quarta-feira, 2 de outubro de 2013
ADRENOLEUCODISTROFIA ( ALD )
ADRENOLEUCODISTROFIA: FORMA CEREBRAL INFANTIL
Guilherme Massoqueto1
Júlia Cazetta da Cruz¹
Paola Chaberek Ziliotto¹
Thalita Cecilia Lima¹
Profª orientadora: Leide Sanches2
Descritores: Adrenoleucodistrofia; Óleo de Lorenzo; Forma Cerebral Infantil;
Desordem Metabólica.
RESUMO: A Adrenoleucodistrofia, ou ALD, é uma doença degenerativa que ficou
popularmente conhecida por meio do filme “Óleo de Lorenzo”. É caracterizada
pelo acúmulo de ácidos graxos de cadeia longa no sistema nervoso e nas
glândulas supra-renais. Esse acúmulo acontece devido à deficiência de uma
enzima peroxissômica, o que impede a oxidação de tais ácidos (MENDONÇA,
2007). É uma doença de origem genética e não tem cura, porém, um diagnóstico
precoce e correto com o devido tratamento pode retardar a degeneração física e
mental. A Adrenoleucodistrofia na sua forma cerebral infantil é a de ocorrência
mais comum, com um índice de 31 a 35%, acomete apenas crianças do sexo
masculino. A ALD é a mais freqüente patologia humana decorrente de desordem
peroxissomal com freqüência de 1:20.000 meninos. É uma doença ligada ao sexo
de herança recessiva. O gene afetado ocupa o locus xq28. Essa doença não se
distribui igualmente entre os sexos, dessa forma, a mulher é a portadora do gene
e apenas homens desenvolvem a doença. A Adrenoleucodistrofia é caracterizada
pela deficiência de uma proteína que transfere os ácidos graxos através da
membrana dos peroxissomos. Com essa proteína deficiente os ácidos graxos
saturados não são oxidados, se acumulando na mielina e nas glândulas suprarenais. Os principais ácidos causadores da doença são o ácido hexacosanóico e
o ácido tetracosanóico. A mielina é uma substância formada, em sua maioria, de
gordura, tem importância fundamental na transmissão dos impulsos nervosos.
Quando ela é danificada, no caso dos afetados pela ALD, os impulsos nervosos
se tornam lentos ou não são transmitidos, causando sintomas como
desmielinização inflamatória cerebral, distúrbios de comportamento,
agressividade, baixo de desempenho escolar, perda visual e da coordenação
motora, surdez, disfagia, convulsões, quadriplegia espástica, demência
progressiva, doença de Addison. Tais manifestações ocorrem de forma gradual e,
sem o tratamento adequado culminam na morte até dois anos a partir do
¹ Acadêmicos do curso de Biomedicina das Faculdades Pequeno Príncipe, Curitiba-PR.
guilhermemasso@hotmail.com
2
Mestre em Sociologia pela UFPR, docente da disciplina de Momento Integrador II das
Faculdades Pequeno Príncipe, Curitiba-PR. leidesanches@hotmail.com. diagnóstico. O diagnóstico pode ser feito através de exame laboratorial genético,
que detecta mutações no gene ALD e também através de exames de imagem
como ressonância magnética e tomografia computadorizada contrastada. A partir
desse momento o convívio em família se torna complicado e turbulento; a mãe é o
membro mais afetado. Os tratamentos iniciais propostos para a ALD foram a
imunossupressão associada ao transplante de medula. Tais tratamentos “foram
propostos como alternativas terapêuticas, porém, sem possibilitar a cura dos
pacientes” (GROSKO e FERREIRA, 2007). O Óleo de Lorenzo é o único
tratamento eficaz para a forma infantil da adrenoleucodistrofia. É composto em
sua maioria por ácidos graxos insaturados, principalmente o oléico e o erúcico.
Seu consumo sobrecarrega as enzimas que sintetizam os ácidos graxos,
impedindo a síntese de ácidos graxos saturados. Esse tratamento só apresenta
resultados satisfatórios se associado a uma dieta hipogordurosa. Esta pesquisa
tem como objetivos principais buscar a interação do tema com o assunto
“Terminalidade da Vida”, além de identificar suas causas, expor as possibilidades
de tratamento, e apontar o impacto da doença perante a família e a sociedade.
Este estudo conta com uma pesquisa descritiva e explicativa com revisão de
literatura. As informações para pesquisa foram coletadas em 10 artigos científicos
publicados nas bases de dados SCIELO e LILACS, em 12 livros e no filme
Lorenzo’s Oil, de 1992. Os critérios de inclusão foram: artigos nacionais e
internacionais em português, publicados entre os anos de 2002 e 2011. As
informações coletadas serão apresentadas em revisão de literatura, imagens e
tabelas. Os resultados da nossa pesquisa apontam que a Adrenoleucodistrofia na
sua forma cerebral infantil é uma doença de causa genética, expressando uma
deficiência peroxissômica metabólica. Os primeiros sintomas geralmente
aparecem no começo da infância e sem tratamento adequado, causam
degeneração progressiva e culmina na morte da criança dois anos após o
diagnóstico. Atualmente, o único tratamento existente é o Óleo de Lorenzo, um
medicamento que tem se mostrado eficiente e tem como objetivo inibir a síntese
dos ácidos graxos saturados, causadores da doença. Ainda é um tratamento
novo, e há pouco tempo é vendido no Brasil sendo ainda pouco acessível a todos
os necessitados. Nesse caso se adequaria uma descriminação positiva que visa
“dar um tratamento desigual para reduzir as distâncias sociais” (SILVA e
BARROS, 2002). Tal medida deveria ser aplicada na distribuição do tratamento
para pessoas menos favorecidas, que ainda dependem de doações e favores.
Hoje, apenas pessoas com condições financeiras ou que contam com ajuda de
terceiros tem acesso ao Óleo de Lorenzo. REFERÊNCIAS
Adrenoleucodistrofia ligada ao X. Disponível em: http://www.genetika.com.br/manuais/AD1.pdf.
Acessado em 13. out.2011
BORGES OSÓRIO, Maria Regina; ROBINSON, Wancy Mirian. Genética Humana. 2.ed. Porto
Alegre: Artmed, 2001.
GROSKO, Ana Paula; FERREIRA, Reginaldo Justino. Aspectos biológicos e moleculares da
adrenoleucodistrofia. Arquivo de Ciências de Saúde Unipar, Umuarama, v. 10, n. 1, p. 43-47,
jan./abr, 2006. Disponível em:
http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILA
CS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=462577&indexSearch=ID
MAESTRELLI, Sylvia Regina Pedrosa; FERRARI, Nadir. O óleo de Lorenzo: o uso do cinema para
contextualizar o ensino de genética e discutir a construção do pensamento científico. Sociedade
Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, v.1, n.2, p. 35-39, 2006. Disponível em:
www.geneticanaescola.com.br/ano1vol2/02.pdf
Support-Nutrindo Gerações: Óleo de Lorenzo. Disponível em:
http://www.supportnet.com.br/produtos/polrz.php. Acesso em 13 out.2011
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