segunda-feira, 3 de março de 2014

SÍNDROME DO JALECO BRANCO

SINDROME

SÍNDROME DO JALECO BRANCO.

MAR 10 SÍNDROME DO JALECO BRANCO O termo hipertensão do “jaleco branco”, “white coat hypertension” ou hipertensão “de consultório”, embora de uso recente nos meios médicos não é um conceito novo. Essa expressão é empregada para descrever pacientes cuja pressão arterial (PA) sistêmica é elevada quando medida no consultório do médico ou na clínica, porém normal em outras ocasiões. No presente momento, discute-se se esta morbidade é uma condição benigna ou não, e as causas de sua manifestação. O primeiro relato a respeito do assunto e registrado em literatura data de 1930, quando George Brown publicou nos Annals of Internal Medicine dados de média da pressão arterial de 34 hipertensos em casa e no consultório, mostrando que fora do consultório, ou seja em domicílio, estes pacientes apresentavam níveis inferiores de pressão arterial, e pela primeira vez se caracterizou esta morbidade como sendo a síndrome do avental branco. Quando à questão se a hipertensão do jaleco branco pode ser ou não considerada uma condição benigna podemos dizer que existe dois pontos de vista que se contrapõe dentro da comunidade médica que estuda o assunto: a maioria dos pesquisadores considera o prognóstico como benigno, enquanto que uma minoria tem sugerido que os riscos na hipertensão do jaleco branco são semelhantes aos riscos dos portadores de hipertensão sustentada. Quanto à questão, se a medida isolada da pressão arterial é a melhor indicação do risco de morbidade cardiovascular, tem-se obtido informações a partir de estudos, de diversos autores, que as medidas da pressão quer esporádicas ou sistemática na clínica ou fora dela, têm uma tendência a regredir ao longo do tempo, de tal modo que os indivíduos cuja pressão é registrada originalmente como alta, exibirão uma diminuição nas medidas subseqüentes, ao passo que aqueles com pressão inicial baixa, exibirão um aumento. Estas situações podem conduzir a uma atitude por parte do médico de subestimar as verdadeiras condições de PA do paciente, sendo que o risco será, portanto, mais acentuado para a pressão verdadeira do que para a pressão casual. As discussões quanto a definição se a hipertensão do jaleco branco é benigna não são conclusivas, mas em geral são corroborantes. Embora vários estudiosos tenham tentado definir um subgrupo com hipertensão do jaleco branco, verificaram que muitos pacientes apresentavam às vezes pressão ambulatorial maior que na clínica, e estes sim pertenciam ao grupo de risco, ou seja, eram de fato hipertensos. Explicações do fenômeno Já foram postuladas pelo menos três hipóteses para explicar a hipertensão do jaleco branco. A 1ª delas é a de que a hipertensão do jaleco branco representa uma resposta de alerta exagerada ou uma resposta de orientação e, assim, uma hiperatividade generalizada diante de estímulos novos ou estressantes. A 2ª é a de que a hipertensão do jaleco branco é um precursor da hipertensão sustentada, o qual poderia estar associado à hiperatividade, ou ser independente desta. O 3º mecanismo aventado é o de que a hipertensão do jaleco branco é uma resposta aprendida ou condicionada. Estudo da PA pelo MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial) A MAPA propicia a avaliação dos níveis tensionais longe dos efeitos da presença do observador e do ambiente onde ocorre a medida, constituindo-se este fato, em uma das suas principais vantagens. Apesar disto, estudos evidenciam que até a MAPA não está totalmente isenta de influências na medida da pressão arterial. Conclusão Na definição de que a hipertensão do “jaleco branco” é uma condição benigna ou não, se faz necessária, se levarmos em consideração os danos que a hipertensão sistêmica causa ao paciente ao longo do tempo. Ao subestimarmos a hipertensão do jaleco branco podemos estar deixando de fazer um diagnóstico correto e preventivo de conseqüências maiores no futuro. Sendo esta, portanto necessária para o tratamento precoce evitando lesões futuras nos chamados órgãos-alvo (cérebro, coração e rins). Referências: Mion Jr. D. M., Nobre F, Odigman W. – MAPA – Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial. 2a. ed. Editora Atheneu, R. de Janeiro, RJ, 1998. Tratado de Medicina Cardiovascular. Coord. Maria Cleusa Gois. 5a. ed. Editora Rocca Ltda. S. Paulo, 1999. Ghor, A. Yeb, Nabil, M. S.R. Métodos Diagnósticos em Cardiologia. Editora Atheneu. Rio de Janeiro, RJ. 1997. Stamler J.- Blood pressure and high blood pressure: Aspects of risk. Hypertension 1991; 18 (suppl1): 1-95-107. Postado há 10th March 2012 por só enfermagem Marcadores: