e a convalescença.
Após a incubação, que pode variar de 1 a 2 semanas (geralmente em
torno de 7 dias), começam os sintomas da fase catarral ou período
inicial, com manifestações catarrais leves, coriza, tosse irritante e
persistente, geralmente noturna, lacrimejamento e febre baixa,
confundindo-se com o resfriado comum. Esses sintomas duram, em
média, de 10 a 14 dias, seguindo para a fase paroxística. As crianças
parecem pressentir as crises e, comumente, procuram o amparo dos
familiares. Após inspiração profunda, sucedem numerosos golpes de
tosse, sem inspiração de permeio. Após, a criança entra em apnéia de
duração variável, para depois sobrevir uma inspiração forçada, ruidosa
e estridulante, conhecida como guincho da coqueluche, a qual segue a
eliminação de muco claro, espesso e viscoso. Os vômitos, nesta
ocasião, são muito comuns. A "perda de fôlego" (fase de apnéia)
constitui um momento dramático, que angustia os familiares. Pode se
repetir várias vezes ao dia, deixando a criança exausta e em situação
aflitiva. Pode ser acompanhada de sudorese, congestão das
conjuntivas, cianose, incontinência dos esfíncteres, turgescência dos
vasos do pescoço, convulsões e perda da consciência. Esse período
tem intensidade e duração variáveis, de 4 a 6 semanas, em média.
Durante as 2 primeiras semanas, as crises se intensificam em número e
grandeza, para depois diminuirem progressivamente, entrando na
convalescença, que pode durar de 1 a 3 semanas.
O reservatório da doença é o homem e esta pode transmitir-se de
pessoa a pessoa, através de secreções nasofaríngeas, especialmente
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na fase catarral. A transmissão também pode ocorrer pelo contato com
objetos contaminados por secreção nasofaríngea.
A imunidade é conferida pela doença e pela vacina.
Doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo B
É uma doença invasiva, causada pelo bacilo gran-negativo Haemophilus
influenzae, sorotipo B, que pode causar infecções como bronquite,
sinusite, rinite, septicemia e outras.
O reservatório é o homem doente e a transmissão se dá de pessoa a
pessoa por meio de gotículas de secreções da nasofaringe.
O período de incubação é, provavelmente, de dois a quatro dias e a
transmissão perdura enquanto o agente infecciosos estiver presente no
indivíduo infectado.
A suscetibilidade é universal, principalmente, nos quatro primeiros anos
de vida. Cerca de 75% dos casos ocorrem entre três e vinte quatro
meses de idade.
A proteção conferida pelos anticorpos maternos dura até os três meses
de vida. A doença confere imunidade duradoura, quando acomete o
indivíduo após os vinte e quatro meses de idade.
A vacina contra a infecção por Haemophilus tipo B torna o indivíduo
imune após três doses, nos menores de um ano ou após dose única, a
partir dos 12 meses de idade.
Tetravalente - Vacina combinada DPT e HIB
Composição
A Tetravalente consiste na combinação de duas vacinas, isto é, é uma
vacina conjugada contra Haemophilus influenzae tipo B (Hib) - 10 ug de
polissacarídeo capsular purificado de Haemophilus influenzae tipo B,
sob a forma de pó liofilizado e vacina tríplice (DTP) - toxóide diftérico
tetânico com Bordetella pertussis, sob forma de suspensão injetável.
Apresentação
Apresentada em blíster com 10 frascos-ampola, contendo o
componente Hib liofilizado + blíster com 10 frascos-ampola do
composto DTP, sob a forma líquida, contendo 2,5 ml na apresentação
de 5 doses. Está sujeita à mudança de apresentação, dependendo do
laboratório produtor.
Reconstituição
Juntar, lentamente, com auxílio de uma seringa e agulha estéries, o
conteúdo do frasco-ampola (2,5 ml) do componente DTP ao frasco do
liófilo do componente Hib. Após reconstituição, a vacina tem validade de
5 dias.
Idade para início da vacinação
A partir de 02 meses:
• 02 meses - 1ª dose
• 04 meses - 2ª dose
• 06 meses - 3ª dose
Dose
0,5 ml da vacina reconstituída, ou conforme laboratório produtor.
Via de administração
Intramuscular, no vasto lateral da coxa ou Hoschtetter.
Contra-indicações
• as contra-indicações gerais para todas as vacinas;
• pessoas com conhecida hipersensibilidade após administração prévia
da vacina combinada contra DPT;
• crianças com quadro neurológico em atividade e naquelas que tenham
apresentado, após dose anterior, qualquer das seguintes
manisfestações:
- convulsões, até 72 horas após administração,
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- colapso circulatório com choque de episódio hipotônico-
hiporresponsivo, até 48 horas após administração da vacina,
- encefalopatia, nos primeiros sete dias da administração da vacina.
Eventos adversos
• sintomas locais nas primeiras 48 horas, com dor, eritema, edema,
calor, e/ou enduração;
• sintomas gerais nas primeiras 48 horas: febre, perda de apetite,
agitação, vômito, choro persistente, mal-estar geral e irritabilidade.
Observações
• pode ocorrer, com menor freqüência, sonolência, choro prolongado e
incontrolável, convulsões e EHH (episódio hipotônico-hiporresponsivo);
• a administração combinada das duas vacinas, Hib e DPT, não
aumenta a incidência de eventos adversos sistêmicos.
Vacina Tríplice (DTP)
Vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche.
Composição
Toxóide diftérico, toxóide tetânico e suspensão de bactérias pertussis
mortas.
Proteção
Contra difteria, tétano e coqueluche.
Eficácia esperada
• contra difteria: 95 a 98%;
• contra coqueluche: 70 a 95%;
• contra tétano: aproximadamente 100%.
Dose
0,5 ml. Observar instrução do fabricante.
Número de doses
3 doses + 2 doses de reforço, sendo a primeira 6 meses após a 3ª dose
e a segunda aos 5 anos.
Intervalo entre as doses
• mínimo: 30 dias;
• recomendado: 60 dias (2 meses).
Idade para início da vacinação
• mínima: 2 meses;
• máxima: 6 anos, 11 meses e 29 dias.
Apresentação
Sob a forma líquida, em ampolas de dose única, contendo 1,0 ml ou 0,5
ml ou em frasco-ampola de 10 ou 20 doses.
Conservação em nível local
Entre + 2° C e + 8° C, ao abrigo da luz solar direta, evitando o
congelamento, pois inativa a vacina.
Validade após a abertura do frasco
Até terminar o frasco.
Via de administração
Intramuscular profunda.
Local de aplicação
Vasto lateral da coxa e Hoschtetter.
Cuidados especiais na administração
• agitar levemente o frasco.
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Duração da imunidade
• difteria e coqueluche: alguns anos;
• tétano: aproximadamente 10 anos.
Indicações
Toda criança acima de 2 meses de idade.
Contra-indicações
É contra-indicada em crianças com doença neurológica em atividade e
nas que tenham apresentado, após a aplicação da dose anterior:
• convulsão nas primeiras 72 horas;
• encefalopatia nos primeiros 7 dias;
• colapso circulatório, com estado tipo choque ou com EHH (episódio
hipotônico-hiporesponsivo), até 48 horas após a administração da
vacina;
• reação anafilática.
Nestes casos, está indicado o uso da vacina dupla tipo infantil.
Efeitos adversos mais comuns
• dor, vermelhidão e enduração local;
• febre;
• mal-estar geral e irritabilidade, nas primeiras 24 a 48 horas.
Observação
• primeiro reforço com 15 meses de idade, respeitando intervalo mínimo
de 6 meses entre a terceira dose e o primeiro reforço;
• segundo reforço somente para crianças que fizeram o primeiro reforço
da tríplice até três anos de idade.
Vacina contra a difteria e o tétano
Vacina Dupla tipo Adulto (DT)
Composição
Toxóide diftérico e toxóide tetânico, sendo o primeiro em menor
quantidade.
Proteção
Contra difteria e tétano.
Dose
0,5 ml. Observar instruções do fabricante.
Número de doses
3 (três) doses.
Intervalo entre as doses
O intervalo mínimo entre a 1ª e a 2ª dose é de 30 dias, embora o
recomendado seja 60 dias; e 180 dias entre a 2ª e a 3ª dose.
Idade para o início da vacinação
A partir de 7 anos (idade mínima).
Conservação em nível local
Entre + 2° C e + 8° C, ao abrigo da luz solar direta, evitando o
congelamento.
Validade após abertura do frasco
Até terminar o frasco.
Via de administração
Intramuscular profunda.
Local de aplicação
Deltóide, vasto lateral da coxa e Hoschtetter.
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Cuidados especiais na administração
• agitar levemente o frasco;
• aspirar o volume a ser administrado, verificando a dosagem correta.
Eficácia esperada
• contra difteria: 95 a 98%;
• contra tétano: aproximadamente 100%.
Duração da imunidade
• difteria: alguns anos;
• tétano: aproximadamente 10 anos.
Indicações
• crianças acima de 7 anos de idade;
• qualquer pessoa que não tenha recebido nenhuma dose de vacina
tríplice ou de vacina dupla tipo infantil ou tríplice acelular, ou que não
completaram o esquema básico, ou cujo estado vacinal não seja
conhecido, ou ainda como reforço da vacinação com DPT (tríplice) ou
com a dupla tipo infantil (dT) ou com a tríplice acelular.
Efeitos adversos mais comuns
Febre, dor, rubor e calor no local da aplicação.
Apresentação
Sob forma líquida:
• em ampola de dose única;
• em frasco-ampola de 10 ou 20 doses.
Vacinação da gestante
É realizada para a prevenção do tétano no recém-nato e para a
proteção da gestante, com a vacina dupla tipo adulto ou, na falta desta,
com o toxóide tetânico.
Gestante não vacinada
Esquema básico de 03 doses:
• 1ª dose - 4 meses de gestação;
• 2ª dose - 6 meses de gestação;
• 3ª dose - 6 meses após a segunda dose;
• reforços de 10 em 10 anos.
Observação
A 2ª dose deve ser administrada, no máximo, 20 dias antes da data
provável do parto.
Gestante vacinada
Observar o estado vacinal e administrar as doses necessárias para
completar o esquema básico de três doses. Reforços de 10 em 10 anos.
Antecipar a dose de reforço, se ocorrer nova gravidez cinco anos ou
mais, depois da aplicação da última dose.
SARAMPO, RUBÉOLA E CAXUMBA
Sarampo
Doença transmissível, altamente contagiosa, exantemática, viral aguda,
caracterizada por febre alta, exantema máculo-papular generalizado,
tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik. É causada por um vírus,
que pertence à família dos Paramexovírus.
O único reservatório da doença é o homem, que transmite a doença
diretamente a outra pessoa, através das secreções nasofaríngeas
expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, falar ou respirar, por isso a
elevada contagiosidade da doença. Pode ocorrer a transmissão indireta,
por objetos contaminados pelas secreções nasofaríngeas. Pode ocorrer,
também, contágio por dispersão de gotículas com partículas virais no
ar, em ambientes fechados como escolas, creches e clínicas, mesmo
depois da saída da pessoa doente do local.
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O período de incubação é, em média, de 10 dias, podendo variar de 7 a
18 dias após a data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca
de 14 dias até o início do exantema.
O período de transmissão da doença é de 4 a 6 dias antes do
aparecimento do exantema, até 4 dias após. O período de maior
transmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do
exantema. O vírus vacinal não é transmissível.
As manifestações clínicas do período prodrômico são: febre elevada,
acima de 38,5°C, mal-estar geral, tosse, em geral seca e irritante,
coriza, conjuntivite, em geral com fotofobia e manchas de Koplik. Pode
ocorrer, também, diarréia. Esta fase dura de 2 a 4 dias e é de grande
contagiosidade, pelo fato do doente expelir grande quantidade de vírus
ao tossir.
Período eruptivo ou exantemático: 3 a 4 dias após os sintomas
prodrômicos, surge o exantema máculo-papular, lesão característica do
sarampo, que é uma erupção cutânea vermelha, que se inicia na face,
geralmente na região retroauricular, chegando ao auge 2 a 3 dias
depois de seu início, se estendendo, então, pelo tronco e membros.
A erupção dura de 4 a 7 dias, podendo ser seguida de descamação
furfurácea. A febre dura até o 3º dia do exantema e, caso permaneça
depois disso, devemos suspeitar de complicação da doença.
Como o sarampo é uma das doenças que mais diminui a resistência,
facilita a ocorrência de superinfecção, principalmente em crianças
menores de 2 anos e, em especial, nas desnutridas.
Complicações mais freqüentes
• infecções respiratórias (pneumonia);
• otites;
• diarréia, com risco de desidratação;
• complicações neurológicas.
As complicações do sarampo podem deixar seqüelas, como diminuição
da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento.
Imunidade
A doença e a vacina conferem imunidade duradoura.
Rubéola
É uma doença exantemática, benigna, de baixa morbidade e poucas
complicações. No entanto, quando adquirida na gestação, é uma
importante causa de morte fetal, aborto ou anomalias graves, como
retardo mental, más-formações cardíacas, cegueira e surdez.
O agente infeccioso é do gênero Rubivírus, família Togaviridae, sendo o
homem o reservatório.Transmite-se de pessoa a pessoa, por meio do
contato direto, através das secreções nasofaríngeas de pessoas
infectadas.
O período de incubação é 14 em 21 dias, em média 17 dias.
O período de transmissibilidade varia de 5 a 7 dias antes do início do
exantema e, pelo menos, 5 a 7 dias depois.
Os sintomas mais freqüentes são febre baixa, surgimento de gânglios
retroauriculares e subocciptais, mialgia, com aparecimento de exantema
pruriginoso na face e espalhando-se rapidamente pelo corpo.
A imunidade pode ser adquirida por meio de infecção natural ou pela
vacinação.
Caxumba
É uma doença sistêmica, transmissível, de etiologia viral, causada por
um vírus RNA da família Paramyxviridae, transmitida pela via
respiratória e caracterizada pela inflamação das glândulas salivares,
principalmente as parótidas, e por meningite, orquite ou ooforite.
O reservatório é o homem e transmite-se de pessoa a pessoa, por meio
de contato direto com secreção nasofaríngeas de pessoas infectadas.
O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 18 dias.
A transmissibilidade ocorre entre 6 e 7 dias antes da parotidite,
principalmente 2 dias antes até 9 dias depois do início da doença.
Inicia com febre, cefaléia e vômitos. Cerca de 1 a 2 dias após este
período, apresenta aumento das parótidas ou glândulas salivares,
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geralmente bilaterais, com duração em torno de 5 dias.
A imunidade é adquirida por meio da doença e da vacina.
Vacina Tríplice Viral ou Vacina Triviral
É uma vacina de vírus vivo atenuado.
Proteção
Contra sarampo, rubéola e caxumba.
Dose
0,5 ml. Observar instruções do fabricante.
Número de doses
Uma (1) dose aos 12 anos de idade.
Conservação em nível local
De + 2°C a + 8°C, protegida da luz solar direta.
Apresentação
Sob a forma liofilizada acompanhada de diluente.
Validade
8 horas após a diluição da vacina.
Via de administração
Subcutânea.
Local de aplicação
Região do deltóide, na face externa da parte superior do braço.
Cuidados especiais na administração
O diluente deve estar na mesma temperatura da vacina. Aspirar o
diluente, injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco,
fazer movimento rotativo com o frasco para uma perfeita
homogeneização da vacina. Aspirar o volume a ser administrado.
Eficácia esperada
De 90% a 95%.
Duração da imunidade
Prolongada.
Indicação
Toda pessoa a partir de 12 meses de idade.
Contra-indicação
• gravidez;
• administração de imunoglobulina humana, sangue total ou plasma,
nos 3 meses anteriores;
• pessoas com reação anafilática após a ingestão de ovo.
Efeitos adversos mais comuns
Hipertermia e/ou discreto exantema e/ou parotidite, entre o 5º e o 21º
dia.
TUBERCULOSE
Doença infecto-contagiosa produzida por um bacilo chamado bacilo de
Koch ou Mycobacterium tuberculosis. Quando o bacilo é inalado, a
lesão inicial instala-se nos pulmões em 95% dos casos, constituindo o
foco primário. Daí, os bacilos atingem os vasos linfáticos e invadem os
gânglios regionais, formando-se, assim, o complexo primário.
A partir desses gânglios, os bacilos podem disseminar-se por via
linfo-hematogênica, determinando complicações mais graves, que são
as formas miliar e meníngea e que atingem, principalmente, os menores
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de um ano, levando freqüentemente ao óbito.
O principal reservatório é o indivíduo doente (bacilífero). O indivíduo
infectado é o reservatório secundário e, em algumas regiões, o gado
bovino doente.
Após a infecção pelo bacilo, transcorrem, em média, 4 a 12 semanas
até a detecção das lesões primárias.
Os casos novos da doença ocorrem em torno de 12 meses após a
infecção inicial.
A transmissão é plena enquanto o doente estiver eliminando bacilos
(bacilífero) e se transmite de pessoa a pessoa, através das gotículas de
Wells, que são eliminadas pela tosse.
O quadro clínico não apresenta nenhum sinal ou sintoma característico.
Observa-se, normalmente, comprometimento do estado geral, febre
baixa vespertina com sudorese, inapetência e emagrecimento. Quando
a doença atinge os pulmões, o indivíduo pode apresentar dor toráxica e
tosse produtiva, acompanhada ou não de escarros hemoptóicos.
A tuberculose é uma doença grave, porém curável, desde que
obedecidos os princípios do tratamento.
A infecção, a doença e a vacina conferem imunidade relativa e de
duração variável.
Vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin) intradérmica
Composição
É preparada com bacilos vivos, a partir de cepas atenuadas de
Mycobacterium bovis.
Proteção
Contra tuberculose.
Dose
0,1 ml.
Número de doses
Única.
Idade
• mínima: a partir do nascimento;
• máxima: 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Conservação em nível local
Entre + 2°C e + 8°C, protegida da luz solar direta; a luz artificial não
causa dano.
Validade
Após a diluição, a validade da vacina é de 6 horas.
Via de administração e local de aplicação
Deve ser aplicada rigorosamente intradérmica, na região deltóide, ao
nível da inserção inferior deste músculo, no braço direito. As injeções
muito profundas podem originar abcessos subcutâneos, seguidos de
fistulações.
Cuidados especiais na administração
• a diluição deve ser feita de modo muito cuidadoso; o diluente deve ser
colocado pela parede do frasco e a agitação, para homogeneizar o
produto, deve ser bastante delicada;
• a dose deve ser lida com exatidão, na escala da seringa.
Eficácia esperada
A OMS refere 8 estudos controlados da vacinação BCG, com eficácia
aproximada de 80%.
Duração da imunidade
Muitos anos.
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Indicações
• toda criança a partir do nascimento até 4 anos de idade;
• comunicantes de casos de hanseníase - nestes casos, a vacinação se
fará com 2 doses de BCG, aplicadas com intervalo mínimo de 6
meses, considerando a presença de cicatriz vacinal como a primeira
dose, independente do tempo transcorrido;
• durante a gravidez, recomenda-se adiar a aplicação da BCG.
Contra-indicações
• além das contra-indicações de caráter geral, deve-se adiar sua
aplicação nas crianças com peso inferior a 2000 gr;
• imunodeficiência congênita ou adquirida;
• presença de afecções dermatológicas extensas, em atividade.
Efeitos adversos mais comuns
Não provoca reações gerais. Alguns dias após a vacinação surgem, no
local da aplicação, uma úlcera e uma crosta. Esta lesão regride
espontâneamente, em média entre a sexta e a décima semana,
deixando uma pequena cicatriz. Não é necessário nenhum cuidado
especial, nem fazer curativo.
Apresentação
• liofilizada:
- frasco-ampola de 50 doses + 1 ampola de 5 ml de diluente;
- frasco-ampola de 20 doses + 1 ampola de 2 ml de diluente;
- frasco-ampola de 10 doses + 1 ampola de 1 ml de diluente.
RAIVA
É uma antropozoonose, transmitida ao homem pela inoculação do vírus
rábico, contido na saliva do animal infectado, principalmente pela
mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de
mucosas.
Esta doença representa um importante problema de saúde pública em
razão de sempre evoluir para a morte.
No ciclo urbano, a principal fonte de infecção são os animais
domésticos - cães e gatos, e os animais selvagens - macacos,
morcegos, raposas, sagüis, gato do mato, chacal, coiote, jaritaca,
guaxinim, mangusto. No Brasil, o morcego é o principal responsável
pela manutenção da cadeia silvestre.
O período de incubação varia de dias até um ano, com média de 45
dias. Em crianças, existe uma tendência para um período de incubação
menor. No animal, este período varia de 10 dias a 2 meses. O período
de incubação está ligado a:
• localização e gravidade da mordedura, arranhadura ou lambedura de
animais infectados;
• proximidade de troncos nervosos;
• quantidade de partículas virais inoculadas.
A transmissão em cães e gatos se dá de 2 a 5 dias antes do
aparecimento dos sinais clínicos, persistindo durante toda a evolução da
doença, pela eliminação do vírus pela saliva. A morte do animal ocorre,
em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.
A raiva humana, clinicamente, se apresenta da seguinte forma: de 2 a 4
dias, o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de
temperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta,
entorpecimento, irritabilidade e inquietude, sensação de angústia,
podendo ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de nervos
periféricos próximos ao local da mordedura e alteração de
comportamento. A infecção progride, surgindo manifestação de
ansiedade, hiperexcitabilidade crescente, febre, delírios, espasmos
musculares involuntários e/ou convulsões.Ocorrem espasmos dos
músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê, ou tenta
ingerir, líquidos. Apresenta sialorréia intensa. O quadro evolui, ocorrendo
paralisia, até quadro comatoso e óbito. O período de evolução deste
quadro, até o óbito, varia de 5 a 7 dias.
Não se conhece a existência de imunidade natural do homem. A
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imunidade pode ser adquirida pela vacinação preventiva de pessoas
sujeitas ao alto risco de infecção, como veterinários, encarregados de
canis, guardas florestais e outros.
Vacina anti-rábica humana
Composição
Suspensão, a 2%, de encéfalo de camundongos lactentes infectados,
por via intracerebral, com vírus rábico fixo. Este produto é inativado com
radiação ultra-violeta ou beta-propiolactona.
Proteção
Contra raiva humana.
Dose
1 ml. Observar instruções do fabricante.
Número de doses
Varia de acordo com o tratamento indicado.
Intervalo entre as doses
De acordo com o tratamento indicado.
Conservação em nível local
+2°C e + 8°C, protegida da luz solar direta, não podendo ser congelada.
Validade após a abertura do frasco
Frasco com dose única. Aplicar no momento da abertura do frasco.
Via de administração
Intramuscular profunda.
Local da aplicação
Vasto lateral da coxa, Hoschtetter e deltóide. Dependendo do
tratamento, a aplicação deve ser feita em locais alternados.
Duração da imunidade
Não confere imunidade duradoura.
Indicação
Tratamento profilático da raiva humana.
Contra-indicação
Não há, exceto acidentes neurológicos, que raramente ocorrem, quando
o esquema profilático é prolongado ou repetido.
Efeitos adversos mais comuns
Dor e vermelhidão, no local da aplicação.
Apresentação
Forma líquida, em ampolas de 1 dose ou em frascos multidoses.
Tratamento profilático anti-rábico humano
Tipos de exposição:
• leve: arranhadura por unha, mordedura de pele lesada, mordedura
única e superficial em tronco ou membros;
• grave: lambedura em mucosa, mordedura em cabeça, pescoço e
pontas de dedos, mordedura múltipla e/ou profunda em qualquer parte
do corpo.
Tipos de animais:
• cão e gato
- leve: observar o animal por 10 dias; se sadio, encerrar o caso; se
desaparecido ou morto - vacinação "A"; se raivoso (clínico ou
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laboratorial) - sorovacinação "B";
- grave: observar o animal por 10 dias; se sadio, encerrar o caso; se
desaparecido, morto ou raivoso - sorovacinação "B".
• bovino, eqüino, caprino, suíno, ovino etc
- leve: vacinação "A";
- grave: sorovacinação "B".
• animal silvestre (sagüi, macaco e raposa)
- leve: vacinação "A";
- grave: sorovacinação "B".
• roedores (urbanos e de laboratório) e coelho
- não indicar tratamento, em ambos os casos, leve ou grave.
• morcego:
- sorovacinação, tanto em caso leve quanto grave.
Esquema de tratamento pós-exposição ao animal agressor com
fuenzalida palácios
Vacinação "A":
Aplicar 1ml da vacina por dia, via intramuscular, durante 7 dias e aplicar
2 doses de reforço, uma no 10º e outra no 20º dia após a última
aplicação da série.
Sorovacinação "B":
Aplicar 1ml de vacina por dia, via intramuscular, durante 10 dias e 3
doses de reforço, uma no 10º, outra no 20º e mais outra no 30º dia após
a última aplicação da série.
• soro homólogo: 20 U.I./kg de peso;
• soro heterólogo: 40 U.I./kg de peso.
Dose única
Aplicar 50% da dose ao redor e sob o ferimento, o restante aplicar por
via intramuscular.
Esquema de tratamento pós-exposição ao animal agressor com a
vacina Verorab (cultivo celular com vírus inativo)
O esquema de vacinação deverá ser concluído em 28 dias:
• caso leve: 5 (cinco) doses - 0 - 3 - 7 - 14 - 28;
• caso grave: sorovacinação - 5 (cinco) doses - 0 - 3 - 7 - 14 - 28 mais
soro anti-rábico, que deverá ser aplicado no dia 0 ou o mais
brevemente possível.
Observações
• quanto ao ferimento:
- lavar o ferimento com água e sabão e desinfetar com álcool iodado
ou mercúrio;
- não é recomendado suturar a ferida;
- avaliar sempre o risco de tétano e/ou infecção.
• quanto ao tratamento:
- iniciar o tratamento o mais rápido possível;
- caso haja interrupção no tratamento, não iniciar nova série;
completar as doses prescritas;
- evitar uso de bebidas alcoólicas e esforços físicos durante e logo
após o tratamento;
- a ingestão de carne ou leite de animal raivoso não requer tratamento
anti-rábico.
Contra-indicações
• não tem contra-indicações durante a gravidez;
• interromper o uso de corticóides e imunosupressores;
• não indicar tratamento para contato indireto através de materiais
contaminados com secreções de animais.
Observações quanto ao animal agressor
• a história vacinal do animal agressor não constitui elemento suficiente
para a dispensa da indicação de tratamento anti-rábico humano;
• a observação, durante 10 dias, é recomendada apenas para cães e
gatos;
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• todos os animais agressores que vierem a óbito, inclusive roedores,
deverão ser encaminhados (cérebro e/ou cabeça inteira) para o
laboratório de referência, para fazer o diagnóstico laboratorial;
Esquema de tratamento pós-reexposição ao animal agressor com a
vacina Verorab
• com esquema anterior completo
- até 90 dias da última dose da vacina: não tratar;
- após 90 dias da última dose da vacina: 2 doses - 0 – 3.
• com esquema anterior incompleto
- até 90 dias da última dose da vacina: completar as doses;
- após 90 dias da última dose da vacina: esquema pós-exposição.
• nos indivíduos que receberam série completa (7+2 ou 10+3, com ou
sem soro)
- até 90 dias após a última dose da vacina: não tratar;
- após 90 dias da última dose da vacina: 3 doses, em dias alternados.
• nos indivíduos que receberam, pelo menos, 3 doses em dias
alternados, 5 doses em dias consecutivos ou tratamento pré-
exposição completo, proceder da seguinte maneira:
- até 20 dias após a última dose da vacina: completar para 7+2;
- após 20 dias da última dose da vacina: 3 doses em dias alternados.
Observação:
Nunca indicar soro anti-rábico em caso de reexposição ao animal
agressor.
HEPATITE DO TIPO “B”
Doença infecciosa causada por um vírus da família Hepadnaviridae,
constituído de ácido desoxirribonucleico que possui, como principal
característica, o tropismo pelo fígado. Devido à sua alta especificidade,
o vírus da hepatite tipo “B” (VHB) infecta somente o homem.
Transmite-se através de solução de continuidade em pele e mucosas,
relações sexuais e quando desrespeitadas as normas universais de
biossegurança, como exposição a agulhas e outros instrumentos
contaminados como tatuagem, perfuração de orelha, procedimentos
odontológicos, cirúrgicos, hemodiálise, transfusão sanguínea e seus
derivados e uso de drogas endovenosas. Pode ocorrer também a
transmissão perinatal, ou seja, da mãe portadora do vírus para o
recém-nascido, e contatos domiciliares.
O período de incubação varia de 45 a 180 dias e, em média, de 60 a 90
dias.
A hepatite do tipo “B” é transmitida pelo sangue de uma pessoa
infectada, 2 a 3 semanas antes que comecem os primeiros sintomas, e
continua transmitindo pela fase aguda e no estado de portador crônico.
Líquidos orgânicos como sêmen, secreção vaginal, saliva e outros,
podem conter o vírus.
A infecção pode apresentar-se de forma assintomática ou com sintomas
que são comuns a outras doenças, como mal-estar, fraqueza, anorexia,
náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia ou constipação, evoluindo
para o quadro clínico de urina escura (colúria) e icterícia, que
caracteriza a hepatite, na fase aguda. Recomenda-se o
acompanhamento clínico para avaliação e evolução da doença. Não
existe nenhuma restrição alimentar. Recomenda-se repouso relativo. A
única contra-indicação é a ingestão de bebidas alcoólicas.
Profilaxia
• higiene pessoal -uso individual de escova de dente e de aparelho de
barbear;
• limpeza e esterilização de materiais que entram em contato com
sangue humano e seus derivados;
• respeito às normas universais de biossegurança;
• uso de preservativo na relação sexual;
• uso de imunoglobulina específica;
• imunização específica contra hepatite tipo “B”.
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Vacina contra hepatite do tipo “B”
Composição
Engenharia genética (recombinação do DNA).
Proteção
Contra hepatite tipo "B".
Dose
• menores de 11 anos: 0,5 ml;
• 11 anos e mais: 1 ml.
Número de doses
3 doses.
Intervalo entre as doses
• momento 0 - 1ª dose;
• momento 1 - 2ª dose (30 dias após a 1ª dose);
• momento 6 - 3ª dose (180 dias após a 1ª dose).
Idade para início da vacinação
• mínima: ao nascer;
• máxima: não há.
Conservação em nível local
Entre +2°C e +8°C, ao abrigo da luz solar; não deve ser congelada.
Validade após abertura do frasco
Até terminar o frasco.
Via de administração
Intramuscular (IM).
Local de aplicação
• crianças menores de 28 dias: reto femural;
• crianças maiores de 28 dias: vasto lateral;
• adultos: deltóide.
Observação:
Não deve ser aplicada na região glútea.
Cuidados na administração
Agitar levemente o frasco, antes da administração.
Eficácia esperada
90%.
Duração da imunidade
Ainda é pesquisada, mas parece ser duradoura.
Indicação
Imunização ativa contra a infecção pelo vírus da hepatite tipo "B”.
Contra-indicação
Reação anafilática seguindo administração de dose anterior.
Reações vacinais
• local: dor;
• geral: mal-estar, febre, fadiga e cefaléia.
Apresentação
Frasco-ampola de 10 ml ou conforme laboratório produtor.
Esquema vacinal para grupo especial
Grupos especiais, como usuários de máquina de hemodiálise,
hemofílicos e imunodeprimidos, têm esquema diferente do utilizado
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comumente. Para estes, a dosagem utilizada é dupla, seguindo o
esquema abaixo:
• momento 0 - 1ª dose.
• momento 1 - 2ª dose, 30 dias após a 1ª dose;
• momento 2 - 3ª dose, 60 dias após a 1ª dose;
• momento 6 - 4ª dose, 180 dias após a 1ª dose.
Indicação para vacina da Hepatite B
• hemofílicos;
• usuários de hemodiálise;
• profissionais de saúde, como enfermeiros, odontólogos, bioquímicos,
médicos;
• auxiliares e técnicos de enfermagem, auxiliares de higiene, auxiliares
de odontologia (THD), auxiliares de necropsia e técnicos de
laboratório de análises clínicas;
• politransfundidos;
• recém-nascido de mãe portadora de hepatite tipo B;
• parceiros sexuais de portadores de hepatite tipo B;
• profissionais do sexo;
• homossexuais;
• pessoas de serviços de lavanderias hospitalares;
• padioleiros;
• bombeiros;
• policiais rodoviários;
• policiais civis;
• estudantes de medicina, odontologia, enfermagem e de farmácia e
bioquímica;
• pessoal das forças armadas;
• doador sistemático de sangue;
• portadores de hepatite C;
• vítimas de abuso sexual;
• exposição ao sangue de pacientes portadores de hepatite B;
• pessoas HIV positivas ou imunocomprometidas;
• populações indígenas;
• transplantados;
• usuários de drogas endovenosas;
• internos, alunos e funcionários de unidades de atendimento psiquiátrico;
• talassêmicos;
• vacinação de rotina para menores de 20 anos.
VARICELA
A varicela é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus
Varicela-zoster. Caracteriza-se, inicialmente, por uma erupção vesicular
exantemática e pruriginosa, acompanhada por febre e, em alguns
casos, por outros sintomas sistemáticos.
A varicela segue um curso benigno na maioria das crianças, contudo,
pode ocorrer complicações, especialmente em imunodeprimidos,
neonatos e adultos. A complicação mais comum é a infecção bacteriana
secundária de partes moles.
O período de incubação é de 14 a 21 dias e o período de transmissão é
de 1 a 2 dias antes do aparecimento do exantema até 5 a 6 dias após
as lesões regredirem ou evoluírem para crostas.
Vacina contra a varicela
Composição
Consiste em uma preparação liofilizada do vírus Varicela-zoster, cepa
oka, com vírus vivo atenuado, obtido a partir da propagação do vírus
em cultura de células diplóides humanas.
Proteção
Imunização ativa contra varicela, nos indivíduos vacinados.
Dose
0,5 ml ou conforme fabricante.
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Número de doses
Única.
Idade
A partir dos 12 meses de idade.
Conservação
Entre 2°C e 8°C, protegida da luz solar direto.
Validade
Aplicar imediatamente, após diluição.
Via de administração
Subcutânea.
Local de aplicação
Região do deltóide.
Contra-indicações
• alergia a qualquer componente da vacina;
• indivíduos em tratamento com imunossupressores;
• uso de corticóides, em doses imunossupressoras;
• crianças imunodeprimidas devem ser avaliadas por especialistas.
Eventos adversos
• eritema ao redor da aplicação;
• febre;
• erupção cutânea, de 7 a 12 dias após a administração da vacina.
Apresentação
É apresentada sob a forma liofilizada, em frasco de dose única,
acompanhada do diluente.
Observação
Aplicar as vacinas no mesmo dia ou respeitar intervalo de 15 dias antes
e depois da imunização com vacina de microorganismo vivo atenuado
(triplíce viral ou sarampo e febre amarela ).
Para não esquecer
• Todos os meses, deve ser feito levantamento das cadernetas de
vacinação ou fichas das crianças, para se obter informações sobre o
número de crianças com vacina em atraso.
• Após o levantamento, proceder as visitas domiciliares para buscar os
faltosos.
• O boletim mensal de vacinação, o mapa mensal de consumo e o
mapa de temperatura da geladeira devem ser fechados no dia 20 de
cada mês e entregue nos dois dias úteis após.
• Todas as vezes que faltar luz ou que, por qualquer outro motivo
houver alteração na temperatura da geladeira, suspender a vacinação
e telefonar imediatamente para o nível central, que avaliará a
situação. Não esquecer de anotar a temperatura da geladeira, na
hora em que foi detectado o problema.
• Devemos levar sempre em consideração o estado vacinal do
indivíduo, ou seja, o número de doses administradas anteriormente.
CONSERVAÇÃO DAS VACINAS
O refrigerador ou geladeira é um elemento indispensável ao trabalho do
Centro de Saúde, porque pode preservar ou prejudicar toda a eficácia
do programa de vacinação.
Posição correta
• do refrigerador
- em lugar não exposto aos raios solares e longe de qualquer fonte de
calor, como estufas e autoclaves;
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- em lugar bem nivelado, perfeitamente horizontal;
- a uns 20 cm da parede situada por trás; caso seja instalado em vão
de parede, manter um espaço de 12 cm na parede superior, para
que haja boa circulação de ar;
• do termômetro
- o sensor deve estar em um recipiente com água, na segunda
prateleira da geladeira.
- evitar colocar vacinas em sacos plásticos; caso haja necessidade, os
sacos pláticos devem ser perfurados, para permitir uma perfeita
circulação de ar frio, não devendo ser utilizados por muito tempo.
• do diluente
- os diluentes das vacinas liofilizadas podem ser conservados na
temperatura ambiente, quando existe muito estoque de vacina no
Centro de Saúde, porém devem estar na temperatura da vacina,
quando forem utilizados; para tanto, devem ser colocados na
geladeira por um período mínimo de 6 horas antes do uso.
Pontos importantes a serem observados
• Não coloque alimentos, água potável ou outras bebidas, junto às
vacinas.
• A temperatura deve ser mantida entre +2°C e +8°C, caso contrário, as
vacinas correm o risco de ficar inutilizadas.
• A porta do refrigerador deve permanecer fechada durante todo o
tempo possível, especialmente quando faltar energia elétrica.
• A tomada ou conexão com a fonte de energia elétrica deve ser
exclusiva para a geladeira; evite sobrecarregá-la com o uso do “T” ou
“benjamim” que, pelo seu peso, pode acarretar uma desconexão
acidental, desligando o refrigerador.
• Na falta de luz, procure se informar sobre o tempo que faltará energia
elétrica e, dependendo deste, retire as vacinas e coloque-as em isopor
com gelo, para a conservação da temperatura ou envie-as ao Nível
Central da Secretaria Municipal da Saúde, até a normalização da
energia.
O congelador
Quando o gelo depositado nas paredes do congelador atingir a
espessura de 1cm, a geladeira deverá ser descongelada. O excesso de
gelo no congelador prejudica a temperatura interna, exigindo maior
consumo de energia elétrica. Se a geladeira do Centro de Saúde forma,
constantemente, camadas de gelo no congelador, alguma coisa está
errada. As causas mais comuns são:
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• da vacina no refrigerador
- os frascos e as ampolas de vacinas devem ser colocados em
bandejas perfuradas ou porta-talheres vazados, sobre as prateleiras
centrais da geladeira;
- as bandejas permitem a separação de vacinas de tipos diferentes e
o escoamento da água, mantendo os frascos secos e com os rótulos
íntegros;
- não colocar vacinas nas prateleiras inferiores, nem nos espaços da
porta;
- essas bandejas não devem ser tampadas, para que haja melhor
circulação do ar frio; por este motivo, também as prateleiras da
geladeira não devem ser cobertas com vidro, toalha ou outro
material;
- para que as caixas de vacinas tenham a mesma temperatura, é
importante armazená-las de modo que o ar frio possa circular
livremente, ou seja, deixar espaço de aproximadamente dois dedos
entre elas;
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• defeito no termostato (disco de controle da temperatura);
• ausência ou defeito da porta do congelador;
• defeito na vedação (borracha, trinco, fecho magnético) da porta do
refrigerador;
• queda ou excesso de voltagem da rede elétrica; nestes casos, usar
estabilizador de voltagem;
• a geladeira pode estar sendo aberta várias vezes durante o dia.
Limpeza do refrigerador
• de preferência às segundas e terças-feiras, ou quando o estoque for
pequeno;
• transfira as vacinas para outro refrigerador ou isopor com gelo,
assegurando-se que, no intervalo do degelo, a temperatura
recomendada para as vacinas seja mantida (+2°C a +8°C);
• desligue a tomada da parede e abra as portas do refrigerador e
congelador; mantenha assim, até que o gelo aderido se desprenda por
si só; se houver ventilador no Centro de Saúde, deixá-lo ligado voltado
para o congelador, apressando o degelo;
• não use faca ou outro objeto pontiagudo para remover mais depressa
o gelo, pois isto poderia danificar os tubos de refrigeração;
• aproveite o degelo para limpeza geral do refrigerador; depois de
escorrer a água do degelo, limpe o congelador e os demais
recipientes - bandeja e prateleiras - com um pano umedecido em uma
solução de água e sabão neutro;
• nunca jogue água no interior do refrigerador;
• para enxugar, use um pano limpo e para a limpeza externa da
geladeira, proceda da mesma maneira;
• ao ligar novamente a geladeira, mantenha as portas fechadas durante
3 horas;
• verificar, no termômetro, a temperatura interna e depois, zere o
termômetro; quando estiver entre +2°C e +8°C, recoloque as vacinas,
dispondo-as corretamente na geladeira.
Conservação do frio
Deve-se retirar a gaveta plástica para legumes, que se encontra na
parte inferior da geladeira. Em seu lugar, distribuir garrafas de plástico
flexível de 1 litro com água, que ajudam a esfriar rapidamente o ar
quando se demora a fechar a porta ou quando há falta de energia
elétrica por poucas horas.
Transporte das vacinas
• transportar as vacinas em caixas térmicas com tamanho adequado à
quantidade de vacinas a serem transportadas;
• estabelecer uma proporção entre a quantidade de imunobiológicos e o
gelo reciclável;
• organizar a caixa térmica da seguinte maneira:
- fazer climatização dos gelos recicláveis que serão utilizados;
- colocar o gelo reciclável no fundo da caixa térmica;
- colocar o gelo reciclável nas paredes da caixa térmica;
- colocar os imunobiológicos no centro da caixa térmica;
- colocar o gelo reciclável para cobrir os imunobiológicos;
• controlar a temperatura interna da caixa térmica com termômetro com
cabo extensor;
• vedar a tampa da caixa térmica com fita adesiva gomada, não
deixando frestas ou folgas;
• identificar a caixa térmica externamente, indicando o destinatário;
• manter a caixa térmica à sombra e longe do motor do veículo, durante
o percurso;
• verificar, no momento do recebimento, a temperatura do interior da
caixa térmica e conferir, junto à nota de entrega, as quantidades, lotes
e validades dos imunobiológicos recebidos.
Verificação da temperatura
• verificar, no mínimo, duas vezes por dia, a temperatura da zona central
do refrigerador, anotando-a na ficha de controle da temperatura;
• a temperatura diária deve ser mantida entre +2°C e +8°C.
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Alteração da temperatura da geladeira
Avaliar as causas da alteração e procurar corrigí-las, antes de modificar
a graduação do termostato; podem causar alteração:
- abertura freqüente da geladeira;
- falta de garrafas com água na parte inferior da geladeira;
- temperatura ambiente;
- excesso de gelo no congelador.
Em um refrigerador elétrico, procurar o disco de controle da temperatura
ou termostato que, geralmente, possui números e, às vezes, as palavras
“mais frio” e “menos frio” e gire lentamente o disco. Geralmente, um
número mais alto corresponde a uma temperatura mais fria. Espere
uma hora ou mais para verificar a nova temperatura.
Em caso de defeito do refrigerador:
• verifique se há fusíveis queimados, no Centro de Saúde;
• verifique se a tomada está perfeitamente ligada ou se o fio não está
partido;
• se o defeito não for solucionado, coloque as vacinas em um isopor
com gelo e comunique-se imediatamente com o nível central, com as
seguintes informações disponíveis:
- tempo em que a geladeira ficou desligada,
- temperatura máxima, mínima e atual,
- estoque de vacina existente na geladeira,
- providências tomadas para proteger as vacinas,
- data de vencimento de cada lote de vacina,
- temperatura no momento da interrupção do funcionamento;
• caso haja dúvida sobre a perda de potência das vacinas por falta de
refrigeração, estas não deverão ser aplicadas.
Disposição do material no interior da geladeira
Observação:
Não colocar garrafas na porta da geladeira, pois o peso pode impedir a
vedação correta do refrigerador.
Para não esquecer
• se for administrada uma vacina mal conservada:
- a vacina não protegerá essa pessoa contra a doença, deixando-a
susceptível;
- o serviço de saúde gasta dinheiro em vão;
- a equipe do Centro de Saúde desperdiça tempo e trabalho;
- essa pessoa perderá a confiança nos serviços de saúde.
• portanto, é importante manipular as vacinas e os diluentes com muito
cuidado, garantindo que se conservem na temperatura recomendada,
ou seja, entre +2°C e +8°C.
• nunca utilizar garrafas de vidro, pela possibilidade de se quebrarem;
• não se deve tomar a água que está nas garrafas da geladeira de vacina;
• não conserve diluentes nem vacinas no congelador.
• descongele a geladeira, de preferência de segunda a terça-feira, pelo
período da manhã, pois qualquer problema que surgir poderá ser
corrigido no período da tarde e haverá tempo para que a Vigilância
Epidemiológica tome alguma medida, se houver necessidade;
• qualquer alteração na temperatura da geladeira deve ser comunicada
à Vigilância Epidemiológica;
• abrir ficha de reação vacinal, caso as reações que ocorrerem sejam
diferentes da esperada em relação à vacina utilizada.
6 GELO RECICLÁVEL
(GELOX)
8 GARRAFAS
REFRIGERADORAS
VACINAS
TERMÔMETRO DE
MÁXIMA E MÍNIMA
RECIPIENTE COM
ÁGUA
CABO COM SENSOR
DO TERMÔMETRO
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106
Observações
(*1) Contra-indicada para portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida (Aids).
Se o BCG não tiver “sinal de pega”, revacinar 6 meses após a 1ª dose.
(*2) A gravidez não é contra-indicação para a vacinação contra Hepatite B, uma vez que o
antígeno vacinal não tem poder infectante. Entretanto, a vacinação só é indicada
quando houver risco de infecção. Em hemodialisados, a dosagem é dupla: até 10
anos, 1 ml; acima de 10 anos, 2 ml. Em crianças prematuras - com peso abaixo de 2
kg ou idade gestacional abaixo de 28 semanas -, realizar 4 doses de Hepatite B: 1
dose ao nascer, 1 dose com 1 mês, 1 dose com 2 meses e a 4ª dose, 6 meses a
partir da 1ª dose.
(*3) Nas campanhas de vacinação, aplicar a vacina de 0 até 4 anos, 11meses e 29 dias,
independentemente das doses recebidas anteriormente. A Vacina Sabin é contra-
indicada para crianças com imunodeficiência congênita ou adquirida (Aids) e para
aquelas que têm contato domiciliar com portadores de Aids. Nestes casos usar a
vacina Salk.
(*4) Em casos de bloqueios de suspeita de rubéola ou sarampo, usar a vacina Triviral a
partir dos 6 meses de idade, de forma seletiva. As crianças menores de 1 ano,
vacinadas nos bloqueios, devem ser revacinadas aos 12 meses, observando-se o
intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
(*5) Esta vacina está disponível em Florianópolis para crianças na faixa etária de 12
meses a 1ano 11meses e 29 dias.
(*6) No estado de SC, só é indicada para pessoas que irão viajar para áreas endêmicas
ou para países que exijam o Certificado Internacional de Vacinação Contra a Febre
Amarela.
(*7) Para prevenção do tétano neonatal, a gestante deverá ser vacinada de acordo com
história vacinal anterior (TT, dT ou DPT) e o início da vacinação deverá ser o mais
precoce possível, evitando-se o primeiro trimestre. Em gestantes e em ferimento com
risco de tétano, o reforço diminui para 5 anos.
(*8) Referente ao 2º reforço: somente para crianças que fizeram o 1º reforço da DPT com
menos de 3 anos de idade.
ESQUEMA BÁSICO DE IMUNIZAÇÃO
VACINA
Proteção contra
Idade para início da vacinação
Número de dose
Intervalo entre as doses (vacinação básica)
Mínima
Máxima
Vacinação básica
Reforço
Mínimo
Recomendado
BCG (*1)
Contra Hepatite “B”
(*2)
Antipólio Oral (*3)
Tetra
Triviral (*4)
Contra Varicela (*5)
Contra Febre Amarela
(*6)
Dupla Adulto (DT)
Toxóide (TT) (*7)
Tríplice (DTP) (*8)
Formas graves de Tuberculose
Hepatite tipo “B”
Poliomielite
Difteria, Coqueluche e Tétano
Doenças invasivas do
Haemophilus Influenzae Tipo B
Sarampo, Rubéola, Caxumba
Varicela
Febre Amarela
Difteria, Tétano
Difteria, Coqueluche, Tétano
ao nascer
ao nascer
2 meses
2 meses
12 meses
12 meses
6 meses
7 anos
----
----
menores de 20 anos
4 anos
4 anos
----
----
----
----
----
1 dose
3 doses
3 doses
3 doses
1 dose
1 dose
1 dose
3 anos
----
15 meses
----
6 meses após 3a dose
----
----
----
de 10 em 10 anos
de 10 em 10 anos
1o REF
6 meses após 3a dose
2o REF
5 anos
45 dias
entre a 1a e 2a dose - 30 dias
entre a 1a e 3a dose - 180 dias
60 dias
60 dias
----
----
----
entre a 1a e 2a dose - 60 dias
entre a 2a e 3a dose - 180 dias
----
60 dias
----
45 dias
30 dias
----
----
----
30 dias
----
Via de
Administração
0,1 ml ID.
0,5 ml IM até 10 anos
1 ml acima de 10 anos
02 gotas oral
0,5 ml IM
0,5 ml SC
0,5 ml SC
0,5 ml SC
0,5 ml IM
0,5 ml IM
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107
VACINAS QUE EM DETERMINADO TEMPO ENTRAM NO ESQUEMA
VACINA
Proteção contra
Idade para início da vacinação
Número de dose
Intervalo entre as doses (vacinação básica)
Mínima
Máxima
Vacinação básica
Reforço
Mínimo
Recomendado
HiB
Monovalente Rubéola
Contra Vírus
Inlfuenzae (Gripe)
Anti-Rábica
Contra Pneumococo
Tríplice Acelular
Haemophilus influenzae Tipo B
Rubéola
Gripe causada pelo vírus
influenzae
Raiva
Infecção pelo Pneumococo
Difteria, Tétano, Coqueluche
2 meses
12 anos
60 anos
----
----
2 meses
4 anos
49 anos
----
----
----
6 anos
3 doses
1 dose
1 dose
Conforme
exposição e
animal
1 dose
3 doses
----
----
anual
----
a cada 5 anos
6 meses após 3a dose
5 anos
60 dias
----
----
----
60 dias
30 dias
----
----
----
30 dias
Via de
Administração
0,5 ml IM.
SC
0,5 ml IM
1 ml IM
0,5 ml IM
0,5 ml IM
DEPENDE DO ESQUEMA ADOTADO
LOCAL DE APLICAÇÃO
Grupo etário
Vasto Lateral
Ventro-glútea (hoschtetter)
Dorso-glútea
Deltóide
0 - 28 dias
29 dias - 1 ano
1 - 2 anos
2 - 10 anos
Adolescentes e adultos
Adultos com mais de 60 anos
Ântero-Femural
2o lugar
2o lugar
2o lugar
2o lugar
2o lugar
1o lugar
1o lugar
1o lugar
1o lugar
1o lugar
1o lugar
Contra-indicado
Contra-indicado
3o lugar
3o lugar
3o lugar
3o lugar
Contra-indicado
Contra-indicado
Contra-indicado
Contra-indicado
4o lugar
4o lugar
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10911
Exame preventivo do câncer do
colo do útero e exame de mamas
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ROTINAS DESTE SERVIÇO NA REDE BÁSICA
Recepção, Triagem e Agendamento
• atender a toda usuária que comparecer ao serviço, independente de
ter requisição médica;
• atender usuárias de outras localidades, orientando-as e
encaminhando-as às suas áreas de abrangência;
• agendar, em livro próprio, os casos de impossibilidade de atendimento
no mesmo dia, orientando, verbalmente e por escrito, quanto aos pré-
requisitos para a realização do exame;
• dar prioridade aos casos com resultados anteriores a partir de
displasia leve (Classe III) ou com indicação de repetição do exame,
dada pelo médico ou laboratório;
• questionar a usuária, no dia da coleta do exame, quanto a estar de
acordo com os critérios para realização do exame.
Preparação da usuária
Para realizar o exame, a usuária precisa observar os seguintes
cuidados:
• estar há 2 dias (48 horas) sem manter relação sexual;
• aguardar 7 dias após a menstruação;
• aguardar 7 dias após o término do uso de cremes vaginais;
• aguardar 2 dias após ter feito exame ginecológico;
• no dia do exame, poderá tomar banho e fazer sua higiene íntima,
normalmente; deverá apenas evitar sabonetes muito perfumados e
não fazer ducha interna.
Realização do exame
• checar o prontuário da usuária e revisar o seu histórico;
• confirmar com a usuária se ela está de acordo com os critérios
estabelecidos para a coleta do material para o exame;
• preencher ou revisar a “Ficha de Preventivo de Câncer”, atualizando-a;
• orientar a usuária, conforme o exame a ser realizado, para urinar, tirar
a roupa e vestir-se com a camisola ou o avental do serviço;
• preparar lâminas:
- retirá-las da solução de limpeza (álcool 70°),
- secá-las com gaze,
- identificar, na parte fosca com lápis preto: sobrenome da cliente,
número do município, número do Centro de Saúde e número do
prontuário;
• preparar outros materiais a serem utilizados:
- espéculo,
-pinça com torunda, se necessário,
- espátula de Ayre,
- escova endocervical (se coleta tríplice),
- luvas ginecológicas descartáveis;
• executar o exame das mamas, realizando:
- inspeção das mamas,
- palpação de gânglios,
- palpação das mamas, em decúbito dorsal,
- expressão dos mamilos:
. coleta de secreção mamilar,
. colher material mamilar, sempre que houver secreção não
relacionada ao aleitamento,
- para coleta da secreção mamilar, utilizar uma lâmina para cada
mama, identificando-a como para a amostra da colpocitologia e
acrescentando: Mama D. (direita) e Mama E. (esquerda),
- fazer a expressão do mamilo, acumulando uma “gota”,
- esfregar a lâmina nesta secreção, de modo a dar uma boa amostra,
- fixar, logo a seguir, com o fixador citológico;
• executar o exame do colo do útero:
- colocar a usuária em posição ginecológica,
- realizar inspeção da genitália:
. observar vulva e períneo,
. observar presença de corrimentos vaginais,
- realizar exame especular:
111
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. introduzir o espéculo de tamanho adequado,
. inspecionar parede vaginal, fundo de saco e colo uterino,
- proceder a coleta de material dupla ou tripla, para a citologia, na
seguinte seqüência:
1. fundo de saco vaginal posterior,
2. ectocérvice,
3. endocérvice,
- proceder o esfregaço laminar, de acordo com a ordem de coleta do
material, dispondo-o de forma vertical ou horizontal, uma amostra
após a outra: porção proximal, mediana e distal da lâmina;
- proceder a fixação dos esfregaços no menor tempo possível
(máximo de 20 segundos), garantindo que toda a amostra seja
atingida pelo fixador;
- deixar a lâmina secar em cuba ou bandeja apropriada, dispondo-a
de forma inclinada;
- retirar o espéculo vaginal devagar, tracionando-o e lateralizando-o
(desviar do meato uretral);
- colocar o espéculo e a pinça, quando for o caso, em balde com água
e sabão;
- informar a usuária do término do exame;
- auxiliá-la a sair da mesa e orientá-la para vestir-se;
- organizar a mesa e o material para o próximo exame;
- registrar, na ficha de coleta do preventivo do câncer, o número de
lâminas colhidas e outras anotações que achar necessário;
- fazer o registro do atendimento no prontuário da usuária, na
sequência de SOAP;
- proceder as anotações gerais e específicas, encaminhamentos e
retorno da cliente, de acordo com a data provável do resultado do
exame laboratorial;
- fazer anotações no livro de registro e controle.
Observação
Orientar e estimular a usuária para fazer auto-exame sete (7) dias após
cada período menstrual, alertando-a para a importância da detecção
precoce de patologias nas mamas.
Envio do material ao laboratório
• conferir as lâminas, de acordo com as Fichas de Preventivo de
Câncer, acondicionando-as em penal(is) próprio(s);
• enviar ao laboratório, através do veículo de coleta de material da
SMS/PMF, em dia determinado como rotina.
Resultados
• interpretar e avaliar o resultado dos exames, encaminhando ao médico
sempre que for necessário;
• anotar o resultado no Livro de Registros do Preventivo;
• arquivar a ficha no prontuário da usuária;
• fornecer o resultado do exame à usuária, entregando-lhe a cópia
fornecida pelo laboratório;
• proceder a busca ativa das clientes com resultados de displasia leve,
moderada, acentuada, carcinoma in situ ou carcinoma invasor.
Realização do exame de mamas
O exame de mamas realizado pelo profissional de saúde, bem como o
auto-exame, é um processo simples e detecta o câncer em seu estágio
inicial, quando a possibilidade de cura e de preservação das mamas é
grande, o que poderá salvar a vida da mulher. O profissional de saúde
ao proceder este exame na usuária fará, concomitantemente,
orientações para que a mesma realize o seu auto-exame mensalmente,
uma (1) semana após a menstruação ou, se a usuária não menstruar
mais, estabelecer um dia fixo, por exemplo, toda última sexta-feira do
mês.
Preparação para o exame das mamas
• pelo examinador: providenciar boa iluminação;
• pela cliente: esta deverá despir-se até a cintura, de frente para o
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examinador e um espelho grande;
• em posição sentada, com os MMSS dispostos naturalmente ao longo
do corpo, inicia-se o exame, que abrangerá 3 etapas: inspeção,
palpação e expressão.
Inspeção
• inspeção estática - compare o contorno das mamas, observe tamanho,
formato das mamas e dos mamilos, eritemas, edemas, pele em casca
de laranja, achatamento ou contorno normal, pigmentação da aréola,
presença de circulação venosa;
• inspeção dinâmica - solicitar à cliente que execute manobras como:
- movimentos lentos, a fim de elevar os braços esticados e paralelos,
até que as pontas dos dedos estejam apontadas para o teto; em
seguida, abaixá-los lentamente;
- braços fletidos na altura do queixo, exercendo pressão do punho
contra a mão oposta;
- pressão exercida pelos braços sobre os quadris, contraindo a
musculatura do grande peitoral;
Observação
Estas manobras são realizadas com a finalidade de evidenciar alguma
anormalidade no parênquima mamário ou exacerbar aquelas que,
porventura, já foram verificadas na inspeção estática, como retração e
abrandamento.
Palpação dos gânglios supraclaviculares e axilares
• palpar a área supraclavicular, com a face palmar dos dedos da mão
dominante e, em seguida, proceder palpação dos gânglios axilares;
para facilitar a palpação, torna-se necessário que a cliente repouse
seu braço sobre a mão do examinador, favorecendo, assim, o
relaxamento da musculatura peitoral e, com a outra mão (dominante),
usar a face palmar dos dedos para palpar delicadamente os gânglios
localizados na parede toráxica, através do oco axilar (axila); caso
sejam palpáveis, anotar tamanho, número, consistência, mobilidade,
se estão fixados aos planos profundos ou à pele e a percepção
sensorial da usuária; a palpação deverá ser conduzida com suavidade,
sem movimentos bruscos, para não causar dor, possibilitando que se
estabeleça um clima de segurança e confiança, facilitando a
realização do exame;
• deitar a usuária, com os MMSS elevados e fletidos com as mãos sob
a nuca;
• palpação em quadrantes:
- palpar delicadamente e de maneira ordenada, conforme a divisão em
quadrantes;
113
- iniciar no QSE e continue no sentido dos ponteiros do relógio,
examine toda a superfície com as polpas digitais da mão dominante
espalmada, com a finalidade de caracterizar as anormalidades
porventura encontradas.
Observação
Em caso de anormalidades, o examinador deverá descrever no
prontuário da usuária e encaminhá-la para consulta médica. Quando se
observar presença de massa palpável, dever-se-á procurar caracterizá-
la, determinando o quadrante, a consistência, o tamanho e se há
1. QSI - quadrante superior interno
2. QSE - quadrante superior externo
3. QII - quadrante inferior interno
4. QIE - quadrante inferior externo
2
1
4
3
1
2
3
4
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sensação dolorosa a palpação. Se a alteração encontrada for uma lesão
localizada numa superfície visível, deve também ser avaliada quanto à
sua cor.
Expressão dos mamilos
Com o propósito de avaliar a existência de secreção, executar
moderada pressão sobre a auréola e mamilo, deslizando o dedo
indicador sobre projeção dos ductos, até chegar na auréola,
comprimindo-a. Após esta manobra, será observada a saída ou não de
secreção mamilar.Toda secreção que surgir, quando não relacionada
com a lactação ou gravidez, deverá ser anotada no prontuário da
usuária, classificando-a da seguinte maneira:
• serosa: quando o líquido for claro e fluido;
• sero-sanguinolenta: líquido tipo água de carne crua;
• purulenta: líquido espesso, amarelo;
• esverdeada: fluido viscoso de coloração esverdeada.
Em situação normal, de gravidez ou lactação, encontramos as seguintes
secreções: colostro - líquido claro e turvo; ou secreção láctea - leite. Nos
casos em que for encontrada secreção sero-sanguinolenta, purulenta ou
esverdeada, proceder coleta de amostra para citologia de mama, de
acordo com a descrição já feita na realização do “Exame Preventivo do
Câncer”.
Importante
Para as usuárias que estiverem amamentado, muita atenção para
qualquer queixa referente à mama, considerando sempre a
possibilidade de sinais de infecção: queixa de dor intensa, presença de
áreas dolorosas e endurecidas, hipertermia acompanhada ou não de
calafrios, hipertrofia de gânglios linfáticos na região axilar, secreção
purulenta. Ao detectar qualquer um destes sinais, encaminhar a usuária
para atendimento médico.
114
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11512
Teste do pezinho
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COLETA DE AMOSTRAS DO TESTE DO PEZINHO
Material necessário
• os postos de coleta (unidades de saúde, maternidades, APAEs) do
município recebem o material utilizado para a coleta de amostras:
- 1 envelope,
- 1 cartão de coleta,
- 1 lanceta descartável para cada criança;
• os postos de coleta devem providenciar o registro dos dados de todas
as crianças, cujas coletas de amostras serão enviadas ao LACEN,
contendo:
- nome da criança,
- nome da mãe,
- nome do pai,
- data de nascimento,
- peso ao nascer,
- data da coleta,
- endereço completo,
- telefone para contato,
- nº do registro local,
- resultado,
- data da chegada do resultado.
Sugestão para registro dos dados:
Nome da criança:
Registro local:
Peso ao nascer:
Data de nascimento
Fez transfusão?
Data da transfusão:
Data da coleta:
Nome da mãe:
Nome do pai:
Endereço completo dos pais:
Fone:
Resultados:
Data:
Observações:
• recém-nascido com icterícia ou hepatite - anotar esta ocorrência no
envelope e no cartão a serem enviados;
• os cartões de coleta, antes de seu uso, devem ficar acondicionados
em locais livres de poeira, umidade e ao abrigo do sol; cuidar para
que a parte do cartão destinada ao sangue fique protegida; não
colocar os cartões ainda não usados na geladeira.
Período adequado para a coleta de amostras
Uma amostra de sangue adequada para o Teste do Pezinho é aquela
coletada entre o 3º dia e o 5º dia de vida do recém-nascido.
Por que a coleta só deve ser feita com três (03) dias de vida do recém-
nato? A coleta de sangue para o Teste do Pezinho não deve ocorrer
antes dos três dias de vida da criança, porque:
• existe a ocorrência de elevação fisiológica dos níveis de TSH,
quantificado para o diagnóstico precoce do hipotireoidismo congênito,
e do 17-OH Progesterona, quantificado para o diagnóstico precoce da
hiperplasia adrenal congênita, imediatamente após o nascimento;
• para o diagnóstico da fenilcetonúria - níveis sangüíneos aumentados
de FAL-, é necessário que o metabolismo protéico da criança já se
encontre em plena atividade; isto acontece após alimentação
adequada a base de leite de qualquer natureza ou quaisquer
proteínas.
Se este prazo não for obedecido, poderemos ter resultados falsos
positivos e falsos negativos.
Por que a coleta deve ser feita até o 5º dia de vida? A coleta de sangue
para o Teste do Pezinho deve ocorrer até o 5º dia de vida da criança
porque:
• nos portadores de hipotireoidismo congênito, o tratamento deve ser
iniciado até o 14º dia de vida, para evitar retardo mental;
• nos portadores de hiperplasia adrenal congênita, 1/3 dos casos não
tratados precocemente, a partir de 14 dias de vida evoluem para
insuficiência supra-renal (crise de perda de sal) e risco de óbito nas
117
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primeiras semanas de vida. O diagnóstico precoce é, também,
importante para evitar a virilização progressiva (meninas com genitália
ambígüa) e identificação errônea do sexo;
• nos recém-nascidos portadores de fibrose cística, o nível da tripsina
imunoreativa (IRT) se eleva imediatamente após o nascimento,
diminuindo com o passar dos dias. Como a IRT é quantificada para o
diagnóstico precoce da fibrose cística, se o 1º teste tiver resultado
positivo, uma segunda coleta deve ser feita até a 4ª semana de vida,
para confirmação do diagnóstico laboratorial e encaminhamento ao
médico para o Teste do Suor. Uma coleta retardada poderá nos dar
um resultado falso negativo.
Preenchimento dos cartões e dos envelopes
• preencher os dados solicitados no cartão e no envelope com letra de
forma e legível;
• deixar um espaço em branco após cada palavra;
• na falta de espaço, abreviar o sobrenome do meio;
• preencher completamente os círculos do cartão de coleta com sangue
e garantir que o sangue ocupou todo o círculo, tanto na frente quanto
no verso do cartão; não fazer camadas superpostas de sangue.
Acondicionamento dos cartões com amostras de sangue
Após a coleta, secar os cartões somente em temperatura ambiente, na
posição horizontal por, no mínimo, 2 horas, evitando-se o contato das
amostras com qualquer superfície. Não utilizar formas artificiais de
secagem, tais como estufas, ventiladores, aparelhos de ar condicionado,
nem expor ao vento ou a raios solares. Estando completamente seco, o
cartão com o sangue coletado deve ser colocado dentro do envelope do
Teste do Pezinho, devidamente preenchido. Embalar os envelopes em
papel de alumínio, colocá-los em saco plástico bem vedado e mantê-los
sob refrigeração até o momento da remessa ao LACEN.Todos os
envelopes podem ser embalados em uma mesma embalagem de papel
alumínio e colocados num mesmo saco plástico.
Observação
Nunca enviar cartões molhados, pois eles tendem a criar fungos,
prejudicando o resultado dos exames.
Remessa das amostras para o LACEN
A remessa das coletas ao LACEN pode ser feita dentro de um envelope
grande comum e não há necessidade do papel alumínio e do saco
plástico. Estes materiais podem ser reaproveitados pelo posto de coleta
para guardar as próximas amostras na geladeira.
Os cartões deverão ser enviados diariamente ao LACEN, pois o objetivo
é diagnosticar precocemente as doenças, para evitar seqüelas. Os
cartões enviados ao LACEN devem estar acompanhados de uma lista,
em duas vias, contendo o nome dos bebês, nº de registro local e nome
do município.
Observação
Salientamos a responsabilidade dos postos de coleta, na retenção dos
cartões com amostras. Por trabalhar-se com diagnóstico precoce, o
atraso para o envio da amostra poderá implicar, também, em atraso no
tratamento da doença e possíveis seqüelas.
RECONVOCAÇÃO
Ocorrem determinadas situações em que há necessidade de repetir os
exames. É então solicitada uma nova coleta. A solicitação de uma outra
coleta é chamada de reconvocação. A reconvocação será sempre feita
por telefone e acontecerá quando:
• a 1ª coleta for mal feita - só um círculo preenchido de sangue, sangue
de um só lado do cartão, cartão manchado ou contaminado com
álcool ou outros interferentes;
• quando, para algumas situações, os resultados estiverem fora dos
padrões de normalidade; existem casos em que há resultados falsos
118
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positivos, principalmente para a fibrose cística, quando diversos
fatores podem ocasionar alteração nos níveis normais da IRT.
• A reconvocação será sempre feita por telefonema para o Centro de
Saúde; no caso da coleta ocorrer na maternidade, é de extrema
importância que esta coloque no envelope o Centro de Saúde no qual
a criança irá ser atendida.
Agendamento de consulta médica ou Teste de Suor
O LACEN agenda consultas médicas para as crianças, quando os
resultados da segunda coleta forem alterados. O LACEN agenda,
também, o Teste do Suor, para aquelas crianças cujos valores de IRT
continuaram alterados após uma nova coleta, entre a segunda e a
quarta semana de vida.
VALORES DE REFERÊNCIA
Hipotireoidismo Congênito
TSH
• menor que 15,00 uU/ml em sangue total, para crianças até 7 dias de
vida;
• menor 10,00 uU/ml, em sangue total para crianças com 8 ou mais dias
de vida.
Fenilcetonúria
FAL
• menor 3,00 mg/dl em sangue total;
• sujeitos a reconvocação - valores iguais e acima de 2,50 mg/dl em
sangue total.
Hiperplasia adrenal congênita
• 17 - OHP - menor que 9,90 ng/ml em sangue total, para crianças
nascidas com peso acima de 2.000g;
• menor que 19,80 ng/ml em sangue total, para crianças nascidas com
peso até 2000g.
Fibrose cística
• IRT - menor que 70,00 ng/ml em sangue total, para crianças com até
30 dias de vida.
Um resultado positivo não faz o diagnóstico, pois o mesmo é baseado
em uma série de testes. Um marcador potencial, a tripsina imunoreativa
(IRT), é elevada no sangue de pacientes com fibrose cística, que pode,
também, estar elevada devido a outros fatores além da fibrose cística,
tais como partos prematuros, estresse de parto e situações sem
explicações.
Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias
• Hb
- FA = padrão normal;
- Traço = este achado não significa doença; encaminhar ao
pediatra para orientação.
ENVIO DOS RESULTADOS
Os resultados dos exames são enviados em formulário individual para
entrega aos pais ou responsáveis, em valores numéricos e uma
listagem para controle do posto de coleta. Estes resultados devem ser
anotados, também, na Caderneta de Saúde da Criança e do
Adolescente, na página de Teste do Pezinho.
119
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Nos casos de resultados que exigem uma 2ª coleta, anotar na
Caderneta de Saúde o que diz na observação.
Quando o Centro de Saúde receber o resultado da 2ª coleta, deve fazer
a devida anotação na Caderneta de Saúde da criança.
É nescessário que se preste bastante atenção nos casos que exigem
uma 2ª coleta, para que nenhuma criança fique com seus exames
incompletos ou deixe de ser diagnosticada, em caso de resultado
positivo.
ATENDIMENTO MÉDICO
É assegurado a toda criança portadora de fenilcetonúria,
hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hiperplasia congênita das
supra-renais ou anemia falciforme, amplo acompanhamento médico e
laboratorial, sendo o acompanhamento médico dispensado por
especialistas.
PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE AMOSTRAS
Técnica para uma coleta correta
Enquanto a mãe prepara a criança para a coleta, deixando o pezinho da
criança descoberto, o executor preenche os dados solicitados no cartão.
A criança deve ficar de pé, no colo de um adulto, de frente para este,
pois:
• ficando próxima, se sentirá mais segura e protegida;
• facilitará um maior fluxo sangüíneo na área da coleta, pela posição
vertical.
Área da coleta
Preferencialmente no pezinho, nos bordos inferiores e laterais; em
situações excepcionais, o sangue poderá ser coletado em outro local.
Identificar a área de punção:
Ao lado de duas linhas imaginárias, uma que vai da
metade do primeiro dedo até o calcanhar e a outra que
vai desde o espaço interdigital entre o quarto e o quinto
dedo até o calcanhar; fazer a punção dentro da área sombreada,
conforme ilustração ao lado.
Punção
• o executor deve lavar as mãos e colocar luvas;
• colocar o pé da criança abaixo do nível do coração e
friccionar a perna para produzir uma maior afluência de
sangue ao pé; massagear a área da coleta, para ativar a
circulação local;
• limpar a área com algodão seco:
- não utilizar álcool para limpar a área da coleta,
- em caso de sujidades, lavar com água e sabão,
- para a punção, a área deve estar seca;
• com uma mão, o executor segura, delicadamente mas com firmeza, o
pezinho da criança, com o intuito de promover uma maior segurança,
tanto na punção quanto no manuseio para a coleta;
• a lanceta descartável deve ser retirada da embalagem somente no
momento da punção;
• puncionar o calcanhar com um só movimento, contínuo
e firme, num sentido quase perpendicular à superfície
da pele;
• se uma punção não for suficiente, esta deve ser repetida até que seja
conseguido sangue suficiente; não havendo contaminação, pode ser
usada a mesma lanceta;
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• a primeira gota de sangue deve ser desprezada, utilizando-se um
algodão seco;
• encostar o círculo de coleta do cartão no local da punção, sem
esfregar, até que o sangue preencha totalmente o círculo, inclusive
passando para o outro lado do papel;
• colocar a gota de sangue em contato com a superfície
do papel filtro e deixar impregnar-se por completo no
círculo, tendo o cuidado de que a pele não toque no
papel; a gota deve ser suficientemente grande para
preencher todo o círculo e impregnar até a face
posterior do papel filtro;
• esperar uma nova gota de sangue; pôr, novamente,
em contato com o papel filtro, para preencher o segundo
círculo; desse modo, espere novas gotas e vá
preenchendo os demais círculos sucessivamente, até
que todos estejam iguais ao primeiro; esta operação
deverá ser realizada em pelo menos 3 (três) círculos;
• deve ser evitado o contato da mão do executor com os círculos de coleta,
o que pode ocasionar alterações na qualidade da amostra e no resultado.
O sangue deve saturar o papel filtro e o círculo deve ficar
completamente preenchido, tanto na frente como no verso do cartão.
Não fazer camadas superpostas de sangue.
AMOSTRA DE UMA COLETA CORRETA
Permitir que uma quantidade suficiente de sangue seja absorvida, até
preencher completamente o círculo impresso no
papel-filtro. Preencher todos os círculos requeridos
com sangue. Não aplicar camadas sucessivas de
gotas de sangue, nem aplicar sangue mais de uma
vez, no mesmo círculo coletor. Evitar tocar ou
esfregar as amostras.
COLETAS FEITAS DE FORMA INCORRETA
Amostras inválidas
Quantidade insufuciente de amostra para o teste
• o papel-filtro foi removido antes de que o sangue
tivesse preenchido completamente o círculo ou
antes de que o sangue tivesse sido absorvido pela
segunda face;
• o sangue foi aplicado, no filtro, com um tubo
capilar;
• o filtro foi tocado antes ou depois da coleta da
amostragem com luvas ou sem luvas, com as mãos
untadas de loção para as mãos etc;
• o papel-filtro entrou em contato com mãos com ou
sem luvas, ou com substâncias tais como loção
para as mãos ou talco, antes ou depois da coleta.
A amostra parece raspada ou arranhada
• o sangue foi aplicado com um tubo capilar ou
outro dispositivo.
A amostra não estava seca quando foi enviada
• a amostra foi enviada antes de um período de
secagem exigido, que é de 2 (duas) horas.
A amostra tem aparência supersaturada
• sangue em excesso foi aplicado no papel-filtro,
possivelmente com um dispositivo;
• o sangue foi aplicado em ambos os lados do
papel-filtro.
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A amostra parece diluída, descolorida ou contaminada
• o local, ao redor da punção, foi espremido ou
ordenhado;
• as amostras de sangue foram expostas ao calor
direto;
• o papel-filtro entrou em contato com mãos, usando
luvas ou não, ou substâncias tais como: álcool,
produtos químicos, soluções anti-sépticas, água,
loção para as mãos ou talco etc, antes ou depois da
coleta de sangue para a amostra.
A amostra apresenta anéis de soro
• o álcool passado no local da punção não foi seco
antes da punção ser realizada;
• a área ao redor da punção foi espremida
excessivamente;
• o papel-filtro entrou em contato com álcool, loção
para as mãos etc;
• secagem inadequada da amostra;
• o sangue foi aplicado ao papel-filtro com um tubo
capilar.
A amostra parece coagulada ou em camadas
• tocar, com o sangue, várias vezes o mesmo
círculo no papel-filtro;
• preencher o círculo, de ambos os lados do papel-
filtro.
DIAGNÓSTICO
O Programa do Teste do Pezinho oferece, à população catarinense, o
diagnóstico precoce das doenças abaixo.
Hiperplasia adreanal congênita
É uma doença genética autossômica recessiva. Os níveis elevados de
17-OH Progesterona, no sangue do recém-nascido, levam a suspeitar
desta patologia. Seu diagnóstico precoce é importante para evitar a
virilização progressiva, identificação errônea de sexo, aceleração de
idade óssea e, em alguns casos, severa crise de perda de sal, que
pode levar à morte nas primeiras semanas de vida. O diagnóstico
laboratorial consiste em quantificar a 17-OH Progesterona -17-OHP.
Hipotireoidismo congênito
É um distúrbio causado pela deficiência de hormônios normalmente
produzidos pela glândula tireóide, na maior parte das vezes devido a
um defeito na sua formação. É um dos defeitos metabólicos mais
comuns, no qual o tratamento precoce permite um desenvolvimento
físico e mental normal, nas crianças portadoras do hipotireodismo
congênito. O diagnóstico laboratorial consiste em quantificar o hormônio
estimulador da tireóide - TSH.
Fenilcetonúria
É uma doença genética, de caráter autossômico recessivo, decorrente
da deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase. Em conseqüência, a
fenilalanina acumula-se no sangue do recém-nascido, com efeitos
tóxicos ao sistema nervoso central, podendo causar até deficiência
mental severa. O tratamento precoce previne estas alterações. O
diagnóstico laboratorial consiste na quantificação de Fenilalanina - PKU.
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Fibrose cística
Herança genética autossômica recessiva. É incurável, porém o
diagnóstico e o tratamento precoces melhoram consideravelmente a
qualidade de vida e sobrevida. A fibrose cística cursa com aumento de
cloreto de sódio no suor, deficiência pancreática exócrina e doença
pulmonar obstrutiva crônica. O diagnóstico laboratorial consiste na
quantificação da tripsina imunoreativa - IRT. Salientamos que níveis
alterados da IRT não confirmam a doença, são apenas indicativos da
probabilidade.
Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias
• Hemoglobinopatias são alterações genéticas resultando em
hemoglobinas variantes e talassemias;
• Anemia falciforme é uma doença causada por uma mutação genética
resultando na produção de hemoglobina “S” em vez de hemoglobina
“A”. Nesta condição os glóbulos vermelhos ou hemáceas, portadores
de oxigênio, perdem rapidamente a sua capacidade para transportar
oxigênio através do corpo. As hemáceas tendem a alterar-se e a
alongar-se, o que as torna rígidas e faz com que tomem a forma de
foice. Com o passar do tempo as células falsiformes causam
obstruções à microcirculação do sangue, ocasionando danos nos
tecidos e outras complicações graves (isquemia, dor, necrose e outras
disfunções). As hemoglobinas anormais podem estar presentes em
combinações que variam do assintomático ao letal. Quando
diagnosticadas precocemente e tratadas adequadamente, as
complicações podem ser minimizadas.
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