quarta-feira, 30 de outubro de 2013

MANUAL DE DE NORMAS TÉCNICAS DE ROTINAS NO PSF ( PROGRAMA SAÚDE DA DA FAMÍLIA )

Manual de Normas Técnicas e Rotinas de Enfermagem para Centros de Saúde Saúde da Família BlogEnfermagem.com Prefeitura de Florianópolis Angela Regina Heinzen Amin Helou Prefeita Secretaria Municipal de Saúde Manoel Américo Barros Filho Secretário Departamento de Saúde Pública Margarete Fernandes Mendes Diretora BlogEnfermagem.com FICHA TÉCNICA Equipe da 1ª Edição - 1995 Texto: Carmen R. Bonfim Santoro Célia Jungbluth Becker Claudete Espíndola Tomaz Edla Zweiner Gonzales Eloá Favaretto Ivonete T. Schulter B. Heidemann Jezabel Andrade Silva Margarete Fernandes Mendes Maria Aparecida Pereira Maria Brígida Venâncio Rejane Kriedte Rosane Assunção de Albuquerque Solange Alberti Andrzejewski Sônia Beatriz Daugs Tânia Regina Turczyn Vanessa Rosar Mattos Dias Equipe de Revisão e Atualização - 2003 Carmen Lucia Luiz Carmen R. Bonfim Santoro Margarete Fernandes Mendes Rita de Cássia Machado de Lima Sandra Regina da Costa Solange Alberti Andrzejewski Tânia Regina Turczyn Ilustração: Rogério Otto Lohmann Fotos: Danísio Silva 3ª Edição revista e atualizada 2003 BlogEnfermagem.com APRESENTAÇÃO O Manual de Normas Técnicas e Rotinas de Enfermagem foi reeditado para garantir a homogeneidade e a qualidade dos serviços prestados nos Centros de Saúde da Prefeitura de Florianópolis, como material de instrução, normatização e instrumento de consulta para os profissionais da Estratégia da Saúde da Família. Dr. Manoel Américo Barros Filho Secretário de Saúde BlogEnfermagem.com ÍNDICE 1. Normas de biosegurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 2. Controle de infecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 3. Limpeza, desinfecção e esterilização . . . . . . . . . . . . . . . .17 4. Sinais vitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 5. Medidas antropométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 6. Curativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43 7. Retirada de bicho-do-pé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53 8. Bandagens ou ataduras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57 9. Administração de medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61 10. Normas e rotinas de imunização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83 11. Exame preventivo do câncer do colo do útero e exame de mamas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109 12. Teste do pezinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .115 13. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125 BlogEnfermagem.com 91 Normas de biosegurança BlogEnfermagem.com PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 1.Todo profissional de saúde deve, rotineiramente, usar barreiras preventivas para impedir a exposição da pele e mucosas ao sangue e/ou fluidos orgânicos. Usar luvas quando tocar em sangue, fluidos orgânicos, mucosas ou pele com lesões, quando manusear utensílios com sangue, quando praticar procedimentos vasculares.Trocar a luva após contato com cada usuário. Usar máscara, óculos protetor ou escudo plástico facial quando houver possibilidade do procedimento gerar gotículas de sangue ou fluido orgânico que possa atingir mucosas da boca, nariz e olhos. Usar avental, jaleco ou guarda-pó. 2. Lavar as mãos e outras superfícies corpóreas imediatamente, sempre que entrarem em contato com sangue ou outros fluidos orgânicos. As mãos devem ser lavadas após a retirada das luvas com água, sabão e álcool 75º. 3.Tomar precauções no sentido de evitar ferimentos: • com agulhas, bisturis e outros instrumentos já utilizados; • com descarte de agulhas já utilizadas; • com manuseio de instrumentos cortantes já utilizados. 4. Recomenda-se não recapar as agulhas de injeção, não dobrá-las, não retirá-las das seringas descartáveis. Seringas, agulhas descartáveis, lâminas de bisturis e outros instrumentos cortantes devem ser colocados em recipientes resistentes à perfuração e descartáveis. Agulhas ou instrumentos não descartáveis devem ser colocados em recipientes resistentes e levados à área de limpeza e esterilização. 5. Recomenda-se o uso de peças bucais intermediárias ou bolsas de ressuscitação para evitar a prática da respiração direta boca a boca em situação de emergência (exemplo: policiais e paramédicos). 6. Funcionários da saúde, que apresentem lesões exudativas ou dermatites úmidas, devem evitar qualquer contato direto com o paciente (usuário) ou equipamentos usados por ele, até que as lesões estejam curadas. 7. Os cuidados com a própria proteção dos profissionais devem ser respeitados, visando a conscientização de não negligenciar as normas de biosegurança. RECOMENDAÇÃO PARA ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO Material usado (gaze, algodão, guardanapo, sugadores descartáveis etc.) deve ser descartado em saco de lixo hospitalar ou rotulado “contaminado”. 11 BlogEnfermagem.com 132 Controle de infecção BlogEnfermagem.com Na natureza, é freqüente seres vivos da mesma espécie se associarem visando benefícios comuns. É o que ocorre entre os seres inferiores, que se associam formando as colônias. Entre os seres mais diferenciados como, por exemplo, os homens, estas associações vêm constituir as sociedades. O que caracteriza, essencialmente, essas associações, é a defesa de cada um de seus componentes e do conjunto contra os fatores ambientais e contra certos seres vivos. Também entre seres de espécies diferentes são freqüentes as associações. Nesta situação, contudo, não visam sempre os benefícios comuns ou de cada elemento que as constitui. Três tipos fundamentais de associações podem acontecer: • Simbiótica: cada elemento da associação é beneficiado. • Saprofítica: não há, propriamente, nenhum benefício para os elementos que se associam. • Parasitária: há sempre benefício de um dos elementos, com prejuízo do outro. INFECÇÃO Infecção é a penetração e a multiplicação de um microorganismo patogênico em outro organismo. Para haver infecção, é necessário que ocorra contato entre os organismos vivos, o que se denomina contaminação. Muito embora toda infecção se inicie com uma contaminação, nem toda contaminação produz infecção. Para que esta ocorra, há necessidade de que o microorganismo se desenvolva, prolifere e exerça ação parasitária maligna sobre o hospedeiro (patogenicidade). CONCEITOS 1. Assepsia: é o conjunto de meios usados para diminuir ou eliminar os microorganismos patogênicos de uma determinada superfície. 2. Limpeza: é um processo mecânico de remoção da sujidade e detritos, mediante o uso de água, sabão ou detergente adequado, para manter em estado de asseio os artigos, pisos, paredes, mobiliários e equipamentos. A limpeza constitui o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização, pois ao retirar a sujidade, os microorganismos ficam mais expostos à ação dos agentes desinfetantes e esterilizantes. 3. Degermação: é a remoção ou redução das bactérias da pele, seja por meio de limpeza mecânica (sabões, degermantes e escovagens) e/ou agentes químicos. É aplicada sobre tecidos vivos. 4. Antissepsia: é a remoção parcial de microorganismos da pele por agentes químicos. É aplicada sobre tecidos vivos. 5. Desinfecção: é a destruição dos germes patogênicos ou a inativação dos vírus, não matando, necessariamente, os esporos. É aplicada nos pisos, paredes, superfícies de equipamentos, móveis hospitalares e utensílios sanitários. É feita por substâncias desinfectantes. 6. Sanificação: é a redução do número de germes a um nível julgado isento de perigo. Sua aplicação é feita em objetos inanimados. 7. Esterilização: é a eliminação total dos microorganismos, esporos, fungos, vírus, aplicada nos instrumentos. 8. Desinfestação: é a exterminação ou destruição de insetos, roedores ou outros animais, que possam transmitir infecções ao homem, aos animais e ao meio ambiente. 15 BlogEnfermagem.com FONTES DE CONTAMINAÇÃO De um modo geral, as causas podem ser agrupadas do seguinte modo: Causas ligadas ao ambiente • ar - existência de poeira em suspensão, de gotículas, tipos de ventilação, contaminação com outros ambientes; • piso - a deposição no piso, de poeira, secreção, sangue, pus, excreta, vômito etc; • parede - embora em menor grau, também acumula poeira, secreção, umidade, aumentando de acordo com a aspereza e reentrâncias da mesma; • equipamento - os aparelhos e móveis também acumulam poeira e secreção etc. Causas ligadas ao pessoal técnico • não utilização correta das técnicas que visam diminuição dos riscos de contaminação (Ver Normas de Biosegurança, pág. 11); • falta de controle de indício de infecção, como febre, diarréia, vômito e feridas de qualquer natureza; • falta de exame médico periódico dos funcionários. Causas ligadas ao usuário • falta de higiene; • falta de cuidado com os ferimentos; • falta de cuidado com os curativos; • falta de controle das doenças. Causas ligadas ao material • limpeza deficitária; • esterilização deficitária; • qualidade e quantidade inferior de material; • erros na técnica do empacotamento, levando à recontaminação do material, uso indevido de material que tenha data de esterilização vencida; • erro na concentração da diluição de solução e seu período de validade. Causas ligadas ao meio ambiente • destino inadequado do lixo comum e lixo contaminado; • tratamento inadequado da água e do esgoto; • esgotos ligados clandestinamente à rede pluvial. PREVENÇÃO E CONTROLE • exames periódicos bacteriológicos e meios de cultura para controle do ar, ambiente em geral e superfícies; • aplicação adequada das técnicas de assepsia: degermação, esterilização, desinfecção, sanificação e desinfestação; • controle quantitativo e qualitativo dos produtos empregados; • pesquisa e tratamento permanente do pessoal; • criação de uma comissão de controle de infecção nos Centros de Saúde. 16 BlogEnfermagem.com 173 Limpeza, desinfecção e esterilização BlogEnfermagem.com OBJETIVOS GERAIS Os objetivos da assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização são a diminuição do perigo de contaminação, seja através das mãos ou do material utilizado, proporcionando maior segurança ao usuário e à equipe de trabalho. NOÇÕES SOBRE INFECÇÃO E HIGIENE Em condições normais, os germes se encontram na pele sem produzir doenças. Em condições de baixa resistência (má higiene, subnutrição, pessoas que sofreram intervenção cirúrgica etc.) os germes podem crescer e se desenvolver, ocasionando doenças. A higiene é uma das principais condições para se evitar a infecção e/ou a contaminação por germes patogênicos. COMO REALIZAR ASSEPSIA DAS MÃOS Antes e depois de qualquer procedimento, devemos lavar as mãos, diminuindo assim a possibilidade de contaminação. As mãos dos profissionais de saúde constituem importante veículo na transmissão de várias doenças. Material necessário • água; • sabão ou sabonete; • escova; • toalha de papel ou de pano; • álcool. Execução da técnica • limpar bem as unhas com a escova; • lavar as mãos, punhos e antebraços com água e sabão; • ensaboar a torneira da pia; • enxaguar as mãos com água corrente; • enxaguar a torneira da pia; • secar as mãos em toalha de papel ou toalha de pano exclusiva; • em vez de enxugar as mãos em toalha de pano, na falta de toalha de papel, pode-se passar álcool nas mãos, pois este possibilita a secagem rápida. Para não esquecer Lavar as mãos: • antes e após o atendimento de cada usuário; • antes e após manipulação de curativos; • antes e após aplicação de medicação injetável e por outras vias; • antes e após aplicação de vacina; • antes e após defecar, urinar e assoar o nariz; • após contato com artigos contaminados com secreções; • após coleta de fezes, urina e sangue. ESTERILIZAÇÃO Definição É o conjunto de meios empregados para exterminar todos os microorganismos de uma determinada área. Meios de esterilização • estufa ou forno de Pasteur - calor seco; • autoclave - calor úmido; • processos físico-químicos; • processos químicos. 19 BlogEnfermagem.com Estufa Definição É um aparelho de forma retangular, com paredes revestidas com amianto para conservar o calor que se transmite por contato direto. Importante: A esterilização, na estufa, ocorre pela alta temperatura e pelo tempo de exposição do material a esta temperatura. Qualquer alteração na temperatura ou no tempo de exposição do material impede a esterilização. A estufa somente esteriliza com temperatura de 180°C, num período mínimo de 60 minutos. Observações: • podem ser esterilizados na estufa: vidros, objetos ou instrumentos metálicos, óleos e pós, sendo indicada para a esterilização de gazes e panos; • o material não deve ser retirado de um em um, pois o abre/fecha constante danifica o seu sistema de vedação; • nunca abrir a estufa quando ela se encontrar em processo de estirilização para acrescentar materiais, pois isto provoca alteração da temperatura apropriada e prejudica a esterilização (não esteriliza); • a quantidade de material permitida na estufa equivale a 2/3 da sua capacidade interna; • os materiais não devem encostar nas paredes da mesma, para não queimar. • limpeza da estufa: esponja úmida com água e sabão neutro, uma vez por semana, por dentro e por fora; • o teste químico (Bacillus Subtillis) deverá ser feito, no mínimo, mensalmente. Autoclave Definição É um equipamento para esterilização através de vapor saturado sob pressão. O tempo de exposição para esterilização em temperatura de 127°C nas autoclaves que, atualmente, estão sendo utilizadas nos Centros de Saúde, é programado pelo fabricante. Instruções operacionais Para partida do equipamento, verificar: • se o disjuntor está ligado; • se o registro da rede de água está aberto; • se o registro de descarga está fechado. 1 - abrir a porta do equipamento; 2 - acomodar o material a ser esterilizado adequadamente; 3 - fechar a porta do equipamento; 4 - selecionar o ciclo desejado de acordo com o material a ser esterilizado (tecla L “seletor de ciclo”); 5 - ligar a chave geral (tecla M “chave geral”); 6 - o ciclo transcorrerá automaticamente, na seqüência; 7 - ao acender a lâmpada “final de ciclo” (F), abrir parcialmente a porta por dez (10) minutos, aproximadamente, para resfriamento do material. Para melhor esclarecimento consultar o manual de instruções que acompanha cada autoclave. COMO MANTER O CENTRO DE SAÚDE LIMPO O objetivo do processamento e/ou de artigos médico-hospitalares constitui ponto crítico dentro de uma instituição, uma vez que deve oferecer ao paciente e ao profissional de saúde materiais e equipamentos seguros, efetivos (e com sua integridade mantida), que não apresentem riscos de causar infecção e danos em sua estrutura que possam interferir em sua funcionalidade. É fundamental que este entendimento faça parte da rotina de todos os 20 BlogEnfermagem.com profissionais de saúde e que não é uma técnica isolada; é composta desde a lavagem das mãos até o processo de esterilização. O vertiginoso desenvolvimento da tecnologia médica vem impondo constantes desafios e necessitamos de adaptação e readaptação em relação aos materiais utilizados, algumas vezes muito onerosos. Precisamos ter sempre em mente a segurança na prevenção e controle de doenças infectocontagiosas, com isso mantendo um elevado grau de qualidade no serviço oferecido. Buscando esta qualidade, faz-se necessário: • equipamentos de proteção individual; • equipamentos adequados (autoclaves, estufas etc); • padronização dos procedimentos e do material utilizado; • preparo adequado do material; • pessoal capacitado e treinado; • utilização racional de pessoal, material e soluções; • controle de estoque e qualidade do material; • maior segurança para o usuário. As medidas relativas à esterilização e desinfecção devem ser compreendidas e implementadas de acordo com os graus de risco de aquisição de infecção implicados no uso destes artigos pelos pacientes. Pois isto implica a decisão correta e econômica do processo a ser utilizado, tornando os materiais seguros para uso. CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS Artigos não-críticos São todos aqueles que entram em contato com pele íntegra como, por exemplo: estetoscópio, termômetro axilar, comadre, talheres, mesa de raio x, maca e devem sofrer processo de limpeza. Artigos semi-críticos São todos aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosa com flora própria como, por exemplo: endoscópio, espéculos vaginal e devem sofrer processo de desinfecção. Artigos críticos São todos aqueles que entram em contato com áreas estéreis do corpo humano como, por exemplo: agulhas, escalpes, catéteres, implantes, sonda vesical, instrumental cirúrgico e devem sofrer processo de esterilização. SELEÇÃO E PREPARO DO MATERIAL Limpeza Com o objetivo de impedir que a matéria orgânica seque sobre o instrumental, é recomendada uma pré-lavagem com água associada a detergente ou formulação enzimática. A limpeza consiste na remoção de toda matéria orgânica dos artigos e, para isto, utiliza-se água, detergente ou produtos enzimáticos. É o principal fator que reduz a carga bacteriana dos artigos. Quanto mais limpo estiver um artigo, menor será a chance de haver falha na esterilização. A falha na limpeza implica em falha na esterilização. Gorduras e sujeiras atuam como fatores de proteção para o microorganismo, impedindo o contato do agente esterilizante: no caso de esterilização por calor, impede a penetração do agente, seja por condução, seja por convecção e, no caso de processos químicos, impede a penetração do agente através da barreira física, reagindo quimicamente com a solução e diminuindo sua atividade germicida. A limpeza deve ser realizada com auxílio de escova e detergente, com água quente.Tomar muito cuidado com materiais perfurocortantes, local apropriado, pessoal com equipamento de proteção individual - EPI. 21 BlogEnfermagem.com Enxágüe e secagem O enxágüe deve ser feito com água abundante garantindo a retirada do produto utilizado. Em seguida, os materiais devem ser atenciosamente secos. Inspeção do material Após a limpeza do material, deve ser realizada uma observação rigorosa de todos os equipamentos e artigos. Deve-se verificar o estado de limpeza dos materiais e a presença de oxidação (ferrugem), pois esta agrega sujidades, dificultando a limpeza e sua funcionalidade. DESINFECÇÃO É o procedimento de destruição de microorganismos, patogênicos ou não. Pode ser obtida por processos físicos ou químicos, que deverão ser escolhidos em função das características dos artigos e dos recursos existentes. Processo físico Seu uso vem sendo ampliado devido aos menores riscos ocupacionais com melhor custo/benefício, com menor desgaste do material e com maior eficácia. Apesar de sua crescente utilização, ainda não existe uma normatização oficial e legislação adequada, precisando de novos critérios para validar e monitorar o processo de desinfecção e esterilização. Processo químico É mais utilizado nos hospitais. É classificado em alto nível, nível intermediário e baixo nível. O produto químico utilizado deve apresentar certificado de aprovação de órgãos oficiais competentes, respeitando-se rigorosamente seu modo de utilização, para garantir a qualidade do processo, sendo fundamental o uso de EPI na prevenção de riscos ocupacionais. ESTERILIZAÇÃO É o processo que destrói todas as formas microbianas (bactérias, fungos, vírus e esporos). Esterilização por meio físico Compreende a utilização de calor em várias formas e alguns tipos de radiação. É um dos métodos mais utilizados e conhecidos, mais seguro, econômico e deve ser sempre escolhido, quando isto for exigível. O calor é uma forma de energia capaz de transferir-se de um corpo ao outro, quando existe diferença de temperatura entre eles, através de três mecanismos: • condução – o calor passa de um objeto mais quente para um objeto mais frio, transferência típica entre corpos sólidos; • convecção - a transferência de calor ocorre quando correntes de ar ou de água se movimentam, substituindo as moléculas mais quentes por outras mais frias, típica em casos de fluidos; • radiação – a transferência do calor dá-se através de ondas eletromagnéticas, é uma transmissão de energia radiante. Esterilização por vapor saturado sob pressão (em autoclave) É o processo de esterilização realizado por autoclaves, sendo o procedimento que oferece maior segurança, por destruir todas as formas de vida em temperaturas entre 121°C e 132°C. O vapor saturado, como processo de esterilização, possui características vantajosas e outras limitadas. Vantagens • rápido aquecimento; • rápida penetração em artigos têxteis; • destruição dos corpos microbianos em curto período de exposição; • fácil controle de qualidade e letalidade; 22 BlogEnfermagem.com • não deixa resíduos tóxicos nos materiais ; • é econômico. Limitações • incompleta remoção do ar na câmara interna, não permitindo a difusão do vapor; • uso incorreto pode levar ao superaquecimento do vapor, com diminuição do poder microbicida; • não esteriliza óleos e pós; Devemos levar em consideração alguns parâmetros, durante o processo de esterilização pelo vapor: • tempo • calor e umidade • temperatura e pressão As falhas no processo de esterilização são sinônimos de sobrevivência de microorganismos nos artigos processados. Estes problemas podem estar relacionados a erros humanos ou mau funcionamento do equipamento, como por exemplo: • limpeza inadequada dos artigos a serem esterilizados; • utilização de embalagens incompatíveis com o processo; • drenagem insuficiente do ar dentro da câmara e no interior dos pacotes; • secagem do material deficiente; • pacotes amarrados muito apertados, muito grandes e mal posicionados, que dificultam a penetração do vapor. As falhas mecânicas podem ocorrer por problemas relacionados à válvula de vapor, por obstrução na exaustão, decorrentes de operações inadequadas ou por falta de manutenção do equipamento. Esterilização por calor seco (estufa) Outra forma de destruição de microorganismos é a utilização do calor seco, gerado com estufas elétricas através da condução térmica. Requer o uso de altas temperaturas e um longo tempo de exposição, pois o ar quente propaga-se lentamente no material. O uso da estufa é limitado, pois o calor seco não é tão penetrante quanto o vapor e a sua distribuição dentro da câmara não ocorre de maneira uniforme, sendo recomendado que não se utilize o centro da estufa, pois este concentra os chamados pontos frios. Devido a tais limitações e a inexistência, até o momento, de uma solução, a esterilização pelo calor seco vem sendo gradativamente abandonada e substituída por outros processos. Processos físico-químicos Esterilização por gás óxido de etileno (ETO) Gás tóxico, altamente reativo, devido à sua estrutura química. Exerce ação esporicida, bactericida, fungicida e vivescida. O Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho estabelecem normas técnicas para sua utilização. Esterilização por equipamento a base de peróxido de hidrogênio Processo mais recente, que tem se apresentado como alternativa ao óxido de etileno por ser menos tóxico, não poluindo o meio ambiente. Estudos mais conclusivos precisam ser realizados por ser ainda um processo recente. Esterilização por pastilha de formaldeído Este método só deve ser utilizado sob determinadas condições e quando não houver outro método mais adequado. Pastilhas na concentração de 3% a 56ºC, por quatro (04) horas, sob umidade relativa máxima. 23 BlogEnfermagem.com Processos químicos Só devem ser utilizados para artigos que não possam ser esterilizados pelo calor. Esterilização por formaldeído Pode ser utilizado como agente ativo em solução aquosa ou como um gás. Bastante utilizado em hemodiálise (dialisadores). Esterilização por glutaldeído Possui potente ação biocida, podendo ser utilizado para esterilização de equipamentos termo-sensíveis, que não possam ser esterilizados pelos métodos físicos tradicionais. MANUTENÇÃO DA ESTERILIDADE DOS ARTIGOS As condições para a manutenção da esterilidade dos artigos vinculam- se ao risco de recontaminação, o qual é determinado por: • tipo de invólucro; • condições de estocagem (armazenamento); • condições de manipulação. O prazo de validade da esterilização independe do processo ao qual o artigo foi submetido. Os autores divergem quanto aos prazos, pois os fatores contaminantes ao ambiente variam entre um serviço e outro. Devemos avaliar a possibilidade do artigo chegar ao seu usuário seco, sem sujidade e sem danos, independentemente do invólucro utilizado, para que não haja a menor possibilidade de um único material recontaminado ser usado. Na prática, todos os profissionais devem ser responsáveis pelas condições de esterilização, estocagem e manuseio do material, antes de utilizá-los. EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO As embalagens têm por finalidade a proteção do conteúdo contra uma possível contaminação, proveniente do meio ambiente e do manuseio. Se tivéssemos uma embalagem ideal, não teríamos necessidade de estabelecer o prazo de validade da esterilidade. Características ideais de uma embalagem para esterilização • ser compatível com o artigo e o método de esterilização a ser utilizado; • não conter ingredientes tóxicos e não eliminar resíduos durante o processo; • permitir fechamento e selagem adequados; • permitir adequada penetração do agente esterilizante; • favorecer a eliminação do ar e, ao término do processo, permitir a eliminação do agente esterilizante; • ser barreira microbiana eficaz; • ser hidro-repelente; • não rasgar, romper ou furar facilmente, quando exposto ao manuseio necessário, desde o empacotamento até o momento do uso; • ser flexível, facilitando seu manuseio e permitindo observar os princípios da técnica asséptica; • permitir adequada visualização da integridade da embalagem; • ser economicamente viável e fácil de ser encontrada no mercado. Tipos de embalagens Tecido de algodão cru Indicado para embalagem no processo de esterilização a vapor, obedecendo a uma textura determinada de quarenta (40) fios por centímetro e serem campos duplos. Ocorrem alguns problemas que dificultam sua qualificação como embalagem: 24 BlogEnfermagem.com • dificuldade de monitoração do desgaste do tecido após repetidas lavagens; • barreira microbiana; • repelência ao líquido; • mais vulneráveis à contaminação. Papel grau cirúrgico Deve ser resistente ao calor, tração e perfuração e não pode conter amido ou corantes. É permeável ao vapor e ao ETO. Papel kraft Fabricado visando outros objetivos que não a esterilização. Este tipo de embalagem está entrando em desuso, em razão da irregularidade e inconstância na sua gramatura. Contém amido, corantes e outros produtos tóxicos. Papel crepado (100% celulose) É uma das mais recentes tecnologias desenvolvidas como embalagens para a esterilização, apresentando-se como principal alternativa. O papel crepado é eficiente à esterilização pelo vapor e ETO e tem alta eficiência de filtragem, constituindo-se numa barreira efetiva contra a penetração de microorganismos. É atóxico e flexível. Prolonga o prazo de validade e é considerado ecologicamente correto do início ao final do processo. Outros tipos de embalagens Filmes transparentes, Tyvec (polietileno de alta qualidade), lâminas de alumínio e caixas metálicas, vidros refratários, e não-tecido. Estocagem e manipulação Um correto processo de esterilização só acontece quando se completa, com eficácia e segurança, o armazenamento do material. Condições básicas • local próprio e limpo; • local com umidade e temperatura controladas; • local com porta; • não é recomendado que os artigos sejam retirados quentes da autoclave, uma vez que podem conter vapor, o qual, em contato com superfície fria pode se condensar, ficando úmido o pacote e favorecendo sua recontaminação. Validade Depende de todos os fatores mencionados, porém a média é de 15 dias, se os artigos foram esterilizados em autoclave. MONITORIZAÇÃO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO A eficácia da esterilização de cada artigo, processado por qualquer método, deve ser testada através de constante monitoramento, por meio de indicadores físicos, químicos e biológicos.Todo artigo esterilizado deve conter o nome do material, tipo de esterilização, número da carga, data de validade da esterilização, nome do responsável pelo empacotamento, assim como devem ser registrados todos os testes realizados. Testes físicos • desempenho do equipamento – observando os parâmetros apresentados durante o processo; • leitura da temperatura e pressão durante o processo; • termopares – instrumentos utilizados após grandes reparos. 25 BlogEnfermagem.com Testes químicos Indicadores químicos Tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica, que mudam de cor quando expostas à temperatura por determinado tempo. O ideal é a utilização de indicadores de múltiplos parâmetros (tempo, temperatura e vapor). São elaborados para serem utilizados dentro dos pacotes. Teste de Bowie and Dick Indicado para determinar a eficácia do sistema de vácuo na autoclave de pré-vácuo. Testes biológicos Preparação padronizada de esporos bacterianos, de modo a produzir suspensões usualmente colocadas em ampolas; é o único meio de assegurar que o conjunto de todas as condições de esterilização está adequado, porque os microorganismos são diretamente testados quanto ao seu crescimento ou não após a aplicação do processo; sua freqüência mínima indicada é semanal. Validação do processo de esterilização É a prova de que um determinado processo faz o que se propõe a fazer. Envolve todas as etapas do processo, desde a limpeza dos artigos até a liberação da carga para utilização e deve ser vista como um processo contínuo, incluindo treinamento e reciclagem de pessoal, além de avaliar a qualificação do equipamento (instalação, controle rotineiro e manutenção). Apesar da evolução tecnológica disponível no mercado em benefício do homem, lembramos que o fator mais importante em relação à segurança dos processos continua sendo o elemento humano. LIMPEZA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGOS Material instrumental • colocar em solução de água e sabão até o momento da escovação, sendo que no final de cada turno o material deverá estar limpo, empacotado e/ou esterilizado; • calçar luvas de borracha para limpeza; • escovar o material com sabão e água corrente. Se necessário usar pasta abrasante ou esponja de aço; • secar em toalha própria e acondicionar em panos de campo, preparando o pacote de acordo com sua utilização; • material odontológico e de pequenas cirurgias, acondicionar em caixas de metal próprias; • fixar com fita apropriada, colocando nome do que contém, data e assinatura; • colocar o material na estufa a uma distância de, aproximadamente, 2 cm entre os pacotes; • esterilizar por 60 minutos, a 180°C, em estufa. Colocar o material após a temperatura da estufa atingir 80°C. Só contar o tempo previsto depois que o termômetro alcançar 180°C . Após a esterilização, quando a temperatura retornar a 100°C, abrir a porta da estufa (mais ou menos dois dedos), para esfriar o material. Quando estiver morno, estocar em local apropriado (armário tipo vitrine, protegido da luz solar e da umidade); • a validade da esterilização é de 7 dias, em locais secos, protegidos do sol e sem violação do pacote. 26 BlogEnfermagem.com Almotolias A cada 7 dias deve ser feita a desinfecção das almotolias das soluções da sala de curativo e dos consultórios ginecológicos: • desprezar as sobras de solução; • lavar com água, sabão neutro e escova; • enxaguar com água corrente; • preparar, em recipiente exclusivo (balde plástico com tampa), a seguinte solução: 1 litro d'água para 1 litro de hipoclorito de sódio a 1%; esta solução pode ser aumentada de volume, conforme a quantidade de almotolias, obedecendo sempre a proporção de 1/1, como no exemplo a seguir: 2 litros de água para 2 litros de hipoclorito de sódio a 1%; a solução, após diluída, tem validade por 24 horas; • colocar as almotolias totalmente submersas por 30 minutos; • lavar com soro fisiológico; • deixar secar; • identificar, datar e assinar. Ao preparar as almotolias para uso, evitar enchê-las, para não haver desperdício. Espéculos de otoscópio • escovar com água e sabão; • lavar em água corrente; • friccionar álcool a 70°; • secar e guardar em local fechado. Observação Os espéculos de otoscópio são de uso individual; fazer a limpeza diariamente. Abaixadores de língua e espátulas de Ayres • acondicionar individualmente, em papel próprio; • fixar com fita adesiva própria, colocando data da esterilização e assinatura; • amarrar com uma gaze a quantidade total de espátulas; • esterilizar em autoclave ou estufa. Gazes • acondicionar em pacote de papel próprio ou campo de brim; • fixar o pacote com fita adesiva própria; • colocar o nome do que contém, data de esterilização e assinatura; • esterilizar em autoclave ou estufa; • se não forem utilizadas, reesterilizar após 7 dias. Vidros • escovar os vidros com água e sabão; • enxaguar em água corrente; • secar em toalha exclusiva; • acondicionar em papel próprio ou campo de brim; • fixar com fita própria, colocar o nome do que contém, data de esterilização e assinatura; • esterilizar em estufa ou autoclave. 27 Processo de esterilização Material com presença de sujidade Considerar contaminado Limpar (água e sabão neutro) Enxaguar Secar Embalar, identificar e datar Esterilizar (estufa 180°C por 60 minutos) Estocar (validade 7 dias) BlogEnfermagem.com Espéculos ginecológicos e pinças • colocar em solução de água e sabão líquido (2 litros de água com 30ml de sabão), logo após o uso; • colocar luvas para a limpeza dos espéculos; • escovar com sabão e água corrente; • secar os espéculos em toalha exclusiva; • colocar uma gaze entre as partes do espéculo (na ponta); • acondicionar os espéculos para esterilizar em campo de brim, ou papel próprio; • o campo de pano deverá ser lavado a cada uso; • fixar o pacote com fita adesiva própria, colocando: nome do que contém, número do espéculo, data de esterilização e assinatura. Para não esquecer • usar luvas; • não colocar as mãos sem proteção na solução contaminada; • o balde utilizado para a desinfecção não deverá ser utilizado para outros materiais; • após o uso, lavar o balde com água e sabão. 28 BlogEnfermagem.com 294 Sinais vitais BlogEnfermagem.com DEFINIÇÃO São os dados que nos permitem avaliar, rapidamente, as condições físicas de uma pessoa. Referem-se à temperatura, pulso, respiração e pressão arterial. OBJETIVOS • obter informações sobre as condições do usuário; • auxiliar no estabelecimento do diagnóstico, na observação da seqüência do tratamento e na evolução da doença. TEMPERATURA Definição A temperatura do corpo é o equilíbrio entre a produção e a perda de calor. Febre, hipertermia ou hiperpirexia É a reação do organismo em resposta a uma agressão. É, também, o aumento, em condições anormais, da temperatura do organismo. Cuidados com a febre: • retirar o excesso de roupas; • não cobrir a pessoa com cobertores; • manter o ambiente arejado; • oferecer bastante líquidos, como água, sucos, leite etc; • banho ou compressas, com água tépida; • só agasalhar quando houver calafrios; • encaminhar para atendimento médico. Observação Não usar compressas de álcool, pelo risco de toxidade, se houver inalação ou absorção cutânea. Locais de verificação da temperatura • axila • região inguinal • boca • reto • vagina Temperatura axilar É a mais prática, porém a menos precisa. Material necessário • termômetro • algodão • álcool a 70º 31 Execução da técnica • explicar ao usuário o que vai ser feito; • lavar as mãos; • fazer a antissepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70°, secá-lo e sacudí-lo, cuidadosamente, até que a coluna de mercúrio desça abaixo de 35°C; CORPO BULBO BlogEnfermagem.com • secar ou solicitar que o usuário seque a axila; • verificar se a coluna de mercúrio está abaixo de 35°C. • colocar o termômetro na axila, de maneira que o bulbo de mercúrio fique em contato direto com a pele; • pedir ao usuário que comprima o braço de encontro ao corpo ou fazê- lo, caso o mesmo não tenha condições; • deixar o termômetro durante 8 a 10 minutos na axila; • retirar o termômetro e proceder a leitura, ao nível dos olhos; • fazer a antissepsia do termômetro, com algodão embebido em álcool 70° e guardá-lo adequadamente. mulheres é levemente mais rápido (+7 a 8 bpm); o pulso varia com a idade, diminuindo, gradualmente, do nascimento à vida adulta e aumentando um pouco na idade avançada; • volume: sob condições normais, o volume de cada batimento cardíaco é igual; o pulso pode ser obliterado com relativa facilidade, ao se exercer pressão excessiva sobre a artéria, mas permanece perceptível com pressão moderada; • pulso limitado: quando o volume do pulso torna difícil obliterar a artéria; • pulso débil, fraco ou fino: o volume do pulso é pequeno e a artéria pode ser obliterada facilmente; • taquicardia: é quando o nível do pulso está acima de 100 bpm, por exemplo, durante exercícios, se o usuário está em situação de medo ou sofre surpresas; • bradicardia: é quando a velocidade do pulso cai abaixo de 60 bpm se, por exemplo, clientes que têm doenças cardíacas fazem uso de digitálicos; • ritmo: normalmente é regular e o intervalo entre os batimentos são iguais; - arritmia: ritmo de pulso irregular; - pulso intermitente: período de ritmo normal interrompido por ritmo irregular; pode ser uma condição temporária por fator emocional ou medo, ou por doenças cardíacas; - pulso dicrótico: se o final da onda de pulso é exagerado; sente-se o pulso duplo no toque. Material necessário • relógio com ponteiro de segundos. Execução da técnica • lavar as mãos; • explicar ao usuário o que vai ser feito; • colocar o usuário numa posição confortável; • colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria, fazendo 32 PULSO Definição É a pressão exercida pelo sangue na parede das artérias, correspondendo aos batimentos cardíacos (contrações do ventrículo esquerdo). Características do pulso • freqüência: é o número de batimentos cardíacos por unidade de tempo; ao despertar, pela manhã, a freqüência do pulso do homem adulto médio, saudável, é de aproximadamente 60 a 65 bpm e nas TEMPERATURA MÉDIA DO CORPO Oral 36 a 37.3oC Retal / Vaginal 36.6 a 37.8oC Axilar 36 a 36.7oC Obs.: podem ocorrer variações de 0,5 a 1ºC. Quando for utilizado termômetro digital, adequar a execução da técnica conforme recomendado pelo fabricante. BlogEnfermagem.com 33 uma leve pressão (obliteração); • contar os batimentos durante um minuto; • anotar o número de batidas, por exemplo, 80 batimentos por minuto = 80 bpm; • se não tiver certeza na contagem, refazer a verificação. quantidade de sangue circulante e da elasticidade dos vasos. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). Fatores que alteram a pressão arterial Fisiológicos • idade; • sexo: mulher em geral tem pressão arterial mais baixa; • alimentação; • esforço: aumenta com atividades físicas; • emoções: falar, dor, angústia, frio, desconforto; • obesidade: aumenta pelo depósito de gordura nos vasos. Patológicos • hemorragia; • infecções agudas; • problemas metabólicos; • anemias. Observação Algumas drogas podem modificar a pressão arterial, aumentando-a ou diminuindo-a. Pressão diferencial A pressão diferencial representa um fator importante em certas doenças, pois varia diretamente com a quantidade de sangue bombeado durante a sístole, podendo ser convergente, quando os valores entre a pressão sistólica (máxima) e diastólica (mínima) são muito próximos, por exemplo, 100x80 mmHg ou divergente, quando os valores entre a pressão sistólica e diastólica são muito afastados, por exemplo, 120x10mmHg. Para não esquecer • Não verificar o pulso com mão fria. • Não fazer muita pressão sobre a artéria. • Não verificar o pulso após o usuário fazer exercício ou esforço físico, exceto em caso de emergência. • Em caso de dúvida, repetir a contagem. PRESSÃO ARTERIAL Definição É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias. A pressão exercida depende da força de contração do coração, da VALORES NORMAIS Idade Nº de batimentos Recém-nascido 130 a 140 bpm Até 1 ano 110 a 140 bpm De 2 a 5 anos 102 a 112 bpm De 5 a 10 anos 90 a 110 bpm De 10 a 20 anos 70 a 90 bpm De 20 a 60 anos 70 a 80 bpm Mais de 60 anos 60 a 70 bpm BlogEnfermagem.com Hipertensão É o aumento da pressão arterial a valores bem acima do normal. Hipotensão É a diminuição da pressão arterial a valores bem abaixo do normal. Material necessário • esfigmomanômetro; • estetoscópio. Execução da técnica • lavar as mãos; • deixar o usuário em repouso por 5 a 10 minutos; • explicar-lhe o que será feito; • sentá-lo com o braço apoiado sobre uma superfície firme, preferencialmente o braço direito; • deixar o braço descoberto, levantando a manga da blusa sem fazer compressão ou retirando-a, caso necessário; • colocar o manguito e ajustá-lo 3 cm acima da dobra do cotovelo, sem que fique muito apertado ou frouxo, colocando os canais de transmissão (as duas borrachas) sobre a artéria braquial; • achar a pulsação da artéria braquial; • palpar o pulso radial; • adaptar as olivas do estetoscópio nos ouvidos; • fechar a válvula de ar próxima à pêra, até que o manômetro indique aproximadamente 200 mmHg; • colocar a parte achatada do estetoscópio (diafragma) sobre a artéria braquial do usuário, comprimindo-a suavemente; • manter o manômetro ao nível dos olhos; • abrir vagarosamente a válvula de ar e observar: - logo que se ouçam os primeiros ruídos arteriais, verifica-se o valor da pressão arterial no manômetro; este é o valor da pressão sistólica (máxima); - continua-se abrindo a válvula, até que os ruídos arteriais desapareçam por completo; tem-se, então, a pressão diastólica (mínima); • esvaziar o manguito e repetir o processo para maior segurança ou confirmação, por duas vezes, sempre que forem obtidos valores abaixo ou acima do normal; • retirar todo o ar do manguito e removê-lo do braço do usuário; • no caso de dúvida, solicitar a outro profissional que verifique a pressão arterial; • anotar os valores da pressão arterial no prontuário, por exemplo, P.A.=120x80 mmHg. 34 Para não esquecer • As olivas do estetoscópio devem ser limpas com um algodão embebido em álcool, diariamente, e sempre que outra pessoa for usar o estetoscópio. • Posicionar as olivas para frente, ao colocá-las no orifício auricular. MANGUITO PARAFUSO PÊRA DE BORRACHA MANÔMETRO ESTETOSCÓPIO DIAFRAGMA ARTÉRIA DO BRAÇO OLIVAS BlogEnfermagem.com RESPIRAÇÃO Definição É a troca de gases entre o organismo e o meio ambiente e consiste na absorção de oxigênio (O2) - inspiração, e eliminação de gás carbônico (CO2) - expiração. Causas que podem alterar a respiração • exercícios; • digestão; • emoções; • idade; • repouso; • banho frio ou quente; • doenças respiratórias e outras; • febre. Execução da técnica • verificar a respiração com o usuário em posição confortável, de preferência deitado e em repouso; • colocar os dedos sobre a artéria radial, como se fosse contar o pulso, pois a respiração está sujeita a controle voluntário; • observar o movimento respiratório (inspiração e expiração) no tórax do usuário, durante 1 minuto; • em caso de dúvida, faz-se nova contagem; • anotar o resultado. Observação A contagem do movimento deve ser feita logo após término da contagem do pulso, sem que o usuário perceba. Modificações da respiração • eupnéia: respiração normal; • apnéia: ausência de respiração; • dispnéia: dificuldade de respirar; • taquipnéia: aumento anormal da respiração; • bradipnéia: diminuição anormal da freqüência respiratória; • ortopnéia: respiração facilitada na posição sentada. 35 VALORES NORMAIS Grupo etário Nº de movimentos Recém-nascidos 45 a 45 m/m Lactentes 25 a 35 m/m Pré-escolar 20 a 25 m/m Escolar 18 a 20 m/m Adultos 16 a 20 m/m Velhos 14 a 18 m/m BlogEnfermagem.com 375 Medidas antropométricas BlogEnfermagem.com DEFINIÇÃO É a aferição das dimensões do corpo humano: peso, estatura e perímetros. PESO Definição É a avaliação da massa do indivíduo. Objetivo Acompanhar o desenvolvimento físico. Observações • Quando a criança está com o peso abaixo daquele que deveria ter para sua idade, pode ser um sinal de que ela está desnutrida ou doente. • As gestantes também necessitam do controle do peso, porque se houver um aumento exagerado ou um aumento não proporcional ao esperado, indica algum problema que exige cuidados especiais. • Controle de peso também é feito nos casos de hipertensão e diabetes. Técnica para verificação do peso e estatura para crianças menores de 2 anos Material necessário • balança pediátrica; • régua antropométrica. Execução da técnica de pesagem • destravar e tarar a balança antes de toda e qualquer pesagem; • lavar as mãos; • tirar toda a roupa e colocar a criança na balança; • mover os marcadores, procurando manter o braço da balança em linha reta com o ponto de referência; • ler o peso, pela parte do marcador; • anotar o peso da criança; • colocar novamente o marcador no ponto zero da escala e travar a balança. Registro do peso • o peso deverá ser registrado no cartão da criança; • localizar, no gráfico, a idade da criança (em meses) na linha horizontal e o peso na linha vertical; • após colocar o ponto referente ao peso, prolongá-lo horizontalmente, em uma linha imaginária, até encontrar a linha correspondente à idade da criança; no ponto de encontro, marcar uma bolinha; em consultas posteriores, unir, com uma linha, o último ponto obtido com o ponto imediatamente anterior. Interpretação do registro do peso no gráfico e procedimentos Posição do peso em relação às curvas do gráfico • peso entre as curvas superior e inferior: peso satisfatório - seguir o calendário mínimo de atendimento; • peso abaixo da curva inferior: criança de risco - agendar para consulta médica e nutricional. Inclinação do traçado em pesagens consecutivas • traçado ascendente com inclinação pelo menos semelhante à curva inferior do gráfico: crescimento satisfatório - seguir o calendário mínimo de atendimento; • traçado descendente ou horizontal: crescimento insatisfatório - agendar para consulta médica e nutricional. 39 BlogEnfermagem.com Para não esquecer • A balança deve ser tarada antes de cada pesagem. • Na impossibilidade de pesar a criança, colocá-la junto com a mãe na balança de adulto. Após, pesar a mãe sem a criança. Diminuir o primeiro peso do segundo, para obter o peso da criança. Exemplo: mãe + criança = 70kg mãe = 60kg mãe + criança (70kg) - mãe (60kg) criança = 10kg Execução da técnica de verificação da altura Definição É a medida, em centímetros, para a verificação da altura do indivíduo. Material necessário • régua antropométrica; • mesa de exames. Técnica • tirar os sapatos da criança e deitá-la em decúbito dorsal, encostando a cabeça no anteparo fixo; • segurar os joelhos da criança com uma das mãos, forçando-os levemente de encontro à mesa; • apoiar a planta dos pés no anteparo móvel (o medidor), de modo que os pés formem um ângulo reto com as pernas; • observar a medida exata da criança, da cabeça até a planta dos pés; • anotar a altura, em centímetros, no cartão da criança, juntamente com a data da pesagem. Técnica para verificação do peso e estatura para crianças maiores de 2 anos Material necessário • balança antropométrica para adultos, com haste móvel ou fita métrica, afixada em parede sem rodapé. Execução da técnica de pesagem • pedir para tirar os sapatos e as roupas em excesso; • o usuário deve ser colocado em pé, no centro da plataforma, com os braços estendidos ao longo do corpo; • mover os marcadores procurando manter o braço da balança em linha reta; • ler o peso pela parte externa do marcador; • anotar o peso; • zerar e travar a balança. Execução da técnica de verificação de estatura com balança antropométrica • pedir para o usuário tirar os sapatos e subir na balança; • fazer com que o usuário fique em posição ereta, com a cabeça erguida, os braços pendentes ao lado do corpo, os calcanhares e o dorso encostados no plano vertical da haste; • orientar para que o usuário não se encolha, quando a haste encostar na cabeça; • apoiar a haste da balança sobre o couro cabeludo e não, simplesmente, sobre o cabelo, mantendo a cabeça em linha reta; • ler a medida da haste nesta posição; • anotar a altura, em centímetros, no cartão do usuário, junto ao espaço reservado à data e no prontuário. 40 BlogEnfermagem.com Execução da técnica de verificação de estatura com fita métrica • pedir ao usuário para tirar os sapatos; • encostar o usuário junto à parede, sobre a fita métrica; • observar se os calcanhares estão rentes à parede; • colocar um “triângulo” sobre o couro cabeludo, formando um ângulo reto com a parede; • ler a medida na fita métrica; • anotar a altura. Limpeza da balança antropométrica • passar um pano com detergente; • desinfetar com álcool a 70°, duas vezes ao dia e quando necessário. PERÍMETRO CEFÁLICO Definição É a medida, em centímetros, do crânio da criança. Objetivo Refletir o desenvolvimento dos órgãos intracranianos. É importante no primeiro ano de vida, observando micro e macrocefalia. Material necessário • fita métrica. Execução da técnica • lavar as mãos; • colocar a criança em decúbito dorsal; • elevar a cabeça, suavemente, com uma das mãos e, com a outra, colocar a fita métrica em volta do crânio, passando pelo occiptal e parietais, até o frontal; • fazer a leitura e registrar. PERÍMETRO TORÁXICO Definição É a medida, em centímetros, do tórax da criança, para constatar a circunferência toráxica. Objetivo Auxiliar na avaliação do desenvolvimento físico da criança. Material necessário • fita métrica. Execução da técnica • lavar as mãos; • estender a fita métrica sobre a mesa de exames; • colocar a criança sobre a mesa, em decúbito dorsal; • circundar a fita no tórax da criança, na altura dos mamilos; • fazer a leitura e registrar; • lavar as mãos novamente. 41 BlogEnfermagem.com 436 Curativo BlogEnfermagem.com A capacidade de cicatrização é inerente a todo ser vivo, visando a reparação do ferimento dos seus tecidos. Existem algumas atitudes que podem ser tomadas para auxiliar o processo de cicatrização, entre as quais: • a utilização de princípios e cuidados de enfermagem no tratamento de feridas; • a utilização de assepsia rigorosa nos curativos de todas as feridas. FERIDAS Definição É uma ruptura na continuidade de qualquer estrutura corporal externa ou interna causada por agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos. Classificação das feridas Elas podem ser classificadas de três maneiras: De acordo com a presença ou ausência de microorganismos • ferida limpa, como, por exemplo, incisão cirúrgica; • ferida contaminada, como, por exemplo, feridas decorrentes de acidentes. De acordo com a presença ou ausência de ruptura no tecido superficial • ferida fechada, como, por exemplo, fratura de um osso; • ferida aberta, como, por exemplo, cortes e perfurações. De acordo com a forma com que se produzem • escoriação - decorre de arranhões ou perdas de pele ou mucosa; • laceração - causada por um instrumento ou um objeto que corta tecidos; os tecidos são rasgados, as bordas são recortadas e irregulares; • penetrante - resultado da penetração profunda de um instrumento nos tecidos do corpo, como, por exemplo, bala de revólver; • perfurante - resultado da penetração de um instrumento pontiagudo, como, por exemplo, prego ou arame; • incisão - causada por um instrumento cortante, como, por exemplo, corte cirúrgico ou corte de faca; • puntiforme - causada por picada de aranha, mordida de cão etc. CICATRIZAÇÃO Definição É a cura do ferimento, através da formação de novo tecido ou pela regeneração do tecido lesado. Tipos de Cicatrização • primeira intensão - ocorre quando a ferida suturada cicatriza sem infectar ou sem que se separe os seus bordos como, por exemplo, na cicatriz cirúrgica. • segunda intensão - as bordas das feridas não estão juntas; ocorre geralmente quando a infecção está presente como, por exemplo, na úlcera. • terceira intensão - combinação de dois tipos de cicatrização; um ferimento suturado infecciona, retira-se os pontos, deixa-se a ferida aberta para cicatrizar em segunda intensão. CURATIVO Definição É o cuidado dispensado a uma região do corpo que apresenta qualquer tipo de ferimento. 45 BlogEnfermagem.com Objetivos • impedir a entrada e o crescimento de agentes patogênicos (microorganismos) no ferimento; • cobrir áreas desfiguradas; • evitar a disseminação dos micróbios, através da limpeza e proteção da ferida; • facilitar a cicatrização; • conter hemorragia; • absorver exudatos; • remover secreções; • restringir a movimentação; • promover conforto e bem-estar ao usuário. Materiais necessários • 1 almotolia de vaselina; • 1 almotolia de soro fisiológico; • 1 almotolia de água oxigenada; • 1 almotolia de Povidine™ tópico (frasco escuro); • pomadas (só com prescrição médica!); • pote com açúcar cristal; • esparadrapo; • ataduras; • pacote de curativo e/ou retirada de ponto esterilizados; • 1 tesoura esterilizada; • espátulas ou abaixadores de língua esterilizados; • cuba rim esterilizada; • bacia; • balde forrado (com papel ou saco plástico) e tampa; • pacote de gazes esterilizadas. Execução da técnica • preparar o ambiente, o material e usuário; • verificar o tipo de curativo; • lavar as mãos antes de iniciar o curativo; • retirar os protetores dos frascos de antissépticos; • abrir o pacote de curativo com o cuidado para não contaminar; • remover o esparadrapo utilizando gazes embebidas em soro fisiológico; para retirar o curativo usa-se a pinça anatômica com dente; • lavar com água e sabão sempre que necessário; • fazer a limpeza da ferida com soro fisiológico, obedecendo as regras a seguir. Regras para limpeza das feridas • a parte mais limpa da ferida encontra-se na parte superior, onde existe menos secreção; faça a limpeza de dentro para fora e da parte superior para a inferior, usando cada lado da torunda apenas uma vez; • após a limpeza da ferida, limpe em torno da mesma até uma distância de aproximadamente cinco centímetros; • mantenha as extremidades das pinças voltadas para baixo; as mãos contaminam os cabos das pinças; • não passe as torundas contaminadas sobre as áreas estéreis do pacote, pois existe o risco da solução contaminada pingar no material estéril; • não passe o braço sobre o campo estéril; existe o risco de que contaminantes do braço ou uniforme contaminem o campo estéril; • comprimir suavemente o ferimento, observando se há secreções; • fazer a antissepsia da ferida com pinça Kelly e com a solução indicada; • aplicar o medicamento conforme prescrição médica (pomadas, pós etc.) utilizando espátulas esterilizadas; • cobrir a ferida, quando necessário, com gaze, esparadrapo ou atadura. • deixar o usuário confortável, o ambiente e o material em ordem; • lavar as mãos; • fazer os registros necessários; • colocar o instrumental na solução de água e sabão (ver instruções de limpeza do material instrumental, pág. 26). 46 BlogEnfermagem.com Para não esquecer • lavar as mãos sempre antes e depois de cada curativo; • se o curativo estiver bastante contaminado, lavar as mãos após a retirada do curativo antigo e utilizar luvas de procedimentos; • após o procedimento, manter os bicos das bisnagas protegidos; • o curativo deve ser feito em sala própria; • em caso de lesões hemorrágicas, fazer compressão no local, aplicar compressas de gelo e encaminhar ao médico do centro de saúde ou hospital (emergência); • quando houver indicação médica para o uso de medicamentos, seguir à risca a prescrição; • em caso de queimaduras, irrigá-las com soro fisiológico, não romper bolhas íntegras, sem pus, retirar bolhas rotas, detritos e tecidos mortos (necrosados), fazer antissepsia. Cobrir a lesão com gaze (morim) vaselinada, só no tamanho da lesão, e acrescentar duas camadas de gaze seca; • a água oxigenada não deve ser usada em incisão cirúrgica, queimaduras e úlceras. Orientar o usuário sobre os seguintes cuidados • não colocar as mãos sobre a ferida; • não falar ou soprar sobre a ferida; • não tocar no material esterilizado; • orientar retorno para troca de curativo, principalmente se houver supuração, febre e/ou sinais inflamatórios, tais como edema, vermelhidão, dor e calor no local. Cicatrização da ferida sem curativo fechado Vantagens • permite uma melhor observação e detecção precoce dos problemas; • promove a limpeza e facilita a lavagem; • elimina as condições necessárias para o desenvolvimento de organismos, como calor, umidade, escuridão; • evita reações ao esparadrapo; • facilita a atividade do usuário; • é econômico. Desvantagens • psicologicamente, o usuário pode fazer objeção a uma ferida exposta; • a ferida fica mais vulnerável aos traumatismos e sujidade; • a roupa de cama e a roupa do usuário podem prender-se aos pontos da sutura ou no ferimento. 47 A ferida é limpa da área menos suja para a área mais suja. 1 5 3 2 4 1 2 3 4 5 BlogEnfermagem.com • 1 pinça de dissecação com dentes (usar para retirar o curativo antigo); • 1 pinça Kelly reta (usar para proceder a limpeza do ferimento); • 1 pinça de dissecção sem dentes (para a colocação do curativo novo); • 8 compressas de gaze; • confeccionar, em separado, um pacote com uma tesoura Mayo reta; • identificar o pacote com nome do pacote, data de esterilização e assinatura do funcionário; • esterilizar em estufa a 180°C, por uma hora ou em autoclave; • atentar para a validade de esterilização. PREVENÇÃO DO TÉTANO • lavar o ferimento com bastante água corrente e sabão; • usar água oxigenada; • retirar crostas, pedaços de pele, corpos estranhos; • observar o estado vacinal do indivíduo e seguir as normas sobre vacinação com toxóide tetânico (TT); • uso de calçados para evitar ferimentos dos pés; • limpar e ter cuidados com estrebarias nas proximidades das casas, pois o bacilo do tétano permanece no estômago e fezes dos animais, principalmente de cavalos; • dar maior atenção para os ferimentos causados por enxadas, latas enferrujadas e pregos. PREVENÇÃO DA RAIVA HUMANA O procedimento mais eficaz de proteção contra a raiva é a eliminação do vírus rábico no ponto de infecção. Em casos de mordedura, arranhadura ou contato com saliva animal, deve-se proceder, imediatamente, uma lavagem prolongada do local com água e sabão. Em seguida secar bem e aplicar um antisséptico (álcool iodado ou mercúrio). O tratamento do ferimento tem eficácia máxima quando é feito imediatamente após a exposição mas, também deve ser feito, mesmo que já tenham transcorrido várias horas. Sempre que ocorrer mordedura, arranhadura, lambedura de animal, encaminhar a pessoa para os Centros de Saúde. RETIRADA DE PONTOS Definição É a retirada dos fios colocados para aproximar os bordos de uma incisão (corte ou ferimento), após a sua cicatrização. Objetivos Evitar a reação que o organismo possa ter contra o corpo estranho (fio não absorvível). 48 PACOTE DE CURATIVO BlogEnfermagem.com Material necessário • 1 pacote de retirada de pontos esterilizado; • 1 almotolia de soro fisiológico; • 1 almotolia de Povidine™ (frasco escuro); • 1 rolo de esparadrapo; • 1 cuba rim esterilizada; • 1 balde coberto com papel ou saco plástico. Execução da técnica • lavar as mãos; • preparar o usuário, o ambiente e o material; • iluminar bem o local; • retirar o curativo, se houver; • fazer uma leve compressão ao redor da cicatriz para verificar se há presença de secreção; • fazer a limpeza da cicatriz, utilizando a pinça Kelly com torundas embebidas em soro fisiológico, sempre da área onde estão os pontos para a área que os envolve (de dentro para fora); • proceder a retirada dos pontos alternados, segurando com a pinça Adson, o nó do ponto, tracionando (puxando) levemente para trás e cortando bem rente a pele; puxar o nó que estava preso na pinça Adson, dessa maneira o fio que está em cima da pele não entrará no interior do tecido; • colocar o fio sobre uma gaze (para ver se retirou todos os pontos e se sairam as 3 pontas); • observar a cicatriz, se os bordos abrirem, suspender a retirada dos pontos, cobrir com um curativo e encaminhar ao médico; • após a retirada de todos os pontos, fazer a antissepsia da cicatriz com a outra pinça embebida em Povidine™; • cobrir a cicatriz com gaze esterilizada, quando houver secreção; • ao terminar, deixar o usuário confortável, o ambiente e o material em ordem; • lavar as mãos; • fazer os registros necessários. Observação • a cicatriz só deve ser coberta com curativo caso tenha algum ponto infeccionado; • se houver algum ponto infeccionado, retirá-lo, pois os mesmos começam a agir como corpo estranho e a ferida cicatriza por segunda intensão; • a retirada de pontos deve ser intercalada. PACOTE DE RETIRADA DE PONTOS 49 • 1 pinça Adson - para ajudar a retirar os pontos; • 1 tesoura reta com 2 pontas agudas - para cortar os pontos; • 1 pinça Kelly reta - para passar solução antisséptica; • 5 gazes; • identificar o pacote com o nome, data de esterilização e assinatura do funcionário; • esterilizar em estufa a 180°C, por 1 hora; • atentar para a validade da esterilização. BlogEnfermagem.com CAIXA DE PEQUENA CIRURGIA PACOTE PARA COLOCAÇÃO DE DIU • 6 gazes; • 2 torundas; • 2 bolinhas de algodão; • 1 histerômetro; • 1 tesoura de ponta curva; • 1 pinça Pozzi; • 1 pinça Forester. SOLUÇÕES UTILIZADAS Água e Sabão Emolientes, utilizados para a limpeza mecânica. Água oxigenada Composto muito instável, que se dissocia facilmente em água e oxigênio livre. Pouco poder de penetrabilidade, germicida relativamente fraco. Inativa-se em contato com matéria orgânica. É perigoso injetar água oxigenada em cavidades fechadas, nas quais o oxigênio dispendido não tenha saída livre. O uso mais difundido da água oxigenada é na limpeza de feridas com possibilidade de serem contaminadas por microorganismos anaeróbios. As almotolias que contêm água oxigenada deverão ser protegidas da luz solar com papel escuro, para evitar que ela se decomponha. Álcool a 70° Tem ações germicida, bactericida, fungicida e virucidada (para alguns vírus) quase imediata, mas praticamente sem ação residual. É irritante para superfícies descobertas e mucosas. Utilizado para degermação das mãos, antebraços e para limpeza de áreas onde serão aplicadas injeções, quando usado em fricção com gaze por 30 segundos e para 50 • 1 cabo de bisturi nº 4; • 1 porta-agulha Mayo-Hegar; • 1 tentacânula; • 1 tesoura Mayo reta; • 1 tesoura standard curva; • 1 pinça de dissecação com dentes; • 1 pinça de dissecação sem dentes; • 1 pinça Kelly reta; • 1 pinça Kelly curva; • 10 torundas e 10 gazes; • 1 campo fenestrado. Para não esquecer • fechar a caixa com a tampa metálica; • rotular com a data da esterilização e assinatura; • esterilizar em estufa a 180°C, por 1 hora, com tampa fechada; • passar fita adesiva ao redor da tampa após a esterilização; • manter a caixa sempre fechada; • atentar para validade de esterilização; • após o uso, proceder a limpeza e esterilização da mesma forma que a do pacote de curativo. BlogEnfermagem.com limpeza de diafragmas e olivas de estetoscópios e espéculos auriculares. Polivinilpirrolidona Iodo (PVP-I), solução aquosa a 10% (1% iodo ativo) – PovidineTM. É bactericida, tuberculicida, fungicida, virucida e tricomonicida; não queima, raramente provoca reações alérgicas, mantém ação germicida residual. É utilizado como antisséptico local, podendo ser usado em feridas, queimaduras, mucosa oral, intestinal e vaginal. Soro fisiológico Solução isotônica estéril, utilizada para aplicação externa em curativos, inalações e outras. Vaselina Emoliente, é utilizada para tirar crostas e impermebilizar a pele. Açúcar cristal Justificamos a introdução do açúcar cristal neste item, por ter sido comprovada sua utilização como cicatrizante e indicada para feridas infectadas, tais como deiscência cirúrgica (abertura da incisão), escaras, enxertos de pele, queimaduras, úlceras varicosas, amputações, inclusive em pacientes diabéticos. Em regiões de difícil aderência dos cristais, como proeminências ósseas, região perineal e inguinal, utiliza-se gaze ou morim vaselinado. 51 BlogEnfermagem.com 537 Retirada de bicho-do-pé (Tunga Penetrans) BlogEnfermagem.com PROCEDIMENTOS • fazer a assepsia do local com soro fisiológico; • secar com uma pinça e gaze esterilizada; • utilizar uma agulha esterilizada para perfurar o local - perfurar ao redor dos ovos (região esbranquiçada), até ser possível extrair toda a bolsa (material contendo os ovos); • tomar cuidado ao retirar os ovos para que a Tunga, que apresenta-se de forma escura, seja retirada em conjunto; caso isto não aconteça, inserir a agulha com cuidado até que a mesma seja retirada; • retirada a Tunga Penetrans, fazer limpeza do local com soro fisiológico e Povidine™; • não fechar o curativo e solicitar ao usuário que não use sapatos e meias, até que o local esteja completamente cicatrizado; • encaminhar, caso o usuário não esteja vacinado, para realizar a vacina contra o tétano. 55 BlogEnfermagem.com 578 Bandagens ou ataduras BlogEnfermagem.com DEFINIÇÃO É a manobra de aplicação de ataduras, dando voltas com a mesma, a fim de cobrir uma parte do corpo. OBJETIVOS • conter: manter ou fixar curativos; • comprimir: apertar determinada parte do corpo, quando houver, por exemplo, hemorragias; • corrigir: manter posicionamento funcional do membro e corrigir deformidades. TIPOS DE BANDAGENS • simples: de um rolo só; • composta: rolo duplo; • improvisadas. MATERIAL NECESSÁRIO Dependendo do tipo de bandagem, pode-se usar o seguinte material: • gazes: - malha aberta; - malha fechada; • crepom; • algodão não absorvente; • atadura de tela adesiva (esparadrapo). EXECUÇÃO DA TÉCNICA • lavar as mãos; • colocar o usuário em posição confortável e fazer a bandagem com o membro em posição anatômica; • expor e limpar a região e fazer o curativo, se for necessário; • escolher o tipo e tamanho adequado de atadura de acordo com o local; • cobrir com algodão as pregas naturais do corpo, por exemplo, axilas, orelhas e espaços interdigitais; • aplicar no sentido da circulação venosa, com a face externa da atadura em contato com a pele; • a fixação é feita próxima à articulação e não sobre o ferimento: - fixação inicial: com a própria atadura, em volta circular ou oblíqua; - fixação final: com esparadrapo, fita adesiva ou com a própria atadura; • correr o rolo da esquerda para a direita, desenrolando de 8 a 12cm, cobrindo a metade ou 2/3 da volta anterior; • não deixar a atadura muito frouxa ou muita apertada; • a bandagem deve ter o menor número de voltas possível; • sempre que possível deixar as extremidades livres para o controle da circulação. FORMAS DE ATADURAS E SUA UTILIZAÇÃO Circular É usada para dedos, pescoço, tórax, abdômen, punho, tornozelo. As voltas da atadura são aplicadas de maneira que se superponham. Espiral É usada nas seguintes regiões: pescoço, tórax, abdômen, punho, tornozelo, dedos, antebraço. Após a fixação, subir com a atadura 59 BlogEnfermagem.com obliquamente de maneira que cada uma das voltas cubra a metade ou 2/3 da volta anterior. Espica ou Figura 8 É usada em dedos, articulação do punho e do pé, mama, nuca e tórax. Após a fixação, aplicar uma série de voltas em oito, ascendente. 60 Recorrente É usada na cabeça, em mão e pé, acolchoada com algodão. Após a fixação da atadura, faz-se uma série de voltas recorrentes. Reversa É usada no antebraço, coxas, pernas e mãos. Após a fixação, continuar com espirais. BlogEnfermagem.com 619 Administração de medicamentos BlogEnfermagem.com DEFINIÇÃO É toda substância que, introduzida no organismo, atende a uma finalidade terapêutica. OBJETIVOS Ação preventiva Prevenir o aparecimento de certas doenças. Exemplo: vacinas. Ação curativa Curar determinadas doenças. Exemplo: antibióticos. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Observações gerais • todo medicamento deve ser prescrito pelo médico ou dentista; • a prescrição deve ser escrita com letra legível, assinada e carimbada pelo médico ou dentista, devendo constar o nome do medicamento, dose, freqüência e via de administração. Administrar o remédio ao usuário certo • ler o nome do paciente na receita; • conferir o nome do paciente na receita. Administrar o medicamento certo • verificar o uso correto e os cuidados necessários para todo o medicamento que vai ser usado; • verificar a validade do medicamento; • identificar o medicamento pelo rótulo e não pelo aspecto; • ter cuidado com os medicamentos de nomes parecidos; • verificar a dose a ser administrada; • ler duas vezes no mínimo o rótulo: antes de tirá-lo do armário e antes de tirar a dose; • antes de recolocá-lo no local. Cuidados na administração do medicamento • administrar o medicamento de acordo com a via indicada; • ao administrar o medicamento, observar se produz reações; • ao observar sinais e/ou sintomas de reação alérgica, suspender a aplicação do medicamento e encaminhar ao médico. Algumas reações possíveis • urticária ou erupção com coceira; • edema, em qualquer lugar (inchaço); • sinais de choque: face avermelhada, seguida de palidez, tonteira, agitação, ansiedade, tremores, extremidades arroxeadas; • tonteiras, com ânsia de vômito; • dificuldade de enxergar; • dor intensa nas costas; • zumbido ou surdez; • dificuldade de urinar. Utilize a dose certa • certificar-se da dose receitada e da quantidade colocada; • orientar ao usuário quanto à dosagem e horário correto da medicação. Técnica correta Observar os seguintes pontos: • a medicação deve ser preparada na sala de enfermagem; • não deixar os medicamentos expostos ao sol, umidade e calor; • examinar o prazo de validade da medicação; • não colocar o medicamento perto da estufa, do lixo ou de qualquer 63 BlogEnfermagem.com material que esteja contaminado; • a padronização dos horários facilita a execução da prescrição e administração dos medicamentos. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Via oral Definição É a administração de medicamentos pela boca. Apresentação • pílulas; • comprimidos; • drágeas; • cápsulas; • pastilhas; • pós; • líquidos; • pastas. Material necessário • copinhos-medida; • conta-gotas; • colher; • copo comum. Execução da técnica • lavar as mãos; • conferir o nome do medicamento a ser administrado; • preparar e administrar o medicamento seguindo os princípios fundamentais: - usuário certo, - medicação certa, - dose certa, - técnica certa, - hora certa; • colocar o medicamento no recipiente adequado; • se o medicamento for em comprimidos, pílulas, drágeas ou cápsulas, deve ser colocado na mão do usuário e deglutido (engolido) em nossa presença, oferecendo algum líquido; • lavar os recipientes usados com água e sabão, enxaguar e guardar. Como medir os medicamentos Comprimidos • 1/2 comprimido = metade de um comprimido; • 1 1/2 comprimido = um comprimido mais a metade de outro; • 1/4 comprimido = um quarto de comprimido (um dos pedaços de um comprimido que foi dividido em quatro partes). Observação: Os medicamentos são geralmente medidos em gramas (g) ou miligramas (mg). 1000mg = 1g 1 mg = 0,001g Exemplo: Se for receitado um medicamento de 500mg e, no Centro de Saúde, só tiver de 250mg, a pessoa deverá tomar 2 comprimidos de 250mg. Se for receitado um comprimido de 250mg e, no Centro de Saúde, só tiver comprimidos de 500mg, a pessoa deverá tomar a metade de um comprimido. Isto é usado apenas para comprimidos. 64 BlogEnfermagem.com Líquidos Via sub-lingual Definição Consiste em colocar o medicamento sob a língua do usuário, onde é dissolvido e absorvido. Vantagens Evita a ação destrutiva do suco gástrico sobre certos medicamentos e tem ação mais rápida, porque a droga passa diretamente para a circulação geral. Observação Ao dar este tipo de medicação, fornecer antes, ao usuário, copo com água para que o mesmo enxágüe a boca. Se necessário, encaminhar para a higiene oral. Após, colocar o medicamento sob a língua e pedir colaboração, no sentido do usuário abster-se de engolir a saliva por alguns minutos, a fim de que a droga seja absorvida. Via respiratória Definição É a administração de medicamentos pelas vias aéreas superiores. Técnica de nebulização Definição É a administração de medicamentos através de um aparelho, chamado nebulizador, que transforma o medicamento líquido em vapor, que é inalado com fins terapêuticos. Objetivos • tratar infecções respiratórias; • fluidificar as secreções. 65 Observação Os medicamentos líquidos são medidos em colheres ou copinhos. Muitos já vêm com a colher ou copinhos graduados. Vantagens • forma prática e econômica; • segura e indolor. Desvantagens • relativa incapacidade em avaliar a absorção da droga; • pode provocar náuseas quando o sabor é desagradável; • podem fazer mal aos dentes; • irritação gástrica; • uso limitado; • absorção lenta, se comparada com outras vias. ESPECIFICIDADE VOLUME (ml) 1 colher de sopa 15 ml 1 colher de sobremesa 10 ml 1 colher de chá 5 ml 1 colher de café 2 ml 1 xícara 120 ml 1 copo grande 250 ml 20 gotas 1 ml BlogEnfermagem.com Material necessário • aparelho de nebulização (microcompressor); • nebulizador completo: cachimbo, máscara e intermediário; • 1 copinho graduado; • toalha de papel ou pano; • medicação prescrita pelo médico. Execução da técnica • lavar as mãos; • posicionar e preparar o usuário; • preparar a medicação, utilizando se necessário uma seringa esterilizada; • orientar o usuário para inspirar profundamente o vapor; • controlar o tempo indicado para nebulização (de 15 a 20 minutos); • observar o usuário; • anotar o nome do usuário e idade no Boletim de Atendimento de Enfermagem. Procedimento para limpeza e desinfecção Para máscaras e cachimbos • escovar máscaras e cachimbos com água e sabão; • lavar o intermediário em água corrente; • deixar o material em solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, por 30 minutos no balde com tampa, protegido da luz; • após 30 minutos, lavar em água corrente tomando cuidado para não tocar na pia nem na torneira; • conectar e ligar o intermediário no nebulizador, até que toda a água tenha saído de dentro do tubo; • secar com toalha de uso exclusivo das máscaras; • guardar em local seco e fechado. Para nebulizadores • passar um pano, diariamente, para tirar a poeira; • guardá-los em local apropriado. Solução utilizada para desinfecção das máscaras Solução de hipoclorito de sódio É um desinfetante de baixa toxidade oral e classificado como saneante, sendo indicado para desinfecção de superfícies que entram em contato com alimentos. Possui atividade bactericida, tuberculicida, fungicida e virucida. No que se refere à atividade virucida, as soluções de hipoclorito são mais eficazes que os fenóis sintéticos para eliminação de determinados tipos de vírus como HIV, hepatite e poliomelite. Deve ser aplicada em superfícies previamente limpas, pois não atua em presença de matéria orgânica (pus, sangue, etc), exceto em concentrações muito elevadas. Enxaguar bem antes de colocar em solução de hipoclorito, pois o sabão e/ou o detergente interferem na ação do produto. O tempo de exposição vai variar de acordo com a concentração do produto. O hipoclorito de sódio deve ser acondicionado em embalagens escuras, bem fechadas, guardadas em local fresco e ao abrigo da luz solar. Após diluição, deve ser usado por um período de 24 horas, devido à instabilidade do cloro nesta solução. Para não esquecer • o nebulizador deve permanecer desligado por 10 minutos, após cada nebulização; • o uso ininterrupto do nebulizador acarreta danos para o mesmo; • não use o nebulizador em cima de mesas, balcões e locais altos; mantenha o nebulizador no chão. 66 BlogEnfermagem.com Técnica de inalação Definição É a absorção, pelas vias respiratórias, dos vapores de substâncias medicamentosas, como, por exemplo, eucalipto, vick vaporub™, mentol etc. Objetivos • combater a inflamação e a irritação das mucosas, nos casos de bronquite, sinusites, edema de faringe, laringites, gripes e resfriados. Material necessário • medicamento indicado; • água fervente; • inalador ou outro recipiente (chaleira, panela, jarra, cuba ou caneca) e um funil, de cartolina ou de jornal, para concentrar a saída do vapor por um orifício estreito; • toalha de rosto. Execução da técnica • lavar as mãos; • explicar ao usuário o que vai ser feito; • colocar água fervente no inalador e cobrir com toalha dobrada ao meio; • adicionar o medicamento à água fervente; • colocar o recipiente próximo ao rosto do usuário, de modo que este receba o vapor; • cobrir, com toalha, a cabeça do usuário e o inalador; • terminando a inalação (quando a água esfriar), descobrir a cabeça, enxugar o rosto e repousar abrigado e resguardado do ar frio; • lavar e guardar o material. Para não esquecer • nunca dirigir o jato de vapor diretamente para o rosto do usuário; aproximá-lo lentamente do inalador; • ter o máximo cuidado para evitar acidentes, tais como o derramamento de água fervente sobre o usuário e queimaduras pelo vapor; • orientar ao usuário que feche os olhos durante a inalação; • orientar ao usuário para fazer a inalação em casa e à noite. Via nasal Definição É a administração de medicamento líquido na mucosa nasal. Objetivos • proteger a mucosa nasal por meio de antisséptico; • diminuir a irritação da mucosa; • descongestionar a mucosa; • fazer anestesia local. Material necessário • medicamento prescrito; • conta-gotas; • gaze, ou bola de algodão, ou lenço de papel; • cuba-rim ou saco de papel. Execução da técnica • lavar as mãos; • preparar o usuário, o ambiente e o material; • preparar o usuário em posição sentada, com a cabeça para trás, com o pescoço apoiado em um travesseiro; • retirar, através de conta-gotas, a dosagem prescrita; • segurar o nariz com o auxílio de gaze, pingando com cuidado a 67 BlogEnfermagem.com medicação nas narinas; • evitar que o conta-gotas toque a mucosa nasal; • pedir ao usuário que permaneça nesta posição alguns minutos; • lavar e guardar o material; • anotar na ficha de atendimento diário de enfermagem; • lavar as mãos. Via ocular Definição É a aplicação de medicamentos nos olhos sob a forma de colírio ou pomada. Objetivos • dilatar ou contrair as pupilas; • estimular a circulação; • acelerar a cicatrização; • combater infecções; • lubrificar os olhos; • anestesiar a córnea e a conjuntiva. Material necessário • medicamento prescrito; • conta-gotas; • algodão, gaze ou lenço de papel. Execução da técnica • lavar as mãos; • preparar o material, o ambiente e o usuário; • manter o usuário deitado ou com a cabeça inclinada para trás; • separar as pálpebras com o polegar e o indicador, pedindo ao usuário que olhe para cima; • pingar o colírio ou a pomada no saco conjuntival (canto interno do olho), sem encostar o conta-gotas ou a bisnaga no olho; • solicitar ao usuário que feche os olhos cuidadosamente; • retirar o excesso com gaze; • lavar e desinfetar o conta-gotas com água e sabão; • lavar as mãos; • anotar na ficha diária de atendimento de enfermagem. Para não esquecer • na presença de secreção, retirá-la com gaze, antes de colocar o medicamento; • não fazer pressão sobre o globo ocular ao baixar a pálpebra inferior; • a pomada só será aplicada diretamente com o tubo, caso este seja individual. Irrigação dos Olhos Objetivos: • remover corpo estranho; • aplicar antisséptico; • limpar o saco conjuntival; • aliviar a dor e a congestão, pelo calor. Soluções usadas: • soro fisiológico; • água boricada. Material necessário: • solução prescrita; • irrigador, pera de borracha, seringa ou cálice esterilizados; • cuba-rim; • gazes; • impermeável coberto; • saco de papel. 68 BlogEnfermagem.com Execução da técnica: • lavar as mãos; • preparar o usuário, o ambiente e o material; • posicionar o usuário em decúbito lateral, do lado do olho afetado; • colocar a cuba-rim de modo a receber o fluxo de retorno; • separar as pálpebras com o polegar e o indicador da mão esquerda; • proceder a irrigação do olho, dirigindo o jato do ângulo interno para o externo (prevenir a extenção da contaminação do olho ao saco lacrimal, ao nariz e ao olho oposto); • terminada a irrigação, enxugar o rosto do cliente, retirar o material e deixar o cliente confortável; • anotar na ficha diária de atendimento de enfermagem; • lavar as mãos. Via auricular Definição É a introdução de um medicamento diretamente na cavidade auricular (ouvido). Objetivos • aliviar a dor, inflamação e congestão; • combater infecções; • amolecer o cerúmen (excesso de cera). Material necessário • medicamento prescrito; • conta-gotas; • bola de algodão estéril. Execução da técnica • lavar as mãos; • preparo do material, ambiente e cliente; • colocar a cabeça do usuário em posição lateral; • pingar a medicação prescrita, colocando, depois, uma bola de algodão no ouvido; • se for necessário, instilar (pingar) o medicamento nos dois ouvidos; esperar 3 minutos entre a instilação de um ouvido e do outro; • limpar o conta-gotas e secá-lo; • arrumar o material; • lavar as mãos; • anotar na ficha de atendimento de enfermagem. Para não esquecer • não tocar o conta-gotas no ouvido (orifício interno); • se o conta-gotas tocar no ouvido, lavar com água e sabão após instilar o medicamento, desinfetando por 15 minutos com álcool 70°; • manter a cabeça do usuário inclinada, para que o medicamento atinja o local certo, no interior do ouvido; • ao introduzir o medicamento - em criança: tracionar o pavilhão auricular (orelha) para baixo e para trás; - em adulto: tracionar o pavilhão auricular (orelha) para cima e para trás. Via vaginal Definição É a introdução de medicamentos na vagina. Esta via é usada por seus efeitos locais. Objetivos • combater infecções; • diminuir a irritação da mucosa; • prevenir o aparecimento de certas doenças; • prevenir a concepção. 69 BlogEnfermagem.com Execução da técnica • lavar as mãos; • reunir o material e levá-lo até a usuária; • explicar o que vai ser feito; • colocar a usuária em decúbito dorsal, com as pernas afastadas, mantendo-a coberta; • colocar a pomada ou óvulo no tubo aplicador; • fazer a aplicação; • deixar o usuário em posição confortável; • lavar as mãos; • fazer os registros necessários; • manter o ambiente limpo e em ordem. Via retal Diferenças entre enema e clíster • enema: maior quantidade de líquido (acima de 500ml = 1/2 litro); tem por objetivo limpar o trajeto intestinal, para realização de exames ou cirurgias; • clister: pequena quantidade de líquido (até 200ml); tem por objetivo auxiliar a evacuação, a fim de aliviar a constipação (intestino preso ou prisão de ventre). Observação Orientar o usuário a permanecer na posição lateral, após a administração do medicamento, por mais ou menos 15 minutos. No caso de enema, o usuário deverá reter o líquido tanto tempo quanto puder. Material necessário • medicamento prescrito; • luvas; • folha de gaze; • cuba-rim; • biombo; • recipiente para a solução e a sonda retal. Execução da técnica • preparar o material, o ambiente e o usuário, explicando-lhe o que será feito; • lavar as mãos e colocar as luvas; • posicionar o usuário em decúbito lateral esquerdo, com a perna direita fletida, em posição de Simens, em discreto trendelemburg; • com uma das mãos e com o auxílio das folhas de gaze, afastar as nádegas e com a outra mão introduzir o medicamento no reto. Via parenteral Definição É a administração de medicamentos no organismo, por meio de injeção. Objetivos • obter, rapidamente, o efeito do medicamento; • absorver o medicamento, quase que completamente; • evitar distúrbios gástricos; • administrar medicamentos ao usuário que não pode usar a via oral. Vias utilizadas • intradérmica – ID; • subcutânea – SC; • intramuscular – IM; • intravenosa – IV ou endovenosa – EV. Material necessário • seringas e agulhas: as seringas são constituídas por duas peças - o corpo ou cilindro, e o êmbolo; podem ser de vidro ou de plástico; o corpo tem uma extremidade em ponta, onde se encaixa o canhão da 70 BlogEnfermagem.com agulha; as agulhas são metálicas e seus comprimentos e calibres variam segundo as vias utilizadas; as agulhas possuem duas partes - o canhão, parte dilatada que se encaixa na seringa e a haste, que é a parte fina que termina no bizel; Objetivos • auxiliar no diagnóstico de determinadas doenças, como, por exemplo, o teste tuberculínico; • verificar a sensibilidade a alergenos; • aplicar vacinas, como, por exemplo, a BCG. Características do material • seringas com escala de frações em cm3, tipo insulina; • agulhas pequenas e finas, tais como 13x3,5, 10x5 e 15x5; • medicamentos com volume máximo de 0,5ml. Local de aplicação O local deve ser claro, com pouca pigmentação, poucos pêlos, pouca vascularização superficial e de fácil acesso para a leitura dos resultados das reações ao antígeno injetado; a área mais utilizada é a face interna do antebraço. Material necessário • seringa com escala de frações em cm3; • agulhas hipodérmicas 13x3,5, 10x5 e 15x5; • recipientes com bolas de algodão seco; • almotolia com álcool a 70°; • recipiente para pôr o material usado (cuba-rim coberta com papel); • medicamento prescrito; • recipiente para material pérfuro-cortante. Execução da técnica • lavar as mãos; • preparar o usuário, explicando o tipo de dor que sentirá e que sua duração será curta; • preparar o material; • expor a área de aplicação, fazer antissepsia da pele, mantendo o algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará a pele; 71 • bolas de algodão embebidas em álcool; • recipiente para colocar o material utilizado (cuba-rim); • garrote; • medicamento prescrito. Condições do material para o uso • a agulha, a ponta da seringa e o êmbolo devem ser absolutamente estéreis e mantidas livres de contaminação; • os componentes da seringa devem apresentar o encaixe perfeito; • o invólucro da seringa deve estar intacto. Via intradérmica Definição É a introdução do medicamento na derme (pele). AGULHA BIZEL PONTA CORPO ÊMBOLO INTERIOR DO CORPO HASTE CANHÃO BlogEnfermagem.com • espalmar o antebraço e distender a pele do local de aplicação; • posicionar a seringa e introduzir a agulha com o bizel para cima, quase paralelamente à pele, num ângulo de 15º e injetar lentamente a dose indicada; • retirar a seringa e agulha com movimento rápido; • aplicar o algodão somente para favorecer a hemostasia quando, no local da picada, houver sangramento; • observar a formação de pápula, que é uma característica da injeção intradérmica; • arrumar o material; • lavar as mãos; • anotar na ficha do usuário. Via subcutânea ou hipodérmica Objetivo O objetivo principal do uso desta via é a absorção lenta e contínua da droga. Características do material Para a aplicação de medicamentos no tecido subcutâneo, existe material específico: agulha de insulina (13x3,8) e seringa de insulina, na qual a escala é própria para dosagens de insulina e seu volume é de 1cm3, que também é igual a 1ml. Apesar de serem chamadas de seringa e agulha de insulina, este material serve para aplicação de outras medicações. No caso de não haver material específico, podem ser usadas agulhas e seringas comuns. Neste caso, o ângulo de introdução e a porção da agulha introduzida variam de acordo com o local de aplicação e a espessura da camada de gordura do usuário. Agulha com 25x7 e 25x6: • segure o local de aplicação fazendo uma prega; • introduza a agulha, em ângulo de 45°, em um dos seguintes locais: coxas, braços ou glúteos; • introduza a agulha, paralelamente à pele, no abdômen. Agulha de insulina com 13x3,8: • segure o local de aplicação fazendo uma prega. • introduza toda a agulha, em ângulo de 90°, em qualquer local de aplicação. Locais de aplicação: • face externa do braço; • face interna do antebraço; • face externa da coxa; • ao redor da cicatriz umbilical; • todo tecido subcutâneo corporal. 72 EPIDERME DERME Definição É a introdução de medicamento no tecido subcutâneo (gordura). O máximo de medicação injetada deve ser de 1ml. BlogEnfermagem.com Execução da técnica: • lavar as mãos; • preparar o usuário e o material, de acordo com a técnica descrita na via intramuscular (pág. 74); • expor a área de aplicação e fazer a antissepsia do local, mantendo o algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará a pele; • distender a pele do local de aplicação com os dedos indicador e polegar, mantendo a região firme; • posicionar a seringa e introduzir a agulha com rapidez e firmeza; • soltar a pele e proceder a aspiração, puxando o êmbolo, para verificar se algum vaso foi atingido; caso isto ocorra, retirar a agulha, trocá-la e introduzí-la em outro local; • injetar o líquido lenta e continuamente, observando as condições do usuário; • apoiar o dedo do canhão da agulha e retirar a agulha com movimento único, rápido e firme; • comprimir o local, por alguns segundos, com algodão; • cuidar do material; • lavar as mãos; • anotar na ficha do usuário. Acidentes específicos • É frequente a dor por lesão ou compressão de filetes nervosos, reações inflamatórias locais, fibrose, lipodestrofia, lipohipertrofia. • O rodízio constante dos locais de aplicação é o principal método profilático, nestes casos. Via intramuscular Definição É a introdução de medicamentos no tecido muscular. Indicações • a injeção intramuscular é a de mais rápida ação, depois da endovenosa. • o músculo, para ser utilizado, deve apresentar as seguintes características: - músculo bem desenvolvido; - ausência de grandes vasos e nervos situados superficialmente; - fácil acesso. Condições da droga ou medicamento: • volume: o volume do líquido a ser injetado varia normalmente de 2 a 5ml, no máximo 10ml. • características: - as soluções devem ser isotônicas, sob pena grave de necrose do tecido muscular; - a droga deve estar em veículo apropriado, oleoso ou aquoso, em estado solúvel ou suspensão; - esta via tolera substâncias irritantes, que deverão ser aplicadas sempre profundamente; - o tamanho da seringa deve variar de acordo com o volume injetado; - o comprimento e o calibre (espessura) das agulhas a serem usadas variam de acordo com o grupo etário e a espessura subcutânea do 73 45º SUBCUTÂNEO 90º BlogEnfermagem.com usuário e com as condições de solubilidade da droga; - o bizel deve ser longo para facilitar a penetração da agulha através da pele; o bizel deve estar de lado, na hora de injetar. - manter o usuário em posição confortável. • preparo do profissional: - lavar as mãos; - rever a prescrição; - separar, selecionar e examinar o material; - certificar-se da esterilidade do material; - ler três vezes o rótulo da droga. • preparo do material: - reunir o material (seringa, agulha, algodão seco, almotolia com álcool a 70°, serrinha de esmeril, drogas ou medicamentos); - serrar a ampola; - desinfetar a ampola, com algodão embebido em álcool; - montar a seringa e agulha, obedecendo as normas de assepsia; - ajustar, firmemente, o canhão no bico da seringa. • preparo da droga ou medicamento a ser injetado: - quebrar o gargalo da ampola; - aspirar seu conteúdo com a seringa que, logo após, deverá ser mantida em posição vertical, com a agulha voltada para cima, para que o ar seja expulso; - evitar a perda do medicamento, tendo, para isso, os cuidados necessários; - manter a agulha protegida pela ampola vazia ou pelo protetor plástico esterilizado. 74 Problemas mais comuns da via intramuscular: • fenômenos alérgicos; • fenômeno de Arthus: é provocado por injeções repetidas no mesmo local, caracterizado pela não absorção do antígeno, ocasionando infiltração, edema, hemorragia e/ou necrose, no ponto de inoculação; • nódulos: são provocados por soluções não absorvidas ou precipitadas; são normalmente transitórios e, após a cura da lesão, parece não haver efeito residual sobre a reabsorção de substâncias injetadas; • hematomas: são resultantes de punções e hemorragias de um vaso sangüíneo, geralmente são transitórios; • infecções: são consequentes à contaminação da droga ou do material utilizado e são, igualmente, transitórias; • tecido fibrótico: é resultante do processo de reparação do tecido lesado. Execução da técnica • preparo do usuário: - explicar o que lhe será injetado e onde receberá a injeção; Dimensões das agulhas, em relação às soluções e à espessura da tela subcutânea, na criança e no adulto Espessura da tela subcutânea Adulto Criança Soluções aquosas Soluções oleosas em suspensão magro normal obeso magra normal obesa 25x6 ou 7 30x6 ou 7 40x6 ou 7 25x8 ou 9 30x8 ou 9 40x8 ou 9 20x6 ou 7 25x6 ou 7 30x6 ou 7 20x8 25x8 30x8 EPIDERME DERME TECIDO SUBCUTÂNEO MÚSCULO BlogEnfermagem.com Aplicação • expor a área de aplicação; • fazer a antissepsia do local com algodão embebido em antisséptico (álcool); esta medida deve abranger toda a área escolhida, com movimentos firmes e em sentido único; • manter o algodão entre os dedos mínimo e anular da mão que firmará o músculo; • distender a pele, no local de aplicação, com os dedos indicador e polegar, ao mesmo tempo em que se mantém firme o músculo selecionado; • empunhar a seringa introduzindo a agulha com o bizel para o lado, com rapidez e firmeza; na injeção intramuscular, o ângulo para a sua penetração é 90°, isto é, a agulha é inserida em direção perpendicular; • soltar o músculo e, com a mão livre, proceder a aspiração, puxando o êmbolo para verificar a possibilidade de algum vaso sangüíneo ter sido atingido; caso isto ocorra, retire a agulha do local, troque a agulha e introduza em outro local; • após a aspiração, voltar a apoiar a mão sobre o músculo; • injetar o líquido lentamente, observando as reações do usuário; • retirar a seringa e agulha com movimento único, rápido e firme, apoiando um dedo no canhão; • comprimir o local com algodão, durante alguns segundos, para estancar o sangue; • favorecer a absorção do medicamento com massagem de fricção, por mais alguns segundos; • observar as reações do usuário; • deixar o material em ordem; • fazer os registros necessários. Locais de aplicação • região deltóide - dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada traçando um retângulo na região lateral do braço, respeitando-se a distância aproximada de 3 a 5cm abaixo do acrômio ou da articulação do ombro com o braço e, inferiormente, de 3 a 3,5cm acima da margem inferior do deltóide; 75 - grupo etário: adultos, como última alternativa; - volume: no deltóide, o volume máximo introduzido não pode ultrapassar 3ml e não pode ser utilizado para grande número de aplicações consecutivas, pois apresenta massa relativamente pequena; - postura do usuário: sentado, com o antebraço flexionado, com exposição do braço e ombro; - cuidados especiais: a angulação da agulha deverá ser perpendicular à pele (90°); - acidentes: poderá haver lesão do nervo radial, por aplicação fora da área delimitada; são lesões graves, podendo levar à paralisia dos mais importantes músculos do braço e antebraço; poderá haver lesão do feixe vásculo-nervoso, devido à variação anatômica individual ou por aplicação fora da área delimitada; DELTÓIDE Terço médio do braço ÂNGULO 90º BlogEnfermagem.com - contra-indicações: em crianças de 0 a 10 anos; adultos, com pequeno desenvolvimento muscular; substâncias irritantes; volumes superiores a 3ml. • região dorso-glútea - dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada traçando-se duas linhas, uma horizontal com origem na saliência mais proeminente da região sacra, e outra vertical, originando-se na tuberosidade isquiática; - cuidados especiais: angulação da agulha perpendicular à pele (90°). - acidentes: além da possibilidade de lesão de vasos e nervos do local, em geral de pequeno calibre, há o grave problema de atingir o nervo ciático, se o local exato não for determinado; as lesões deste nervo, além de dor, podem provocar paralisias graves, dado sua importância na motricidade dos membros inferiores; outro problema que pode surgir é o da injeção intramuscular ser aplicada no tecido subcutâneo e, neste caso, o medicamento será mal absorvido, provocando dor, nódulos e, às vezes, abcessos; - contra-indicações: em crianças de 0 a 2 anos; em adultos excessivamente magros; em usuários com mais de 60 anos. • região ventro-glútea (ou Hoschtetter) - dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada colocando a mão esquerda no quadril direito do usuário, colocando o dedo indicador na espinha ilíaca antero-superior, estendendo o dedo médio ao longo da crista ilíaca, espalmando a mão sobre a base do trocanter maior do fêmur, formando um V; - cuidados especiais: angulação da agulha dirigida à crista ilíaca (90°); - contra-indicações: Hoschtetter fez um estudo pormenorizado da região ventro-glútea, concluindo ser esta a região mais indicada, por estar livre de estruturas importantes, não havendo nervos e vasos significativos. • região face-lateral da coxa - dados anatômicos: sua delimitação poderá ser determinada traçando um retângulo pela linha média anterior da coxa do lado da perna, 12 a 15cm abaixo do trocanter do fêmur e 9 a 12cm acima do joelho, numa faixa de 7 a 10cm de largura, com ângulo de 45° em direção ao pé (podálico); em crianças, a delimitação se dá no terço médio da coxa; é a segunda região mais indicada; 76 - grupo etário: crianças com mais de 2 anos de idade e com bom desenvolvimento dos músculos glúteos; em adolescentes e adultos, é o terceiro local indicado; - volume: local apropriado para administração de volumes superiores a 1,5ml até, no máximo, 5ml; - postura do cliente: deitado, em decúbito ventral, com os braços ao longo do corpo e os pés virados para dentro; se for criança, colocá-la de bruços, no colo da mãe ou responsável, firmando com as pernas e braços; QUADRANTE SUPERIOR EXTERNO DO GLÚTEO BlogEnfermagem.com - grupo etário: indicada em lactentes e infantes (29 dias a 10 anos), adolescentes e adultos; é contra-indicada em neonatos (0-28 dias); - postura do usuário: deitado com o ombro inferior em extensão ou sentado com flexão da perna; expor a área do joelho e da coxa. Acidentes A lesão acidental do nervo femural cutâneo causa dor momentânea, razão pela qual muitos usuários recusam injeção nesta região. No entanto, excluída a dor, a única conseqüência adicional mais séria é a anestesia da pele na região inervada. Via endovenosa Definição É a introdução do medicamento diretamente na corrente sanguínea. Objetivos • obter rapidez no efeito do medicamento, que é imediato; • administrar grande quantidade de líquidos; • administrar drogas contra-indicadas para outras vias. Condições do medicamento para administração As drogas, para serem injetadas no sangue devem apresentar-se: • límpidas; • perfeitamente diluídas (em 5ml de água destilada); • com pH próximo ao do sangue, em torno de 7,4; • é a única via que tolera soluções hiper ou hipotônicas; • as drogas em suspensão, soluções oleosas ou ar são contra- indicados, por causarem embolias. Locais de aplicação As vias mais utilizadas são as da face ventral do antebraço e as do dorso da mão. A escolha do local é feita observando-se os seguintes aspectos: • acessibilidade; • mobilidade reduzida; • localização sobre base mais ou menos dura; • ausência de nervos importantes; • estase sanguínea fácil. 77 GLÚTEO MÁXIMO TROCANTER MAIOR TRACTO ILEOTIBIAL DA FASCIA LATA ÁREA DE INJEÇÃO PATELA DELTÓIDE VEIA CEFÁLICA VEIA BASÍLICA BlogEnfermagem.com Execução da técnica de aplicação na face anticubital • preparo do usuário - explicar o que lhe será injetado; - o usuário deverá estar deitado ou sentado, jamais de pé; se estiver sentado, apoiar o braço numa braçadeira ou mesa com auxílio de um coxim (suporte). • material necessário - seringa e agulha; - serrinha de esmeril; - algodão embebido em álcool a 70°; - garrote; - braçadeira ou suporte forrado; - medicação prescrita. • aplicação - lavar as mãos; - expor a área onde deverá ser feita a aplicação; - garrotear; - fazer o usuário abrir e fechar a mão várias vezes e conservá-la fechada, até segundo aviso; - colocar o braço em hiperextensão; - fazer a antissepsia do local onde deverá ser feita a aplicação e do dedo com o qual o profissional fará a palpação da veia; - expulsar todo o ar que se encontra dentro da seringa, com a ponta da agulha voltada para cima (bizel para cima); - esticar a pele, manter a veia fixa com o polegar de uma das mãos e, com a outra mão, introduzir a agulha aproximadamente 1cm aquém do local onde a veia deverá ser alcançada; - a confirmação de que a agulha ganhou a luz do vaso se faz pela aspiração de sangue para o interior da seringa e pela sensação tátil; - retirar o garrote e pedir ao usuário que abra a mão; - injetar lentamente, evitando sobrecarga circulatória e sensações desagradáveis ao usuário; - retirar a agulha em movimento único, comprimindo o local com algodão, para facilitar a hemostasia; - lavar as mãos; - anotar os dados na ficha. 78 Manobras para achar a veia Quando for muito difícil a visualização do vaso no qual se quer injetar o medicamento, poderemos utilizar as seguintes manobras: • conversar com o usuário, procurando deixá-lo à vontade, pois o medo faz com que as veias desapareçam; • pedir para o usuário deixar o braço caído ao longo do corpo e abrir e fechar a mão algumas vezes; • realizar massagem, do pulso até antes do local de aplicação; • utilizar compressas mornas na região que se deseja aplicar a injeção; • se a agulha não estiver dentro da veia, pode permitir a passagem do líquido para o tecido subcutâneo, provocando edema (inchaço), palidez, sensação de frio ou dor no local; este escape de líquido no tecido subcutâneo é conhecido como infiltração. BlogEnfermagem.com • às vezes, é apenas a ponta da agulha que está na parede da veia, ocasionando dor ou ardência, mas o teste de aspirar mostra sangue, o que quer dizer que a agulha está na veia; neste caso, empurra-se ou puxa-se a agulha. • sabe-se que a agulha está: - dentro da veia, quando não apresenta sinais de desconforto; - fora da veia, quando apresenta dor, ardência e edema no local. • se os sintomas não desaparecerem, retire a agulha da veia, deite o usuário onde estiver, até mesmo no chão e chame a enfermeira ou o médico; • choque: é uma reação rápida do organismo a uma agressão externa; • choque pirogênico: é uma reação causada por injeção de solução contaminada; • choque anafilático: é uma reação causada por injeção de substâncias alérgicas ao indivíduo; • choque periférico: é uma reação causada por fatores emocionais. Alergia medicamentosa Deve-se pesar, constantemente, os perigos dos agentes terapêuticos. As reações de hipersensibilidade devem ser distinguidas dos efeitos indesejáveis dos medicamentos. Qualquer droga pode produzir uma reação de hipersensibilidade, mas alguns medicamentos têm maior tendência que outros.Tal reação não depende de uma exposição prévia ao medicamento, não tem relação com a dose e não se parece com as manifestações farmacológicas da droga. A reação anafilática é uma reação sistêmica e aguda de hipersensibilidade que ocorre dentro de segundos a minutos após exposição a substâncias estranhas, medicamentos ou venenos de insetos. A administração repetida de agentes terapêuticos parenterais ou orais pode desencadear uma reação anafilática, que é o resultado de uma interação antígeno- anticorpo, num indivíduo sensibilizado previamente. A idiossincrasia, ou seja, a reação da própria pessoa, é qualitativa e a hipersensibilidade é quantitativa. A idiossincrasia não é reação alérgica. Manifestações clínicas • sinais respiratórios: - angústia respiratória, que evolui rapidamente e é causada por broncoespasmo ou edema de laringe; - espirros e tosse; - sensação de aperto no tórax; - outras dificuldades, tais como respiração ofegante, dispnéia e cianose. 79 Complicações possíveis • a ansiedade e o medo podem causar mal-estar, por isso, é muito importante o preparo psicológico do usuário, explicando o que vai ser feito e com que finalidade (objetivo); deve-se pedir que avise, se sentir qualquer tipo de reação; • se a solução for injetada ou o sangue for retirado com muita rapidez, o usuário pode apresentar palidez, suor e calor; se isso ocorrer, pare imediatamente de injetar a solução ou retirar o sangue, sem, contudo, retirar a agulha da veia; faça o usuário baixar a cabeça sobre os joelhos, se estiver sentado ou, se estiver deitado, retire o seu travesseiro; • se os sintomas desaparecerem, teste se a agulha continua na veia, aspirando um pouco de sangue; se o resultado for positivo, continue injetando a solução ou retirando o sangue, lentamente; na dúvida, retire a agulha e puncione outra veia; AGULHA NO VASO AGULHA NA PAREDE DO VASO AGULHA FORA DO VASO PAREDE DO VASO LUZ DO VASO A injeção intravenosa é um procedimento indolor, sente-se somente a picada da agulha. BlogEnfermagem.com • sinais cutâneos: - rubor com sensação de calor e eritema difuso; - prurido generalizado (indica o surgimento de uma reação sistêmica) principalmente palmar e plantar; - sudorese. • sinais cardiovasculares: - taquicardia ou bradicardia e colapso vascular periférico, indicado por palidez, pulso imperceptível, queda na pressão arterial, insuficiência circulatória, que pode resultar em coma e morte. • desconforto gastrointestinal: - náuseas, vômitos; - dores abdominais em cólica ou diarréia; - relaxamento dos esfíncteres. Assistência de emergência • deitar o paciente; • estabelecer uma via aérea permeável; • virar a face para um dos lados; • administrar adrenalina aquosa quando prescrita: - subcutânea (SC), para sintomas ligeiros e generalizados; - intra-muscular (IM), quando a reação é mais intensa e progressiva; - endovenosa (EV), diluída em solução salina, lentamente, em casos raros, quando existe perda completa da consciência e profundo colapso cardiovascular; • infiltrar o local da injeção com adrenalina. Medidas preventivas • estar ciente do perigo das reações anafiláticas e conhecer os sinais precoces de anafilaxia; • perguntar acerca de reações alérgicas prévias do usuário a medicamentos e, se positivas, não dar medicação ou injeção; • não administrar drogas nos usuários com febre, asma e outros distúrbios alérgicos, a menos que o médico esteja presente; • manter o cliente no Centro de Saúde por, pelo menos, 30 minutos após a injeção de qualquer agente; • indivíduos alérgicos devem trazer, na sua carteira de identidade, a advertência “alérgico a ....................” Exemplos de substâncias que podem causar o choque anafilático • antibióticos, especialmente penicilina; • anestésicos locais, analgésicos, meios de contraste, hormônios, soros heterólogos, como anti-tetânico, antidiftérico, antiaracnídeo, antiescorpiônico, venenos de abelhas, de vespas, de cobras; • não por reação tóxica, mas por reação imunológica, extratos alergênicos, como pó domiciliar, dermatophagoides e alimentos; • o acidente é mais comum em pessoas entre 20 e 40 anos; • os indivíduos mais susceptíveis são os portadores de manifestações alérgicas ou que apresentam história de alergia em seus antecedentes. Para não esquecer • Em casos de dúvidas ou de nunca ter usado penicilina, administrá-la no Centro de Saúde em presença de médico e com medicação para emergência (anti-choque). Acidentes de via parenteral Os acidentes mais comuns que podem ocorrer, quando usada a via parenteral, são: infecções gerais ou locais, por contaminação do material e/ou do medicamento; nódulos e abcessos, que resultam da aplicação do medicamento em local incorreto e/ou do uso da técnica errada; reação alérgica ao medicamento injetado, podendo provocar reações locais ou sistêmicas, como o choque anafilático; embolias, que resultam da introdução acidental, direta ou indireta, de ar, coágulos, cristais de droga em suspensão etc, na circulação sanguínea. Podem, também, estar relacionadas à má execução da técnica, como não aspirar antes de injetar a droga. 80 BlogEnfermagem.com Acidentes específicos, segundo Horta e Teixeira A injeção endovenosa apresenta um pouco mais de dificuldade para o aprendizado do iniciante, sobretudo se as veias são delgadas ou pouco visíveis. Desta maneira, pequenos acidentes poderão ocorrer, enquanto o clínico não estiver dominando bem a técnica de aplicação e a anatomia topográfica da região. • acidentes locais: - injeção paravascular - quando a posição do bizel da agulha é inadequada, o líquido é injetado fora do vaso, ocasionando dor e, dependendo do medicamento, até mesmo área de necrose; - hematoma - a lesão da parede vascular, devido à falta de técnica, ocasiona um extravasamento de sangue, produzindo hematoma; neste momento, deve-se interromper a estase venosa e recomeçar o processo de aplicação no outro braço, caso contrário, o hematoma tenderá a aumentar rapidamente; - flebite - pode ocorrer quando o líquido é irritante para o endotélio ou em casos de inflamação ou infecção local; - esclerose - irritação crônica do endotélio, por injeções contínuas na mesma veia, levando a diminuição de sua luz e endurecimento das paredes; - tromboflebite - provocada por introdução de coágulos ou substância irritante ao endotélio. • acidentes gerais: - superdosagem - provocada pela rápida aplicação da injeção, podendo levar à morte; um exemplo deste caso é o da aplicação da papaverina que, introduzida nestas circunstâncias, compromete a condutibilidade cardíaca. - choques - pirogênico, resultante da aplicação de drogas contendo substâncias pirogênicas; anafilático, resultante da reação antígeno- anticorpo, que ocorre em indivíduos alérgicos à droga; lipotímia, devido a fatores emocionais relacionados ao medo de injeções ou à hemofilia. Para não esquecer • Só aplique injeções com prescrição médica. • Nunca use a mesma seringa e/ou agulha em mais de um usuário. • Usar sempre material descartável. • Ao manipular seringa e agulha esterilizadas, tenha cuidado para não tocar na agulha e no êmbolo da seringa com os dedos ou encostá-la em algum objeto. • Em caso de qualquer reação anormal, encaminhe o usuário ao médico ou ao hospital mais próximo. • Quando a medicação for acondicionada em frascos, fazer a antissepsia da tampa de borracha com algodão embebido em álcool a 70°. Após a aspiração do conteúdo, trocar a agulha para a aplicação. • Procurar fazer injeção intramuscular com o usuário sentado ou deitado. 81 AGULHA EM BOA POSIÇÃO COM GARROTE SEM GARROTE HEMATOMA TRANSFIXAÇÃO AGULHA EM BOA POSIÇÃO A injeção intravenosa é um procedimento indolor, sente-se somente a picada da agulha. BlogEnfermagem.com 8310 Normas e rotinas de imunização BlogEnfermagem.com 85 • 15 dias entre a vacina anti-sarampo ou a tríplice viral e a vacina contra febre amarela. 5. As crianças desnutridas devem ser consideradas como prioridade nos programas de vacinação. De um modo geral, a desnutrição grave é considerada imunodepressiva, respondendo com baixa produção de anticorpos, quando recebe certos antígenos. No entanto, além de infectar-se facilmente, o desnutrido costuma apresentar processos infecciosos mais graves e de controle mais difícil. 6. Se a criança interromper o Esquema de Vacinação, não será preciso reiniciá-lo, devendo-se apenas completar as doses que faltam, aprazando, na Caderneta de Saúde, os próximos retornos. Devemos sempre levar em consideração o estado vacinal, não importando o tempo decorrido desde sua aplicação. 7.Toda a mãe que leva o filho para vacinar deve receber explicações sobre: • as doenças que a vacina protege; • quais as reações que a vacina pode causar e o que fazer; • quando deve trazer o filho para nova dose. 8. Obter informações sobre o estado de saúde da criança e proceder da seguinte forma: • adiar a vacinação, em caso de doença febril aguda, com temperatura acima de 38,5°C; • crianças em tratamento com imunossupressores (corticoterapia, quimioterapia antineoplásica, radioterapia etc): nestes casos é recomendado o adiamento da vacinação para 90 dias após a suspensão do tratamento, mesmo que a vacina seja de componentes com organismos mortos ou inativados, devido a inadequação da resposta. 9.Na aplicação de vacinas injetáveis, não é necessária a antissepsia da pele com álcool. Quando a pele estiver muito suja, limpá-la com água e sabão. Após a aplicação, usar algodão seco, sem massagear. 10. Mesmo que já tenha tido doenças como sarampo, coqueluche, difteria, tétano ou poliomielite, a criança deverá completar o Existe uma série de doenças que podem ser evitadas através de vacinas. As vacinas são substâncias capazes de tornar um indivíduo resistente a determinadas doenças. Elas são constituídas de vírus vivos atenuados ou mortos ou produtos bacterianos modificados. Quando inoculados num indivíduo, fazem com que este produza anticorpos. Os anticorpos produzidos pelo indivíduo, a partir do contato com a vacina, neutralizam as toxinas e bloqueiam a capacidade infectante dos microorganismos, agentes causadores das doenças. Os microorganismos, ao penetrarem no indivíduo, liberam uma substância chamada antígeno. O antígeno pode provocar a doença, se o indivíduo está debilitado, ou estimular o organismo a produzir anticorpos. Os anticorpos têm a função de impedir a ação dos antígenos, evitando assim a doença. Vacina é uma droga composta de um antígeno de uma determinada doença ou do próprio microorganismo atenuado, ou seja, enfraquecido que, introduzido no organismo do indivíduo, estimula a formação de anticorpos. PRINCÍPIOS GERAIS PARA APLICAÇÃO DE VACINAS 1.Tornar acessível a todas as crianças com idade até 5 anos completos, priorizando crianças menores de 1 ano, a vacinação com as vacinas Tríplice, Sabin, BCG, Hepatite B, Tríplice Viral, Heamophilus Influenza tipo B, Varicela e Tetravalente. 2.Vacinar todas as gestantes com a vacina Dupla Adulto ou Anatóxi Tetânico, para evitar o tétano neo-natal, mesmo que a gestante tenha acesso ao parto hospitalar. 3. A aplicação, no mesmo dia, de várias vacinas não oferece risco à criança ou ao adulto. 4. Estabelecer intervalo de: • 30 dias, entre a vacina anti-sarampo e a vacina tríplice viral; • 30 dias, entre a vacina anti-sarampo ou tríplice viral e a vacina contra varicela; BlogEnfermagem.com esquema com todas as vacinas, pelas seguintes razões: • sarampo e coqueluche, apesar de determinarem imunidade permanente, podem ser confundidas com outras doenças; desta forma, sem comprovação laboratorial, não é justificável dispensar a aplicação da vacina; • a poliomielite produz imunidade permanente apenas para o tipo específico de vírus que a causou; assim, a criança poderia ter novamente a doença, ocasionada por um dos outros dois tipos de vírus. 11. O registro das vacinas aplicadas é fundamental para a avaliação da cobertura vacinal nos municípios. Para o conhecimento desses dados, utilizam-se os boletins de imunização. 12. A vacinação anti-rábica deve estar de acordo com o esquema preventivo da raiva humana e ser aplicada somente com a avaliação do profissional responsável pelo setor. 13. A vacina dupla tipo adulto é indicada, a partir dos 7 anos de idade, para pessoas que não receberam nenhuma dose da vacina tríplice ou da vacina dupla tipo infantil ou da tríplice acelular, ou não completaram o esquema básico com uma dessas vacinas, ou cujo estado vacinal não seja conhecido, ou ainda como reforço da vacinação efetuada com a tríplice ou com a dupla tipo adulto. 14. São contra-indicações gerais à vacinação: • reação anafilática pós-vacinação; • história de hipersensibilidade ao componente da vacina; • presença de neoplasia maligna; • tratamento com corticóides, em dose imunosupressora; • tratamento com outras terapêuticas imunossupressoras. POLIOMIELITE A Poliomielite ou Paralisia Infantil é uma doença infecciosa, causada por um vírus que pode ocorrer sob a forma inaparente (a mais comum) ou sob a forma paralítica, que pode levar à morte. O vírus se instala e se multiplica no tubo digestivo e logo pode apresentar viremia, com invasão do SNC e ataque seletivo às células motoras. A doença existe em todo o mundo, se transmite de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas (cerca de 1 semana após a infecção), pela água e pelos alimentos contaminados com fezes de doentes ou portadores (até 6 semanas após a infecção). Pode ocorrer, também, por contato com objetos contaminados com secreções. Em locais onde as condições de higiene e saneamento básico são precárias, a maioria das crianças se infectam em idade precoce. Seus sintomas mais freqüentes são: • dor de cabeça • febre • diarréia • rigidez da nuca • paralisia dos membros inferiores O período de incubação varia de 2 a 30 dias, sendo, em média, de 7 a 12 dias. O período de transmissão se dá entre 7 a 10 dias antes do início dos sintomas, até 6 semanas após - em geral, 1 semana antes e 1 semana após. A vacina utilizada contra os três tipos de vírus é a trivalente, mas a infecção natural pelo vírus selvagem só confere imunidade contra aquele que causou a doença. Vacina Anti-Poliomielite Oral • tipo de vacina: vírus vivo atenuado dos três sorotipos (vacina trivalente); • proteção contra: Poliomielite (paralisia infantil); • número de doses: 3 doses mais uma dose de reforço; • intervalo entre as doses: - mínimo de 45 dias, 86 BlogEnfermagem.com - recomendado: 60 dias (2 meses), - em casos excepcionais, pode ser utilizado intervalo de 30 dias; • idade para o início da vacinação: - mínima: 2 meses (em campanhas, a partir do nascimento), - máxima: 4 anos, 11 meses e 29 dias; • conservação: em nível local, entre + 2°C e + 8°C, ao abrigo da luz solar direta; • validade após abertura do frasco: 5 dias (anotar no frasco data e hora da abertura); • via de administração: oral; • dose: duas (2) gotas; • eficácia esperada: após a 3ª dose, a eficácia esperada é de 90 a 95% para os 3 sorotipos; • duração da imunidade: prolongada; • efeitos adversos mais comuns: não há. Indicações • toda criança acima de 2 meses de idade; • em campanhas, a partir do nascimento. Contra-indicações • febre acima de 38° C; • diarréias severas e/ou vômitos intensos (estas contra-indicações são apenas para a vacinação de rotina); • contra-indicações de caráter geral. Cuidados especiais na administração • não tocar a boca da criança com o conta gotas; caso isso ocorra, desprezar o frasco; • se houver regurgitação ou vômito da vacina, aplicar nova dose, em seguida; • não há necessidade de intervalo entre a aplicação da vacina e as mamadas. DIFTERIA, TÉTANO, COQUELUCHE E DOENÇAS CAUSADAS POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B Difteria Doença infecciosa aguda, causada pela toxina de uma bactéria que se localiza nas amígdalas, faringe, laringe ou na pele. Quando se instala nas vias respiratórias superiores, caracteriza-se pelo aparecimento de uma ou várias placas acinzentadas, circundadas por uma zona inflamatória de cor vermelho-mate, que podem obstruir a passagem do ar, provocando asfixia e morte. É causada pelo bacilo gram positivo Corynebacterium diphteriae. Doença conhecida popularmente por “crupe”, o reservatório é o homem, que com freqüência é portador assintomático. A doença se transmite através do contato direto com o exudato e secreções nasofaríngeas ou através das lesões cutâneas do doente ou portador. Pode ocorrer também através de objetos contaminados por suas secreções. De dois a cinco dias após seu período de incubação, podem aparecer sintomas como: • abatimento com prostração • anorexia • palidez • taquicardia • febre pouco intensa • pontos brancos nas amígdalas, que posteriormente se transformam em uma membrana acinzentada • tosse seca • dificuldade para falar. Transmite-se enquanto houver bacilos nas secreções e lesões, em geral de 2 a 4 semanas. Com a quimioterapia adequada, a transmissibilidade cessa 24 a 48 horas após iniciado o tratamento do doente ou portador. A doença pode ou não conferir imunidade permanente e, por isso, deve- se administrar a vacina após a cura. 87 BlogEnfermagem.com Tétano Doença infecciosa causada pela toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani), que se desenvolve anaerobicamente ou seja, na ausência de oxigênio, no interior de um ferimento. É caracterizada pela hipertonia da musculatura estriada, generalizada ou não. Atinge, de preferência, os seguintes músculos estriados: masseteres (trismo), musculatura paravertebral (opistótono), músculo da nuca (rigidez da nuca), músculo da parede anterior do abdômen (rigidez abdominal), musculatura dos membros (a dos inferiores predominando sobre os superiores). Essa contratura permanente, que se denomina de espasmo ou convulsão tônica, é o mais temível sintoma da doença, pois é o responsável pela maioria dos óbitos em tetânicos e se intensifica paroxisticamente, em conseqüência de estímulos luminosos, manuseio do paciente, secreções, tosses, micção etc. O reservatório do bacilo é o solo e o trato intestinal dos animais, especialmente do cavalo, onde o agente existe normalmente. Transmite-se através da introdução dos esporos em uma ferida, que se contamina com terra ou fezes de animais. A presença de tecidos necrosados ou corpos estranhos favorece o desenvolvimento dos agentes anaeróbicos, mesmo quando insignificantes. O tétano neonatal ocorre pela contaminação do coto umbilical com esporos do bacilo, até o 28º dia de vida do recém-nascido. O período de incubação é de 3 dias a 4 semanas, variando de acordo com a natureza, a extensão e a localização da ferida. Quanto menor o tempo de incubação, mais grave é o prognóstico. Os sintomas, nos recém-nascidos, são: • a criança deixa de mamar 3 a 10 dias após o parto e apresenta um “riso sardônico”, ocasionado pela saturação dos músculos da face. • as pernas ficam estiradas, os braços dobrados junto ao peito, os dedos fechados e é difícil abrir as mãos (posição de boxeador). • aparecem os espasmos ou convulsões, em conseqüência de estímulos (luz, barulho, movimentação etc). Na prevenção do tétano, é importante que todos os ferimentos, mesmo os mais insignificantes, sejam tratados adequadamente e, já que a doença não confere imunidade, manter a vacinação sempre em dia. Coqueluche Também conhecida em nosso meio como “tosse comprida”, é uma doença infecciosa aguda, transmissível, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta a traquéia e os pulmões, fazendo que ocorram acessos paroxísticos de tosse. É caracterizada por 3 fases: a catarral, a paroxística e a convalescença. Após a incubação, que pode variar de 1 a 2 semanas (geralmente em torno de 7 dias), começam os sintomas da fase catarral ou período inicial, com manifestações catarrais leves, coriza, tosse irritante e persistente, geralmente noturna, lacrimejamento e febre baixa, confundindo-se com o resfriado comum. Esses sintomas duram, em média, de 10 a 14 dias, seguindo para a fase paroxística. As crianças parecem pressentir as crises e, comumente, procuram o amparo dos familiares. Após inspiração profunda, sucedem numerosos golpes de tosse, sem inspiração de permeio. Após, a criança entra em apnéia de duração variável, para depois sobrevir uma inspiração forçada, ruidosa e estridulante, conhecida como guincho da coqueluche, a qual segue a eliminação de muco claro, espesso e viscoso. Os vômitos, nesta ocasião, são muito comuns. A "perda de fôlego" (fase de apnéia) constitui um momento dramático, que angustia os familiares. Pode se repetir várias vezes ao dia, deixando a criança exausta e em situação aflitiva. Pode ser acompanhada de sudorese, congestão das conjuntivas, cianose, incontinência dos esfíncteres, turgescência dos vasos do pescoço, convulsões e perda da consciência. Esse período tem intensidade e duração variáveis, de 4 a 6 semanas, em média. Durante as 2 primeiras semanas, as crises se intensificam em número e grandeza, para depois diminuirem progressivamente, entrando na convalescença, que pode durar de 1 a 3 semanas. O reservatório da doença é o homem e esta pode transmitir-se de pessoa a pessoa, através de secreções nasofaríngeas, especialmente 88 BlogEnfermagem.com na fase catarral. A transmissão também pode ocorrer pelo contato com objetos contaminados por secreção nasofaríngea. A imunidade é conferida pela doença e pela vacina. Doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo B É uma doença invasiva, causada pelo bacilo gran-negativo Haemophilus influenzae, sorotipo B, que pode causar infecções como bronquite, sinusite, rinite, septicemia e outras. O reservatório é o homem doente e a transmissão se dá de pessoa a pessoa por meio de gotículas de secreções da nasofaringe. O período de incubação é, provavelmente, de dois a quatro dias e a transmissão perdura enquanto o agente infecciosos estiver presente no indivíduo infectado. A suscetibilidade é universal, principalmente, nos quatro primeiros anos de vida. Cerca de 75% dos casos ocorrem entre três e vinte quatro meses de idade. A proteção conferida pelos anticorpos maternos dura até os três meses de vida. A doença confere imunidade duradoura, quando acomete o indivíduo após os vinte e quatro meses de idade. A vacina contra a infecção por Haemophilus tipo B torna o indivíduo imune após três doses, nos menores de um ano ou após dose única, a partir dos 12 meses de idade. Tetravalente - Vacina combinada DPT e HIB Composição A Tetravalente consiste na combinação de duas vacinas, isto é, é uma vacina conjugada contra Haemophilus influenzae tipo B (Hib) - 10 ug de polissacarídeo capsular purificado de Haemophilus influenzae tipo B, sob a forma de pó liofilizado e vacina tríplice (DTP) - toxóide diftérico tetânico com Bordetella pertussis, sob forma de suspensão injetável. Apresentação Apresentada em blíster com 10 frascos-ampola, contendo o componente Hib liofilizado + blíster com 10 frascos-ampola do composto DTP, sob a forma líquida, contendo 2,5 ml na apresentação de 5 doses. Está sujeita à mudança de apresentação, dependendo do laboratório produtor. Reconstituição Juntar, lentamente, com auxílio de uma seringa e agulha estéries, o conteúdo do frasco-ampola (2,5 ml) do componente DTP ao frasco do liófilo do componente Hib. Após reconstituição, a vacina tem validade de 5 dias. Idade para início da vacinação A partir de 02 meses: • 02 meses - 1ª dose • 04 meses - 2ª dose • 06 meses - 3ª dose Dose 0,5 ml da vacina reconstituída, ou conforme laboratório produtor. Via de administração Intramuscular, no vasto lateral da coxa ou Hoschtetter. Contra-indicações • as contra-indicações gerais para todas as vacinas; • pessoas com conhecida hipersensibilidade após administração prévia da vacina combinada contra DPT; • crianças com quadro neurológico em atividade e naquelas que tenham apresentado, após dose anterior, qualquer das seguintes manisfestações: - convulsões, até 72 horas após administração, 89 BlogEnfermagem.com - colapso circulatório com choque de episódio hipotônico- hiporresponsivo, até 48 horas após administração da vacina, - encefalopatia, nos primeiros sete dias da administração da vacina. Eventos adversos • sintomas locais nas primeiras 48 horas, com dor, eritema, edema, calor, e/ou enduração; • sintomas gerais nas primeiras 48 horas: febre, perda de apetite, agitação, vômito, choro persistente, mal-estar geral e irritabilidade. Observações • pode ocorrer, com menor freqüência, sonolência, choro prolongado e incontrolável, convulsões e EHH (episódio hipotônico-hiporresponsivo); • a administração combinada das duas vacinas, Hib e DPT, não aumenta a incidência de eventos adversos sistêmicos. Vacina Tríplice (DTP) Vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche. Composição Toxóide diftérico, toxóide tetânico e suspensão de bactérias pertussis mortas. Proteção Contra difteria, tétano e coqueluche. Eficácia esperada • contra difteria: 95 a 98%; • contra coqueluche: 70 a 95%; • contra tétano: aproximadamente 100%. Dose 0,5 ml. Observar instrução do fabricante. Número de doses 3 doses + 2 doses de reforço, sendo a primeira 6 meses após a 3ª dose e a segunda aos 5 anos. Intervalo entre as doses • mínimo: 30 dias; • recomendado: 60 dias (2 meses). Idade para início da vacinação • mínima: 2 meses; • máxima: 6 anos, 11 meses e 29 dias. Apresentação Sob a forma líquida, em ampolas de dose única, contendo 1,0 ml ou 0,5 ml ou em frasco-ampola de 10 ou 20 doses. Conservação em nível local Entre + 2° C e + 8° C, ao abrigo da luz solar direta, evitando o congelamento, pois inativa a vacina. Validade após a abertura do frasco Até terminar o frasco. Via de administração Intramuscular profunda. Local de aplicação Vasto lateral da coxa e Hoschtetter. Cuidados especiais na administração • agitar levemente o frasco. 90 BlogEnfermagem.com Duração da imunidade • difteria e coqueluche: alguns anos; • tétano: aproximadamente 10 anos. Indicações Toda criança acima de 2 meses de idade. Contra-indicações É contra-indicada em crianças com doença neurológica em atividade e nas que tenham apresentado, após a aplicação da dose anterior: • convulsão nas primeiras 72 horas; • encefalopatia nos primeiros 7 dias; • colapso circulatório, com estado tipo choque ou com EHH (episódio hipotônico-hiporesponsivo), até 48 horas após a administração da vacina; • reação anafilática. Nestes casos, está indicado o uso da vacina dupla tipo infantil. Efeitos adversos mais comuns • dor, vermelhidão e enduração local; • febre; • mal-estar geral e irritabilidade, nas primeiras 24 a 48 horas. Observação • primeiro reforço com 15 meses de idade, respeitando intervalo mínimo de 6 meses entre a terceira dose e o primeiro reforço; • segundo reforço somente para crianças que fizeram o primeiro reforço da tríplice até três anos de idade. Vacina contra a difteria e o tétano Vacina Dupla tipo Adulto (DT) Composição Toxóide diftérico e toxóide tetânico, sendo o primeiro em menor quantidade. Proteção Contra difteria e tétano. Dose 0,5 ml. Observar instruções do fabricante. Número de doses 3 (três) doses. Intervalo entre as doses O intervalo mínimo entre a 1ª e a 2ª dose é de 30 dias, embora o recomendado seja 60 dias; e 180 dias entre a 2ª e a 3ª dose. Idade para o início da vacinação A partir de 7 anos (idade mínima). Conservação em nível local Entre + 2° C e + 8° C, ao abrigo da luz solar direta, evitando o congelamento. Validade após abertura do frasco Até terminar o frasco. Via de administração Intramuscular profunda. Local de aplicação Deltóide, vasto lateral da coxa e Hoschtetter. 91 BlogEnfermagem.com Cuidados especiais na administração • agitar levemente o frasco; • aspirar o volume a ser administrado, verificando a dosagem correta. Eficácia esperada • contra difteria: 95 a 98%; • contra tétano: aproximadamente 100%. Duração da imunidade • difteria: alguns anos; • tétano: aproximadamente 10 anos. Indicações • crianças acima de 7 anos de idade; • qualquer pessoa que não tenha recebido nenhuma dose de vacina tríplice ou de vacina dupla tipo infantil ou tríplice acelular, ou que não completaram o esquema básico, ou cujo estado vacinal não seja conhecido, ou ainda como reforço da vacinação com DPT (tríplice) ou com a dupla tipo infantil (dT) ou com a tríplice acelular. Efeitos adversos mais comuns Febre, dor, rubor e calor no local da aplicação. Apresentação Sob forma líquida: • em ampola de dose única; • em frasco-ampola de 10 ou 20 doses. Vacinação da gestante É realizada para a prevenção do tétano no recém-nato e para a proteção da gestante, com a vacina dupla tipo adulto ou, na falta desta, com o toxóide tetânico. Gestante não vacinada Esquema básico de 03 doses: • 1ª dose - 4 meses de gestação; • 2ª dose - 6 meses de gestação; • 3ª dose - 6 meses após a segunda dose; • reforços de 10 em 10 anos. Observação A 2ª dose deve ser administrada, no máximo, 20 dias antes da data provável do parto. Gestante vacinada Observar o estado vacinal e administrar as doses necessárias para completar o esquema básico de três doses. Reforços de 10 em 10 anos. Antecipar a dose de reforço, se ocorrer nova gravidez cinco anos ou mais, depois da aplicação da última dose. SARAMPO, RUBÉOLA E CAXUMBA Sarampo Doença transmissível, altamente contagiosa, exantemática, viral aguda, caracterizada por febre alta, exantema máculo-papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik. É causada por um vírus, que pertence à família dos Paramexovírus. O único reservatório da doença é o homem, que transmite a doença diretamente a outra pessoa, através das secreções nasofaríngeas expelidas pelo doente ao tossir, espirrar, falar ou respirar, por isso a elevada contagiosidade da doença. Pode ocorrer a transmissão indireta, por objetos contaminados pelas secreções nasofaríngeas. Pode ocorrer, também, contágio por dispersão de gotículas com partículas virais no ar, em ambientes fechados como escolas, creches e clínicas, mesmo depois da saída da pessoa doente do local. 92 BlogEnfermagem.com O período de incubação é, em média, de 10 dias, podendo variar de 7 a 18 dias após a data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema. O período de transmissão da doença é de 4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema, até 4 dias após. O período de maior transmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. As manifestações clínicas do período prodrômico são: febre elevada, acima de 38,5°C, mal-estar geral, tosse, em geral seca e irritante, coriza, conjuntivite, em geral com fotofobia e manchas de Koplik. Pode ocorrer, também, diarréia. Esta fase dura de 2 a 4 dias e é de grande contagiosidade, pelo fato do doente expelir grande quantidade de vírus ao tossir. Período eruptivo ou exantemático: 3 a 4 dias após os sintomas prodrômicos, surge o exantema máculo-papular, lesão característica do sarampo, que é uma erupção cutânea vermelha, que se inicia na face, geralmente na região retroauricular, chegando ao auge 2 a 3 dias depois de seu início, se estendendo, então, pelo tronco e membros. A erupção dura de 4 a 7 dias, podendo ser seguida de descamação furfurácea. A febre dura até o 3º dia do exantema e, caso permaneça depois disso, devemos suspeitar de complicação da doença. Como o sarampo é uma das doenças que mais diminui a resistência, facilita a ocorrência de superinfecção, principalmente em crianças menores de 2 anos e, em especial, nas desnutridas. Complicações mais freqüentes • infecções respiratórias (pneumonia); • otites; • diarréia, com risco de desidratação; • complicações neurológicas. As complicações do sarampo podem deixar seqüelas, como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. Imunidade A doença e a vacina conferem imunidade duradoura. Rubéola É uma doença exantemática, benigna, de baixa morbidade e poucas complicações. No entanto, quando adquirida na gestação, é uma importante causa de morte fetal, aborto ou anomalias graves, como retardo mental, más-formações cardíacas, cegueira e surdez. O agente infeccioso é do gênero Rubivírus, família Togaviridae, sendo o homem o reservatório.Transmite-se de pessoa a pessoa, por meio do contato direto, através das secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. O período de incubação é 14 em 21 dias, em média 17 dias. O período de transmissibilidade varia de 5 a 7 dias antes do início do exantema e, pelo menos, 5 a 7 dias depois. Os sintomas mais freqüentes são febre baixa, surgimento de gânglios retroauriculares e subocciptais, mialgia, com aparecimento de exantema pruriginoso na face e espalhando-se rapidamente pelo corpo. A imunidade pode ser adquirida por meio de infecção natural ou pela vacinação. Caxumba É uma doença sistêmica, transmissível, de etiologia viral, causada por um vírus RNA da família Paramyxviridae, transmitida pela via respiratória e caracterizada pela inflamação das glândulas salivares, principalmente as parótidas, e por meningite, orquite ou ooforite. O reservatório é o homem e transmite-se de pessoa a pessoa, por meio de contato direto com secreção nasofaríngeas de pessoas infectadas. O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 18 dias. A transmissibilidade ocorre entre 6 e 7 dias antes da parotidite, principalmente 2 dias antes até 9 dias depois do início da doença. Inicia com febre, cefaléia e vômitos. Cerca de 1 a 2 dias após este período, apresenta aumento das parótidas ou glândulas salivares, 93 BlogEnfermagem.com geralmente bilaterais, com duração em torno de 5 dias. A imunidade é adquirida por meio da doença e da vacina. Vacina Tríplice Viral ou Vacina Triviral É uma vacina de vírus vivo atenuado. Proteção Contra sarampo, rubéola e caxumba. Dose 0,5 ml. Observar instruções do fabricante. Número de doses Uma (1) dose aos 12 anos de idade. Conservação em nível local De + 2°C a + 8°C, protegida da luz solar direta. Apresentação Sob a forma liofilizada acompanhada de diluente. Validade 8 horas após a diluição da vacina. Via de administração Subcutânea. Local de aplicação Região do deltóide, na face externa da parte superior do braço. Cuidados especiais na administração O diluente deve estar na mesma temperatura da vacina. Aspirar o diluente, injetar o diluente vagarosamente pelas paredes do frasco, fazer movimento rotativo com o frasco para uma perfeita homogeneização da vacina. Aspirar o volume a ser administrado. Eficácia esperada De 90% a 95%. Duração da imunidade Prolongada. Indicação Toda pessoa a partir de 12 meses de idade. Contra-indicação • gravidez; • administração de imunoglobulina humana, sangue total ou plasma, nos 3 meses anteriores; • pessoas com reação anafilática após a ingestão de ovo. Efeitos adversos mais comuns Hipertermia e/ou discreto exantema e/ou parotidite, entre o 5º e o 21º dia. TUBERCULOSE Doença infecto-contagiosa produzida por um bacilo chamado bacilo de Koch ou Mycobacterium tuberculosis. Quando o bacilo é inalado, a lesão inicial instala-se nos pulmões em 95% dos casos, constituindo o foco primário. Daí, os bacilos atingem os vasos linfáticos e invadem os gânglios regionais, formando-se, assim, o complexo primário. A partir desses gânglios, os bacilos podem disseminar-se por via linfo-hematogênica, determinando complicações mais graves, que são as formas miliar e meníngea e que atingem, principalmente, os menores 94 BlogEnfermagem.com de um ano, levando freqüentemente ao óbito. O principal reservatório é o indivíduo doente (bacilífero). O indivíduo infectado é o reservatório secundário e, em algumas regiões, o gado bovino doente. Após a infecção pelo bacilo, transcorrem, em média, 4 a 12 semanas até a detecção das lesões primárias. Os casos novos da doença ocorrem em torno de 12 meses após a infecção inicial. A transmissão é plena enquanto o doente estiver eliminando bacilos (bacilífero) e se transmite de pessoa a pessoa, através das gotículas de Wells, que são eliminadas pela tosse. O quadro clínico não apresenta nenhum sinal ou sintoma característico. Observa-se, normalmente, comprometimento do estado geral, febre baixa vespertina com sudorese, inapetência e emagrecimento. Quando a doença atinge os pulmões, o indivíduo pode apresentar dor toráxica e tosse produtiva, acompanhada ou não de escarros hemoptóicos. A tuberculose é uma doença grave, porém curável, desde que obedecidos os princípios do tratamento. A infecção, a doença e a vacina conferem imunidade relativa e de duração variável. Vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin) intradérmica Composição É preparada com bacilos vivos, a partir de cepas atenuadas de Mycobacterium bovis. Proteção Contra tuberculose. Dose 0,1 ml. Número de doses Única. Idade • mínima: a partir do nascimento; • máxima: 4 anos, 11 meses e 29 dias. Conservação em nível local Entre + 2°C e + 8°C, protegida da luz solar direta; a luz artificial não causa dano. Validade Após a diluição, a validade da vacina é de 6 horas. Via de administração e local de aplicação Deve ser aplicada rigorosamente intradérmica, na região deltóide, ao nível da inserção inferior deste músculo, no braço direito. As injeções muito profundas podem originar abcessos subcutâneos, seguidos de fistulações. Cuidados especiais na administração • a diluição deve ser feita de modo muito cuidadoso; o diluente deve ser colocado pela parede do frasco e a agitação, para homogeneizar o produto, deve ser bastante delicada; • a dose deve ser lida com exatidão, na escala da seringa. Eficácia esperada A OMS refere 8 estudos controlados da vacinação BCG, com eficácia aproximada de 80%. Duração da imunidade Muitos anos. 95 BlogEnfermagem.com Indicações • toda criança a partir do nascimento até 4 anos de idade; • comunicantes de casos de hanseníase - nestes casos, a vacinação se fará com 2 doses de BCG, aplicadas com intervalo mínimo de 6 meses, considerando a presença de cicatriz vacinal como a primeira dose, independente do tempo transcorrido; • durante a gravidez, recomenda-se adiar a aplicação da BCG. Contra-indicações • além das contra-indicações de caráter geral, deve-se adiar sua aplicação nas crianças com peso inferior a 2000 gr; • imunodeficiência congênita ou adquirida; • presença de afecções dermatológicas extensas, em atividade. Efeitos adversos mais comuns Não provoca reações gerais. Alguns dias após a vacinação surgem, no local da aplicação, uma úlcera e uma crosta. Esta lesão regride espontâneamente, em média entre a sexta e a décima semana, deixando uma pequena cicatriz. Não é necessário nenhum cuidado especial, nem fazer curativo. Apresentação • liofilizada: - frasco-ampola de 50 doses + 1 ampola de 5 ml de diluente; - frasco-ampola de 20 doses + 1 ampola de 2 ml de diluente; - frasco-ampola de 10 doses + 1 ampola de 1 ml de diluente. RAIVA É uma antropozoonose, transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico, contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. Esta doença representa um importante problema de saúde pública em razão de sempre evoluir para a morte. No ciclo urbano, a principal fonte de infecção são os animais domésticos - cães e gatos, e os animais selvagens - macacos, morcegos, raposas, sagüis, gato do mato, chacal, coiote, jaritaca, guaxinim, mangusto. No Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre. O período de incubação varia de dias até um ano, com média de 45 dias. Em crianças, existe uma tendência para um período de incubação menor. No animal, este período varia de 10 dias a 2 meses. O período de incubação está ligado a: • localização e gravidade da mordedura, arranhadura ou lambedura de animais infectados; • proximidade de troncos nervosos; • quantidade de partículas virais inoculadas. A transmissão em cães e gatos se dá de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo durante toda a evolução da doença, pela eliminação do vírus pela saliva. A morte do animal ocorre, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas. A raiva humana, clinicamente, se apresenta da seguinte forma: de 2 a 4 dias, o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade e inquietude, sensação de angústia, podendo ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de nervos periféricos próximos ao local da mordedura e alteração de comportamento. A infecção progride, surgindo manifestação de ansiedade, hiperexcitabilidade crescente, febre, delírios, espasmos musculares involuntários e/ou convulsões.Ocorrem espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê, ou tenta ingerir, líquidos. Apresenta sialorréia intensa. O quadro evolui, ocorrendo paralisia, até quadro comatoso e óbito. O período de evolução deste quadro, até o óbito, varia de 5 a 7 dias. Não se conhece a existência de imunidade natural do homem. A 96 BlogEnfermagem.com imunidade pode ser adquirida pela vacinação preventiva de pessoas sujeitas ao alto risco de infecção, como veterinários, encarregados de canis, guardas florestais e outros. Vacina anti-rábica humana Composição Suspensão, a 2%, de encéfalo de camundongos lactentes infectados, por via intracerebral, com vírus rábico fixo. Este produto é inativado com radiação ultra-violeta ou beta-propiolactona. Proteção Contra raiva humana. Dose 1 ml. Observar instruções do fabricante. Número de doses Varia de acordo com o tratamento indicado. Intervalo entre as doses De acordo com o tratamento indicado. Conservação em nível local +2°C e + 8°C, protegida da luz solar direta, não podendo ser congelada. Validade após a abertura do frasco Frasco com dose única. Aplicar no momento da abertura do frasco. Via de administração Intramuscular profunda. Local da aplicação Vasto lateral da coxa, Hoschtetter e deltóide. Dependendo do tratamento, a aplicação deve ser feita em locais alternados. Duração da imunidade Não confere imunidade duradoura. Indicação Tratamento profilático da raiva humana. Contra-indicação Não há, exceto acidentes neurológicos, que raramente ocorrem, quando o esquema profilático é prolongado ou repetido. Efeitos adversos mais comuns Dor e vermelhidão, no local da aplicação. Apresentação Forma líquida, em ampolas de 1 dose ou em frascos multidoses. Tratamento profilático anti-rábico humano Tipos de exposição: • leve: arranhadura por unha, mordedura de pele lesada, mordedura única e superficial em tronco ou membros; • grave: lambedura em mucosa, mordedura em cabeça, pescoço e pontas de dedos, mordedura múltipla e/ou profunda em qualquer parte do corpo. Tipos de animais: • cão e gato - leve: observar o animal por 10 dias; se sadio, encerrar o caso; se desaparecido ou morto - vacinação "A"; se raivoso (clínico ou 97 BlogEnfermagem.com laboratorial) - sorovacinação "B"; - grave: observar o animal por 10 dias; se sadio, encerrar o caso; se desaparecido, morto ou raivoso - sorovacinação "B". • bovino, eqüino, caprino, suíno, ovino etc - leve: vacinação "A"; - grave: sorovacinação "B". • animal silvestre (sagüi, macaco e raposa) - leve: vacinação "A"; - grave: sorovacinação "B". • roedores (urbanos e de laboratório) e coelho - não indicar tratamento, em ambos os casos, leve ou grave. • morcego: - sorovacinação, tanto em caso leve quanto grave. Esquema de tratamento pós-exposição ao animal agressor com fuenzalida palácios Vacinação "A": Aplicar 1ml da vacina por dia, via intramuscular, durante 7 dias e aplicar 2 doses de reforço, uma no 10º e outra no 20º dia após a última aplicação da série. Sorovacinação "B": Aplicar 1ml de vacina por dia, via intramuscular, durante 10 dias e 3 doses de reforço, uma no 10º, outra no 20º e mais outra no 30º dia após a última aplicação da série. • soro homólogo: 20 U.I./kg de peso; • soro heterólogo: 40 U.I./kg de peso. Dose única Aplicar 50% da dose ao redor e sob o ferimento, o restante aplicar por via intramuscular. Esquema de tratamento pós-exposição ao animal agressor com a vacina Verorab (cultivo celular com vírus inativo) O esquema de vacinação deverá ser concluído em 28 dias: • caso leve: 5 (cinco) doses - 0 - 3 - 7 - 14 - 28; • caso grave: sorovacinação - 5 (cinco) doses - 0 - 3 - 7 - 14 - 28 mais soro anti-rábico, que deverá ser aplicado no dia 0 ou o mais brevemente possível. Observações • quanto ao ferimento: - lavar o ferimento com água e sabão e desinfetar com álcool iodado ou mercúrio; - não é recomendado suturar a ferida; - avaliar sempre o risco de tétano e/ou infecção. • quanto ao tratamento: - iniciar o tratamento o mais rápido possível; - caso haja interrupção no tratamento, não iniciar nova série; completar as doses prescritas; - evitar uso de bebidas alcoólicas e esforços físicos durante e logo após o tratamento; - a ingestão de carne ou leite de animal raivoso não requer tratamento anti-rábico. Contra-indicações • não tem contra-indicações durante a gravidez; • interromper o uso de corticóides e imunosupressores; • não indicar tratamento para contato indireto através de materiais contaminados com secreções de animais. Observações quanto ao animal agressor • a história vacinal do animal agressor não constitui elemento suficiente para a dispensa da indicação de tratamento anti-rábico humano; • a observação, durante 10 dias, é recomendada apenas para cães e gatos; 98 BlogEnfermagem.com • todos os animais agressores que vierem a óbito, inclusive roedores, deverão ser encaminhados (cérebro e/ou cabeça inteira) para o laboratório de referência, para fazer o diagnóstico laboratorial; Esquema de tratamento pós-reexposição ao animal agressor com a vacina Verorab • com esquema anterior completo - até 90 dias da última dose da vacina: não tratar; - após 90 dias da última dose da vacina: 2 doses - 0 – 3. • com esquema anterior incompleto - até 90 dias da última dose da vacina: completar as doses; - após 90 dias da última dose da vacina: esquema pós-exposição. • nos indivíduos que receberam série completa (7+2 ou 10+3, com ou sem soro) - até 90 dias após a última dose da vacina: não tratar; - após 90 dias da última dose da vacina: 3 doses, em dias alternados. • nos indivíduos que receberam, pelo menos, 3 doses em dias alternados, 5 doses em dias consecutivos ou tratamento pré- exposição completo, proceder da seguinte maneira: - até 20 dias após a última dose da vacina: completar para 7+2; - após 20 dias da última dose da vacina: 3 doses em dias alternados. Observação: Nunca indicar soro anti-rábico em caso de reexposição ao animal agressor. HEPATITE DO TIPO “B” Doença infecciosa causada por um vírus da família Hepadnaviridae, constituído de ácido desoxirribonucleico que possui, como principal característica, o tropismo pelo fígado. Devido à sua alta especificidade, o vírus da hepatite tipo “B” (VHB) infecta somente o homem. Transmite-se através de solução de continuidade em pele e mucosas, relações sexuais e quando desrespeitadas as normas universais de biossegurança, como exposição a agulhas e outros instrumentos contaminados como tatuagem, perfuração de orelha, procedimentos odontológicos, cirúrgicos, hemodiálise, transfusão sanguínea e seus derivados e uso de drogas endovenosas. Pode ocorrer também a transmissão perinatal, ou seja, da mãe portadora do vírus para o recém-nascido, e contatos domiciliares. O período de incubação varia de 45 a 180 dias e, em média, de 60 a 90 dias. A hepatite do tipo “B” é transmitida pelo sangue de uma pessoa infectada, 2 a 3 semanas antes que comecem os primeiros sintomas, e continua transmitindo pela fase aguda e no estado de portador crônico. Líquidos orgânicos como sêmen, secreção vaginal, saliva e outros, podem conter o vírus. A infecção pode apresentar-se de forma assintomática ou com sintomas que são comuns a outras doenças, como mal-estar, fraqueza, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia ou constipação, evoluindo para o quadro clínico de urina escura (colúria) e icterícia, que caracteriza a hepatite, na fase aguda. Recomenda-se o acompanhamento clínico para avaliação e evolução da doença. Não existe nenhuma restrição alimentar. Recomenda-se repouso relativo. A única contra-indicação é a ingestão de bebidas alcoólicas. Profilaxia • higiene pessoal -uso individual de escova de dente e de aparelho de barbear; • limpeza e esterilização de materiais que entram em contato com sangue humano e seus derivados; • respeito às normas universais de biossegurança; • uso de preservativo na relação sexual; • uso de imunoglobulina específica; • imunização específica contra hepatite tipo “B”. 99 BlogEnfermagem.com Vacina contra hepatite do tipo “B” Composição Engenharia genética (recombinação do DNA). Proteção Contra hepatite tipo "B". Dose • menores de 11 anos: 0,5 ml; • 11 anos e mais: 1 ml. Número de doses 3 doses. Intervalo entre as doses • momento 0 - 1ª dose; • momento 1 - 2ª dose (30 dias após a 1ª dose); • momento 6 - 3ª dose (180 dias após a 1ª dose). Idade para início da vacinação • mínima: ao nascer; • máxima: não há. Conservação em nível local Entre +2°C e +8°C, ao abrigo da luz solar; não deve ser congelada. Validade após abertura do frasco Até terminar o frasco. Via de administração Intramuscular (IM). Local de aplicação • crianças menores de 28 dias: reto femural; • crianças maiores de 28 dias: vasto lateral; • adultos: deltóide. Observação: Não deve ser aplicada na região glútea. Cuidados na administração Agitar levemente o frasco, antes da administração. Eficácia esperada 90%. Duração da imunidade Ainda é pesquisada, mas parece ser duradoura. Indicação Imunização ativa contra a infecção pelo vírus da hepatite tipo "B”. Contra-indicação Reação anafilática seguindo administração de dose anterior. Reações vacinais • local: dor; • geral: mal-estar, febre, fadiga e cefaléia. Apresentação Frasco-ampola de 10 ml ou conforme laboratório produtor. Esquema vacinal para grupo especial Grupos especiais, como usuários de máquina de hemodiálise, hemofílicos e imunodeprimidos, têm esquema diferente do utilizado 100 BlogEnfermagem.com comumente. Para estes, a dosagem utilizada é dupla, seguindo o esquema abaixo: • momento 0 - 1ª dose. • momento 1 - 2ª dose, 30 dias após a 1ª dose; • momento 2 - 3ª dose, 60 dias após a 1ª dose; • momento 6 - 4ª dose, 180 dias após a 1ª dose. Indicação para vacina da Hepatite B • hemofílicos; • usuários de hemodiálise; • profissionais de saúde, como enfermeiros, odontólogos, bioquímicos, médicos; • auxiliares e técnicos de enfermagem, auxiliares de higiene, auxiliares de odontologia (THD), auxiliares de necropsia e técnicos de laboratório de análises clínicas; • politransfundidos; • recém-nascido de mãe portadora de hepatite tipo B; • parceiros sexuais de portadores de hepatite tipo B; • profissionais do sexo; • homossexuais; • pessoas de serviços de lavanderias hospitalares; • padioleiros; • bombeiros; • policiais rodoviários; • policiais civis; • estudantes de medicina, odontologia, enfermagem e de farmácia e bioquímica; • pessoal das forças armadas; • doador sistemático de sangue; • portadores de hepatite C; • vítimas de abuso sexual; • exposição ao sangue de pacientes portadores de hepatite B; • pessoas HIV positivas ou imunocomprometidas; • populações indígenas; • transplantados; • usuários de drogas endovenosas; • internos, alunos e funcionários de unidades de atendimento psiquiátrico; • talassêmicos; • vacinação de rotina para menores de 20 anos. VARICELA A varicela é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus Varicela-zoster. Caracteriza-se, inicialmente, por uma erupção vesicular exantemática e pruriginosa, acompanhada por febre e, em alguns casos, por outros sintomas sistemáticos. A varicela segue um curso benigno na maioria das crianças, contudo, pode ocorrer complicações, especialmente em imunodeprimidos, neonatos e adultos. A complicação mais comum é a infecção bacteriana secundária de partes moles. O período de incubação é de 14 a 21 dias e o período de transmissão é de 1 a 2 dias antes do aparecimento do exantema até 5 a 6 dias após as lesões regredirem ou evoluírem para crostas. Vacina contra a varicela Composição Consiste em uma preparação liofilizada do vírus Varicela-zoster, cepa oka, com vírus vivo atenuado, obtido a partir da propagação do vírus em cultura de células diplóides humanas. Proteção Imunização ativa contra varicela, nos indivíduos vacinados. Dose 0,5 ml ou conforme fabricante. 101 BlogEnfermagem.com Número de doses Única. Idade A partir dos 12 meses de idade. Conservação Entre 2°C e 8°C, protegida da luz solar direto. Validade Aplicar imediatamente, após diluição. Via de administração Subcutânea. Local de aplicação Região do deltóide. Contra-indicações • alergia a qualquer componente da vacina; • indivíduos em tratamento com imunossupressores; • uso de corticóides, em doses imunossupressoras; • crianças imunodeprimidas devem ser avaliadas por especialistas. Eventos adversos • eritema ao redor da aplicação; • febre; • erupção cutânea, de 7 a 12 dias após a administração da vacina. Apresentação É apresentada sob a forma liofilizada, em frasco de dose única, acompanhada do diluente. Observação Aplicar as vacinas no mesmo dia ou respeitar intervalo de 15 dias antes e depois da imunização com vacina de microorganismo vivo atenuado (triplíce viral ou sarampo e febre amarela ). Para não esquecer • Todos os meses, deve ser feito levantamento das cadernetas de vacinação ou fichas das crianças, para se obter informações sobre o número de crianças com vacina em atraso. • Após o levantamento, proceder as visitas domiciliares para buscar os faltosos. • O boletim mensal de vacinação, o mapa mensal de consumo e o mapa de temperatura da geladeira devem ser fechados no dia 20 de cada mês e entregue nos dois dias úteis após. • Todas as vezes que faltar luz ou que, por qualquer outro motivo houver alteração na temperatura da geladeira, suspender a vacinação e telefonar imediatamente para o nível central, que avaliará a situação. Não esquecer de anotar a temperatura da geladeira, na hora em que foi detectado o problema. • Devemos levar sempre em consideração o estado vacinal do indivíduo, ou seja, o número de doses administradas anteriormente. CONSERVAÇÃO DAS VACINAS O refrigerador ou geladeira é um elemento indispensável ao trabalho do Centro de Saúde, porque pode preservar ou prejudicar toda a eficácia do programa de vacinação. Posição correta • do refrigerador - em lugar não exposto aos raios solares e longe de qualquer fonte de calor, como estufas e autoclaves; 102 BlogEnfermagem.com - em lugar bem nivelado, perfeitamente horizontal; - a uns 20 cm da parede situada por trás; caso seja instalado em vão de parede, manter um espaço de 12 cm na parede superior, para que haja boa circulação de ar; • do termômetro - o sensor deve estar em um recipiente com água, na segunda prateleira da geladeira. - evitar colocar vacinas em sacos plásticos; caso haja necessidade, os sacos pláticos devem ser perfurados, para permitir uma perfeita circulação de ar frio, não devendo ser utilizados por muito tempo. • do diluente - os diluentes das vacinas liofilizadas podem ser conservados na temperatura ambiente, quando existe muito estoque de vacina no Centro de Saúde, porém devem estar na temperatura da vacina, quando forem utilizados; para tanto, devem ser colocados na geladeira por um período mínimo de 6 horas antes do uso. Pontos importantes a serem observados • Não coloque alimentos, água potável ou outras bebidas, junto às vacinas. • A temperatura deve ser mantida entre +2°C e +8°C, caso contrário, as vacinas correm o risco de ficar inutilizadas. • A porta do refrigerador deve permanecer fechada durante todo o tempo possível, especialmente quando faltar energia elétrica. • A tomada ou conexão com a fonte de energia elétrica deve ser exclusiva para a geladeira; evite sobrecarregá-la com o uso do “T” ou “benjamim” que, pelo seu peso, pode acarretar uma desconexão acidental, desligando o refrigerador. • Na falta de luz, procure se informar sobre o tempo que faltará energia elétrica e, dependendo deste, retire as vacinas e coloque-as em isopor com gelo, para a conservação da temperatura ou envie-as ao Nível Central da Secretaria Municipal da Saúde, até a normalização da energia. O congelador Quando o gelo depositado nas paredes do congelador atingir a espessura de 1cm, a geladeira deverá ser descongelada. O excesso de gelo no congelador prejudica a temperatura interna, exigindo maior consumo de energia elétrica. Se a geladeira do Centro de Saúde forma, constantemente, camadas de gelo no congelador, alguma coisa está errada. As causas mais comuns são: 103 • da vacina no refrigerador - os frascos e as ampolas de vacinas devem ser colocados em bandejas perfuradas ou porta-talheres vazados, sobre as prateleiras centrais da geladeira; - as bandejas permitem a separação de vacinas de tipos diferentes e o escoamento da água, mantendo os frascos secos e com os rótulos íntegros; - não colocar vacinas nas prateleiras inferiores, nem nos espaços da porta; - essas bandejas não devem ser tampadas, para que haja melhor circulação do ar frio; por este motivo, também as prateleiras da geladeira não devem ser cobertas com vidro, toalha ou outro material; - para que as caixas de vacinas tenham a mesma temperatura, é importante armazená-las de modo que o ar frio possa circular livremente, ou seja, deixar espaço de aproximadamente dois dedos entre elas; BlogEnfermagem.com • defeito no termostato (disco de controle da temperatura); • ausência ou defeito da porta do congelador; • defeito na vedação (borracha, trinco, fecho magnético) da porta do refrigerador; • queda ou excesso de voltagem da rede elétrica; nestes casos, usar estabilizador de voltagem; • a geladeira pode estar sendo aberta várias vezes durante o dia. Limpeza do refrigerador • de preferência às segundas e terças-feiras, ou quando o estoque for pequeno; • transfira as vacinas para outro refrigerador ou isopor com gelo, assegurando-se que, no intervalo do degelo, a temperatura recomendada para as vacinas seja mantida (+2°C a +8°C); • desligue a tomada da parede e abra as portas do refrigerador e congelador; mantenha assim, até que o gelo aderido se desprenda por si só; se houver ventilador no Centro de Saúde, deixá-lo ligado voltado para o congelador, apressando o degelo; • não use faca ou outro objeto pontiagudo para remover mais depressa o gelo, pois isto poderia danificar os tubos de refrigeração; • aproveite o degelo para limpeza geral do refrigerador; depois de escorrer a água do degelo, limpe o congelador e os demais recipientes - bandeja e prateleiras - com um pano umedecido em uma solução de água e sabão neutro; • nunca jogue água no interior do refrigerador; • para enxugar, use um pano limpo e para a limpeza externa da geladeira, proceda da mesma maneira; • ao ligar novamente a geladeira, mantenha as portas fechadas durante 3 horas; • verificar, no termômetro, a temperatura interna e depois, zere o termômetro; quando estiver entre +2°C e +8°C, recoloque as vacinas, dispondo-as corretamente na geladeira. Conservação do frio Deve-se retirar a gaveta plástica para legumes, que se encontra na parte inferior da geladeira. Em seu lugar, distribuir garrafas de plástico flexível de 1 litro com água, que ajudam a esfriar rapidamente o ar quando se demora a fechar a porta ou quando há falta de energia elétrica por poucas horas. Transporte das vacinas • transportar as vacinas em caixas térmicas com tamanho adequado à quantidade de vacinas a serem transportadas; • estabelecer uma proporção entre a quantidade de imunobiológicos e o gelo reciclável; • organizar a caixa térmica da seguinte maneira: - fazer climatização dos gelos recicláveis que serão utilizados; - colocar o gelo reciclável no fundo da caixa térmica; - colocar o gelo reciclável nas paredes da caixa térmica; - colocar os imunobiológicos no centro da caixa térmica; - colocar o gelo reciclável para cobrir os imunobiológicos; • controlar a temperatura interna da caixa térmica com termômetro com cabo extensor; • vedar a tampa da caixa térmica com fita adesiva gomada, não deixando frestas ou folgas; • identificar a caixa térmica externamente, indicando o destinatário; • manter a caixa térmica à sombra e longe do motor do veículo, durante o percurso; • verificar, no momento do recebimento, a temperatura do interior da caixa térmica e conferir, junto à nota de entrega, as quantidades, lotes e validades dos imunobiológicos recebidos. Verificação da temperatura • verificar, no mínimo, duas vezes por dia, a temperatura da zona central do refrigerador, anotando-a na ficha de controle da temperatura; • a temperatura diária deve ser mantida entre +2°C e +8°C. 104 BlogEnfermagem.com 105 Alteração da temperatura da geladeira Avaliar as causas da alteração e procurar corrigí-las, antes de modificar a graduação do termostato; podem causar alteração: - abertura freqüente da geladeira; - falta de garrafas com água na parte inferior da geladeira; - temperatura ambiente; - excesso de gelo no congelador. Em um refrigerador elétrico, procurar o disco de controle da temperatura ou termostato que, geralmente, possui números e, às vezes, as palavras “mais frio” e “menos frio” e gire lentamente o disco. Geralmente, um número mais alto corresponde a uma temperatura mais fria. Espere uma hora ou mais para verificar a nova temperatura. Em caso de defeito do refrigerador: • verifique se há fusíveis queimados, no Centro de Saúde; • verifique se a tomada está perfeitamente ligada ou se o fio não está partido; • se o defeito não for solucionado, coloque as vacinas em um isopor com gelo e comunique-se imediatamente com o nível central, com as seguintes informações disponíveis: - tempo em que a geladeira ficou desligada, - temperatura máxima, mínima e atual, - estoque de vacina existente na geladeira, - providências tomadas para proteger as vacinas, - data de vencimento de cada lote de vacina, - temperatura no momento da interrupção do funcionamento; • caso haja dúvida sobre a perda de potência das vacinas por falta de refrigeração, estas não deverão ser aplicadas. Disposição do material no interior da geladeira Observação: Não colocar garrafas na porta da geladeira, pois o peso pode impedir a vedação correta do refrigerador. Para não esquecer • se for administrada uma vacina mal conservada: - a vacina não protegerá essa pessoa contra a doença, deixando-a susceptível; - o serviço de saúde gasta dinheiro em vão; - a equipe do Centro de Saúde desperdiça tempo e trabalho; - essa pessoa perderá a confiança nos serviços de saúde. • portanto, é importante manipular as vacinas e os diluentes com muito cuidado, garantindo que se conservem na temperatura recomendada, ou seja, entre +2°C e +8°C. • nunca utilizar garrafas de vidro, pela possibilidade de se quebrarem; • não se deve tomar a água que está nas garrafas da geladeira de vacina; • não conserve diluentes nem vacinas no congelador. • descongele a geladeira, de preferência de segunda a terça-feira, pelo período da manhã, pois qualquer problema que surgir poderá ser corrigido no período da tarde e haverá tempo para que a Vigilância Epidemiológica tome alguma medida, se houver necessidade; • qualquer alteração na temperatura da geladeira deve ser comunicada à Vigilância Epidemiológica; • abrir ficha de reação vacinal, caso as reações que ocorrerem sejam diferentes da esperada em relação à vacina utilizada. 6 GELO RECICLÁVEL (GELOX) 8 GARRAFAS REFRIGERADORAS VACINAS TERMÔMETRO DE MÁXIMA E MÍNIMA RECIPIENTE COM ÁGUA CABO COM SENSOR DO TERMÔMETRO BlogEnfermagem.com 106 Observações (*1) Contra-indicada para portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida (Aids). Se o BCG não tiver “sinal de pega”, revacinar 6 meses após a 1ª dose. (*2) A gravidez não é contra-indicação para a vacinação contra Hepatite B, uma vez que o antígeno vacinal não tem poder infectante. Entretanto, a vacinação só é indicada quando houver risco de infecção. Em hemodialisados, a dosagem é dupla: até 10 anos, 1 ml; acima de 10 anos, 2 ml. Em crianças prematuras - com peso abaixo de 2 kg ou idade gestacional abaixo de 28 semanas -, realizar 4 doses de Hepatite B: 1 dose ao nascer, 1 dose com 1 mês, 1 dose com 2 meses e a 4ª dose, 6 meses a partir da 1ª dose. (*3) Nas campanhas de vacinação, aplicar a vacina de 0 até 4 anos, 11meses e 29 dias, independentemente das doses recebidas anteriormente. A Vacina Sabin é contra- indicada para crianças com imunodeficiência congênita ou adquirida (Aids) e para aquelas que têm contato domiciliar com portadores de Aids. Nestes casos usar a vacina Salk. (*4) Em casos de bloqueios de suspeita de rubéola ou sarampo, usar a vacina Triviral a partir dos 6 meses de idade, de forma seletiva. As crianças menores de 1 ano, vacinadas nos bloqueios, devem ser revacinadas aos 12 meses, observando-se o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. (*5) Esta vacina está disponível em Florianópolis para crianças na faixa etária de 12 meses a 1ano 11meses e 29 dias. (*6) No estado de SC, só é indicada para pessoas que irão viajar para áreas endêmicas ou para países que exijam o Certificado Internacional de Vacinação Contra a Febre Amarela. (*7) Para prevenção do tétano neonatal, a gestante deverá ser vacinada de acordo com história vacinal anterior (TT, dT ou DPT) e o início da vacinação deverá ser o mais precoce possível, evitando-se o primeiro trimestre. Em gestantes e em ferimento com risco de tétano, o reforço diminui para 5 anos. (*8) Referente ao 2º reforço: somente para crianças que fizeram o 1º reforço da DPT com menos de 3 anos de idade. ESQUEMA BÁSICO DE IMUNIZAÇÃO VACINA Proteção contra Idade para início da vacinação Número de dose Intervalo entre as doses (vacinação básica) Mínima Máxima Vacinação básica Reforço Mínimo Recomendado BCG (*1) Contra Hepatite “B” (*2) Antipólio Oral (*3) Tetra Triviral (*4) Contra Varicela (*5) Contra Febre Amarela (*6) Dupla Adulto (DT) Toxóide (TT) (*7) Tríplice (DTP) (*8) Formas graves de Tuberculose Hepatite tipo “B” Poliomielite Difteria, Coqueluche e Tétano Doenças invasivas do Haemophilus Influenzae Tipo B Sarampo, Rubéola, Caxumba Varicela Febre Amarela Difteria, Tétano Difteria, Coqueluche, Tétano ao nascer ao nascer 2 meses 2 meses 12 meses 12 meses 6 meses 7 anos ---- ---- menores de 20 anos 4 anos 4 anos ---- ---- ---- ---- ---- 1 dose 3 doses 3 doses 3 doses 1 dose 1 dose 1 dose 3 anos ---- 15 meses ---- 6 meses após 3a dose ---- ---- ---- de 10 em 10 anos de 10 em 10 anos 1o REF 6 meses após 3a dose 2o REF 5 anos 45 dias entre a 1a e 2a dose - 30 dias entre a 1a e 3a dose - 180 dias 60 dias 60 dias ---- ---- ---- entre a 1a e 2a dose - 60 dias entre a 2a e 3a dose - 180 dias ---- 60 dias ---- 45 dias 30 dias ---- ---- ---- 30 dias ---- Via de Administração 0,1 ml ID. 0,5 ml IM até 10 anos 1 ml acima de 10 anos 02 gotas oral 0,5 ml IM 0,5 ml SC 0,5 ml SC 0,5 ml SC 0,5 ml IM 0,5 ml IM BlogEnfermagem.com 107 VACINAS QUE EM DETERMINADO TEMPO ENTRAM NO ESQUEMA VACINA Proteção contra Idade para início da vacinação Número de dose Intervalo entre as doses (vacinação básica) Mínima Máxima Vacinação básica Reforço Mínimo Recomendado HiB Monovalente Rubéola Contra Vírus Inlfuenzae (Gripe) Anti-Rábica Contra Pneumococo Tríplice Acelular Haemophilus influenzae Tipo B Rubéola Gripe causada pelo vírus influenzae Raiva Infecção pelo Pneumococo Difteria, Tétano, Coqueluche 2 meses 12 anos 60 anos ---- ---- 2 meses 4 anos 49 anos ---- ---- ---- 6 anos 3 doses 1 dose 1 dose Conforme exposição e animal 1 dose 3 doses ---- ---- anual ---- a cada 5 anos 6 meses após 3a dose 5 anos 60 dias ---- ---- ---- 60 dias 30 dias ---- ---- ---- 30 dias Via de Administração 0,5 ml IM. SC 0,5 ml IM 1 ml IM 0,5 ml IM 0,5 ml IM DEPENDE DO ESQUEMA ADOTADO LOCAL DE APLICAÇÃO Grupo etário Vasto Lateral Ventro-glútea (hoschtetter) Dorso-glútea Deltóide 0 - 28 dias 29 dias - 1 ano 1 - 2 anos 2 - 10 anos Adolescentes e adultos Adultos com mais de 60 anos Ântero-Femural 2o lugar 2o lugar 2o lugar 2o lugar 2o lugar 1o lugar 1o lugar 1o lugar 1o lugar 1o lugar 1o lugar Contra-indicado Contra-indicado 3o lugar 3o lugar 3o lugar 3o lugar Contra-indicado Contra-indicado Contra-indicado Contra-indicado 4o lugar 4o lugar BlogEnfermagem.com 10911 Exame preventivo do câncer do colo do útero e exame de mamas BlogEnfermagem.com ROTINAS DESTE SERVIÇO NA REDE BÁSICA Recepção, Triagem e Agendamento • atender a toda usuária que comparecer ao serviço, independente de ter requisição médica; • atender usuárias de outras localidades, orientando-as e encaminhando-as às suas áreas de abrangência; • agendar, em livro próprio, os casos de impossibilidade de atendimento no mesmo dia, orientando, verbalmente e por escrito, quanto aos pré- requisitos para a realização do exame; • dar prioridade aos casos com resultados anteriores a partir de displasia leve (Classe III) ou com indicação de repetição do exame, dada pelo médico ou laboratório; • questionar a usuária, no dia da coleta do exame, quanto a estar de acordo com os critérios para realização do exame. Preparação da usuária Para realizar o exame, a usuária precisa observar os seguintes cuidados: • estar há 2 dias (48 horas) sem manter relação sexual; • aguardar 7 dias após a menstruação; • aguardar 7 dias após o término do uso de cremes vaginais; • aguardar 2 dias após ter feito exame ginecológico; • no dia do exame, poderá tomar banho e fazer sua higiene íntima, normalmente; deverá apenas evitar sabonetes muito perfumados e não fazer ducha interna. Realização do exame • checar o prontuário da usuária e revisar o seu histórico; • confirmar com a usuária se ela está de acordo com os critérios estabelecidos para a coleta do material para o exame; • preencher ou revisar a “Ficha de Preventivo de Câncer”, atualizando-a; • orientar a usuária, conforme o exame a ser realizado, para urinar, tirar a roupa e vestir-se com a camisola ou o avental do serviço; • preparar lâminas: - retirá-las da solução de limpeza (álcool 70°), - secá-las com gaze, - identificar, na parte fosca com lápis preto: sobrenome da cliente, número do município, número do Centro de Saúde e número do prontuário; • preparar outros materiais a serem utilizados: - espéculo, -pinça com torunda, se necessário, - espátula de Ayre, - escova endocervical (se coleta tríplice), - luvas ginecológicas descartáveis; • executar o exame das mamas, realizando: - inspeção das mamas, - palpação de gânglios, - palpação das mamas, em decúbito dorsal, - expressão dos mamilos: . coleta de secreção mamilar, . colher material mamilar, sempre que houver secreção não relacionada ao aleitamento, - para coleta da secreção mamilar, utilizar uma lâmina para cada mama, identificando-a como para a amostra da colpocitologia e acrescentando: Mama D. (direita) e Mama E. (esquerda), - fazer a expressão do mamilo, acumulando uma “gota”, - esfregar a lâmina nesta secreção, de modo a dar uma boa amostra, - fixar, logo a seguir, com o fixador citológico; • executar o exame do colo do útero: - colocar a usuária em posição ginecológica, - realizar inspeção da genitália: . observar vulva e períneo, . observar presença de corrimentos vaginais, - realizar exame especular: 111 BlogEnfermagem.com . introduzir o espéculo de tamanho adequado, . inspecionar parede vaginal, fundo de saco e colo uterino, - proceder a coleta de material dupla ou tripla, para a citologia, na seguinte seqüência: 1. fundo de saco vaginal posterior, 2. ectocérvice, 3. endocérvice, - proceder o esfregaço laminar, de acordo com a ordem de coleta do material, dispondo-o de forma vertical ou horizontal, uma amostra após a outra: porção proximal, mediana e distal da lâmina; - proceder a fixação dos esfregaços no menor tempo possível (máximo de 20 segundos), garantindo que toda a amostra seja atingida pelo fixador; - deixar a lâmina secar em cuba ou bandeja apropriada, dispondo-a de forma inclinada; - retirar o espéculo vaginal devagar, tracionando-o e lateralizando-o (desviar do meato uretral); - colocar o espéculo e a pinça, quando for o caso, em balde com água e sabão; - informar a usuária do término do exame; - auxiliá-la a sair da mesa e orientá-la para vestir-se; - organizar a mesa e o material para o próximo exame; - registrar, na ficha de coleta do preventivo do câncer, o número de lâminas colhidas e outras anotações que achar necessário; - fazer o registro do atendimento no prontuário da usuária, na sequência de SOAP; - proceder as anotações gerais e específicas, encaminhamentos e retorno da cliente, de acordo com a data provável do resultado do exame laboratorial; - fazer anotações no livro de registro e controle. Observação Orientar e estimular a usuária para fazer auto-exame sete (7) dias após cada período menstrual, alertando-a para a importância da detecção precoce de patologias nas mamas. Envio do material ao laboratório • conferir as lâminas, de acordo com as Fichas de Preventivo de Câncer, acondicionando-as em penal(is) próprio(s); • enviar ao laboratório, através do veículo de coleta de material da SMS/PMF, em dia determinado como rotina. Resultados • interpretar e avaliar o resultado dos exames, encaminhando ao médico sempre que for necessário; • anotar o resultado no Livro de Registros do Preventivo; • arquivar a ficha no prontuário da usuária; • fornecer o resultado do exame à usuária, entregando-lhe a cópia fornecida pelo laboratório; • proceder a busca ativa das clientes com resultados de displasia leve, moderada, acentuada, carcinoma in situ ou carcinoma invasor. Realização do exame de mamas O exame de mamas realizado pelo profissional de saúde, bem como o auto-exame, é um processo simples e detecta o câncer em seu estágio inicial, quando a possibilidade de cura e de preservação das mamas é grande, o que poderá salvar a vida da mulher. O profissional de saúde ao proceder este exame na usuária fará, concomitantemente, orientações para que a mesma realize o seu auto-exame mensalmente, uma (1) semana após a menstruação ou, se a usuária não menstruar mais, estabelecer um dia fixo, por exemplo, toda última sexta-feira do mês. Preparação para o exame das mamas • pelo examinador: providenciar boa iluminação; • pela cliente: esta deverá despir-se até a cintura, de frente para o 112 BlogEnfermagem.com examinador e um espelho grande; • em posição sentada, com os MMSS dispostos naturalmente ao longo do corpo, inicia-se o exame, que abrangerá 3 etapas: inspeção, palpação e expressão. Inspeção • inspeção estática - compare o contorno das mamas, observe tamanho, formato das mamas e dos mamilos, eritemas, edemas, pele em casca de laranja, achatamento ou contorno normal, pigmentação da aréola, presença de circulação venosa; • inspeção dinâmica - solicitar à cliente que execute manobras como: - movimentos lentos, a fim de elevar os braços esticados e paralelos, até que as pontas dos dedos estejam apontadas para o teto; em seguida, abaixá-los lentamente; - braços fletidos na altura do queixo, exercendo pressão do punho contra a mão oposta; - pressão exercida pelos braços sobre os quadris, contraindo a musculatura do grande peitoral; Observação Estas manobras são realizadas com a finalidade de evidenciar alguma anormalidade no parênquima mamário ou exacerbar aquelas que, porventura, já foram verificadas na inspeção estática, como retração e abrandamento. Palpação dos gânglios supraclaviculares e axilares • palpar a área supraclavicular, com a face palmar dos dedos da mão dominante e, em seguida, proceder palpação dos gânglios axilares; para facilitar a palpação, torna-se necessário que a cliente repouse seu braço sobre a mão do examinador, favorecendo, assim, o relaxamento da musculatura peitoral e, com a outra mão (dominante), usar a face palmar dos dedos para palpar delicadamente os gânglios localizados na parede toráxica, através do oco axilar (axila); caso sejam palpáveis, anotar tamanho, número, consistência, mobilidade, se estão fixados aos planos profundos ou à pele e a percepção sensorial da usuária; a palpação deverá ser conduzida com suavidade, sem movimentos bruscos, para não causar dor, possibilitando que se estabeleça um clima de segurança e confiança, facilitando a realização do exame; • deitar a usuária, com os MMSS elevados e fletidos com as mãos sob a nuca; • palpação em quadrantes: - palpar delicadamente e de maneira ordenada, conforme a divisão em quadrantes; 113 - iniciar no QSE e continue no sentido dos ponteiros do relógio, examine toda a superfície com as polpas digitais da mão dominante espalmada, com a finalidade de caracterizar as anormalidades porventura encontradas. Observação Em caso de anormalidades, o examinador deverá descrever no prontuário da usuária e encaminhá-la para consulta médica. Quando se observar presença de massa palpável, dever-se-á procurar caracterizá- la, determinando o quadrante, a consistência, o tamanho e se há 1. QSI - quadrante superior interno 2. QSE - quadrante superior externo 3. QII - quadrante inferior interno 4. QIE - quadrante inferior externo 2 1 4 3 1 2 3 4 BlogEnfermagem.com sensação dolorosa a palpação. Se a alteração encontrada for uma lesão localizada numa superfície visível, deve também ser avaliada quanto à sua cor. Expressão dos mamilos Com o propósito de avaliar a existência de secreção, executar moderada pressão sobre a auréola e mamilo, deslizando o dedo indicador sobre projeção dos ductos, até chegar na auréola, comprimindo-a. Após esta manobra, será observada a saída ou não de secreção mamilar.Toda secreção que surgir, quando não relacionada com a lactação ou gravidez, deverá ser anotada no prontuário da usuária, classificando-a da seguinte maneira: • serosa: quando o líquido for claro e fluido; • sero-sanguinolenta: líquido tipo água de carne crua; • purulenta: líquido espesso, amarelo; • esverdeada: fluido viscoso de coloração esverdeada. Em situação normal, de gravidez ou lactação, encontramos as seguintes secreções: colostro - líquido claro e turvo; ou secreção láctea - leite. Nos casos em que for encontrada secreção sero-sanguinolenta, purulenta ou esverdeada, proceder coleta de amostra para citologia de mama, de acordo com a descrição já feita na realização do “Exame Preventivo do Câncer”. Importante Para as usuárias que estiverem amamentado, muita atenção para qualquer queixa referente à mama, considerando sempre a possibilidade de sinais de infecção: queixa de dor intensa, presença de áreas dolorosas e endurecidas, hipertermia acompanhada ou não de calafrios, hipertrofia de gânglios linfáticos na região axilar, secreção purulenta. Ao detectar qualquer um destes sinais, encaminhar a usuária para atendimento médico. 114 BlogEnfermagem.com 11512 Teste do pezinho BlogEnfermagem.com COLETA DE AMOSTRAS DO TESTE DO PEZINHO Material necessário • os postos de coleta (unidades de saúde, maternidades, APAEs) do município recebem o material utilizado para a coleta de amostras: - 1 envelope, - 1 cartão de coleta, - 1 lanceta descartável para cada criança; • os postos de coleta devem providenciar o registro dos dados de todas as crianças, cujas coletas de amostras serão enviadas ao LACEN, contendo: - nome da criança, - nome da mãe, - nome do pai, - data de nascimento, - peso ao nascer, - data da coleta, - endereço completo, - telefone para contato, - nº do registro local, - resultado, - data da chegada do resultado. Sugestão para registro dos dados: Nome da criança: Registro local: Peso ao nascer: Data de nascimento Fez transfusão? Data da transfusão: Data da coleta: Nome da mãe: Nome do pai: Endereço completo dos pais: Fone: Resultados: Data: Observações: • recém-nascido com icterícia ou hepatite - anotar esta ocorrência no envelope e no cartão a serem enviados; • os cartões de coleta, antes de seu uso, devem ficar acondicionados em locais livres de poeira, umidade e ao abrigo do sol; cuidar para que a parte do cartão destinada ao sangue fique protegida; não colocar os cartões ainda não usados na geladeira. Período adequado para a coleta de amostras Uma amostra de sangue adequada para o Teste do Pezinho é aquela coletada entre o 3º dia e o 5º dia de vida do recém-nascido. Por que a coleta só deve ser feita com três (03) dias de vida do recém- nato? A coleta de sangue para o Teste do Pezinho não deve ocorrer antes dos três dias de vida da criança, porque: • existe a ocorrência de elevação fisiológica dos níveis de TSH, quantificado para o diagnóstico precoce do hipotireoidismo congênito, e do 17-OH Progesterona, quantificado para o diagnóstico precoce da hiperplasia adrenal congênita, imediatamente após o nascimento; • para o diagnóstico da fenilcetonúria - níveis sangüíneos aumentados de FAL-, é necessário que o metabolismo protéico da criança já se encontre em plena atividade; isto acontece após alimentação adequada a base de leite de qualquer natureza ou quaisquer proteínas. Se este prazo não for obedecido, poderemos ter resultados falsos positivos e falsos negativos. Por que a coleta deve ser feita até o 5º dia de vida? A coleta de sangue para o Teste do Pezinho deve ocorrer até o 5º dia de vida da criança porque: • nos portadores de hipotireoidismo congênito, o tratamento deve ser iniciado até o 14º dia de vida, para evitar retardo mental; • nos portadores de hiperplasia adrenal congênita, 1/3 dos casos não tratados precocemente, a partir de 14 dias de vida evoluem para insuficiência supra-renal (crise de perda de sal) e risco de óbito nas 117 BlogEnfermagem.com primeiras semanas de vida. O diagnóstico precoce é, também, importante para evitar a virilização progressiva (meninas com genitália ambígüa) e identificação errônea do sexo; • nos recém-nascidos portadores de fibrose cística, o nível da tripsina imunoreativa (IRT) se eleva imediatamente após o nascimento, diminuindo com o passar dos dias. Como a IRT é quantificada para o diagnóstico precoce da fibrose cística, se o 1º teste tiver resultado positivo, uma segunda coleta deve ser feita até a 4ª semana de vida, para confirmação do diagnóstico laboratorial e encaminhamento ao médico para o Teste do Suor. Uma coleta retardada poderá nos dar um resultado falso negativo. Preenchimento dos cartões e dos envelopes • preencher os dados solicitados no cartão e no envelope com letra de forma e legível; • deixar um espaço em branco após cada palavra; • na falta de espaço, abreviar o sobrenome do meio; • preencher completamente os círculos do cartão de coleta com sangue e garantir que o sangue ocupou todo o círculo, tanto na frente quanto no verso do cartão; não fazer camadas superpostas de sangue. Acondicionamento dos cartões com amostras de sangue Após a coleta, secar os cartões somente em temperatura ambiente, na posição horizontal por, no mínimo, 2 horas, evitando-se o contato das amostras com qualquer superfície. Não utilizar formas artificiais de secagem, tais como estufas, ventiladores, aparelhos de ar condicionado, nem expor ao vento ou a raios solares. Estando completamente seco, o cartão com o sangue coletado deve ser colocado dentro do envelope do Teste do Pezinho, devidamente preenchido. Embalar os envelopes em papel de alumínio, colocá-los em saco plástico bem vedado e mantê-los sob refrigeração até o momento da remessa ao LACEN.Todos os envelopes podem ser embalados em uma mesma embalagem de papel alumínio e colocados num mesmo saco plástico. Observação Nunca enviar cartões molhados, pois eles tendem a criar fungos, prejudicando o resultado dos exames. Remessa das amostras para o LACEN A remessa das coletas ao LACEN pode ser feita dentro de um envelope grande comum e não há necessidade do papel alumínio e do saco plástico. Estes materiais podem ser reaproveitados pelo posto de coleta para guardar as próximas amostras na geladeira. Os cartões deverão ser enviados diariamente ao LACEN, pois o objetivo é diagnosticar precocemente as doenças, para evitar seqüelas. Os cartões enviados ao LACEN devem estar acompanhados de uma lista, em duas vias, contendo o nome dos bebês, nº de registro local e nome do município. Observação Salientamos a responsabilidade dos postos de coleta, na retenção dos cartões com amostras. Por trabalhar-se com diagnóstico precoce, o atraso para o envio da amostra poderá implicar, também, em atraso no tratamento da doença e possíveis seqüelas. RECONVOCAÇÃO Ocorrem determinadas situações em que há necessidade de repetir os exames. É então solicitada uma nova coleta. A solicitação de uma outra coleta é chamada de reconvocação. A reconvocação será sempre feita por telefone e acontecerá quando: • a 1ª coleta for mal feita - só um círculo preenchido de sangue, sangue de um só lado do cartão, cartão manchado ou contaminado com álcool ou outros interferentes; • quando, para algumas situações, os resultados estiverem fora dos padrões de normalidade; existem casos em que há resultados falsos 118 BlogEnfermagem.com positivos, principalmente para a fibrose cística, quando diversos fatores podem ocasionar alteração nos níveis normais da IRT. • A reconvocação será sempre feita por telefonema para o Centro de Saúde; no caso da coleta ocorrer na maternidade, é de extrema importância que esta coloque no envelope o Centro de Saúde no qual a criança irá ser atendida. Agendamento de consulta médica ou Teste de Suor O LACEN agenda consultas médicas para as crianças, quando os resultados da segunda coleta forem alterados. O LACEN agenda, também, o Teste do Suor, para aquelas crianças cujos valores de IRT continuaram alterados após uma nova coleta, entre a segunda e a quarta semana de vida. VALORES DE REFERÊNCIA Hipotireoidismo Congênito TSH • menor que 15,00 uU/ml em sangue total, para crianças até 7 dias de vida; • menor 10,00 uU/ml, em sangue total para crianças com 8 ou mais dias de vida. Fenilcetonúria FAL • menor 3,00 mg/dl em sangue total; • sujeitos a reconvocação - valores iguais e acima de 2,50 mg/dl em sangue total. Hiperplasia adrenal congênita • 17 - OHP - menor que 9,90 ng/ml em sangue total, para crianças nascidas com peso acima de 2.000g; • menor que 19,80 ng/ml em sangue total, para crianças nascidas com peso até 2000g. Fibrose cística • IRT - menor que 70,00 ng/ml em sangue total, para crianças com até 30 dias de vida. Um resultado positivo não faz o diagnóstico, pois o mesmo é baseado em uma série de testes. Um marcador potencial, a tripsina imunoreativa (IRT), é elevada no sangue de pacientes com fibrose cística, que pode, também, estar elevada devido a outros fatores além da fibrose cística, tais como partos prematuros, estresse de parto e situações sem explicações. Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias • Hb - FA = padrão normal; - Traço = este achado não significa doença; encaminhar ao pediatra para orientação. ENVIO DOS RESULTADOS Os resultados dos exames são enviados em formulário individual para entrega aos pais ou responsáveis, em valores numéricos e uma listagem para controle do posto de coleta. Estes resultados devem ser anotados, também, na Caderneta de Saúde da Criança e do Adolescente, na página de Teste do Pezinho. 119 BlogEnfermagem.com Nos casos de resultados que exigem uma 2ª coleta, anotar na Caderneta de Saúde o que diz na observação. Quando o Centro de Saúde receber o resultado da 2ª coleta, deve fazer a devida anotação na Caderneta de Saúde da criança. É nescessário que se preste bastante atenção nos casos que exigem uma 2ª coleta, para que nenhuma criança fique com seus exames incompletos ou deixe de ser diagnosticada, em caso de resultado positivo. ATENDIMENTO MÉDICO É assegurado a toda criança portadora de fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hiperplasia congênita das supra-renais ou anemia falciforme, amplo acompanhamento médico e laboratorial, sendo o acompanhamento médico dispensado por especialistas. PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE AMOSTRAS Técnica para uma coleta correta Enquanto a mãe prepara a criança para a coleta, deixando o pezinho da criança descoberto, o executor preenche os dados solicitados no cartão. A criança deve ficar de pé, no colo de um adulto, de frente para este, pois: • ficando próxima, se sentirá mais segura e protegida; • facilitará um maior fluxo sangüíneo na área da coleta, pela posição vertical. Área da coleta Preferencialmente no pezinho, nos bordos inferiores e laterais; em situações excepcionais, o sangue poderá ser coletado em outro local. Identificar a área de punção: Ao lado de duas linhas imaginárias, uma que vai da metade do primeiro dedo até o calcanhar e a outra que vai desde o espaço interdigital entre o quarto e o quinto dedo até o calcanhar; fazer a punção dentro da área sombreada, conforme ilustração ao lado. Punção • o executor deve lavar as mãos e colocar luvas; • colocar o pé da criança abaixo do nível do coração e friccionar a perna para produzir uma maior afluência de sangue ao pé; massagear a área da coleta, para ativar a circulação local; • limpar a área com algodão seco: - não utilizar álcool para limpar a área da coleta, - em caso de sujidades, lavar com água e sabão, - para a punção, a área deve estar seca; • com uma mão, o executor segura, delicadamente mas com firmeza, o pezinho da criança, com o intuito de promover uma maior segurança, tanto na punção quanto no manuseio para a coleta; • a lanceta descartável deve ser retirada da embalagem somente no momento da punção; • puncionar o calcanhar com um só movimento, contínuo e firme, num sentido quase perpendicular à superfície da pele; • se uma punção não for suficiente, esta deve ser repetida até que seja conseguido sangue suficiente; não havendo contaminação, pode ser usada a mesma lanceta; 120 BlogEnfermagem.com • a primeira gota de sangue deve ser desprezada, utilizando-se um algodão seco; • encostar o círculo de coleta do cartão no local da punção, sem esfregar, até que o sangue preencha totalmente o círculo, inclusive passando para o outro lado do papel; • colocar a gota de sangue em contato com a superfície do papel filtro e deixar impregnar-se por completo no círculo, tendo o cuidado de que a pele não toque no papel; a gota deve ser suficientemente grande para preencher todo o círculo e impregnar até a face posterior do papel filtro; • esperar uma nova gota de sangue; pôr, novamente, em contato com o papel filtro, para preencher o segundo círculo; desse modo, espere novas gotas e vá preenchendo os demais círculos sucessivamente, até que todos estejam iguais ao primeiro; esta operação deverá ser realizada em pelo menos 3 (três) círculos; • deve ser evitado o contato da mão do executor com os círculos de coleta, o que pode ocasionar alterações na qualidade da amostra e no resultado. O sangue deve saturar o papel filtro e o círculo deve ficar completamente preenchido, tanto na frente como no verso do cartão. Não fazer camadas superpostas de sangue. AMOSTRA DE UMA COLETA CORRETA Permitir que uma quantidade suficiente de sangue seja absorvida, até preencher completamente o círculo impresso no papel-filtro. Preencher todos os círculos requeridos com sangue. Não aplicar camadas sucessivas de gotas de sangue, nem aplicar sangue mais de uma vez, no mesmo círculo coletor. Evitar tocar ou esfregar as amostras. COLETAS FEITAS DE FORMA INCORRETA Amostras inválidas Quantidade insufuciente de amostra para o teste • o papel-filtro foi removido antes de que o sangue tivesse preenchido completamente o círculo ou antes de que o sangue tivesse sido absorvido pela segunda face; • o sangue foi aplicado, no filtro, com um tubo capilar; • o filtro foi tocado antes ou depois da coleta da amostragem com luvas ou sem luvas, com as mãos untadas de loção para as mãos etc; • o papel-filtro entrou em contato com mãos com ou sem luvas, ou com substâncias tais como loção para as mãos ou talco, antes ou depois da coleta. A amostra parece raspada ou arranhada • o sangue foi aplicado com um tubo capilar ou outro dispositivo. A amostra não estava seca quando foi enviada • a amostra foi enviada antes de um período de secagem exigido, que é de 2 (duas) horas. A amostra tem aparência supersaturada • sangue em excesso foi aplicado no papel-filtro, possivelmente com um dispositivo; • o sangue foi aplicado em ambos os lados do papel-filtro. 121 BlogEnfermagem.com A amostra parece diluída, descolorida ou contaminada • o local, ao redor da punção, foi espremido ou ordenhado; • as amostras de sangue foram expostas ao calor direto; • o papel-filtro entrou em contato com mãos, usando luvas ou não, ou substâncias tais como: álcool, produtos químicos, soluções anti-sépticas, água, loção para as mãos ou talco etc, antes ou depois da coleta de sangue para a amostra. A amostra apresenta anéis de soro • o álcool passado no local da punção não foi seco antes da punção ser realizada; • a área ao redor da punção foi espremida excessivamente; • o papel-filtro entrou em contato com álcool, loção para as mãos etc; • secagem inadequada da amostra; • o sangue foi aplicado ao papel-filtro com um tubo capilar. A amostra parece coagulada ou em camadas • tocar, com o sangue, várias vezes o mesmo círculo no papel-filtro; • preencher o círculo, de ambos os lados do papel- filtro. DIAGNÓSTICO O Programa do Teste do Pezinho oferece, à população catarinense, o diagnóstico precoce das doenças abaixo. Hiperplasia adreanal congênita É uma doença genética autossômica recessiva. Os níveis elevados de 17-OH Progesterona, no sangue do recém-nascido, levam a suspeitar desta patologia. Seu diagnóstico precoce é importante para evitar a virilização progressiva, identificação errônea de sexo, aceleração de idade óssea e, em alguns casos, severa crise de perda de sal, que pode levar à morte nas primeiras semanas de vida. O diagnóstico laboratorial consiste em quantificar a 17-OH Progesterona -17-OHP. Hipotireoidismo congênito É um distúrbio causado pela deficiência de hormônios normalmente produzidos pela glândula tireóide, na maior parte das vezes devido a um defeito na sua formação. É um dos defeitos metabólicos mais comuns, no qual o tratamento precoce permite um desenvolvimento físico e mental normal, nas crianças portadoras do hipotireodismo congênito. O diagnóstico laboratorial consiste em quantificar o hormônio estimulador da tireóide - TSH. Fenilcetonúria É uma doença genética, de caráter autossômico recessivo, decorrente da deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase. Em conseqüência, a fenilalanina acumula-se no sangue do recém-nascido, com efeitos tóxicos ao sistema nervoso central, podendo causar até deficiência mental severa. O tratamento precoce previne estas alterações. O diagnóstico laboratorial consiste na quantificação de Fenilalanina - PKU. 122 BlogEnfermagem.com Fibrose cística Herança genética autossômica recessiva. É incurável, porém o diagnóstico e o tratamento precoces melhoram consideravelmente a qualidade de vida e sobrevida. A fibrose cística cursa com aumento de cloreto de sódio no suor, deficiência pancreática exócrina e doença pulmonar obstrutiva crônica. O diagnóstico laboratorial consiste na quantificação da tripsina imunoreativa - IRT. Salientamos que níveis alterados da IRT não confirmam a doença, são apenas indicativos da probabilidade. Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias • Hemoglobinopatias são alterações genéticas resultando em hemoglobinas variantes e talassemias; • Anemia falciforme é uma doença causada por uma mutação genética resultando na produção de hemoglobina “S” em vez de hemoglobina “A”. Nesta condição os glóbulos vermelhos ou hemáceas, portadores de oxigênio, perdem rapidamente a sua capacidade para transportar oxigênio através do corpo. As hemáceas tendem a alterar-se e a alongar-se, o que as torna rígidas e faz com que tomem a forma de foice. Com o passar do tempo as células falsiformes causam obstruções à microcirculação do sangue, ocasionando danos nos tecidos e outras complicações graves (isquemia, dor, necrose e outras disfunções). As hemoglobinas anormais podem estar presentes em combinações que variam do assintomático ao letal. Quando diagnosticadas precocemente e tratadas adequadamente, as complicações podem ser minimizadas. 123 BlogEnfermagem.com 12513 Bibliografia BlogEnfermagem.com BRUNNER, L.S. & SUDDART, D.S.Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgica. Interamericana, Rio de Janeiro, 5ª ed., 1985, 2V. Carol Dealey. Cuidando de Feridas (Um guia para as enfermeiras). Athneu - Ed. São Paulo. CECIL - LOCB, B.M.D.Tratado de Medicina Interna. Interamericana, México, 13ª ed., 1971, 2V. Fórum Brasileiro de Educação e Tecnologia em Saúde (FETES) - 04/2000. GOODMAN, L.S. & GILMAN, A.. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 4ª ed., 1973. HADDAD, M.C.L. e cols. 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